domingo, 30 de setembro de 2012

Opinião e Conselhos.

No próximo domingo, a nossa cidade, como as demais do país, vai escolher o seu próximo Prefeito.
Em Ipuã, são dois os contendores da refrega municipal: Leonardo Tavares do Nascimento (nome de urna: Léo Nascimento) do PPS e José Francisco de Souza Ávila (nome de urna: Nenê Barriga), do PMDB.
Se na eleição passada tínhamos dois candidatos com passagem pelo cargo de Prefeito, na atual, a coisa dá-se o contrário.
Ambos jamais foram ocupantes de cargo eletivo em suas vidas até então. Se por um lado fiquei preocupado em saber que, seja quem for o vencedor, será alguém sem tal experiência; por outro fico feliz em saber que ambos são pessoas de caráter ilibado, homens honestos, trabalhadores e em dia com suas obrigações.
O Léo conheço de infância e o Barriga, pessoas próximas a mim que o conhece há muito tempo dão excelentes referências.
E justamente pelo ineditismo dos dois, imaginei que esta eleição fosse diferente.
Léo e Nenê, vocês tiveram nas mãos uma chance única: COMEÇAR UMA HISTÓRIA POLÍTICA NOVA NESSA CIDADE.
A chance de se desvencilhar de antigas práticas, de se libertar de certos apoios, de extirpar da política ipuanense certos políticos nefastos que pensam apenas em si próprios e não no bem coletivo, iminências pardas que há décadas infelicitam a política ipuanense.
Tiveram a chance de fazer uma campanha sem incitar ódio e rancor entre os aliados, de ensinar que política se faz no debate de ideias, que a eleição acaba dia 7, e no dia 8 todos devemos contribuir para a cidade.
Poderiam ter convergido esforços para não fazer da eleição ipuanense uma guerra.
Pecaram em não fazer.
Até coisas mais simples como não aceitar ser chamados por n°, mas pelo nome e assim acabar com essa polarização 15x23 que a cada ano faz a eleição virar torcida futebolísitica e não discussão de planos de governo.
Não aceitar ter o n° de seu partido associado a n° de bicho do jogo do bicho, que é crime, contravenção.
Outra chance como essa que vocês tiveram (e perderam), só daqui a 30 anos. E olhe lá!
Mas, como é o que se tem para essa eleição, vou dar um conselho aos dois:

Léo Nascimento
Existe no seio da prefeitura dois grandes problemas que você precisa se preocupar e exterminar:
1. As capitanias hereditárias.
Cargos que são ocupados pelas mesmas pessoas há séculos, que acomodadas, ficam cada vez mais morosos na medida que invocam o usucapião para se achar dono do cargo.
Tem muito funcionário bom esperando uma chance de mostrar capacidade.
Urgentemente você deverá fazer o que Chicxulub fez na Península de iucatã, há 65 milhões de anos atrás.

2. A 5ª coluna.
Eu sou testemunha do quanto o governo do Itamar foi corroído por pessoas que ocupando cargos estratégicos (mas fiéis a outros grupos políticos), promoviam micro boicote na sua administração. Aquele boicote silencioso, disfarçado, apenas entendido nas entrelinhas, por que, assim como eu, sabe que o diabo mora nos detalhes.
Cuidado Léo, muitos deles já te deram tapinha nas costas, já foram em sua casa jurar fidelidade eterna, já fizeram comentários "despretensiosos" ou "deram rata" para pessoas ligadas a você, para irem correndo te contar: "fulana deixou escapar que vota em você".
Tenha perspicácia para identificar os falsos bajuladores que agem motivados pelo instinto de preservação.

Nenê Barriga
Cuidado com a companherada.
Por mais que certas pessoas invistam tempo, dinheiro e esforço na sua campanha, a fatura que eles apresentarão quando você estiver ocupando o cargo será muito alta.
Você então ficará no dilema: atendo ao companheiro e leso os cofres públicos, ou perco o companheiro e deixo as finanças saneadas?
Opte pela 2ª opção. Até porque quem a justiça vai fiscalizar e você, não eles.
Olhe bem ao seu redor e aprenda a diferenciar quem são companheiros e quem são interesseiros.
Tanto os correligionários herdados, como os neo aliados.
Aliás, cuidado com os neo aliados, procure conhecer as razões de cada um deles por ter saído do grupo onde estavam e os interesses pessoais na sua vitória. Conheçam seu histórico, puxe a "cabrita" deles do tempo em que eram seus adversários para conhecê-los melhor, porque em época de campanha e interessados na sua vitória, tratam-no como amigo de infância.
Quando menos você esperar, a tal companherada vai querer dar as cartas no seu governo, achando-se donos dele só porque trabalharam ou investiram na campanha. Não confie em quem faz as coisas por você e joga na cara depois.
E um pedido pessoal: não traga Dr Abrahão de volta!

sábado, 29 de setembro de 2012

Com o giz na mão.

Sala de professores, intervalo dos alunos:
- Você se lembra da sua 1ª vez?
- Um pouco, acho que estava tão nervoso.
- E fica mesmo. A gente passa anos esperando o momento.
- Mas acho que potencializam um pouco.
- Como assim?
- A sei lá, os colegas valorizam demais. No fundo, é algo normal.
- Sei.
- Assim... de fato tem a ansiedade, nervosismo, timidez, mas... no final dá certo.
- A minha foi traumática.
- Deixa de ser exagerado.
- Tô falando sério, a sua não?
- Nem um pouco, já tinha tido algumas experiências anteriores.
- Como assim?
- Tipo um ensaio. Não tinha chegado às vias de fato, mas já tinha experimentado algumas prévias de como seria.
- Foi 1.000 maravilhas?
- Nem tanto, como disse tem ansiedade, nervosismo, timidez,...
- E as outras vezes depois dessa?
- Fui praticando mais e mais a cada vez. A experiência me levou a melhorar muito.
- Então hoje deve ser expert?
- Também não. Ainda aprendo muito, seja com novas pessoas, ou com novas situações.
- Algum vez não ficou satisfeito com o seu desempenho?
- Várias. Tem dia que a cabeça da gente não tá legal, mas... nossa vida é essa, a gente segue em frente.
- Nossa vida? Até parece que a gente vive só pra isso.
- E não vive? é uma das coisas que mais gosto de fazer.
- Caramba!
- Pois é, entra ano e sai ano e semanalmente tô lá, firme e forte.
- Tão metódico assim?
- Nem sempre sou eu quem define dia e hora. Aliás, só defino o local rs.
- Não faz só quando sente vontade?
- Quem me dera. Se bem que sinto vontade todo dia.
- Que inveja viu.
- Reclama não.
- Posso ser indiscreto?
- Claro.
- Onde foi sua 1ª vez?
- Pra valer mesmo, foi na Unesp, na sala do Cursinho.
- Dentro do prédio da Unesp???
- Sim.
- Você é doido. Quantos anos você tinha?
- 23.
- Começou tarde heim?
- Eu estava no último ano da faculdade quando o Cursinho da Unesp me chamou pra dar aula e eu comecei.
- Como?
- Minha primeira vez como professor, não é sobre isso que estamos falando?
- Não!
- Sobre o que é então?
- Esquece!
Sinal: fim do intervalo.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Simpatias eleitorais.

