sexta-feira, 27 de julho de 2018

Eventos culturais ou oficinas culturais? Do que Ipuã precisa?

Lamentei recentemente em texto nesse espaço a ausência de um evento cultural de grande porte promovido pelo Poder Público ipuanense.

E vendo hoje toda a divulgação no Jornal EPTV primeira edição, sobre a virada cultural na vizinha São Joaquim da Barra, aumentou ainda mais meu lamento.

Mas o lamento virou reflexão.

Não faz sentido um evento cultural sem que haja, em nossa cidade, fomento à cultura.

São Joaquim da Barra apresentará uma orquestra de viola caipira, como bem mostrou a matéria, formada por alunos da cidade. Ou seja, São Joaquim pode oferecer um show desses porque têm alunos que estudam esse instrumento. 

E isso é óbvio!

Não tem sentido promover eventos culturais para que 100% da plateia seja apenas isso mesmo, apenas plateia.

Como podemos querer que em nossa cidade haja público para uma peça de teatro de aqui não oferecemos aulas de teatro?

Como ter público para música clássica se não oferecemos aula de música clássica?

E o mesmo vale para toda e qualquer manifestação artística.

Infelizmente nossa cidade precisa ainda criar as bases para então pode coroar com um mega evento, todo o trabalho feito, e não o inverso.

É como achar que construir um teatro na cidade todo mundo vai querer assistir peça ou fazer oficina de artes cênicas.

Fosse assim era fácil resolver.

Verdade é que, seja pela falta de recursos (2º menor orçamento da União), seja pela falta de visibilidade (e consequentemente, falta de voto) ou pelo público pequeno que a consome (e que a cobra, ou cobrava quando a Administração não era MDB), a Cultura como política pública tem tradicionalmente se resumido a eventos isolados em nossa cidade.

A grande mea culpa que faço a mim mesmo sobre minha passagem pelo Departamento de Educação e Cultura foi não ter investido mais, não ter batalhado mais para que houvesse fomento à cultura em nossa cidade.

Mesmo que as poucas iniciativas que promovemos em Ipuã representem o período de maior opção para a população e a única vez que realmente foi pensado alguma coisa nesse setor na cidade, admito que poderia ter sido muito maior e muito melhor.

O que falta em nossa cidade, e não é de hoje, são opções culturais para jovens preencherem seu tempo.

São as chamadas oficinas culturais, que existem em diversas modalidades: teatro, capoeira, violão, viola, música (teoria musical e instrumentos para formação de orquestra), pintura, escultura,... enfim, atender ao máximo as demandas da nossa juventude que após o horário escolar, não andam tendo muitas opções em nossa cidade.

É sempre bom pensar na cultura de base antes de investir em mega eventos ou obras gigantescas.

domingo, 22 de julho de 2018

LEI SECA [Há 10 anos].

A chamada "Lei Seca" começou a enrudecer há 10 anos.

Uma lei mais severa para punir quem dirigia sob efeito de álcool começava a ser implantada em 2008 e de lá pra cá, tornou-se algo como "tolerância zero" para a mistura álcool e direção.

E eu comentava sobre isso 10 anos atrás.


LEI SECA

"1930. A Lei Seca transformara Chicago em uma cidade em guerra. Quadrilhas rivais lutavam pelo domínio do bilionário império de bebida ilegal, impondo sua vontade com granadas e escopetas. Essa é a época dos poderosos chefões. Essa é a época de Al Capone".

Caros blogonautas! A história não se repete, a não ser como farsa; já dizia velho Marx.

Longe de impor uma lei seca (aliás, erradamente denominada pela mídia em geral), a recente lei aprovada, pune com maior rigor os motoristas que dirigem sob influência de álcool. Afinal: álcool e direção é uma mistura explosiva. Não só para si mesmo, pois se assim fosse o problema era exclusivamente da pessoa, mas um perigo inclusive para quem não bebeu nada e pode ser vítima de motoristas embriagados.

