segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Pequeno dicionário Orandiano 2019.

Amor.

Aparecida/SP.

Aquário SP.

Atrasadinha.

Barra: do Sahy, Funda e do Garça.

Casamentos.

Conexões Ribeirão.

Editora Appris.

Entrevista.

Juqueí.

Livro.

Maresias.

Qualificação.

Quermesse N. Sra Santana.

São Paulo.

São Sebastião.

Tauani.

domingo, 29 de dezembro de 2019

Quer ver um imbecil passar vergonha?

Juro que tentei não fala sobre isso.

Até porque acredito que quem defende essa ideia completamente imbecil, apenas o faz para ter 5 minutos de fama e ainda, para se posicionar contra à maioria que de uma hora para outra virou alvo dessa gente.

Mas em pleno século XXI defender que a Terra seja plana, é daquelas coisas que familiares dos defensores sentirão (se é que que já não sentem) vergonha de tê-los como parentes.

Na minha opinião entra no topo das muitas imbecilidades "anti-sistema" propagadas hoje em dia, do tipo: "Nazismo é de esquerda", "não houve ditadura no Brasil", dentre outras...

Abaixo um vídeo onde um terraplanista explica, com argumentos completamente sem nexo e de uma, perdoe ser repetitivo mas não encontro palavra melhor para definir, imbecilidade sem tamanho.

Só não fiquei com vergonha alheia porque quem se presta a papel tão ridículo, tem mesmo de ser achincalhado em público.

Antes do vídeo, segue uma seleção de pérolas do nosso terraplanista, com alguns comentários meus em azul.

"A Terra não é esférica"
Não mesmo, ela é geoide, ou seja, achatada nos polos, mas vai explicar isso ao rapaz?!.

"Não existe sistema solar, a Terra é estacionária e o centro do Universo"

Para ele, o que vemos é uma grande tela no céu.

"A Terra não é um planeta".
Não é só Plutão quem perdeu esse status. a terra também!

"Os planetas são luminares". 
Na cabeça dele, são holofotes acesos, mas não explica de onde ver a energia.

"A terra é coberta por um firmamento e não existe nada além dele".
Extamente, a Terra  é tudo, coberta por uma capa e não existe nada além dela.

"Espaço sideral é um engodo, uma fantasia".
Onde ficam satélites, cometas, etc...? Ou também não existem?

"A Terra não se move e não existe nada além dela".
Olha o Geocentrismo de volta, 600 anos depois!

"Os luminares fazem circunavegação em torno da terra".
Os holofotes são móveis e a Terra fica parada.

"A Terra não está no espaço, ela está estacionária, fixa no oceano primordial, um solo".
O que seria "oceano primordial"?

"Olavo de Carvalho teve a curiosidade de estudar e afirmou que não há como refutar".
Ah bom!!!! Pensei que só imbecis defendiam essa ideia, mas agora vejo que pesquisador respeitado também a defende!

"Conspiração envolveu Newton, Jesuítas, Maçonaria, Einstein,... São Pseudo Cientistas, vendidos pelo sistema para cobrir esse engodo".
Essa conspiração deve ser bem arrumada para unir tanta gente diferente em torno do mesmo complô.

"A sombra da Terra na Lua é causada pela indução eletromagnética do nosso Universo".
Agora ficou claro para mim!!!

Mas o melhor mesmo foi o Heródoto Barbeiro curtindo com a cara do trouxa e ele nem percebendo; ou percebendo porém atingindo seu objetivo: 5 minutos de fama, ainda que para ser ridicularizado.

Abaixo o vídeo imperdível.



sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Nos Palanques da Vida! [Há 10 anos] (Almoço da Educação).

Há 10 anos atrás eu contava, na série "Nos palanques da vida" a história de como eu criei o evento que ficou conhecido como "Almoço da Educação".

Evento que continuou desde então.

E relembro um causo ocorrido em uma das edições, enquanto estive à frente da gestão da Educação Ipuanense.

Um causo curioso, envolvendo um Orandes bem diferente daquele que vocês conhecem.


Nos Palanques da Vida!

No meu primeiro ano a frente do Depto de Educação de Ipuã, resolvi criar um dia que fosse dedicado à união entre os profissionais da Educação, todos eles, indistintamente, um dia onde diferenças fossem deixadas de lado e todos se unissem, pelo menos naquele dia, em alegria festiva.

Nascia assim o, hoje tradicional, “Almoço da Educação”.

