segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Clássico paulista na série B em 2014.

Que Copa do Mundo que nada, pegar fogo vai ser a Série B do Brasileirão no ano que vem.

Pelo andar da carruagem não apenas o São Paulo, mas o Corinthians pode disputar a 2ª divisão do torneio nacional no ano que vem, ano de Copa do Mundo.

Pelo futebol apresentado pelo time da Vila Sônia este ano, é sério candidato ao descenso; assim como o co-irmão (Abel e Caim também eram irmãos) do Pq São Jorge que pelo apagão que dura 1 mês, aparentemente com os jogadores mandando recado: ou troca treinador ou iremos todos para a série B.

Assim sendo, teríamos uma segundona animada, com clássico paulista.

Além da possibilidade do Corinthians enfrentar seu genérico, o Flamengo, que também flerta perigosamente com a zona da degola.

Outro grande na bica de cair é o Vasco.

Dois paulistas e dois cariocas seria a melhor série B de todos os tempos.

Ainda mais se a CBF mudasse as regras e decidisse que apenas 2 subiriam para a série A em 2015.

Já pensou?

domingo, 29 de setembro de 2013

Nos palanques da vida.

Leio que após 14 anos em queda livre, a taxa de analfabetismo no país voltou a subir.

E sempre que falo em analfabetismo não posso deixar de mencionar a revolução que fizemos no ano de 2005 ao criar um novo projeto de EJA em nossa cidade.

Já escrevi em várias oportunidades aqui neste espaço os 3 pilares que sustentavam a nossa ideia: Salas de aula nos bairros, aulas mais curtas, conteúdo e prática diferenciados.

Logo no 1º ano, 6 salas abertas, 3 delas no Bairro da Capelinha.

É com grande orgulho que menciono este projeto por ter sido idealizado por mim, abraçado pelas diretoras e professoras e bancado pelo então Prefeito Itamar Romualdo, para mim certamente um dos 3 melhores projetos de educação do qual tive o prazer de implantar durante a nossa gestão à frente da Educação Ipuanense.

Mas como disse em um evento certa vez (não recordo se de lançamento do projeto, formatura, ou alguma das muitas inaugurações de obras da educação): "Não basta apenas abrir salas de EJA, é preciso fechar a torneira, alfabetizar direito as crianças na idade correta é o primeiro passo para acabar com o analfabetismo na cidade". #fica_a_dica_dilma_e_mercadante.

Nosso projeto seguinte seria um mega programa de alfabetização de crianças em idade escolar, aquelas que já haviam saído das séries destinadas à alfabetização (1° ao 3° ano), bem como – e principalmente - as crianças que ainda estavam nesta fase.

Incluía: Capacitação das professoras alfabetizadoras, contratação de estagiárias para auxiliar as professoras em sala, adoção de metodologia específica, reforço escolar, dentre outras.

Pena que deixei o cargo antes de implantar tal projeto que, por ser algo muito pessoal - e arriscado -, acredito que tenha sido o principal motivo por não ter sido levado a diante.

sábado, 28 de setembro de 2013

Com o giz na mão.

Uma história que não me canso de contar...

Em meio a uma aula, em uma 7ª série, substituindo uma professora que naquele dia por qualquer razão ausentara e eu era a única opção para não deixar os alunos “de janela” (e eu nunca gostei de substituir, mas fui mesmo assim), sou indagado por uma aluna, repito, da 7ª série:

- 'Fessor', você só dá aula de História?

E eu respondi:

- Sim, por que?

E ela me solta:

- Porque eu estou precisando de aula de sexo!

Tive presença de espírito para responder:

- Geralmente Educação Sexual é em aulas de Ciências, Biologia,...

Mas a aluna não se deu por vencida:

- Não 'fessor', é na prática mesmo que tô querendo que você me ensina?

Para alegria geral da sala, que aos gritos comemorou a vermelhidão de meu rosto.

Foi sem dúvida, a maior saia justa em sala de aula na minha curta carreira.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Uma crônica de Luís Fernando Veríssimo aos estudantes do 3ºão.

Não sei se me causará algum transtorno jurídico mas, publico uma crônica do aniversariante do dia que acredito irá ajudar meus alunos do Ensino Médio, sobretudo os terceiroanistas, em vias de escolher (ou de não conseguir escolher) qual curso prestar e consequentemente, qual carreira seguir.