Acabar com o limite mínimo, antes tolerado, de álcool no sangue, foi correto, pois não se pode afirmar que 3 latinhas têm o mesmo efeito nos reflexos e nas atitudes de qualquer pessoa, pois cada organismo reage diferente a uma mesma quantidade de álcool. Nesse ponto a lei foi correta. Assim como é correta a atitude de não dirigir embriagado.

Deixando a hipocrisia de lado, é óbvio que já dirigi "de fogo", assim como é óbvio que, por mais que tenha chegado em casa são e salvo, não foi uma atitude correta. Mas lei, é lei; e lei a gente cumpre.
Cabe a cada um de nós, nos adaptar a esta nova realidade; cada um a sua maneira. Em São Paulo, o sindicato dos taxistas comemoram o provável aumento nas corridas noturnas, assim como a CPTrans estuda disponibilizar linhas de ônibus noturnas nos lugares mais movimentados da cidade, em intervalos maiores que as linhas diurnas; até o Metrô estuda tal possibilidade, já que fecha entre 00:00 e 04:45 hs.

Nos EUA é comum quando amigos saem para a balada, eles escolherem qual será o motorista do dia, e consequentemente, não irá beber para poder entregar os bebuns em suas casas a salvo.

Confesso que esta Lei me atrapalhou bastante em minha rotina, e ainda não sei o que fazer: parar de beber? pouco provável; contratar motorista? financeiramente inviável; arranjar algum amigo que não beba para acompanhar nas baladas? é uma saída; arriscar? não recomendado...

Bom, enquanto a solução não aparece, vou tomar mais uma, em casa!

Tim tim!

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Almoxarifado da Saúde de Ipuã apresenta irregularidades. Mas quais?

O Tribunal de Contas do Estado de SP (TCESP) realizou uma operação presencial mês passado em 162 municípios do Estado fiscalizando os almoxarifados da saúde, mais conhecidos como "Farmácias".

Na investigação, foram constatadas irregularidades como remédios vencidos, ausência de farmacêutico técnico, extintores vencidos,condições de higiene inadequadas, falta de alvará da vigilância de saúde, etc...

Os dados coletados na vistoria aos 162 municípios foram enviados ao Departamentos de Tecnologia da Informação e de Supervisão da Fiscalização do Tribunal de Contas, onde foi elaborado um relatório traçando um mapa da situação dos almoxarifados da saúde no Estado de SP. 

O relatório não especifica exatamente quais irregularidades foram encontradas em cada um dos municípios, porém relaciona as cidades onde irregularidades foram encontradas.

Para nossa infelicidade, Ipuã está entre elas.

Cabe à Administração Municipal vir a público informar a população sobre quais irregularidades foram essas e principalmente, o que foi feito para saná-las.

Até mesmo porque, a mesma Administração promoveu um estardalhaço quando, no começo de sua gestão em 2013, constataram remédios vencidos na Secretaria de Saúde, o que resultou em denúncia e numa CPI na Câmara Municipal que no fim não deu em nada.

Além de ampla divulgação em emissora de TV regional e portal de notícias local.

Agora, ironicamente, a mesma pasta da Administração Municipal é pega com irregularidades após o Tribunal de Contas promover fiscalização e nossa cidade ser a única da região a apresentar tais irregularidades*.

Seria motivo parta os veículos de notícias, noticiar.

E nós preocupados com mudança de nome de bairro. Francamente.

O relatório completo você confere aqui.

Na página 7, o nome de nossa cidade, nos envergonhando.


* Atualizado às 11:45: Além de Ipuã, outras cidades da mesma região administrativa estão na lista: Ribeirão Corrente, Miguelópolis, Igarapava e Cristais Paulista.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Outra dica de Museu [Há 10 anos]

10 anos atrás eu seguia firme e forte na minha saga de visitar o quanto eu conseguisse, os museus da capita paulista.

O museu da vez foi o Museu Paulista, chamado de Museu do Ipiranga, que atualmente encontra-se (infelizmente) fechado para reformas (felizmente) já se preparando para o Bi Centenário de nossa Independência, a ser comemorado em 2022 e que certamente terá o referido museu como um dos, senão o, palco principal das festividades.

Quem serão o(a) Presidente(a), Governador(a) e Prefeito(a) que terá a honra de conduzir as comemorações à época?