Amigo candidato.
Você que disputa uma vaga na Câmara Municipal de sua cidade.
Segue abaixo uma simpatia única e exclusiva para você se eleger nessas eleições de 2012.
É só seguir passo a passo e correr pro abraço.
Até a vitória!

1. Levante cedo, tome banho gelado e vá pedir voto.
2. Estude e descubra a função de um Vereador.
3. Aprenda um mínimo da nossa língua materna.
4. Siga a Constituição Federal.
5. Não prometa o que não pode cumprir.
6. Não compre votos.

 E para o amigo candidato a Prefeito, também temos simpatia:
1. Levante cedo, tome banho gelado e vá pedir voto.
2. Não usar 3 verbos na mesma frase: "Prometo tentar conseguir uma creche para a cidade".
3. Não fazer promessas genéricas: "Vou apoiar a saúde", "vou investir em educação".
4. Não use recursos linguísticos que lhe permita não cumprir as promessas depois: "Vou apoiar, na medida do possível", "quero lutar para isso acontecer".
5. Elabore um plano de governo bem feito.
6. Faça discursos coerentes.
7. Afaste-se de influências nefastas.
8. Não compre votos.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Vinícius de Morais nos dias atuais.

Nos tempos de hoje, Rei Pelé não teria feito 1.000 gols como fizera no passado.
Teria feito mais de 2.000.
Hoje em dia com chuteira ultra leve, camiseta de tecido sintético que absorve suor, bola que não absorve água (quem já jogou com as antigas bolas de capotão na chuva sabe que aquilo pesava ½ ton quando encharcada), avanços na medicina ortopédica e fisiológica, melhorias na preparação física e na estrutura dos clubes, e com esse monte de zagueiro ruim no nosso futebol atual, seria muito mais fácil.
Já no campo amoroso há um exemplo análogo.
Se pudéssemos viajar no tempo até a década de 60/70 e trazer para os dias atuais o poeta Vinícius de Morais, conhecido namorador de seu tempo, posso afirmar que não pegaria hoje a quantidade de mulheres que pegou em seu tempo.
Pegaria 3 vezes mais.
Talvez não tivesse se casado 9, mas pelo menos umas 20 vezes.
Hoje em dia com a fraca concorrência (de boyzinhos mais interessados em si mesmos e em seus bens materiais), o papo cada vez mais furado na hora do xaveco, o fim da corte sexual, a quantidade de músicas medíocres que inundam nossos ouvidos, a baitolagem transformando coca em fanta e ainda, com o desenvolvimento da indústria farmacêutica, o Poetinha seria imbatível na arte da conquista.
Ele seria o Usain Bolt do amor e do sexo.
As atrizes mais cobiçadas da Vênus Platinada disputariam a tapas qual acompanharia o Poetinha na boêmia noite carioca.
Das mais jovens como Isis Valverde, Fernanda Paes Leme e Alinne Moraes, até as mais maduras como Patrícia Pilar, Cláudia Raia e Letícia Sabatella, passando pelos filés de Balzac Taís Araújo e Débora Secco.
As musas tipo nissim miojo (5 min e já estão prontas para comer) do BBB cairiam em seu papo como moscas no mel.
Seriam chamadas de Vinicetes, tamanha a rotatividade com que entrariam e sairiam na vida do poeta vagabundo.
Vinícius de Morais seria o “gentil canalha”.
Puxaria cadeira da mesa, abriria porta do carro, daria flores e faria versos às mulheres, mas sempre deixando a dúvida nelas: onde terminaria o cavalheirismo e começaria o sentimento de culpa no cartório?
Sei não... acho que ele logo se cansaria e pediria para voltar aos anos 60/70, não sem antes levar alguma música do nosso tempo para mostrar aos amigos de seu tempo, pedir mais uma dose do melhor amigo do homem, o “cachorro engarrafado” e dizer:
- Olhem só o que fizeram com a música brasileira!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Tenho me sentido meio Lost ultimamente.

Estava eu em casa, anos atrás, quando uma irmã me disse:
- Vai começar uma série hoje e este 1° episódio vai ter duas horas de duração e será transmitido simultaneamente em 3 canais.
Tratava-se da série Lost, fenômeno de audiência que em sua 1ª temporada hipnotizou telespectadores com uma rede de enigmas que pouco a pouco além de não serem solucionados, aumentavam na medida que as temporadas se sucediam.
Depois do impacto inicial dos 2 ou 3 primeiros anos, perdi a graça.
Assistia apenas para ver o final que teria.
Queria ver apenas o final, queria saber como é que conseguiriam sair Ilha e que Ilha era aquela.
Talvez para compensar a frustração de nunca ter visto os meninos da Caverna do Dragão voltarem para casa.
Lembro de um episódio, o último de uma das temporadas, em que o Dr Jack se encontra com outros personagens, num futuro já fora da Ilha, totalmente abandonado, em estado de miséria física e moral e lamenta:
- Não deveríamos ter deixado a Ilha.
Não acreditei no que ouvi. Como poderia lamentar algo que durante anos lhe consumiu corpo e mente em busca da sobrevivência?
Muito mal comparado, o Blogueiro sente hoje o mesmo em relação à PUC/SP.
Os anos que lá passei - 2010, 2011 e parte de 2012 - pareciam, na época, intermináveis.
O curso era excelente, colegas de classe idem, professores nem se fala; mas a distância, as intermináveis horas de viagem dentro de um ônibus, a pressão pela dissertação e defesa, tudo fazia parte de um universo de esgotamento físico e mental deste blogueiro.
Recordo que certa vez, num busão pra variar, viajava quase que sozinho, era uma tarde de agosto, o céu daquela cor avermelhada anunciando que a tarde já se escondia no horizonte, me deu um nó na garganta terrível.
O mesmo nó que tive certa vez assistindo, sozinho, ao Forrest Gump pela enésima vez. Nunca entendi porque naquele dia, e só naquele, tive esse nó assistindo ao um filme que já conhecia e nunca antes me provocara tal reação.
Mas voltemos à viagem de ônibus...
Naquele dia, tudo o que eu mais queria era que esse mestrado acabasse, que eu pegasse meu merecido título de Mestre em Educação: Currículo e seguisse com a minha vida de professor.
Eu me perguntava: Pra que fui inventar isso?
Hoje, passados tantos sufocos de mais de 2 anos de idas e vindas duas vezes semanais à Sampa, sinto muita falta.
Falta de tudo: do aperto do metrô e circular, da chuva, das leituras que achava que não daria conta de serem feitas, da espera pela aula no refeitório após almoçar, dos colegas de sala, dos embates com professores, das lições e dos fumos da orientadora, dos horários apertados, de ir a pé até o metrô pra economizar $ do táxi, dos horários mais malucos para pegar busão, e é claro, das intermináveis horas dentro de um ônibus sabendo que o que eu fazia era bom para meu futuro.
Hoje, passado e vencido tanta coisa, olho pra trás e digo: Eu não deveria ter deixado a PUC.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

5 anos de Blogueiro.