Segue abaixo uma crônica do genial Luís Fernando Veríssimo, que ao ler este blog (tenho sérias suspeitas de que ele lê diariamente este espaço) dirá laconicamente:

- Legal.

E não processará o Blogueiro. Mesmo porque, todos os créditos estão resguardados.




Vocações

Com o fim do ano escolar e a aproximação dos vestibulares, o pensamento dos jovens se vira para assuntos sérios como o futuro enquanto seu corpo tenta convencê-lo a só relaxar e aproveitar as férias. É a velha luta entre neurônios e hormônios chamada adolescência, tornada mais grave pelo calor e a obrigação de decidir o que se vai ser na vida. É quando os jovens precisam pensar na sua vocação.

A vocação envolve questões como genética x cultura, hereditariedade x influência do meio - enfim, esse antigo torneio de teorias que nunca se decide. Por que certas pessoas “dão” para certas coisas e outras não? Mais especificamente, por que eu sou um zero em matemática enquanto tantos à minha volta não só sabem fazer contas como gostam? Meu cérebro já nasceu decidido a rechaçar qualquer tentativa de introduzirem nele a raiz quadrada ou isso foi uma decisão minha que ele acatou? O fato é que há pessoas que querem ser dentistas desde pequenas e outras que não apenas não concebem como alguém possa ter uma vocação assim como têm que se controlar para não morder seu dedo, revoltadas.

Há anos que se discute a divisão entre a cultura científica e a cultura humanística e é quase como se falassem de duas raças humanas diferentes. Os que defendem que a divisão não é genética sustentam que não dá para saber, pelo comportamento da criança até os seus 5 anos, se ela vai ser de uma cultura ou de outra. 

Se o garoto gosta de abrir a barriga do ursinho tanto pode significar que ele vai ser um cirurgião ou um médico legista quanto que vai ser filósofo e estripador nas horas vagas. O meio é que determina a vocação e o destino. Condicionado pelo meio, o filho de um médica teria naturalmente mais chances de ser um médico também enquanto o filho de um filósofo estripador teria muito mais chances de acabar na cadeia, ou escrever um livro de memórias sensacional. Já outros sustentam que a genética é tudo e que no espermatozóide que fecunda o óvulo já está o contador ou o poeta, o advogado ou o engenheiro, o ator ou (por alguma razão) o dentista. E há os que garantem que o espermatozóide não decide nada, pode chegar no óvulo com os planos que quiser, cheio de ânimo e moral - afinal, derrotou milhões de outros espermatozóides na corrida para ser o primeiro, é natural que se sinta um vencedor e capaz de tudo - pois quem decide mesmo é o óvulo.

- Presidente da República coisa nenhuma. Contrabaixista e numismata.

- Mas, mas... - tenta protestar o espermatozoide.

- Quieto. Lembre-se de que você é o intruso aqui. Eu estou em casa. E na minha casa mando eu!

Seja por influência do meio ou por compulsão genética, o fato é que a partir de uma certa idade nós todos sabemos se queremos abrir barrigas ou não. É verdade que muitas vezes a pessoa chega ao vestibular sem uma idéia muito clara do que vai ser:

- Estou entre Letras, Educação Física e Oceanografia...

Mas o comum é a pessoa saber pelo menos se é da raça científica ou da humanística e depois escolher entre as opções de cada uma. O que não impede os mal-entendidos. Lembro como eu gostava daqueles problemas matemáticos com historinha, tipo "Se um trem sai de uma estação a tal hora viajando a tantos quilômetros por hora e outro sai de outra estação a tantos quilômetros de distância na mesma hora e na mesma velocidade mas o maquinista precisa passar em casa e perde cinco minutos..." ou "Se uma mãe tem três pedaços de laranja para repartir entre cinco filhos..." Cheguei a pensar que meu cérebro gostava de contas e minha vocação era para ciências exatas, até me dar conta de que eu não gostava de matemática. Gostava era das historinhas.

Dia de ganhar doces. E nem é Ralouim.

Hoje é dia das pessoas (crianças e adultos) ganharem doces aqui nos tristes trópicos brazucas.