Só o tempo dirá.

O texto 10 anos atrás era esse:


Outra dica de Museu


Caros Blogonautas!!!

Desde que este blogueiro iniciou sua saga pelos Museus da cidade de São Paulo, esperava ansiosamente pelo dia em que visitaria o Museu Paulista - Museu do Ipiranga.

E o dia chegou!!!!

Não apenas visitei; I enjoyed the museum.

A visita começa no mausoléu, onde estão os restos mortais dos nossos patriarcas da independência (não fotografados por razão de respeito). Sobre o mausoléu, ergue-se importante monumento em homenagem a Proclamação da Independência do Brasil, no exato lugar onde D. Pedro I, às margens do riacho Ipiranga (canalizado, mas ainda lá), bradou nossa Independência em 1822 (sem adentrar às nuances deste fato histórico).

Até agora, o melhor museu visitado: Fácil acesso por meio de linha de circular, arquitetura primorosa (um dos mais belos prédios de SP), acervo fantástico, ótimo paisagismo, presença de loja de souvenir e ainda, um espaço agradável de lazer para os paulistanos.

No acervo: telas como a do Pedro Américo sobre a Independência, retratos de personagens históricos, exposição em homenagem aos bandeirantes, objetos antigos referentes ao Império, apresentações multimídia, maquetes da cidade de SP e do prédio que abriga o museu, ferramentas, carros de bombeiro do começo do século passado, carruagens, etc... Uma infinidade de artigos que perpetuam a memória histórica da nação.

Pontos negativos: Ausência de guia no seu interior para conduzir os visitantes, e a proibição de fotografias e filmagens no interior do museu, ainda que sem flash ou luz.

Bom, fica aqui a dica e já que não pude registrar o interior (apenas uma filmagem clandestina, mal feita e que morri de medo de ser pego e consequentemente expulso do museu), postarei fotos externas na esperança de que sirva de incentivo para vocês blogonautas visitarem o, até agora, melhor museu visitado pelo Blog.



quinta-feira, 12 de julho de 2018

E se fosse em Ribeirão Preto?


Novos nomes de Bairros em Ipuã.

A divulgação de que a cidade de Ipuã conta agora com novos nomes para antigos Bairros agitou a internet.

Desde ontem, uma foto (abaixo) circula nas redes sociais e aplicativos de mensagens divulgando a mudança acontecida meses atrás, em uma sessão na Câmara Municipal onde foi explicado o motivo.


Trata-se de uma adequação para atender exigências dos Correios cuja logística tem sofrido com a multiplicidade na denominação de Bairros.

Observem como é hoje:

Jardim Bela Vista é chamado de Willian, bem como as imediações do bairro ali no final (começo?) da Castro Alves.

Bairro Santa Cruz é subdividido em Cohab I, Cohab II, Eleuza Tavares e Nivaldo Silva (este dois, homenagens mais que justas)

O "Alto da Cidade", subdividido nos bairros Barbosa, Jardim Helena e Cristo Semeador.

Próximo à Prefeitura temos: Jd Alvorada (onde mora o Blogueiro), Jd Paraíso e Itapuã.

Para resolver isso, eliminou-se os nomes de Bairros e Sub Bairros, simplificando em apenas 7 Bairros:

1. Bela Vista
2. Santa Cruz
3. Centro

Até aqui tudo bem, são Bairros cuja denominação já são conhecidas de todos os seus moradores. Mesmo quem mora da Cohab II não estranhará, ao preencher um cadastro por exemplo, chamar seu bairro por Santa Cruz.

4. Bairro Industrial.

Também sem maiores problemas, pois o nome Distrito Industrial já é usado. Além do mais, Distrito de fato temos apenas um, a Capelinha. Questão de lógica.

O problema está nos recém denominados Bairros:

5. Pampuã.
6. Olhos D'água.
7. Bom Retiro.

Algum morador do Jd Paraíso ou do novo loteamento Itapuã já havia chamado o Bairro onde mora de Pampuã?

Morador do Barbosa e Jd Helena, conhecia o nome Olhos D'água para falar do seu Bairro?