Há exatos 5 anos atrás, este maluco que vos escreve aboletava de deitar no papel seus pensamentos sobre tudo o que lhe envolve.
Naquele distante 25 de setembro não imaginei que um Blog poderia se tornar naquilo que é hoje.
Não imaginava que mais de meia dúzia de pessoas, descontados amigos e familiares, se entusiasmariam a diariamente digitar meu nome em seus navegadores e assim saber algo sobre o que eu penso no dia.
Vieram as primeiras 100 visitas, 500, 1.000, 2.000, 5.000, 10.000, 22.000 e o blogueiro foi convidado a pagar, caso quisesse continuar a brincadeira.
Não paguei, troquei de provedor.
E aqui estou, com o auxílio do Feicebuqui, dando sequência ao trabalho que começou lá trás e não tem data para terminar.
Um espaço independente e coerente.
Não imparcial como tantos por aí se dizem, porque não sou jornalista e portanto não tenho compromisso com a imparcialidade.
É um blog de opinião, e a minha opinião. Afinal o nome do Blog é orandesrocha.blogspot.com.br.
Sou parcial, ostento isso e não tenho pudor (até porque não tenho rabo preso), não uso este blog como instrumento de vingança, nem para auto promoção, seja ela política ou social.
Não dou a mínima se tive 10 ou 100 acessos no dia, muito embora já tenha, em alguns casos, escrito textos sobre política só pra ver a repercussão. Sempre causando polêmica naqueles que lêem meus textos com um certo amargor, e o bom é saber que os incomodo e dizer que suas opiniões não me importa a mínima.
Aliás, sempre recomendo que devem ler meus textos com um sorriso no canto da boca, os textos ficam muito mais interessantes.
E muitos assim o fazem, e é por isso que sou tão elogiado.
Mas não busco elogios, escrevo pelo prazer de escrever, porque essa é a forma que encontrei para me conectar com o mundo.
Nem por isso não sou desobrigado de ter responsabilidade. Todos que escrevem para o público devem tê-la, embora nem todos os façam.
É o mínimo que eu devo às pessoas que lêem este Blog.
Por isso não encontrará aqui ofensas pessoais, por isso eu assino todos os textos. Mantenho no blog a mesma postura ética que norteou a minha vida pública.
Alguns veem em mim um exemplo, e baixaria e sensacionalismo não seriam coerentes com a minha conduta moral.
Manter-se no ar por 5 anos e receber dos leitores um atestado de credibilidade, é motivo pra orgulhar.
Meu muito obrigado a cada um de vocês que me acompanha, seja de agora ou de 5 anos atrás, quando comecei a escrever no antigo blog.
E já que ficaram me aturando nestes 5 anos, os convido (pra desespero dos invejincompetentes) para me acompanhar por mais 5 anos.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Cerveja e bate papo.

Corro o risco de ser perseguido pelo politicamente correto mas, a vida sem uma cervejinha não tem graça.
Que me perdoem os abstêmios, mas um bom bate papo regado a uma cervejinha é um dos grandes prazeres do homem contemporâneo.
Tudo dentro do limite, evidentemente.
Graças ao néctar da cevada ficamos ricos por alguns instantes, fazemos planos para ajudar família, amigos e a cidade em que vivemos. Até o mais selvagem capitalista se marxiza após meia dúzia de geladas louras de balcão.
O Blogueiro não só já ficou rico e ajudou todo mundo, como já descobriu como o país evoluir, a educação melhorar, conquistar aquela guria e o Corinthians vencer o Chelsea. Tudo graças à Skol.
Pena que após o efeito passar vem, com a ressaca, um choque de realidade.
Talvez a dor da ressaca não seja física, mas o corpo somatizando a frustração da nossa limitação.
Se por meio da práxis – ação/reflexão/ação - que a teoria se consolida, a ressaca interrompe a práxis etílica.
Quando bebemos (ação) refletimos sobre as possibilidades de um mundo melhor (reflexão) e as epifanias alcoólicas são interrompidas pela ressaca que nos impede de executar (ação) aquilo que fora tão brilhantemente planejado durante a bebedeira.
Faz mal não, semana que vem refletimos de novo.
Num desses devaneios etílicos, o Blogueiro e um amigo criou uma dupla sertaneja capaz de deixar Gusttavo Lima e Michel Teló sem shows para fazer.
Uma dupla com agenda de shows lotada no Brasil e Exterior.
Trata-se do fenômeno "John Peter & Cristian". Uma dupla que cantaria as mais genuínas músicas do cancioneiro sertanejo brasileiro, traduzidas para o inglês.
Com o objetivo de ganhar mercado lá fora, algumas músicas seriam traduzidas, ficando no idioma bretão da seguinte maneira:

- Lady in red.
- Blue nightclub.
- Yellow suitcase.
- I slept in the square.
- I go to Goiás.
- Phone mute.
- Dreaming of a trucker.
- Coveted doll. 

Dentre outras...
Seria a certeza do sucesso!
Enquanto não acontece, o jeito é esperar pelo próximo fim de semana.
Boa segunda a todos vocês.

domingo, 23 de setembro de 2012

Nos palanques da vida!