Sempre realizado próximo ao final do ano letivo, no recinto de festas da cidade, o almoço contava com todos os profissionais da Educação, regado a muita comida e cerveja.

Por dois anos seguidos, contratamos uma dupla sertaneja para alegrar o ambiente.

Nesse dia, era proibido falar de trabalho, embora em se tratando de professor, isso às vezes fica difícil.

Houve um ano que o almoço, por conta da disponibilidade do recinto, caiu numa quarta feira e o ano letivo terminaria na sexta. A pergunta que mais eu ouvia era se teriam de cumprir horário ainda nesses dois dias que faltariam.

Lá pelas tantas, imbuído no espírito do congraçamento entre os pares da Educação, com uma leve influência do álcool, subi ao palco e anunciei, aos quatro cantos, que todos os professores estavam dispensados de cumprir horário nos dois últimos dias restantes.

Festa geral!!!

Aplausos, beijos, abraços, cumprimentos,... e diretoras de cara feia comigo, pois ainda restavam alguma burocracia a ser resolvida em algumas escolas.

Paciência... tarde demais, já tava feito.

Resolvi falar sobre esse tema por ter participado, no último dia 23, do almoço da Educação. Pude rever muita gente que trabalhou diretamente comigo e conhecer outros novatos que entraram na era Pós Orandes.

E lá, revi inclusive, o Vice Prefeito da cidade, Wilsinho Buranelo, que por conta da vida maluca de corre corre que cada um de nós levamos, fazia tempo que não o via.

Ao citá-lo nesse momento, me recordo da vez em que quase me tornei Vice Prefeito da cidade de Ipuã.

Acredito que poucos saibam dessa História interessante, mas que vou contar apenas no ano que vem, quando a série “Nos Palanques da Vida” voltar do seu recesso.

Até lá.

A Série “Nos Palanques da Vida” entra em recesso, volta na primeira semana de Março.
O Blog continua...

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Um Natal Feliz a todos e a todas!

Sei que já postei esse poeminha antes.

No Natal de 2015 pra ser mais exato.

Na ocasião, o Blogueiro se arriscou em escrever em versos, o que antes só fizera em prosa.

Trombei com o poema de minha autoria ao conferir o que postei nos Natais passados, e sabe-se lá porquê, resolvi postar de novo.

Acho que porque queria escrever uma crônica sobre uma hipotética visita dos Espíritos do Natal Passado, Presente e Futuro, como naquele conto do Charles Dickens que já virou desenho, filmes e especiais de Natal.

Ano que vem talvez eu arrisque essa crônica.

Tudo para desejar a todos e todas um Feliz Natal!

Segue meu poeminha natalino:

Não dá pra não lembrar...
Não dá pra não lembrar 
Dos Natais da minha infância
Nos meus tempos de criança
Rua Duque de Caxias 
De toda aquela alegria
Não dá pra não lembrar.
 

Não dá pra não lembrar
De quando olhava para o céu
Acreditando em Papai Noel 
Dos presentes que ganhei 
E também os que apenas desejei 
Não dá pra não lembrar. 
 

Não dá pra não lembrar
Da emoção que sentia
Quando chegava este dia
Da visita dos parentes distantes
Da lembrança dos ausentes
Não dá pra não lembrar. 
 

Não dá pra não lembrar
Do cheiro, dos risos, da alegria
que pela casa corria 
nestes dias em especial 
Celebrando o Natal
Não dá pra não lembrar.
 

Não dá pra não lembrar
Da família reunida
Daquela infância querida
O tempo que não volta mais
De meus pais.
Não dá pra não lembrar.
 

Não dá pra não lembrar.
De tudo o que passei
Lugares onde andei 
Mil lembranças a esmo
Não dá pra não lembrar de mim mesmo.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Paulo Freire e Olavo de Carvalho, por suas filhas.

Ser Bolsonarista é direito seu.

Discordar de Paulo Freire também.

Mas desmerecer a importância do maior educador brasileiro sem nem ao menos ter lido nada sobre ele, apenas porque ele é de esquerda, é uma tolice.

Agora, defender que Olavo de Carvalho seja referência intelectual, aí não é tolice, é imbecilidade sua mesmo. Daquelas que não tem defesa, e cuja explicação beira a psicopatia.

Veja abaixo o que a filha de cada um fala sobre seu pai.

Filha de Paulo Freire aqui.

Filha de Olavo de Carvalho aqui.