E o Jd. dos Ipês? Por que Bom Retiro?

Nome de Bairro é uma denominação histórica, segue a tradição.

Ao inventar nomes, mesmo que para atender à uma justa exigência dos Correios para melhorar a qualidade do serviço otimizando a logística de entrega, deveriam ao menos respeitar a tradição do senso comum dos moradores que denominaram seus bairros há décadas.

Custava chamar toda a região hoje denominada de Pampuã ("shiparam" Jd Paraíso com Itapuã?*), por Jardim Paraíso? Afinal foi o nome do primeiro bairro a "desbravar" toda aquela área (zona leste da cidade).

Bairro Barbosa seria o mais justo para o "Alto da Cidade", doravante chamado de "Olhos D'água. Manteria a homenagem à família antiga proprietária de boa parte das terras naquela região (zona sul de Ipuã).

E o Bairro Bom Retiro, esse por ser mais recente, sem a tradição dos moradores de denominá-lo de algum nome, poderia até manter tal denominação.

Conforme sugestão abaixo**
 


Já que estão mudando tudo, poderiam ter aproveitado a oportunidade e mudando o nome da cidade, voltando à antiga denominação de "Santana dos Olhos D'água", para mim um nome muito mais poético que IPUÃ, que sempre parece IPVA quando eu escrevo, pois uso letra de forma e a caligrafia não é boa.

Daria trabalho essa mudança é verdade. De início, teria que trocar todas as placas dos carros e motos da cidade, bem como letreiro da entrada (com letras menores para caber naquele canteiro). Depois ainda avisar todos os órgãos burocráticos estaduais e federais, cidades vizinhas, empresas de mapas, alterar o gentílico de Ipuanense para Santanense, ... Tudo em nome da tradição, o cidadão entenderia.

Pelo menos o nome da Capelinha não foi mudado. Se foi desnecessário ou se a Administração Municipal esqueceu do Distrito (o que cá pra nós, não seria seria novidade), nunca saberemos. Pelo sim pelo não, vamos ficar calados, melhor não dar ideia.

*Alterado às 09:45h. 

** Alterado 14:15h.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Pró Coletivo Rede Sustentabilidade sugere a realização a Feira da Bondade.

O Pró Coletivo da Rede Sustentabilidade de Ipuã propôs em sua página na rede social um debate interessante.

O Grupo, em carta aberta ao Prefeito, propõe que ao menos a Feira da Bondade seja realizada este ano.

E que seja uma festa simples, com artistas de cachês mais baratos e a boa sugestão de que um ou mais dias de Festa, conte com artistas locais. Aproveitando a boa "safra" de talentos musicais na cidade (duplas e bandas) que já contam com experiência suficiente para animar uma Festa desse porte.

O Pró Coletivo da Rede argumenta que uma festa simples, sem Rodeio, arquibancada, camarote, contando apenas com o essencial (shows, som, segurança e barraquinhas) poderia ser viável para os cofres municipais.

Propõe ainda que a maior Festa municipal retorne às origens, quando era realizada na Praça da Rodoviária, e que volte a ser o que era quando de sua criação, uma Festa beneficente.

Sua ausência prejudica não apenas as raras opções de lazer que os cidadãos ipuanenses têm, como também a política pública de assistência social, pois as Entidades que comercializam seus produtos na Feira da Bondade contam com o evento para angariar recursos para tocar suas obras na cidade.

Ao propor o debate e sugerir ao Prefeito Municipal uma alçternativa para que setembro não passe em brancas nuvens, a Rede Sustentabilidade de Ipuã propõe um jeito novo de fazer política na cidade, onde a crítica vem acompanhada de sugestões, incentivando o debate sobre temas importantes pro município e com a seriedade que a cidade precisa nesse momento.

A postagem na rede social você confere aqui.

Tem coisas que o $ não compra [Há 10 anos].

Na época ninguém entendeu, e hoje eu explico.

Há 10 anos eu acompanhava meu sobrinho e 2 amigos dele (e hoje, meus também) em uma "peneira" de futebol na cidade de Bebedouro/SP.