Paulo Henrique Ganso era, até outro dia, ídolo no Santos.
Santistas exautados chamava-no de maestro, melhor 10 depois de Pelé, gênio, etc etc etc
No time santista, até muro com ele pintado tem. Por enquanto...
Bastou o desentendimento dele com a diretoria e sua vontade de trocar de ares, que todo o endeusamento acabou.
Novos adjetivos começaram a circular na boca dos antigos admiradores: traidor, chinelinho, duas caras, mercenário etc etc etc...
Já vi isso acontecer em política.
Muitos candidatos outrora adversários sobem em palanques lado a lado com grande desenvoltura.
Como se nada houvera acontecido!
Os motivos desta mudança serão sempre incógnitas, sendo que na maioria das vezes a verdade não é revelada. Mas na maioria das vezes, sabemos muito bem que é cargo para si ou familiares, promessas de livre trânsito na administração pública, alguns benefícios materiais,...
Nesses meus mais de 14 anos de vida pública, já ouvi muita coisa de muitos políticos.
Pena que não tenho como provar mas, se eu fosse falar o que já ouvi certos políticos falaram sobre pessoas que hoje são aliados, seria o bastante pra começar uma guerra civil na cidade.
Aliás, não só de aliados, mas o que já ouvi políticos falarem sobre certas lideranças e eleitores, seria o bastante para essas pessoas, se acreditassem em mim, tirar bandeira da casa e adesivo dos carros e não mais votar.
Resta saber se aqueles que sabem que foram ofendidos não estão "se fazendo de morto" para vingar dos antigos algozes no momento oportuno.
Ah se eu tivesse um gravado, ao longo desses mais de 14 anos, conversas que tive com muitos figurões que hoje abraçam seus antigos desafetos.
Claro que política não é como futebol (embora em Ipuã a eleição seja de torcidas, não de candidatos) que mesmo com o time mal, a gente torce. Em política, se seu time vai mal, você tem todo o direito de trocar. Aliás, deve trocar.
Eu mesmo o fiz, num processo que começou no final do ano de 2001 e terminou em 2002.
Ao ver que a administração que eu ajudara a eleger estava pior que a anterior, que nós tanto criticáramos, vendo que nenhuma promessa de melhoria na cidade feita durante a campanha estava sendo cumprida e vendo certas pessoas nefastas assumindo cargos públicos e deles usando para interesses particulare$, caí fora.
Jamais sujaria minha biografia ficando ao lado de certas pessoas, ainda que com elas não tivesse qualquer contato.
Por uma simples razão: quando se atravessa um chiqueiro, por mais que se desvie para não deixar algum porco te sujar, e assim sair limpo do outro lado, fica, nem que seja o mau cheiro, na roupa da gente.

sábado, 22 de setembro de 2012

Com o lápis na mão.

Nunca estive entre os melhores alunos da sala.
Também nunca estive entre os piores.
O que Matemática, Química e Inglês puxavam minhas notas para baixo do nível do mar; História, Geografia, Literatura e algumas partes da Biologia elevavam minhas notas aos topos das montanhas.
Português e Física eu me virava, às vezes até me virava bem. Mais a primeira que a segunda, mas dava pro gasto.
No terceirão, onde a escola divulgava um ranking que comparava suas notas com as demais notas da sala e também da escola, seja no geral seja por disciplina, consegui figurar entre os 10 melhores da sala na classificação geral, e em algumas das disciplinas citadas, em um ou outro bimestre, cheguei a ocupar o 1° lugar.
Não sei se foi por competência minha ou pelo patamar não muito alto que os demais colegas de sala possam ter imposto nessa disputa.
Seja como for, trata-se de grande orgulho para este aluno que até o 2° Médio nunca foi muito de estudar. Que somente depois do terceirão é que começou vislumbrar que apenas pela educação ele poderia se tornar alguém na vida.
E que se não nasceu com nenhuma habilidade superdotada de aprender as coisas, deveria compensar com dedicação, esforço, empenho e muitas, mas muitas horas de estudo.
Foi o que fiz e tenho feito desde então.
Estudar acaba virando vício. O começo é difícil, requer disciplina extra na sua vontade de fazer, mas depois que você começa não para mais.
Parecido com beber água ou fazer exercício físico, vira necessidade depois que se pega o hábito.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Chovendo canções.

Algumas músicas que mencionam chuva:

Chove Chuva
Chove sem parar...(2x)

Pois eu vou fazer uma prece
Prá Deus, nosso Senhor
Prá chuva parar
De molhar o meu divino amor...

("Chove chuva", Jorge Benjor)

Lá fora está chovendo
Mas assim mesmo eu vou correndo
Só prá ver o meu amor
pois Ela vem toda de branco
Toda molhada linda e despenteada, que maravilha
Que coisa linda que é o meu amor

("Que maravilha", Toquinho e Jorge Benjor).

Olho para a chuva
Que não quer cessar
Nela vejo o meu amor
Esta chuva ingrata
Que não vai parar
Prá aliviar a minha dor...

(Ritmo da chuva", Demétrius).

Eu perdi o meu medo
O meu medo, o meu medo da chuva
Pois a chuva voltando
Pra terra traz coisas do ar

("Medo da chuva", Raul Seixas).

Na rua, na chuva, na fazenda
Ou numa casinha de sapê...

("Na rua, na chuva, na fazenda", Kid Abelha).


Aconteceu o que eu nunca esperava
Uma chuva começava e na festa pôs um fim
Ela foi embora num carro enfeitado
Com seu vestido molhado que o céu chorou por mim.

("O céu chorou por mim", Mococa e Paraíso).

Chuva de prata
Que cai sem parar
Quase me mata
De tanto esperar
Um beijo molhado de luz
Sela o nosso amor...

("Chuva de prata", Gal Costa).

'Cause nothin' lasts forever                  (Porque nada dura para sempre).
And we both know hearts can change (E nós dois sabemos que os corações podem mudar).
And it's hard to hold a candle              (é difícil segurar uma vela).
In the cold November rain                   ( Na chuva fria de novembro).
("November rain", Guns N' Roses).

Ficou alguma de fora dessa lista?

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Desinformação.

No Mestrado, pude ler autores (Michel Foucault principalmente) que abordaram a questão da análise do discurso.
Tenho usado o que aprendi para analisar textos e falas dos candidatos.
Hoje, recebi um panfleto de um candidato a Vereador prometendo projetos que ferem apenas a Constituição Federal e a Lei de Responsabilidade Fiscal, prometendo projetos de lei da competência exclusiva do chefe do executivo e projetos que renunciam receita.
Um total anacronismo com a legislação brasileira.
Prometendo coisas que poderia ter feito quando teve o poder nas mãos, e não o fez.
E mais...
Chama Ensino Médio de 2° Grau; o que não é assim denominado há mais de 15 anos, ratificado pela LDB.
E olha que é diplomado.
Resta saber se trata-se de última tentativa de se eleger ou evitar o vexame de uma votação pífia.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ex atual craque.