Nos Palanques da Vida! [Há 10 anos] (Marketing eleitoral)

10 anos atrás, eu falava na série "Nos palanques da vida", um pouco sobre marketing político que usei em campanhas eleitorais.

Texto extenso mas muito interessante.

Vale a pena conferir.


Nos Palanques da Vida!

A falta de dinheiro para a campanha eleitoral sempre me impediu de fazer tudo o que eu sonhava fazer em relação a estratégias de campanha e marketing eleitoral.

Mas se por um lado faltava dinheiro, por outro sobrava vontade e criatividade.
Vontade de minha parte e principalmente, por parte de familiares diretos e amigos, que sem eles não teria conseguido me eleger logo na minha primeira candidatura.

A determinação da minha família em me ajudar ficou claro no último dia de campanha, quando mãe e irmãs cortaram a cidade a pé, distribuindo “santinhos” de casa em casa e levando minha candidatura aos cidadãos ipuanenses.

Mas isso é assunto que espero ainda trabalhar melhor em outra oportunidade.

Hoje vou falar de algumas estratégias que, antes mesmo de realizar os cursos de marketing eleitoral que realizei nos anos que se seguiram ao meu ingresso na vida pública, já faziam parte do meu “arsenal” eleitoral, mesmo que intuitivamente.

Na minha primeira campanha, eu precisava de um logo, uma marca, algo que na hora que as pessoas vissem, lembrassem de mim automaticamente.

Recurso que voltei a usar na campanha de 2004 quando sugeri o coração na campanha do Itamar.

Mas o que usar?

Precisava de algo que estivesse me todo o material e que pudesse ser usado como brinde.
Foi aí que me veio à cabeça uma antiga fixação: trevo de 4 folhas.

Um logo legal, diferente, que usei como brinde (fiz artesanalmente, na impressora da minha irmã e plastificando o trevo de um lado, e do outro, nome e número) e algo que as pessoas não jogariam fora, por ser um símbolo ligado à sorte para quem o tem consigo.

Até hoje encontro pessoas que me mostram os trevinhos guardados na carteira (tanto da campanha de 2000, como de 2004).

Soube mais tarde que o Ademar de Barros usava o trevo de 4 folhas também na época de candidato. Talvez se soubesse isso na época, não teria usado; para não ficar vinculado à figura tão nociva a política brasileira.

O que seria uma pena, pois poucas pessoas lembravam desse fato e eu teria perdido uma chance de usar um símbolo criativo e inteligente na campanha, e que até hoje, mesmo não sendo candidato, virou marca registrada minha.

Em 2004, pude pagar uma gráfica e assim fazer melhor elaborados. Mas nunca me esquecendo que tudo começou de maneira artesanal e muito divertida, imprimindo numa impressora laser-jet na casa da minha irmã.

Elaborei ainda, em 2000, uma espécie de carta de intenções, um texto meu explicando o porque de me candidatar e quais seriam as minhas bandeiras numa possível vitória.

Basicamente, reafirmando minha intenção de trabalhar pela educação e questões referentes à juventude, mas que não seria exclusivamente um candidato dos jovens.

E pra famosa "boca de urna", inventei de embalar balas com meu número, e assim, dava balas na fila da eleição para os eleitores que me pediam o número porque tinha esquecido, e ainda, para os que resolveram de última hora votar em mim.

Essa tática ficou conhecida, tanto que na eleição seguinte um delegado do partido de oposição, que em 2000 acompanhou a estratégia das balas e agora estávamos em lados opostos, me viu na sessão eleitoral e foi logo dizendo:
- Tem balinha aí???

Como quem dizendo que conhecia minhas técnicas e estava de olho em mim.

E eu que nunca me esmoreci diante de ameaças, respondi:
- Tenho sim!

E lhe dei umas duas ou 3, obviamente “frias”, sem meu número nelas.

Como a tática estava conhecida, deixei algumas num bolso sem número, para o caso ser flagrado.

Nessa mesma campanha, usei uns santinhos picotados na parte de baixo ensinando as pessoas a votarem. Assim, ninguém precisava legar o santinho todo para a votação, bastava destacar o picotado que ele virava uma “colinha” com nome e número meu e do prefeito.

Outra ideia legal, essa usada pela regional do partido, foi usar santinhos com receitas no verso, assim as pessoas guardavam. Ganhei muitos santinhos assim e até livrinhos de receita para distribuir aos eleitores como brinde.