Foram 5 dias que têm lugar especial na minha memória afetiva e cujas histórias são, e serão sempre, contadas e recontadas com o mesmo entusiasmo.

Mesmo para que já as ouviu 1000 vezes.

Há 10 anos eu postava:


Tem coisas que o $ não compra

Marmitex: R$ 4,00

Gasolina: R$ 80,00

Saco de dormir: R$ 90,00

Acompanhar durante 4 dias o único sobrinho em uma peneira de futebol há 130 Km de casa: Não tem preço

Realmente, descobri que existem coisas que o dinheiro não compra, e esta foi uma delas!

terça-feira, 10 de julho de 2018

60 anos de "Chega de saudade".

Marco inicial -  e controverso - do movimento chamado Bossa Nova, a música "Chega de Saudade" completa 60 anos.

A Bossa Nova, criada na classe média carioca, fundiu o samba ao jazz americano e trouxe uma nova batida à música brasileira.

Letra de Vinícius de Morais, música de Tom Jobim e gravada por João Gilberto, Chega de Saudade fala do amor que dói em razão da ausência da amada. Desse sentimento dolorido que é a saudade e que só não é maior que a alegria do reencontro.

Um homem se derretendo pela mulher amada, confessando que sem ela, ele não é nada; prometendo-lhe, caso ela retorne, mais beijos na boca que peixes no mar.

Precisa mais?

Precisa...

Ouvi-la.

Tente não se apaixonar.


segunda-feira, 9 de julho de 2018

E se não fosse a Greve dos Caminhoneiros?

23/02/2018: 90% de aumento salarial para Cargos em Comissão (Diretores transformados em Secretários).

21/05/2018: Início da Greve dos Caminhoneiros.

18/06/2018: 2,07% de reajuste salarial aos Servidores Municipais.


domingo, 8 de julho de 2018

Agora é oficial: Não teremos Expuã/Feira da Bondade/Rodeio 2018.

E a Expuã/Feira da Bondade/Rodeio 2018, que já tinha até presidentes, não vai acontecer.

Quem deu a notícia foi o Prefeito, acompanhado pelo presidente do Rodeio.

Curioso que quando é para dar a notícia ruim vai o Prefeito.

E a culpa pela falta da Festa, claro, foi a crise econômica brasileira, agravada pela Greve dos Caminhoneiros. Se não vamos ter festa, a culpa é dos caminhoneiros? Estranho...

Certamente o discurso da Administração Municipal e dos seguidores da seita Quinzística em Ipuã vai ser o de que é uma atitude correta pois em tempos de crise tem que cortar festas, e que festa é supérfluo, e que vão privilegiar outras áreas, inclusive que o dinheiro destino à Festa já foi remanejado para pagar salários e ajudar a Santa Casa blá blá blá.

Hipocrisia na sua essência.

O discurso seria outro, fosse outro, o Prefeito cujo número da campanha não fosse 15.

Ou alguém duvida que, se fosse outro Prefeito a não realizar a Expuã/Feira da Bondade/Rodeio, os Quinzócritas estariam, à esta altura, esbravejando nas redes sociais palavras do tipo:

- "O Prefeito não pensa nas entidades".
- "Em Ipuã já não tem nada".
- "Não se preocupam com quem não pode ir para 'cidade de fora' assistir shows".

Basta lembrar as ocasiões em que outra administração realizou festas modestas (como as realizadas por essa Administração, sem tirar nem por), também alegando razões financeiras e os discursos foram algo do tipo:

- "Festa porcaria, lixo".
- "Só quando o 15 voltar para vermos Zezé di Camargo e Luciano".
- "Nunca teremos Ivete Sangallo". 
- "Quermesse". 

Agora terão que ouvir: "Pelo menos Quermesse tinha todo ano".

Ou se voltarmos um pouco mais no tempo, no final do séc. XX, quando uma Administração, pelos mesmos motivos alegados agora, não realizou uma edição da Festa. Com a correta justificativa do temor para com a recém criada Lei de Responsabilidade Fiscal, então uma enorme incógnita na vida dos Prefeitos, que cortaram gastos para evitar punições.

