domingo, 25 de novembro de 2012

Nos palanques da vida.


Nesta semana que se passou, a escolha para os cargos de diretores, vice diretores e coordenadores pedagógicos para as escolas públicas municipais aqui em Ipuã, foi o tema das discussões entre os profissionais da Educação em nossa cidade. Pude acompanhar esta semana, à distância, o mesmo roteiro que vivemos no ano de 2004, quando começamos a escolher tais cargos para me auxiliar no Depto de Educação.

Naquela época também houve a mesma efervescência que presencio agora.

Numa escala crescente, os sentimentos iam da raiva ao alívio. A primeira, sentimento daqueles que perderam os cargos que ocupavam até então; e a segunda, dos que foram mantidos nos cargos.


Passando ainda por: revolta (preteridos) e a alegria (convites inesperados).

Participei de todo o processo de escolha, discuti todos os nomes apresentados, fiz indicações das quais não abria mão, aceitei indicações a contragosto, decepcionei com alguns, surpreendi com outros,...

Fico contente em ver pessoas que apostei sobrevivendo à terceira mudança de Administração.

A municipalização do ensino estadual paulista trouxe para o seio da administração municipal, a possibilidade de indicar cargos antes preenchidos apenas por concurso. Em Ipuã, há aproximadamente 20 destes cargos.

Seria ingenuidade acreditarmos que em seu preenchimento não existam outros critérios além de capacidade e competência. Indicação de vereador, promessa de campanha, prêmio de consolação,... tudo faz parte da escolha dos cargos. 

Há quem defenda a adoção de concurso para estes cargos. Confesso não ter certeza de que seria uma possível solução para a questão.

Há que considerar que uma cidade pequena como a nossa, marcada por um envolvimento político radical por parte de algumas pessoas, correria-se o risco de algum Prefeito ter de administrar sua educação municipal com pessoas que, por partidarismo, promoveriam politicagem em um ambiente que não deveria ocorrer tal prática.

Outra opção a ser discutida diz respeito a eleição dos diretores. Sou favorável, desde que ela seja realizada sim, mas como parte integrante da chamada Gestão Escolar Democrática, que é um conceito muito amplo, erroneamente confundido com um simples referendo entre a comunidade escolar (professores, funcionários, pais e entrono) na escolha da sua direção.

Trata-se de algo complexo, a ser amadurecido ao longo dos anos e não apenas implantado pela vontade de Prefeito ou Diretor de Departamento de Educação. Aliás, a implementação sem discussão, imposta de cima pra baixo de uma Gestão Escolar denominada Democrática, seria antes de qualquer coisa, um paradoxo.

Há uma questão, no entanto, que antecede a discussão sobre quais dos 3 modelos traria maiores benefícios à Educação ipuanense: a qualificação dos gestores escolares.

Defendo a criação de leis que exijam dos que vão ocupar os cargos de uma escola, maior qualificação profissional.

É inadmissível que para o cargo de coordenador (ou assessor) pedagógico de uma escola, não exija formação em pedagogia. Exigência que foi retirada por lei, com meu voto contrário, quando eu era Vereador.

Se a possibilidade de ser diretora de escola leva muitas pessoas a optar pela faculdade de pedagogia, por que não exigir que para ser diretora de escola tenha de ter diploma de pós graduação em Gestão Escolar?

Acredito que isso faria com que muitas professoras procurassem cursos na região em busca de, mesmo que por exigência da lei, uma melhor qualificação para o exercício da função pleiteada.

Diploma aliás que foi conquistado por vários professores, quando trouxemos, também comigo à frente do Departamento de Educação, um curso de Pós Graduação Lato Sensu em Gestão Educacional.

Além de voltar a obrigatoriedade da pedagogia para os coordenadores. 

Uma reabertura do curso seria uma forma de investir na qualificação do docente.

Outro ponto que defendo é que o preenchimento dos cargos como exclusivo para professores efetivos da rede, evitando assim buscar professores aposentados ou pessoas não ligadas à educação ipuanense.

E vou além: só pode ser diretor de escola, professor efetivo cuja sede esteja naquela escola.

Enfim, longe das discussões subjetivas sobre merecimento, justiça e necessidade; longe também das questões técnicas sobre capacidade; e mais longe ainda das questões políticas que envolvem a escolha dos cargos de direção, estas foram minhas considerações sobre o assunto.

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