Isso sem falar nos slogans, que eu adorava criar, mesmo que sem base científica (pesquisa qualitativa) para tal.

Em 2000 foi: “Um novo tempo, o nosso tempo”; e em 2004: “Rumo a uma Nova Ipuã”.

Hoje com a proibição da distribuição de brindes acabou isso tudo; e a maioria dos candidatos usa o dinheiro - que seria destinado a tais estratégias de marketing - para pagar cerveja, cesta básica, contas de energia,... e por aí vai...

Confesso... dá saudades desse tempo em que a eleição ainda tinha espaço para estratégias artesanais e era bem menos mercenária.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Um Blog que este Blogueiro recomenda.

Com tanta porcaria na internet diariamente entrando em nossas telas diariamente, vale a pena parar um pouco para ler conteúdo crítico e de qualidade.

O Blog do meu amigo e mestre, Prof. Lages é um refresco para os dias em que de tudo que se lê, nada se aproveita.

Lá você encontra textos do professor, suas entrevistas no programa "Conexões Ribeirão" (do qual tive a honra de ser entrevistado), fotos, história de Ribeirão Preto, vídeos e muito mais.

Visite e acompanhe diariamente esse site.

Vale a pena!

O endereço do Blog é www.professorlages.com.br

Preocupante. [Há 10 anos].

Há 10 anos atrás o Portal Terra divulgava uma pesquisa do IBGE sobre o consumo de drogas nas escolas das capitais brasileiras.

Será que esses números hoje seriam os mesmos?

Será que, se realizada nas escolas do interior também, teriam os mesmos números?

Curiosidade: O link ainda está ativo e pode ser consultado.


Preocupante.

Pesquisa do IBGE com Estudantes de escolas públicas e privadas de Capitais Brasileiras apontou:

71% dos estudantes já consumiram Álcool.

24% fumaram cigarro.

09%, já usaram droga (outra) uma vez na vida.

A idade média dos estudantes variou entre 13 e 15 anos.


terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Por que o ataque a Paulo Freire?

Novamente Paulo Freire volta a ser alvo de ataques do Presidente do Brasil.

Presidente que tem todo o direito de discordar das obras do principal educador Brasileiro, mas não o direito de ofendê-lo e desqualificá-lo.

De ofendê-lo, porque não combina com um Presidente de um país, a linguagem baixa e em tom pejorativa contra quem quer que seja, principalmente, repita-se, do principal educador brasileiro.

E de Discordar, porque tenho a mais absoluta certeza que o Presidente Bolsonaro jamais leu uma única obra do Prof. Paulo Freire, em toda a sua nefasta vida.

Como a maioria dos que criticam Paulo Freire, seja nas redes sociais, seja na mídia, o que fazem é seguir bovinamente o que ditam seus gurus. E ambos criticam sem conhecer, apenas porque mandaram fazer ou como explicou Danilo Gentili no vídeo abaixo:


O apresentador passou recibo de ignorante, coisa que, vindo de quem veio, não me assustou nem um pouco

Mas afinal, que foi Paulo Freire e porque anda tão criticado?

Você pode ler o que escrevi sobre ele aqui mesmo no Blog (clique aqui).

Pode assistir ao vídeo abaixo, que explica quem é Paulo Freire e porque é tão atacado por certo um setor específico da política brasileira.



Pode ver o jornalista Josias de Souza resumir bem a razão desses ataques: "Falta de ideias".


Ou pode ainda, procurar aprender sobre o autor e sua obra, livre de qualquer ranço, até porque, ranço não combina com a obra de Paulo Freire.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Nos Palanques da Vida! [Há 10 anos] (EJA)

Há 10 anos atrás, em mais um capítulo da série "Nos palanques da vida" eu falava sobre a reestruturação da EJA, promovida pela nossa gestão à frente da Educação Ipuanense.

Uma experiência  de sucesso e que até hoje me orgulho de tê-la empreendido, sendo considerada por mim uma das mais importantes realizações que fizemos ao longo dos 3 anos e 3 meses de nossa gestão.

Nos Palanques da Vida!


Um dos compromissos da campanha do Itamar em 2004, foi a criação de salas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na cidade de Ipuã e no Bairro da Capelinha.

E coube a mim, a responsabilidade de instituir um programa e alfabetização de adultos que fosse realmente funcional.

Inicialmente, tentei fazer contato com  MEC e trazer para a cidade o programa “Brasil Alfabetizado”.

Decepção!