Naquela época as críticas feitas ao então Prefeito foram pesadas. Críticas minhas inclusive, em um jornal local na falta de redes sociais (ainda inexistentes), e da maioria dos eleitores da oposição.

A diferença é que eu continuo achando errado não fazer a Festa; enquanto os Quinzócritas hoje defendem o que naquela época criticaram. E ao fazerem assim, deveriam no mínimo se desculpar com aquele Prefeito que, repita-se, pelos mesmos motivos alegados hoje, optou por não realizar a Expuã naquele ano e agora, quase 20 anos depois, deveria ouvir dessas pessoas: "Você agiu corretamente".

Eu continuo contrário à ausência do maior evento de lazer Ipuanense. Defendo a sua realização mesmo que de maneira modesta, dentro das possibilidades dos cofres municipais em tempos de crise econômica. Em razão de ser um evento de lazer e também assistencial.

E sobretudo, critico a falta de uma política séria para a Expuã, que estude como cortar gastos e aumentar as receitas para que a festa se torne mais autossustentável. Defendo uma reinvenção na maneira de se fazer a Expuã, sob pena de estarmos matando nosso maior evento.

Confirmado o cancelamento da Expuã/Feira da Bondade/Rodeio, somado a falta de Carnaval nos últimos 6 anos e às pífias atrações do aniversário da cidade, o discurso de que uma eventual Administração MDB em Ipuã representaria uma melhoria nas atividades de lazer e nas festas na cidade cai por terra completamente.

Pois também nessa área a Administração Municipal se mostrou muito aquém do que prometeu em palanque e sobretudo, do que garantiam que seriam seus eleitores e apoiadores.

sábado, 7 de julho de 2018

Juro que não é inveja.

Em São Joaquim da Barra, a Virada Cultural (aqui). Com shows para todos os gostos. Inclusive Erasmo Carlos.

Em Guaíra, o ECAL (aqui), em sua 22ª edição. Evento tradicional que contempla inúmeras manifestações artísticas. E show com O Teatro Mágico. Programação completa aqui.

Enquanto isso no mesmo mês em Ipuã... Férias escolares e Copa do Mudno (agora sem o Brasil).

O Professor Leandro Karnal define inveja como sendo: "A tristeza pela felicidade alheia".

Dito isso, não posso dizer que eu esteja com inveja de São Joaquim e Guaíra, pois a alegria das cidades vizinhas não me causa tristeza.

Muito pelo contrário, fico muito feliz em ver que cidades do meu convívio oferecem aos seus cidadãos e visitantes, opções culturais em eventos de grande porte.

Enquanto nós, cujas reclamações pela falta de uma Feira do Livro só acontece em períodos eleitorais e se o 15 é oposição, caso contrários as vozes que clamavam por esse evento se calam hipocritamente, como o fazem há 6 anos, continuamos sem ter um evento cultural de grande porte promovido pelo Poder Público.

Mas se não é inveja, o que é?

Talvez cobiça, que o próprio Karnal chama de "cobiça positiva", desejar possuir também aquilo que o outro possui. Pois olho para esses eventos nas cidades vizinhas como um cão diante de uma máquina de assar frangos.

E como nada é tão ruim que não possa piorar, vivemos a expectativa do anúncio da não realização da Expuã/Feira da Bondade/Rodeio*, único evento de lazer que nos restava, após o falecimento do carnaval Ipuanense e as pouquíssimas opções oferecidas no aniversário da cidade.

Aguardemos para saber até onde é fato ou fake news.

E enquanto esperamos, vamos prestigiar os eventos citados, vale a pena. 


*Atualizado às 10:50h: Em entrevista a uma rádio local, Prefeito oficialmente anunciou que não haverá Expuã esse ano. Mas sobre isso eu escreverei amanhã.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Fidelidade pessoal [Há 10 anos].

O Blogueiro, quem diria, quando avisou que não seria candidato a Vereador na eleição de 2008, ouviu lamentos de um eleitorado fiel.

10 anos atrás algumas pessoas me procuravam perguntando em quem iriam votar agora.

Quem sabe elas não terão a resposta em 2020?