Não caro leitor, não se trata do Ralouim, aquela festa que importamos de uma cultura completamente diferente da nossa e achamos normal sua comemoração, hoje é dia de Cosme e Damião.

Dois simpáticos santos, gêmeos e médicos, cujo dia é comemorado com fiéis (devotos ou não) distribuindo doces, pois segundo a tradição cristã, era a forma como os irmãos "cobravam" por suas ações quando ajudavam necessitados.

Assim, a distribuição de doces e outros quitutes, além de brinquedos, foi a forma encontrada para comemorar o dia dos santos que morreram por volta do ano 300 da era Cristã.

Dia também do aniversário do escritor Luís Fernando Veríssimo, cronista preferido do Blogueiro. Que em uma crônica sobre agendas, reclamando do excesso de informações que algumas trazem, escreveu:

"Outras, querendo personalizar ainda mais a informação, incluem o nome do santo do dia, o que tem ajudado muito na escolha de nomes para filhos. Os nascidos em 14 de maio são do dia de São Matias, e antigamente isto não seria apenas uma sugestão de nome, seria quase uma ordem. Felizmente meus pais não consultaram nenhuma agenda para escolher meu nome, e eu não me chamo nem Cosme nem Damião, o que teria mudado tudo".


A crônica chama-se "Agendas" e já foi objeto de questão no vestibular da UFOP (clique aqui).

Quem sabe num futuro distante não apenas doces, mas textos do genial Veríssimo sejam distribuídos entre as pessoas na data de 26 de setembro.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Frustrações da infância.

01. Casa na árvore.

Sempre quis ter uma casa na árvore.

Daquelas tipo filme americano, com escadinha para subir e casinha com cômodos e janelas.

Curioso é que nunca me imaginei dentro de uma casa destas nem o tédio que deveria ser depois que enjoasse dela.

O mais perto que tive de uma casa na árvore era o telhado de eternite da garagem do meu pai com um pé de araçá ao lado que cobria toda a garagem e eu fazia de "telhado" da minha "casa na árvore" me escondendo entre galhos e folhagens.

02. Autorama.

Era caro pra chuchu.

Ainda mais após as vitórias de Piquet e Senna na F1, com a estrela lançando o Autorama com réplica dos carros dos pilotos brasileiros.

Tive outros brinquedos caros para meu tempo de criança, aproveitando um período de bonança como carros a controle remoto e video game.

Mas autorama era muito mais caro.


03. Espada ninja.


Duvido alguém que tenha assistido a mais filme de ninja que eu na minha infância.

Vi dezenas.

E a espada ninja era um sonho para mim.

O mais perto de ninja que cheguei foi uma estrelinha feita por um serralheiro que antes de me entregar deu recomendações expressas para nunca usá-la para ferir pessoas.

Hoje, qualquer shopping center consegue-se comprar uma espada ninja, mas perdeu a graça, agora não quero mais.


04. Espada Jedi.

Novamente a encanação com espada.

Após assistir ao Império Contra ataca (meu 1º filme da série Star Wars) minha vida nunca mais foi a mesma.


Esqueci o negócio de ninja e quis mesmo virar jedi.

Só faltava a espada na minha ilusão.

Sempre quis comprar uma mesmo depois de adulto. Tive a chance em uma viagem à NY mas desisti.

Além de não haver por aqui lâmpada substituta para quando a original - invariavelmente - queimasse, a espada não fazia o barulho que nos filmes era característico. 

05. Viver igual o Ferris Bueller.
 
O personagem de Matthew Broderick no filme "Curtindo a vida adoidado".

Matou aula, dirigiu uma Ferrari, enganou pais e diretor da escola, namorava a menina mais gata do colégio e sempre se safava no final.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Para abrir o 7º ano de Blog.

Curioso como a ofensa é sempre mais divulgada que a retratação.

A ofensa vem com destaque, manifestação de apoio, aprovação, aplausos.

A retratação, quando acontece, é uma discreta nota de rodapé, uma notinha entre os anúncios de lotes em São Miguel Paulista e os obituários do dia.

O nome disso?

Hipocrisia, e o mundo está cheio dela.

Felizmente a verdade vem à tona e a credibilidade, se é que um dia existiu, pois só existia para os igualmente hipócritas, vira poeira.