Talvez os novos leitores deste espaço não saibam mas, o Blogueiro já foi jogador de futebol.
E dos mais versáteis.
Hoje, limito à pelada aos sábados, junto com a galera que treina lá no "Orandão" e vez por outra defende as cores (ainda não definidas) do "Escravos da Alegria F.C.".
No presente, dada as limitações físicas impostas pelo tempo e pelo sedentarismo, virei zagueiro. Muito embora vez por outra arrisco uma ou outra jogada no ataque (desde que não esperem que eu volte caso perca a bola ou tome contrataque).
Quando estou em melhor forma, até brinco armando jogadas, um meia clássico, o típico 10, embora destro.
Como zagueiro, sou um misto de Gamarra com Domingos da Guia; no meio campo, algo entre Zidane e Rivelino.
Mas voltando ao meu passado futebolístico...
Eu era ponta direita, numa época em que ainda havia pontas no futebol.
Certamente os leitores mais jovens devem estar se perguntando o que eram - e o que faziam - os pontas no futebol.
Defendia as cores do "Esperança FC", um time amador aqui da nossa cidade onde a maioria da molecada apaixonada por futebol treinava. O técnico era o Prof Benê (que acabo de aceitar o convite no feicebuqui, o que me serviu de gatilho para estas reminiscências).
Naquela época também haviam laterais (hoje substituídos muitas vezes por alas) e que eram impedidos de descer ao ataque. Sua função era marcar os pontas, fazendo uma função defensiva do meio campo pra trás.
Quem me marcava, ou pelo menos tentava, era um lateral esquerdo chamado Leonardo Nascimento (olha que mundo pequeno), o mesmo que no presente está fazendo sua estreia na política pleiteando a vaga do Prefeito na refrega municipal de 2012.
Não cheguei a ser um Jorge Henrique porque raramente voltava pra ajudar na marcação, estava mais pra Marcelinho Carioca, nos áureos tempos. E que o Prof. Benê não me desminta, por favor!
Os estádios da cidade na época eram: Santana (uma espécie de Maracanã, apenas para grandes jogos), Piscina de cima (o Centro de Lazer do Trabalhador, nossa verdadeira casa), Capelinha (onde os jogos quase sempre acabavam em confusão) e Barranco (onde os jogos sempre acabavam em confusão).
Joguei fora da cidade em algumas oportunidades: Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia (campinho da Morlan), Fazenda São Luiz e São Joaquim da Barra (campo do Ceribeli).
Caso algum dos meus 9 leitores estranhou nomes de lugares e fatos aqui narrados, não se preocupe, apenas quem já passou pela nebulosa faixa dos 30 saberá decodificar este texto.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A guerra das bandeiras.

Em 2004, foi o ponto alto da campanha: amarrar bandeira nos postes de energia das casas.
Em 2008, um acordo verbal entre os dois candidatos pôs fim ao bandeiraço nas casas e nas ruas.
Neste ano, quando tudo caminhava para uma eleição morna, os ânimos acirrados após a 2ª metade da refrega municipal, ressuscitou o velho instrumento. Com uma novidade: estão amarrando não apenas nos postes de energia, mas na "cumieira" das casas, antenas de Tv, usando bambu como se fosse santo de festa junina,... vale tudo para demonstrar sua paixão pelo seu clube partido político.
E com a prática vieram os problemas.
Já teve eleitor reclamando que candidato amarrou bandeira sem autorização, invasão de privacidade (voyerismo), ajuda de custo para quem hastear a bandeira em sua casa, bandeiraço na madruga, gente que jamais imaginei que soubesse escalar um muro, subindo e a amarrando bandeira, etc...
São os candidatos correndo atrás da boa parcela do eleitorado que se mostra indiferente às duas candidaturas apresentadas. São os votos brancos, nulos e indecisos que, dizem, somam 20% do eleitorado atual ipuanense.
Em outras palavras: 2.000 votos livres, leves e soltos, que podem decidir o rumo dessa disputada eleição.
Concordo com toda e qualquer manifestação política de propaganda, mas ainda acho que o bom e velho corpo a corpo convence mais que bandeiras tremulando, que servem bem ao propósito de dar volume à campanha, mostrando que os candidatos estão às ruas levando seu número.
Quando às "bandeirantes" nas esquinas da cidade, melhor seria se os candidatos treinassem seus cabos eleitorais para fazer um trabalho de persuasão junto aos eleitores, e não apenas agitando bandeiras nas esquinas.
Enfim, para mim eleição se faz com pessoas, com difusão de ideias, com debate ideológico e de programas de governo. 
Nada melhor que uma, ou as duas rádios da cidade, promovessem um debate entre dos dois candidatos. Uma oportunidade única para ambos se dirigirem ao público de maneira direta, sem intermediários.
Só assim saberíamos de fato o que pensa? o que quer? como pretende governar? o próximo Prefeito de nossa cidade.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Fobias.

Você tem alguma fobia?

Pode pensar eu espero...

Não precisa responder como comentário do post, sei que todo mundo tem, uma ou outra, fobia.

Gosto de conhecer novas fobias e procurar seus nomes.

Coulrofobia, por exemplo, é o medo a palhaços.

Pode parecer bobeira, e talvez seja, mas é impressionante como que tal fobia é comum.

Não chega a ser comum como a acrofobia (altura), claustrofobia (lugares fechados), glossofobia (falar em público) ou aracnofobia (aranha), mas sempre descubro um ou outro que tem aversão aos alegres artistas circenses.

Algumas espécies de aranhas são venenosas, lugares fechados são sufocantes, altura pode ser perigosa e falar em público por expor a pessoa ao vexame, mas... que mal faz um palhaço?

No passado talvez, quando o bordão dos circos dizia: "E o palhaço o que é? Ladrão de mulher!!!".

Para os coulrofóbicos de plantão, convido para uma sessão de cinema, aqui em casa, amanhã, com o filme "Palhaços assassinos".

Brincadeira gente... pode vir que vai ser só o DVD do Patati Patatá.

Mas para não ficar apenas curtindo uma com a fobia dos outros, vou revelar alguma das minhas próprias fobias.

- Tenho medo daqueles insetos barulhentos, que voam trombando na lâmpada e na parede. Não sei o nome daquelas criaturas horrorosas, nem sua espécie, só sei que tenho medo.

Não se trata de entomofobia (insetos), pois minha aversão é específica a estes insetos.

- Assim como tenho medo de mariposa da luz. Aquelas borboletinhas marrons que ficam trombando nas lâmpadas. Minha fobia a elas melhorou depois que conheci a música "As mariposas", de Adoniran Barbosa.

Chama-se motefobia, o medo de mariposas.

-  Tenho medo de estrada que atravessa floresta.

Não sei bem se existe nome, mas deve ser um misto de hodofobia (estrada) com hilofobia (floresta).

Assim como não sei a causa, mas só de imaginar que estarei num carro por uma estrada que corta uma floresta, já fico ansioso.