Era extremamente burocrático e a verba destinada era irrisória, se comparada aos nossos anseios por uma Educação de qualidade.

Após explicar ao Prefeito tais dificuldades, ele resolver fazer “na raça”, com recursos e gestão próprios.

Mas como não cair no mesmo erro que nossos antecessores e suas experiências mal sucedidas?

Um dos problemas que identificamos foi a duração do tempo das aulas.

Alunos do EJA, em sua grande maioria, trabalham durante o dia, e ficar acordado e atento à noite durante 4 horas (das 19:00 às 23:00) é humanamente impossível. E essa era uma das causas da grande evasão de alunos.

Outro fator de evasão identificado foi a localização geográfica das salas.

Sabe-se lá por qual motivo, a única sala de EJA que funcionou durante a administração anterior à nossa, funcionava na Escola Profissionalizante.

Fazendo portanto com que alunos de bairros distantes, não se animassem em enfrentar transporte escolar (nos bairros que eram contemplados), pior ainda para os que iam a pé para estudar. Isso fazia com que o cansaço vencesse a força de vontade.

E um terceiro motivo levantado como causa de evasão, e que resolvemos, dizia respeito as aulas.

Geralmente aulas de EJA são baseadas na alfabetização de crianças, o que difere em muito da alfabetização de adultos.

Além disso, era tudo misturado na mesma sala de aula, alunos com razoável leitura e escrita, com alunos completamente iletrados.

Procuramos separar as turmas: Sala de alfabetização (1ª e 2ª séries) e salas de aceleração para aqueles com razoável compreensão (3ª e 4ª séries).

Tratar os adultos como adultos, parece ser óbvio, mas muitas vezes se incorre no erro de achar que porque não sabem ler, não são inteligentes e maduros.

Para isso, selecionamos a dedo as pessoas para ministrarem estas aulas, pessoas que partiam do princípio de que ensinar a ler é antes de tudo, dar cidadania a estas pessoas.

Pessoas que tinham uma mesma história de vida: tiveram de parar de estudar muito cedo para trabalhar e ajudar no sustento da família e que por força do destino, resolveram recuperar o tempo perdido na fase adulta (alguns até na 3ª idade), e tiveram, no nosso governo, respaldo do poder público para ajudá-los nessa empreitada.

Dessa forma abrimos no 1º ano de governo nada menos que 6 salas: 2 na escola Profissionalizante (para os alunos do alto da cidade e centro), 1 na Escola Monir Neder (para alunos das Cohabs I e II) e 3 salas de aula na Capelinha (o que revela o tamanho da necessidade daquele bairro, sempre esquecido).

Todos com apoio escolar total: uniforme, mochila (nos anos seguintes), merenda, material didático,...

Minha alegria aumentou com o passar dos anos, quando vi que o número de alunos diminuía, apesar dos nossos investimentos: sinal que cada vez mais, tínhamos menos pessoas com pouca ou nenhuma alfabetização na cidade.

Mas minha maior satisfação, foi o testemunho de um senhor que disse que durante anos a fio ele ia ao Banco receber sua aposentadoria e o caixa do banco sempre lhe dava a “carimbeira” para ele “assinar”  nome com o polegar, com sua digital.

Até quem um dia, ele se vestiu melhor que de costume, foi ao banco repetir sua rotina mensal e ao receber do caixa a carimbeira, ele disse com orgulho:
- Hoje não! De hoje em diante, eu vou assinar meu nome.

Foi com imensa alegria que o caixa lhe deu uma caneta e os demais da fila um sorriso. Alguns até aplaudiram.

Me emociono muito toda vez que conto essa história, pois ela reflete o quanto a dignidade de uma pessoa é tolhida, quando se priva o cidadão do direito básico de decodificar um código escrito, coisa tão natural para vocês que me leem agora como respirar, mas que para 10% da população deste país, ainda é um enigma e motivo de exclusão.

Mais que qualquer obra que o Prefeito Itamar tenha feito na Educação (e felizmente foram várias e pude participar de muitas delas), seu maior legado para mim, sempre será a adoção de um EJA eficiente e que pagou parte de uma dívida social que há décadas a classe política tinha com a população ipuanense.

Sou extremamente grato por ter feito parte desse projeto e mais ainda, por ter sido (sem falsa modéstia) seu idealizador e realizador.

Mas não bastava apenas alfabetizar adultos, era preciso “fechar a torneira do analfabetismo”, e impedir que crianças fossem promovidas às séries seguintes sem a devida alfabetização.