Este Blog há 6 anos no ar já falou muita coisa, criticou muitas pessoas e muitas atitudes.

Em cada crítica a alguém, o cuidado de emitir uma opinião fundamentada nas ações da pessoa, nunca com ofensas pessoais ou baixarias e principalmente, separando a pessoa pública da pessoa privada.

Em cada crítica a algum ato acontecido na cidade, o cuidado de investigar suas causas, seus motivos, suas razões, suas consequências, e acima de tudo, sua veracidade.

Razão pela qual nunca recebi um único esboço de processo, uma única chamada de atenção jurídica.

Muito pelo contrário, recebi elogios de pessoas da mais alta consideração.

Recebi, claro, ofensas de algumas pessoas, porém a baixeza moral destas pessoas me impediu de escutar suas palavras com nitidez.

E como dizia um saudoso amigo: "Duas coisas não irão acontecer: eu descer onde elas estão, tampouco elas subirem onde estou".

Também fui vítima de ameaças físicas, mas como chegaram - covardemente - por meio de recados, não mereceu de minha parte consideração de acionar a Lei ou a Ordem, que cá entre nós, tem coisas mais importantes a fazer.

Caso um dia eu exceda em alguma crítica, serei o 1º a pedir desculpas.

Não por determinação judicial, mas por autocrítica.

Está aberto o 7° ano de Blog e sabe-se lá quando irei parar.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Há 6 anos, mas poderia ter sido hoje.

Há exatos 6 anos, este humilde professor resolvia virar um humilde blogueiro.

Pensei: começo escrevendo, assim que ver que ninguém lê, desisto disso e pronto.

E de fato as primeiras postagens foram desanimadoras.

As primeiras mereceram a atenção de pouco mais que duas dezenas de leitores (dos quais acredito, muitos deles, parentes e amigos do recém blogueiro que, por caridade, apertavam o F5 para aumentar o n° de visitas).

O endereço era no portal bol, de onde saí há mais de 2 anos, mas os textos continuam lá, com erros gramaticais e tudo mais.

Hoje, passados 6 anos da experiência de começar a escrever, republico meu 1° texto.

E se você é ipuanense, terá a sensação de que nossa sociedade anda em círculos. Verá que, mesmo após mais de meia década de caminhada, parece que estamos no mesmo lugar.

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Se você leu os dois e-mails travando uma guerra política aqui em Ipuã, é bom ler a nota desse Blog, se não os leu, não perca seu tempo lendo-os, não vale a pena, leia apenas a nota.

Um e-mail, assinado com um nome falso, circula na cidade difamando a atual Administração Municipal.

Outro e-mail, anônimo, circula logo em seguida respondendo em defesa da Administração.

Opinião deste Blogueiro: Inutilidade total. Ambos!

O direito de criticar é resguardado a todos, porém que o faça sem a proteção do anonimato, que exponha suas idéias mostrando a cara. O direito a resposta também deve ser garantido, porém a quem foi ofendido, não por partidários afoitos, isso pode se tornar irresponsabilidade.

Ambos erraram.

Eu recrimino toda e qualquer manifestação anônima, acho que política se faz com debate de idéias entre pessoas de bom senso, não por textos apócrifos circulando na internet motivados por paixão política (de ambos os lados, repito).

Quanto ao conteúdo dos e-mails, não me parece valer a pena comentar.

PS: Não era assim que planejava estrear esse Blog!!!

Ipuã #301

O Portal Terra divulgou o resultado de uma pesquisa (clique aqui) que aferiu a renda per capta das cidades brasileiras.

Em um universo de 5.566 cidades, Ipuã ocupa a posição de 301º lugar, com uma renda per capta anual de pouco mais de R$ 900,00.

R$ 900,48 para ser mais exato.

Significa que em média, cada morador da cidade, pertencente à chamada População Economicamente Ativa - PEA (maiores de 16 anos com carteira assinada e/ou autônomos recolhendo impostos), recebe R$ 900,48 ao mês.

Se o seu salário é inferior a este valor acredite, tem gente recebendo bem mais e "puxando" o índice para cima. Caso seu salário seja maior, a equação se inverte.