- Não tenho fobia a sangue (hemofobia), desde que seja sangue dos outros.

Já do meu próprio sangue tenho uma fobia danada (autohemofobia?).

- De cães (cinofobia) não tenho apenas medo, tenho é ódio também.

- Confesso que, junto com George Clooney e Leonardo Di Caprio, sofro de gamofobia.

Outras fobias curiosas que tenho e espero algum psiquiatra denominar (antes de me internar):

- Banheiro de posto de gasolina de beira de estrada (principalmente se for para esperar, no carro, a acompanhante).

- Reportagem sobre economia doméstica.

- O planeta ser dominado (e consequentemente, destruído) pela Monsanto.

- Corinthians perder um título.

domingo, 16 de setembro de 2012

Nos palanques da vida.

Ontem tivemos o primeiro comício da temporada de comícios 2012 em Ipuã.
Ao assistir, não deu pra não lembrar do meu primeiro discurso em comício.
Naquela eleição, a de 2000, os candidatos "treinavam" falar em público em reuniões nas casas dos eleitores, quase mini comícios para uma plateia de uma ou duas centenas de pessoas.
Servia como aperitivo para o prato principal: o comício.
Foram realizados 5 comícios naquela eleição e, me deixaram pra falar no último.
Praça Matriz lotada (2.500 pessoas, estimaram) e lá fui eu, com 23 anos de idade fazer um discurso de pouco mais de 10 minutos.
Fui o 2º a falar.
Ansiedade, adrenalina e uma vontade louca de falar tudo o que eu pensava.
Pedi para, ao ser anunciado, que tocassem a música "Coração de estudante" do Milton Nascimento, que eu usava na campanha.
Ao ouvir os primeiros acordes pensei "é agora".
E lá fui eu "enfrentar" a plateia.
É uma emoção inexplicável: você é chamado ao microfone em meio a músicas, aplausos, gritos e bandeiras agitadas. Ao pegar no microfone, a algazarra dá lugar a um silêncio onde se é capaz de ouvir até tosse de alguém da multidão.
E entre o silêncio da multidão e o começo do discurso, passam-se 3 intermináveis segundos. O bastante para baixar a adrenalina e começar a falar.
Uma emoção que acho que todo mundo deveria experimentar nessa vida.
Pois é... confesso que sempre que assisto a comícios como o de ontem, me dá uma vontade maluca de estar lá em cima, de sentir essa emoção, de sentir o frio na barriga que sempre senti antes de cada pronunciamento.
Além é claro, de uma pontinha de inveja dos colegas que ontem discursaram.
O que ameniza um pouco isso tudo, é este blog. E saber que ainda vou sentir essa emoção outra vez, antes do que imaginam.

sábado, 15 de setembro de 2012

Com o giz na mão.

Sempre gostei de ilustrar minhas aulas, quando possível, com músicas.
Seja na forma ou no conteúdo, sempre procuro alguma música que ilustre bem a matéria dada aos alunos.
Certa vez me liga uma diretora chamando para substituir uma professora que faltara, numa sala de ensino médio na escola estadual.
Fui chamado em cima da hora e a professora não deixou nada preparado. Apenas que ela estava falando sobre escravidão no Brasil.
Foi a deixa para eu usar uma aula que tinha pronta há algum tempo.
Usando a música "Vai passar" do Chico Buarque, consegui dar uma aula bastante interessante, muito embora essa música tenha um duplo sentido, critica dois momentos históricos do país, porém ambos caracterizados, cada um à sua maneira, como opressor às liberdades individuais.
Num primeiro momento, há a crítica sobre a escravidão no Brasil colonial; em outro, a crítica ao regime militar no Brasil dos anos 60 e 70.
Segue abaixo a letra (em azul) e algumas explicações (em vermelho), e o vídeo que, fosse hoje, ilustraria a aula.
Ficou um pouco extenso mas vale a pena.

Vai Passar 
(Chico Buarque e Francis Hime).
 
Título:
- Em princípio refere-se à escola de samba que vai passar pela avenida.
- Entretanto, pode ser visto também como expressão de que o momento histórico seja passageiro. Algo sofrido mas que vai passar, não é permanente. Um mal que não durará para sempre.

Vai passar nessa avenida um samba popular
Ratificando a ideia do título, apresenta um cenário de avenida por onde uma escola de samba irá passar no desfile carnavalesco.
Cada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais
O samba, ritmo de fortes elementos da cultura afro, é algo que no Brasil transcende às raças.
O brasileiro tem o "samba no pé", não importa a cor da pele. Portanto há aqui uma valorização da contribuição da cultura africana, trazida pelos escravos, na constituição da cultura brasileira.
Ao falar "ancestrais", Chico Buarque salienta a África como berço do Homem.
Num tempo página infeliz da nossa história,
passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Esta estrofe reforça duas vergonhas nacionais: Escravidão do negro no Brasil e o regime Militar pós 64.
"Página infeliz da nossa história", que as novas gerações não conhecem não é apenas a escravidão no Brasil, mas também o regime militar.
Ambos foram marcados pela falta da liberdade de uma parcela significativa da população e pela opressão da elite dominante.
Dormia a nossa pátria mãe tão distraída
sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
O Brasil é visto aqui como uma pátria mãe gentil, que não pode ser condenada pela barbaridade cometida pelos seus governantes, sobretudo a elite agrária brasileira que fez do comércio de escravos (tenebrosas transações) a base da economia colonial dos séculos XVII - XIX.
O Brasil, nação, não pode ser responsabilizado por esse crime cometido pela elite agrária.
Seus filhos erravam cegos pelo continente,
Tanto pode ser os escravos que atravessavam o Atlântico vindos do continente Africano para cá; como pode representar os exilados políticos que tiveram de deixar o continente americano para não ser presos, torturados e mortos.
Em ambos os casos, temos a perda da liberdade, os maus tratos e a violência contra seres humanos, protagonizados pelos então governantes.
levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
Os negros escravos ajudaram a construir um país para brancos.
As obras que eles eram obrigados a construir, não tinham as características da sua cultura, mas da cultura branca que lhe forçava a trabalhar em péssimas condições de trabalho.
Construções estranhas para eles mas que por força das circunstâncias eram obrigados a construir daquela maneira.
E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval,
o carnaval, o carnaval
Carnaval é a festa popular onde mesmo o mais simples cidadão tem direito à alegria.
Para os escravos eram dias de festejar sua própria cultura, para os perseguidos políticos da ditadura, a oportunidade de esquecer os momentos de terror que o país vivia.
Vai passar, palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
e os pigmeus do boulevard 
A teoria de que no carnaval mesmo o mais modesto folião tem seus dias de rei, pois o carnaval é (ou pelo menos era) uma festa popular sem distinção de classe social, é representada pelas metáforas do "Barões famintos" (o pobre tendo seu dia de nobre), "Napoleões retintos" (negro escravo, tendo seus dias de Imperador), pigmeus do boulevard (fantasias semelhantes aos adornos da avenida francesa).
Meu Deus vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade até o dia clarear
Clama por Deus para que olhe a chegada da liberdade, tanto dos escravos, um processo finalizado com a abolição da escravidão no Brasil em 1888, como a liberdade dos perseguidos políticos, um processo encerrado com a abertura política e a convocação de eleições diretas (Diretas Já) no país.
"O dia clarear" é uma metáfora, simboliza que novos - e melhores - tempos estão porvir. Tempos de liberdade, do fim da opressão.
Ai que vida boa, ô lerê,
ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral vai passar.
"Sanatório geral" seria a hipotética escola de samba criada por Chico Buarque, que apresentou na avenida o samba enredo acima descrito.