Mas essa é outra história...

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Momento Twitter. [Há 10 anos].

10 anos atrás, por vaidade, o Blogueiro anunciava que havia feito matrícula na Faculdade.

E por timidez, não anunciara que era no Mestrado na PUC/SP.

Curiosidade: O título era sempre usado quando o texto no Blog era curto, sempre com alguma informação ou comentário, bem ao estilo do Twitter. Praxe que, felizmente, parei de fazer com o passar do anos.


Momento Twitter.

Desculpe a ausência, o blogueiro passou 2 dias em São Paulo (sem enchentes).

Motivo: matrícula na Universidade (é mole???).

Abraços e continuem visitando este espaço.

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Resumão do Brasileirão 2019

Flamengo: Campeão com todos os méritos. Melhor time, melhor elenco, melhor técnico, venceu todos os jogos que precisava vencer (aqueles jogos que separam homens de meninos) e conquistou seu hexacampeonato com louvor. Parabéns.

Santos: O peixe sonhou com o título mas faltou gás do meio do campeonato em diante. Todas as fichas apostadas no técnico que a bem da verdade, não é nada demais. Faltou elenco ao time da Vila e paz na conturbada política do clube.

Palmeiras: Apontado por 90% dos cronistas esportivos como o Campeão do Ano (houve quem dissesse que ganharia tudo) esses mesmos cronistas mudaram de opinião ao ver que o Verdão era fogo fátuo e que terminaria o ano sem nenhuma conquista. Perdeu para o Flamengo duas vezes, o que lhe custou 2 técnicos.

Grêmio: O time de Renato Gaúcho cresceu após a humilhante eliminação na Libertadores para o Campeão Flamengo até alcançar uma vaga na Libertadores do ano que vem. Talvez tivesse melhor sorte se não apostasse tudo no torneio continental. Mas dificilmente conseguiria rivalizar com o time da Gávea.

Atlhético-PR: O Furacão foi a grande surpresa do campeonato. Jogando bom futebol, com um elenco sem estrelas e um técnico audacioso (que trocou de time na reta final do torneio) chegou a encantar a mídia esportiva, e a vaga na Libertadores (após vencer a Copa do Brasil) corou o ano de 2019 do clube paranaense.

São Paulo: Ainda há quem insista que o SPFC é favorito ao título. Sem vencer nada importante nos últimos 11 anos, mais uma vez o tricolor decepcionou sua torcida com uma campanha onde a vaga na Libertadores foi o prêmio de consolação para um time cuja grande comemoração no ano foi a contratação de Daniel Alves.

Internacional: O vice campeonato na Copa do Brasil e a modesta campanha do Internacional do Brasileirão reforça que o clube não é mais nem sombra do que foi nos anos 70 e no começo dos anos 2000. Pré Libertadores é muito para ele.

Corinthians: Provou o que eu venho dizendo há muito tempo, que o campeonato paulista não serve de parâmetro para rigorosamente nada, é um "engana que eu gosto" que só vale para quem ganha, para quem perde não vale nada. A vaga na Pré Libertadores será só para fazer o time passar vergonha no começo do ano que vem, quando será desclassificado à maneira do Tolima 2011.

Fortaleza: Brigaria por vaga na Pré Libertadores e talvez até na Libertadores se não fosse a lambança de seu treinador, Rogério Ceni, que preferiu deixar o clube para se aventurar na barca furada do Cruzeiro e voltar rapidinho para o clube cearense.

Goiás: Dono de uma das melhores campanhas do Brasileirão no 2º turno, o time goiano se firmou na série A e pode sonhar mais alto ano que vem, se mantiver a equipe e comissão técnica.

Bahia: A vaga na Sulamericana foi a maior conquista do time da Boa terra.

Vasco: melhor carioca depois do Flamengo, o Vasco ficou bem atrás do rival (40 pontos atrás) e próximo dos outros rivais cariocas que quase caíram para a série B.

Atlético-MG: O galo doido quase foi rebaixado novamente para a série B. Vaga na Sulamericana é premio de consolação.

Fluminensee Botafogo: Juntos quase caíram para a série B. O Flu, é o time que todos nós queremos ver disputando a série B, pelo fato de ter usado tapetão para fugir dela anos atrás.

Ceará: 1º Time a escapar da degola e só o fez na última rodada, ao empatar com o Botafogo e assim garantir sua permanência na elite do futebol brasileiro e manter na série A, o clássico regional com seu rival Fortaleza.