Só a título de comparação, segue abaixo uma relação de cidades da região e suas respectivas rendas per captas e posição no ranking:

Ituverava - R$ 950,39 - 211º lugar.
Orlândia - R$ 934,54 - 237º lugar.
Guaíra - R$ 901,23 - 300º lugar.
Ipuã - R$ 900,28 - 301º lugar.
São Joaquim da Barra - R$ 799,93 - 606º lugar.
Sales Oliveira - R$ 789,73 - 652º lugar.
Nuporanga - R$ 751,92 - 823º lugar.
Morro Agudo - R$ 687,37 - 1.159º lugar.
Miguelópolis - R$ 670,82 - 1.262º lugar.
Guará - R$ 664,56 - 1.299º lugar.


domingo, 22 de setembro de 2013

Leilão Beneficente.

Até por se tratar de um Leilão em prol de uma das mais respeitadas instituições de tratamento do câncer no Brasil e orgulho de nossa região, o Blogueiro deseja que a elite agrária municipal Ipuanense demonstre o mesmo empenho que no ano passado, quando não faltaram esforços financeiros para ajudar a entidade.

Que neste ano de 2013, longe do pleito municipal, a cidade de Ipuã possa fazer bonito na ajuda ao Hospital de Câncer de Barretos.

Sobretudo na data de hoje, quem sabe a filantropia não nos ajude acalmar os nervos tão assustados após uma madrugada tensa como nunca se viu em nossa pacata cidade.

Nos palanques da vida.

Por influência de um professor quando eu fazia 3º médio em Ribeirão, parei de beber Coca Cola.

Não me recordo bem, mas ele contara uma história sobre um bar no Rio de Janeiro que anunciou que não venderia mais Coca Cola e foi ridicularizado na época pelo fato de que as vendas em um humilde boteco em nada afetaria o faturamento da multinacional.

Mas detalhes certinhos desta história, passados alguns anos, eu de fato não me recordo.

Mas o fato é que desde aquele dia parei de beber Coca Cola, um pouco em solidariedade ao comerciante carioca, mas o maior motivo era que eu via a Coca como símbolo do imperialismo norteamericano em terras tupiniquins.

Fiquei sem beber algum tempo e veio a faculdade de história e todo o discurso antiamericano foi potencializado, agora com maior rigor teórico.

E eu seguia as fileiras anti imperialistas com valentia, apesar dos almoços dominicais colocarem à prova minha determinação.

Até que na eleição de 2000...

Eu tentava a sorte para conseguir uma vaga no legislativo ipuanense e, sem dinheiro para promover os famosos churrascos, jantas etc... com objetivo de angariar votos, minha tática era o bom e velho corpo a corpo.

À noite eu visitava casas de amigos, parentes, conhecidos e até mesmo desconhecidos que iam sendo apresentados ao longo da minha jornada.

E foi em uma destas casas que o fato se deu.

Feliz pela visita do candidato e após ter manifestado que não apenas ela mas o marido também votaria em mim, a senhora muito gentil fez questão que eu não fosse embora sem antes beber um refrigerante.

Vejo a gentil senhora abrir a geladeira e na porta desta, dois refrigerantes: uma guaraná maçã e uma coca cola.

Pedi aos céus que ela pegasse a guaraná maçã, pois saberia que se ela pegasse a coca, meus caminhos seriam 2:

1. Beber e terminar assim com uma convicção de 7 anos e meio.

2. Não beber e explicar que eu não bebia coca cola pelo fato de que esta empresa representa o imperialismo americano, cujo capitalismo autoritário subjuga os países latinoamericanos com práticas monopolistas.

Imaginava o semblante da mulher ao ouvir isso, algo do tipo se questionando: "Meu Pai Eterno, quem eu estou colocando dentro de casa? Pior, para quem eu estou oferecendo refrigerante? Pior ainda!!! Em quem eu votar???"

Eis que ela pega a... Coca Cola.

Que me foi servido em um generoso copo.

E que eu, evidentemente, bebi todo e repeti, quebrando assim, como disse, uma convicção ideológica de 7 anos e meio.

Naquele dia perdi as amizades de Che Guevara, Lênin e Trotsky.

Mas ganhei 2 votos.

sábado, 21 de setembro de 2013

Com o giz na mão (republicação do blog antigo revisada).