Há 10 anos o texto era esse:


Fidelidade pessoal


Na semana em que anunciei oficialmente minha não candidatura para Vereador nas próximas eleições, a tristeza se contrastou com a alegria, e porque não dizer, surpresa, em virtude de alguns fatos.

Várias pessoas me procurou confirmando se realmente eu não seria candidato. Ao responder que - infelizmente - não pude ser candidato,  e justificando, dizendo que a legislação me proibiu de tentar uma 3ª campanha e quem sabe uma 2ª Legislatura, as respostas destas pessoas foram, mantida alguma variação, basicamente as mesmas:

- "Então em quem vou votar agora?"

E para a minha grata surpresa, a grande quantidade de eleitores jovens que dizem que até então, o único candidato a vereador que haviam votado, era eu.

Pude então perceber que mesmo em poucos anos de vida pública, consegui reunir relativo grupo de fiéis eleitores; pessoas que seja pela proximidade comigo, pelas bandeiras de luta ou ainda, pelo bom trabalho que acredito ter feito como Vereador e Diretor do Departamento de Educação, fizeram de mim o seu representante. E agora diante da impossibilidade de seguir representando-os, acabaram por ficar "órfãos" politicamente.

Quanto ao voto, digo apenas que cada um que escolha bem o seu candidato, que vote em alguém que realmente represente os interesses da coletividade e não de grupos partidários ou líderes políticos; peço ainda que fujam de candidatos sem ideologia ou identidade, que não fazem outra coisa senão seguir ordens. Escolham sempre os candidatos com opinião própria e bem intencionados, pois muitos são os exemplos na política, de políticos que adotam a tática do "quanto pior melhor", boicotando apenas pelo fato de ser adversário político, se esquecendo que o grande prejudicado por seus atos, é a cidade que ele representa, ou pelo menos, deveria representar.

Aos meus fiéis eleitores, que junto comigo lamentam minha ausência, agradeço pelos anos de fidelidade e espero poder ser sempre, no que quer que eu faça, merecedor do apoio e confiança que sempre depositaram na minha pessoa.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Justa homenagem à "última flor do Lácio". [ Há 10 anos].

Exatos 10 anos atrás eu publicava um texto sobre minha primeira visita ao Museu da Língua Portuguesa.

Encantado com a proposta daquele museu, de interação e dinamismo, utilizando ferramentas tecnológicas, fiz questão de relatar para os leitores da época.

Museu que há algum tempo atrás foi destruído por um incêndio e a reforma encontra-se em fase final.

Com certeza estarei lá quando for reaberto.

Segue o texto de 10 anos atrás.


Justa homenagem à "última flor do Lácio".

Por simbólicos R$ 4,00, pude conhecer o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo.

Funciona no prédio da Estação da Luz, um dos mais bonitos de SP e o valor do ingresso engana àqueles que pensam se tratar de um simples museu. E mais, engana também quem pensa que curtir São Paulo requer muito dinheiro.

Um museu dinâmico, com painéis virtuais, exposições multimídia, jogos interativos e uma apresentação cinematográfica em 3D de encher os olhos. Além de exposição de objetos e réplica de documentos exaltando a nossa língua materna e reforçando sua importante função de consolidação da nossa identidade cultural.

A apresentação cinematográfica é de tirar o fôlego: começa com uma "viagem" sobre as origens da língua e a sua importância para a humanidade, até chegar na língua portuguesa, razão do museu. Tudo isso em uma tela plana de cinema com narração de Fernanda Montenegro, o que já é garantia de espetáculo.

Em seguida, o público é conduzido a uma apresentação em 180° de trechos de obras literárias, músicas etc...

Pena que fotografias com flash sejam proibidas, o que torna as imagens ruins, uma vez que tudo acontece em ambientes de pouca luminosidade.

Indo a SP, vale a pena conferir. Fica aqui a dica.

A nota triste da minha visita é que a exposição em homenagem a Machado de Assis, que ocupará todo o 1° andar do prédio, só estará aberta a partir do dia 15 deste mês, e eu fui com objetivo de visitar tal exposição.

Voltarei...