Cruzeiro: experimenta seu 1ª rebaixamento após quase cair 3 vezes (1994, 1997 e 2011). Dessa vez não foi salvo na última hora como antes. Prova que elenco quando briga com diretoria incompetente, derruba até o time.

CSA: O time das Alagoas retorna para a série B.

Chapecoense: O 2º time de todos os torcedores do planeta após a tragédia de 3 anos atrás conhece o 1º rebaixamento de sua história. Não merecia por sua triste história, mas também não merecia compaixão, que nesse caso não seria justo e nem bem-vindo ao clube catarinense que tem tudo para voltar a brilhar e encher de orgulho sua torcida.

Avaí: Outro clube catarinense a deixar o estado órfão de representantes na série A. Um Estado que já chegou a ter 4 clubes na elite do futebol brasileiro, não terá nenhum em 2020.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Nos palanques da vida. [Há 10 anos] (Ampliação da Escola Vereador)

10 anos atrás eu juntava em um mesmo texto duas grandes realizações de nossa gestão a frente da Educação Ipuanense: O Ensino Fundamental de 9 anos e, em virtude disso, a construção de 5 salas de aula na Escola Vereador Alberto Conrado.

Auto promoção?

Um pouco.

Assim como essa lembrança de 10 anos atrás.


Nos palanques da vida.

Quando o programa dominical "Fantástico" veiculou uma matéria sobre o ensino fundamental de 9 anos, dizendo que 15 capitais brasileiras já o havia adotado, e sobre os benefícios que traria, Ipuã já contava com este ensino há pelo menos 4 meses.

Fomos um dos pioneiros a adotá-lo e por isso, nos tornamos referência.

Eu era Diretor do Depto. de Educação e após uma reunião extensa com o Prefeito, decidimos que o melhor seria realizar, de imediato, uma medida que seria inevitável.

Um "problema" que tal medida nos causou, foi a adequação da nossa rede física.

Para comportar os alunos que agora passavam, 1 ano mais cedo, da Educação Infantil, para o Ensino Fundamental, tivemos de construir salas de aula na Escola Vereador Alberto Conrado.

Foram feitas 5 salas e novos banheiros para comportar a chegada deste novo contingente de alunos.

E aí que foi com grande satisfação, que recebi a notícia do Prefeito que esta ala da escola seria denominada Ala "Joaquim Amado dos Santos".

Uma justa homenagem à pessoa que doou o terreno onde hoje encontra-se construída a referida escola.

Além de ter doado outras áreas onde hoje são construídas outras importantes obras do município.

No meu discurso de inauguração, fiz questão de ressaltar a importância do gesto do Sr Joaquim para o futuro de nossa cidade.

Uma curiosidade: foi a primeira vez que tive medo de discursar em uma inauguração, e o motivo era simples: a vaia que o Presidente Lula tomara no dia anterior na abertura do Pan do Rio.

Aquilo me traumatizou.

Mas discursei e modéstia a parte, muito bem, naquele dia, sem maiores incidentes.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

A culpa não é só do Di Caprio.

Depois de culpar Leonardo Di Caprio pelas queimadas na Amazônia, outros artistas podem ser denunciados pelo Governo Bolsonaro:

Charles Bronson: Aumento da taxa de homicídios.

Steven Seagal: Aumento da violência.

Clint Eastwood: Aumento da venda de armas.

Cris Rock: Aumento da repetência escolar.

Wagner Moura: Surgimento das Milícias no RJ.

Village People: Disseminação das Paradas LGBT.

domingo, 1 de dezembro de 2019

50 strippers e meio quilo de pó! [Há 10 anos]

Há 10 anos atrás, o ator Robin Williams era pivô de uma polêmica envolvendo nosso país.

Uma piada grosseira e sem graça sobre a escolha da cidade do Rio de Janeiro para sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

O Blogueiro dava seu pitaco no assunto.

Segue o texto de 210 anos atrás, inclusive com o vídeo.

Curiosidade: O título do texto eu usei para aumentar o número de visitas, instigando a curiosidade dos leitores.



50 strippers e meio quilo de pó!


De Robin Williams para David Letterman sobre a derrota de Chicago como sede Olímpica para o Rio de Janeiro em 2016:

- "Chicago enviou a Oprah e a Michelle Obama, o Rio enviou 50 strippers e meio quilo de pó (para Copenhague). Foi desleal"

Em que pese todo o respeito e admiração que tenho pelo ator Robin Williams, foi no mínimo infeliz.