Não são raras as gafes que cometemos em sala de aula e que viram folclore depois.

Os alunos nos "scanneiam" desde o momento em que entramos pela porta, até a hora de ir embora.

E pior: a memória deles para essas coisas é fotográfica.

Não raras vezes, ouço frases do tipo: "Você estava usando essa camiseta na prova do bimestre passado".

Ora bolas, como eu, desligado que sou, lembraria que há dois meses estava usando a camiseta em uma prova, que agora eu repetia em outra?

Mas eles lembram...

Mas o que quero contar é o seguinte:

Não me recordo bem o motivo, se meu sobrinho dormia no quarto comigo ou se a luz havia queimado, mas verdade é que foi em um dia onde não pude acender a luz do quarto e troquei no escuro mesmo, e fui dar aula.

Lá pelas tantas, um aluno me chama sorrindo e me informa que eu estava com um "pé" de cada tênis.

Os dois tênis muito parecidos: da mesma cor (azul), mesma marca e modelos realmente semelhantes; somado à ausência de luz, acabei calçando um "pé" de cada um dos modelos que estavam jogados no chão do quarto.

Passou batido por mim e por boa parte dos alunos, pois só um "xereta" foi perceber - e espalhar - para toda a escola na 4ª ou 5ª aula.

Virou folclore na escola, e até hoje é lembrado por colegas de profissão e, é claro, perpetuado pelos alunos, que passam às novas gerações, a minha gafe.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O rato da Coca Cola.

Que me perdoe os envolvidos no vídeo e os crédulos da polêmica, mas para mim a história do rato encontrado dentro de uma garrafa de Coca Cola é mais uma lenda urbana dos tempos modernos.

Em que pese o testemunho do homem que diz ter contraído a doença após ingerir o refrigerante contendo o roedor dentro, muitas questões ficam sem resposta.

A principal delas é: como poderia um rato entrar na garrafa?

Novamente: que me perdoe os envolvidos, sobretudo o homem que de fato sofre de alguma doença que certamente limita e prejudica seu bem estar.

Desejo que esta polêmica toda contribua para que ele tenha maior atenção médica e tocar sua vida em diante de uma maneira melhor possível.

Mas a minha descrença no episódio só não é maior que a repercussão negativa que a empresa vem sofrendo desde que o vídeo começou a ser propagado nas redes sociais.

Fui brigado com a Coca Cola durante um bom tempo.

A empresa era pra mim, símbolo do autoritarismo imperialista norte-americano e esta foi a razão pela qual passei 7 anos e meio sem beber Coca Cola.

Bebia sua concorrente Pepsi. Bebia até outros produtos de sua empresa, como Fanta e Sprite, mas Coca Cola mesmo foram 7 anos e meio sem beber uma única gota.

Até "fazer as pazes" em 2000.

Mas isso eu conto domingo, no "Nos palanques da vida".

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

E vamos rir da própria desgraça!

O crédito pelas fotomontagens é do site uol (clique aqui).

E o Blogueiro vai parar de falar sobre isso por aqui, pois com 12 vagas abertas na cadeia, uma delas pode sobrar para ele.

Só espero também ter direito aos embargos infringentes.

















Sonhei um sonho estranho, que o país havia mudado.

Não sei se foi o cansaço, mas a verdade é que não dormi, na verdade "apaguei", e como o cérebro não descansa, tive um sonho pra lá de esquisito.

Sonhei que o país mudara.

Que o povo saiu às ruas clamando mudanças e estas aconteceram.

Sonhei que os políticos, amedrontados com o despertar do gigante, começaram a realmente preocuparem-se mais com as mudanças que o país precisa e menos com as que os beneficia.

Sonhei que enfim veríamos justiça para criminosos poderosos, e que o cheiro de "pizza" que pairava no ar do país há décadas, havia sido dissipado com o outono brasileiro.

Que a justiça de fato era cega e com a espada afiada e a balança bem calibrada.

Porém despertei.

E vi o bom e velho Brasil de sempre.

O lugar aonde criminosos nunca vão presos. Pior, têm chances infinitas de escapar da cana dura mais que qualquer outro simples mortal.

Vi que o aparelhamento das estruturas do estado chegou onde nunca imaginaram que chegaria, com indicações cirúrgicas de juristas dedicados a avacalhar o que em outros tempos ganhou ares de epopeia.