Felizmente tanto a perseguição política da ditadura militar brasileira, como o regime de escravidão promovido pela elite agrária do país, são "páginas infelizes da nossa história" que não se repetem hoje em dia.
Ao menos, não de maneira institucionalizada, haja visto que ainda não temos uma liberdade de expressão 100% (exemplo disso é jornal O Estado de SP que está sob censura há 3 anos, impedido de manifestar-se sobre processos envolvendo a família Sarney).
E o trabalho escravo, não do homem como mercadoria, mas manifestado nas condições desumanas de trabalho que muitos fazendeiros submetem trabalhadores em estado de vunerabilidade social, que ainda é uma triste realidade nesses confins do Norte, Nordeste e algumas regiões de Goiás e Minas Gerais.




sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Pacto pela Juventude.

Você sabe o que é o Pacto pela Juventude?
Não? Nem eu sabia até hoje.
E talvez, teu candidato nestas eleições também não saiba.
Muito embora tivesse a obrigação de saber.
Trata-se de uma iniciativa proposta pelo Conselho Nacional da Juventude, para que governos Federal, Estadual e Municipal (por meio do conselho municipal de juventude, que não existe em Ipuã e não sei se algum vereador já cobrou sua ausência por meio de requerimento) se comprometerem com as políticas públicas de juventude em suas ações e programas, e aos candidatos a prefeito e a vereadores para que incorporem as demandas juvenis em suas plataformas eleitorais.
O pacto é um termo de compromisso criado pela CNJ e que cada município pode adequar à sua realidade, um documento a ser entregue aos candidatos para assinarem publicamente, comprometendo-se em implementar uma política pública para a juventude de sua cidade.
Tomei conhecimento em razão da divulgação que o Conselho Municipal da Juventude de Guaíra fez, do evento de assinatura a ser realizado na Casa de Cultura da cidade amanhã, com a participação dos 2 candidatos a Prefeito além de 3 candidatos a Vereador de cada candidatura.
Além de assinar, os postulantes ao cargo do Executivo e Legislativo, debaterão entre si e com a plateia, suas propostas acerca da política para a juventude Guairense.
Segundo os organizadores, é uma boa oportunidade para os jovens conhecerem o que pensa e o que pretende, e principalmente, se entendem do que estão falando, as pessoas que governarão a cidade pelos próximos 4 anos.
Achei tão interessante a ideia que, mesmo não votando em Guaíra, amanhã estarei presente ao evento.
E como seria bom se tivéssemos algo assim em nossa cidade.
É o amadurecimento da democracia, sabatinar os candidatos para ver se eles conhecem dos assuntos ou apenas reprisam velhos chavões ou frases de efeito que ouviram de outrem?
Bom seria se profissionais da Educação, da saúde, servidores municipais, também fizessem o mesmo. Uma reunião para ouvir dos candidatos suas propostas, apresentar-lhes reivindicações, um debate entre eles sobre o que é viável para Ipuã e principalmente, que respondessem (ou pelo menos tentassem) as dúvidas de muitos eleitores desta cidade, que não querem empregos, fogos, cerveja ou bandeiras nos postes de energia de suas casa; mas que querem respostas das pessoas que nos pedem votos sobre os assuntos inerentes à administração pública.
Até mesmo para poder distinguir quem merece de quem não merece.

Panfleto que o CMJ de Guaíra distribuiu convidando os jovens a particpar do evento.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Minha torcida nas minhas outras cidades.

O Blogueiro, devido a neutralidade política adotada no pleito municipal ipuanense deste ano, e justamente por não manifestar posicionamento político, até porque não o tenho até o presente momento, foi instado a manifestar-se sobre as preferências eleitorais nas minhas outras duas cidades: Guaíra/SP e São Paulo - Capital.

Na vizinha Guaíra, dois candidatos disputam o pleito de 2012 em condições de igualdade.
E também naquela cidade não consigo apontar um deles que eu queira ver como vencedor. E por razões afetivas.
Tenho uma excelente amizade com a esposa de um dos candidatos, amizade que remonta ao tempo em que ela trabalhou numa agência bancária aqui em nossa cidade.
E o filho do outro candidato foi meu aluno e, por extensão, também tenho com ele uma relação de amizade, consolidada em churrascos e botecos na vizinha cidade.
Não conheço a fundo o trabalho dos dois postulantes, sei que ambos já foram Prefeitos e deixaram boas marcas na administração pública da cidade.
Bom pra cidade que tem na disputa, dois candidatos com experiência política, o que é fundamental para adminsitrar uma cidade nos próximos anos com a crise econômica que se vislumbra no país.

Em Sampa, onde nenhuma afinidade por amizade me prende a nenhum candidato, a situação é mais fácil.
E minha torcida pela prefeitura da capital pode ser assim definida:
- Haddad, jamais. Não torço em títere de Mensaleiro (foi indicado o Ministério da Educação por Zé Dirceu), que junto com Lulla vendeu a alma ao Paulo Maluf para tentar se eleger.
- Se não torço para quem se une ao Maluf, o que dizer do seu filhote? Por isso não voto em Celso Russomanno, o Menino Malufinho.
Não bastasse sua umbilical ligação com o ex Prefeito e ex Governador, tem ainda o apoio da IURD que, como se sabe, costuma cobrar, de quem ela apoia, uma conta maior que a que cobra de seus fiéis.
- Serra também não torço. Apesar de uma razoável passagem pela Prefeitura, acredito que trata-se de um político em fim de carreira.
Não se reciclou, manteve-se preso aos velhos sistemas políticos do neoliberalismo falido que seu partido insiste em ostentar.
- Chalita, que ostenta a bandeira da Educação e é da PUC/SP, até poderia ter da minha parte alguma torcida, não fosse a constante mudança de partidos que desnorteou sua orientação política. Nasceu no PSDB, saltou para o PSB e desembarcou no PMDB.
Não dá pra entender.
- Eymael e Levy Fidelix, nada a declarar, este Blog se recusa a comentar palhaçadas.
Eis que para a minha grata alegria, existe uma candidata que merece minha torcida.
Morasse em São Paulo, militaria em sua campanha.
Pena ser uma campanha modesta e pouco planejada, pena ela ter pouco tempo na TV e pena ela não contar com uma estrutura de campanha que lhe permita um melhor desempenho eleitoral.
Mais pena ainda ela ser palmeirense.
Trata-se da jornalista Soninha Francine, a quem admiro desde quando trabalhava na ESPN e escrevia na Folha de SP.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Superstições eleitorais.