Claro que nossa imagem lá fora é um tanto quanto deturpada e muitas vezes alvo de piadas de mal gosto como esta.

Assim como deturpamos muitas vezes Portugueses, Turcos, Iranianos em piadas semelhantes, cada um com sua especificidade.

Mas de um ator, que corre o mundo divulgando filmes e, portanto, conhece a realidade de cada país, fazer humor assim no principal Talk Show noturno dos EUA, é de uma deselegância sem tamanho.

Imagino se um ator brasileiro fizesse piada com o 11 de setembro.

Incidente diplomático com certeza.

Prefiro ver como um ato humor infeliz, a imaginar que Robin Williams, de fato acha que nosso país tenha como produto de exportação, drogas e prostitutas.

Não que aqui não tenha, mas daí creditar o sucesso da campanha do RJ a isto, é um abismo muito grande.

Teria ficado mais engraçado se dissesse que nossos políticos de Brasília levaram dinheiro escondido em meias e cuecas para comprar votos do Comitê Olímpico.


sábado, 30 de novembro de 2019

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Nos palanques da vida. [Há 10 anos]. (merenda escolar)

Há 10 anos atrás eu relatava um pouco da minha experiência no Depto de Educação.

O tema: Merenda escolar.

O texto não cita, mas naquela época professor podia comer nas escolas a merenda servida aos alunos (não precisavam levar marmitas) e nunca faltou 1 dia sequer, merenda nas escolas.

Bons tempos!

Segue o texto.


Nos palanques da vida.

Hoje vou mudar o foco e falar um pouco da minha experiência no Departamento de Educação.

Que também não deixa de ser um palanque da vida.

Uma das preocupações do Prefeito Itamar era com a qualidade da merenda e pediu que eu tomasse providências para que Ipuã tivesse merenda de qualidade.

Uma das primeiras iniciativas nossa nesse sentido, foi a contratação de uma Nutricionista para nos auxiliar na qualidade, de modo que fosse servida nas escolas, merenda com padrão de nossas próprias casa, e na quantidade, para que não houvesse falta nem desperdício.

A contratação de nutricionista enfrentava uma dura barreira: a resistência de diretores e professores. Isso porque, segundo muitos destes, experiências anteriores de auxílio nutricional não haviam sido como esperavam.

Mas felizmente a nutricionista contratada tinha diplomacia suficiente para mostrar que a proposta agora era outra e que seus serviços visavam dar qualidade e economia.

Nossa primeira mudança: acabar com o cardápio fixo.

Lembro que quando eu dava aula no município, alguns alunos usavam a merenda como calendário: a prova é no dia da macarronada? Não, é no dia da carne moída com batata!

E a coisa era bem assim mesmo, toda segunda feira tinha o mesmo cardápio, assim como toda terça tinha o seu e assim por diante.

Foi elaborado então um cardápio mensal rotativo, de modo que com os mesmos ingredientes adquiridos para a merenda escolar, outras opções de cardápio fossem servidas.

Um cardápio com 20 opções de pratos que não se repetiam ao longo do mês, salvo um ou outro contratempo.

E que cardápio!

Além disso, a nutricionista realizou curso para as merendeiras, instituiu o uso obrigatório de uniforme, inclusive tocas, e proibiu a entrada de pessoas nas cozinhas que não fossem as merendeiras.

Adotou um sistema de controle de estoque para evitar que produtos vencessem na prateleira, acompanhou a merenda de perto para que a qualidade fosse mantida e realizou uma triagem para saber a quantidade média que cada escola consumia, evitando assim o desperdício.

Continuamos a enfrentar resistência por parte de muitas pessoas que não aceitavam esses novos métodos, mas todo boicote era duramente reprimido por mim pessoalmente.

Conseguimos dessa maneira, imprimir na cidade um padrão de qualidade na merenda escolar, que garanto a vocês: era um dos melhores, senão o melhor, da região.

Posso afirmar que, enquanto estive à frente do Departamento de Educação, a qualidade da merenda era a mesma que da minha própria casa. Aliás, fui visita frequente nos refeitórios das escolas. Raras foram as semanas em que não almocei (sempre de surpresa) em alguma Unidade Escolar.

E olha que quem me conhece sabe o quanto eu sou enjoado com comida!

Com isso eu acompanhava de perto se o padrão de qualidade estava sendo mantido. Em todos os sentidos.