Vi que corruptos condenados jamais serão presos.

E pior, vi que o Gigante era na verdade um anão de jardim.

Melhor que continuasse dormindo em berço esplêndido.

Aliás, melhor que eu também continuasse em sono profundo, sonhando com o país que nós desejamos.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Frases que ouvia quando era criança e não acreditava.

01. Quando tinha sua idade eu era magro igual você, olha hoje! Vai ser assim com você.

Recordo que no cursinho, meu peso era exatos 56 kg.

Queria a todo custo engordar, cheguei até a procurar médico.

Aliás, o próprio médico foi um dos muitos que me disse a frase acima.

02. Hoje você quer ficar velho, quando tiver minha idade vai querer ser mais novo.

Não via a hora de virar adulto.

Ficava imaginando como seria bom ter responsabilidades, liberdade, emprego, salário,...

Hoje, daria tudo pra ter 15 anos menos.

03. Depois que fizer 18 anos a idade voa.

Não acreditava nesta máxima, até porque contrariava a teoria de Eisntein sobre a relatividade do tempo.

Coincidência ou não, depois dos 18 voou mesmo.

04. Ainda vai encher o saco de tanto dirigir carro.

Antes mesmo de tirar CNH já dirigia.

Basicamente no sítio. Na cidade, só em uma ou outra escapada, ainda assim morrendo de medo de ser pego pela polícia.

Dirigia em dias de chuva. Minha teoria era que com a chuva e os vidros embaçados, ficaria mais difícil para o agente da lei identificar o condutor do veículo e assim autuá-lo.

Para tirar CNH, fiz juras de que jamais reclamaria de dirigir para parentes e amigos.

Hoje, às sextas feiras, depois de ter dirigido a semana toda a trabalho, recordo com saudosas lembranças dos tempos de carona.

05. Você ainda vai sentir saudades deste tempo de escola.

O que podia ser pior que provas, tarefa, trabalhos em grupo, estudar?

Veio a Graduação e eu vi coisa muito pior.

Veio o Mestrado e com ele a frase mais falada hoje em dia: Eu era feliz e não sabia.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Livro a vista.

O signatário deste Blog amanheceu com uma ideia na cabeça: rascunhar aquele que será seu 3° livro.

Livro este que a exemplo dos outros 2, será somente começado e não acabado.

O 1° livro, meus 9 leitores deste Blog já leram algo sobre ele. Trata-se de reminiscências minhas sobre minha infância/pré adolescência no distante anos 80. Um olhar intimista e memorialista sobre esta década na cidade de Ipuã.

O 2º livro começado teve uma história curiosa.

Cheguei da minha defesa da dissertação na PUC/SP no dia 04/05/12 à noite e antes do merecido descanso, antes do sono dos justos, sente frente ao computador e escrevi quase a noite toda.

Sem perceber, fiz uma linha do tempo pessoal, da minha trajetória dentro de uma sala de aula. Em resumo: minha vida de estudante até aquela data tão significativa, que se tornou o gatilho das palavras que deitei no papel.

Além de não ter concluído a obra, sequer voltei a lê-la desde então, estando o arquivo intacto da mesma maneira que fora escrito naquela madrugada.

Agora me surge a vontade de começar, e novamente não terminar, outro livro memorialista levemente autobiográfico, até porque me falta talento para escrever coisa diferente.

Pretendo escrever sobre a morte.

A "indesejada das gentes" ao longo de mais de 3 décadas na vida deste humilde escriba.

Mas sei não, melhor seria terminar primeiro os já começados.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Bethânia faz parecer ser fácil.

Há quem chame de dom.

Outros, de talento.

Outros ainda, de esforço, treino, dedicação.

E há quem diga que é uma dádiva divina.

Seja como for, admiro, com certa inveja saudável, pessoas como Maria Bethânia, que nos faz parecer ser a coisa mais fácil do mundo, conjugar o verbo "cantar" na 1ª pessoa.



PS: Tirando o refrão, a música é toda para você!

domingo, 15 de setembro de 2013

Em memória de Faustino Rocha.