Se você for supersticioso, favor não ler este texto.
E se não for bem humorado, também!

01 - Todas as vezes que a música Balança Brasil foi usada como tema de campanha por algum candidato, o candidato perdeu a eleição.
Foi usada duas vezes para Prefeito e uma vez para Vereador.
02 - Toda vez que o Corinthians foi campeão de torneio na série A, em ano eleitoral, o PMDB saiu-se vitorioso na eleição pra Prefeito: 88 e 2000.
03 - Por outro lado... Sempre que o Corinthians sagrou-se campeão de torneio na série A, em ano eleitoral, um Corinthiano foi eleito prefeito (nessas eleições, os 2 candidatos torcem pelo timão).
04 - Itamar Romualdo é o político que mais tempo ocupou o cargo de Prefeito, 3 mandatos (12 anos) e tenta, pela 1ª vez, eleger um sucessor que não seja si próprio.
05 – Na única vez que um candidato com apelido de Nenê enfrentou um candidato formado em agronomia, ele perdeu a eleição. O antecessor também era Itamar Romualdo naquela ocasião.
06 - PPS nunca perdeu uma eleição para Prefeito em Ipuã.
07 – Na última vez que Gian e Giovani fez show na Expuã em ano eleitoral, quem  venceu a eleição foi um candidato da oposição.
08 – Por outro lado... na última vez que Gian e Giovani fez show na Expuã em ano eleitoral, um candidato com apelido de Nenê perdeu a eleição.

PS: O Blogueiro ressalva que pessoalmente não possui absolutamente nenhuma superstição e que, cético que é, resguarda apenas o direito de uma ou outra esquisitice quando se trata de final de futebol envolvendo o Corinthians.
Embora cético, não custa arriscar, ainda mais quando o assunto envolve o Corinthians.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Expuã 2012 - Balanço final.

Encerrando de uma vez por todas, pelo menos este ano, segue abaixo um balanço pessoal sobre a Expuã 2012.

01 - Sucesso de público.
Apesar da "concorrência" com um rodeio próximo (70 Km), na cidade de Nuporanga, onde centenas disseram que iriam, mas poucas dezenas de fato foram, a Expuã 2012 conseguiu atrair um bom público ao longo dos 4 dias do evento.
No "olhômetro" acho que:
Menor público: Grupo Rhaas (sexta feira).
Maior público: Emílio e Eduardo (sábado).

02 - Bebidas destiladas.
As popularmente conhecidas como "bebidas de dose" vêm perdendo espaço a cada ano na Expuã.
A primeira barraca a deixar de vender foi a do CEARDI, no ano passado. Incidentes em anos anteriores fizeram com que a direção da entidade optasse por não vender, evitando assim incidentes futuros.
Se outra entidade vendeu batida, o Blogueiro não viu (favor informar quem souber).
Também não houve barraca vendendo whisky, pra tristeza do Blogueiro que, ao conseguir entrar com whisky no recinto (dentro de uma latinha de guaraná), se sentiu quase que um Al Capone na Chicago dos anos 30.

03 - Segurança.
Mais uma vez não foi presenciado grandes incidentes, nem nenhum tumulto gerado por brigas.
Economiza-se em tudo, menos na estrutura da festa e na segurança, no que os organizadores estão de parabéns.

04 - Rodeio.
Não gosto, não entendo, logo, não comento.
Quem acompanha, diz que foi bem organizado.

05 - Boate.
Informações me deram conta de que o público na boate ficou a desejar.
Apenas no sábado a "casa" teria de fato uma boa lotação. Nos demais, um público em média quantidade.
Boate quem contou com duplas sertanejas, conjunto da cidade e DJ´s de Ipuã e Região.
Não gosto, não fui, falo de "ouvi dizer", se alguém tiver maiores informações, favor deixar como comentário neste Blog.

06 - Estrutura.
Como sempre invejável: Não bastasse o recinto (pouco valorizado por muitos cidadãos) que conta com palco fixo, sanitários, asfalto e tudo mais, a estrutura das arquibancadas e camarotes ficaram excelentes.
Arquibancadas cobertas para 3.000 pessoas sentadas.

07 - Shows.
Sempre passíveis de críticas quanto:
- Aos artistas: o público sempre prefere os cantores do momento.
- Ao estilo: Há quem critique o excesso de sertanejo.
- À duração do show: curto demais, tarde demais,...

08 - Valor dos ingressos.
R$ 35,00 o pacote para 4 dias, adquirido antecipadamente na lotérica da cidade por quase 1 mês antes da Festa, sai R$ 8,75 por noite.
Na portaria, nos 8 anos da atual administração foi respeitado o direito à meia entrada por parte dos estudantes.
Compromisso de campanha que eu defendi em 2004 e que o atual Prefeito "assumiu" como dele, fazendo valer um direito dos estudantes que, até então, era desrespeitado pela Adminsitração Municipal.

09 - Política eleitoral.
Lado negativo da festa.
Ambos os candidatos promoveram seus números dentro da festa, adesivando eleitores.

10 - Política pública para festas e eventos.
Ausente dos programas dos nossos candidatos que, quando falam sobre a Expuã, limitam-se a explicações evasivas que, se enganam boa parte do público, ao blogueiro precisam mais que palavras vagas do tipo "vamos investir na Expuã", "a Expuã será uma festa popular", "vamos trazer shows melhores",...
Quero saber da parte administrativa do evento que tantas vezes já falei no blog.
Quero saber sobre quais as ações a se tomar para que a Expuã deixar de dar o prejuízo que dá e assim não comprometer o erário municipal.
Ideias viáveis e uma mudança nos paradigmas da festa, isso ninguém fala.
Talvez porque não renda voto, talvez porque ninguém pergunte.
Melhor mesmo é prometer Ivetes Sangalos, Luans Santanas,...

E acabou, chega!!!! Não falo mais de Expuã esse ano.