Em discurso proferido na inauguração do prédio próprio da Câmara Municipal eu, então vereador, quis sair do lugar comum de enaltecer o prédio, seus benefícios ou o empenho do Presidente da Casa pela iniciativa.

Quis homenagear o legislativo ipuanense.

Aproveitando a feliz coincidência de que o único representante vivo da primeira legislatura era uma pessoa de caráter ilibado na cidade, não perdi a chance de homenageá-lo e juntas as duas coisas.

Muitas outras se seguiram, outras tantas ainda seguirão. Com muita justiça.

Lamento profundamente o fato de que a partir de hoje a primeira legislatura esteja todo reunida outra vez.

Segue abaixo o meu discurso (como foi escrito e lido), com o trecho em que cito o ex vereador Faustino Rocha negritado.



Exmo. Sr. Presidente da Câmara, Ilustríssimo Sr. Deputado estadual, Dimas Ramalho, há poucos meses de se mudar para Brasília não é deputado?, demais pares desta Casa, autoridades presentes, senhores e senhoras:

Hoje é um dia especial, e me sinto honrado em fazer parte dele. Um dia para ficar na História desta cidade. Estamos inaugurando o prédio próprio da nossa Câmara Municipal, fato que tenho certeza que muito contribuirá para o dinamismo dos trabalhos legislativos e conseqüentemente, do progresso da nossa querida Ipuã. É também um dia para rever muitos daqueles que por aqui passaram e deram a sua contribuição em prol da Câmara Municipal de Ipuã, e é um prazer vê-los aqui.

Gostaria de agradecer ao Presidente, Isaías Romualdo, que teve o ímpeto necessário para iniciar e concluir esta importante obra, e não mediu esforços para faze-la. Mas parabenizar apenas Vossa Excelência seria injusto, pois devemos lembrar que antes mesmo de sonharmos com um prédio próprio, outra batalha de igual importância era travada em nossa cidade: a consolidação da Instituição Câmara Municipal, a consolidação do poder Legislativo Ipuanense. E peço licença para então parabenizar aqueles que contribuíram para isso: todos os vereadores que por aqui passaram e deram, a sua maneira, uma contribuição para que hoje possamos falar que em Ipuã existe uma Câmara atuante, participativa e que representa a menor distância entre o povo e o poder.

Estes homens e mulheres que hoje aqui estão, e tantos outros que lamentavelmente já passaram para o outro lado do mistério, tornaram possível que hoje pudéssemos “ousar” em construir um prédio próprio, pois o legado por eles deixado é a nossa garantia é o aval inquestionável do Legislativo Ipuanense.

Parabenizo estes homens e mulheres que “entre gente remota edificaram, novo reino que tanto sublimaram”, na figura de uma pessoa. Peço licença aos demais para que, através de um ex mas eterno vereador, meus sinceros cumprimentos sejam estendidos a todos vocês. Um homem que tanto na vida pública como na sua vida particular, primou por caráter, honestidade, respeito e humildade. Homenageio a todos aqueles que um dia fizeram parte desta Casa e aqueles que ainda farão, na figura daquele que esteve presente logo na primeira legislatura, sendo hoje seu único representante vivo, e peço uma salva de palmas a esta reserva moral chamada: Faustino Rocha.

Finalizo minha fala, dizendo a todos o orgulho que é para mim, pertencer a esta Instituição, pois com certeza o Legislativo é o mais democrático dos 3 poderes. Democracia esta, que apesar dos percalços dos tempos atuais, apesar de suas falhas, ainda é a melhor forma de poder inventada pelo Homem. Nascida na Grécia antiga, ela está presente hoje em cada voto que damos, em todos os embates, onde houver o respeito pelas opiniões divergentes e na liberdade de expressão, nossa maior conquista. E quanto sentimos a sua falta, quando por várias vezes ela, vítima de regimes arbitrários e obtusos, foi solenemente massacrada. Em nome de todos àqueles que foram, presos, torturados, mortos e exilados lutando por um Estado Democrático de Direito, eu agradeço por hoje, um humilde vereador de uma cidadezinha do interior do estado de São Paulo, poder exercer seu sagrado direito à Democracia livremente.

Viva a Câmara Municipal de Ipuã, a Casa da Democracia e viva, a todos que por aqui passaram e as futuras gerações.

Muito obrigado.