Já recebeu ligação do DDD 31 hoje?

Até o momento em que escrevo essas palavras (16:00h), juro, recebi nesse dia de hoje (29/04) oito ligações de uma operadora de telefonia me oferecendo um novo plano de servilos.

Isso só hoje, que me dei ao trabalho de contar e certamente até o final do dia esse número será atualizado.

Por dia, tenho recebido cerca de 6 a 10 ligações dessa operadora nos mais variados horários e oferecendo o mesmo pacote de serviços.

Nas primeiras eu esperava a(o) atendente explicar para então eu dizer que não tinha interesses por ser R$20,00 mais caro que o plano atual, no que ela(e) replicava que o novo valor só começaria a ser cobrado em junho, no que eu explicava que mesmo assim não tinha interesse em gastar R$20,00 a mais, no que ela(e) replicou uma única vez que era valor pequeno, no que eu pedi a ele(a) que então de desse essa pequena quantia mensalmente, e o assunto foi encerrado.

Desde então atendo e ao se identificar como da operadora interrompo com uma frase pronta, com voz firme sem ser mal educado: "Já me ofereceram esse pacote e eu não aceitei por motivo financeiro, mesmo a 1ª parcela sendo só em junho. Muito obrigado mas não tenho interesse".

A(o) atendente diz que vai anotar meu nº e não ligará mais.

Porém ela(e) não deve avisar para a outra dezena de colegas de profissão, que me ligam diariamente.

Tais ligações já causaram inclusive problemas conjugais, com explicações enfáticas de minha parte que não tenho amante em Belo Horizonte, nem alguma ex tresloucada que, não conformada com o término, me liga diariamente da capital mineira ou da região metropolitana da Grande BH num gesto dramático de reatar o relacionamento.

Para provar não se tratar nada disso, pensei em deixar a namorada atender ao telefone em algumas das vezes, mas confesso ter receio de que alguma atendente do telemarketing da operadora, chateada comigo por não aderir o plano e ajudá-la a bater a meta da empresa, só de sacanagem, se passe por alguma amante descontrolada.

Pelo sim, pelo não, continuo atendendo às ligações do DDD 31, isso um dia vai ter um fim.

Espero!

BBBolsonaro

EAD (ou EAV?) na Educação Básica: O desafio de continuar o ano letivo.

Por conta da necessidade do isolamento social e vencidas as férias, o ano letivo tem de continuar.

Tenho acompanhado colegas docentes na adaptação para o Ensino a Distância (o famoso EAD), termo que não gosto, por entender que as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), agora também da "Educação" (TICEs???) fazem, é nos aproximar, eliminando as distâncias.

Prefiro usar o termo (devo ter lido ou ouvido em algum lugar, não teria inventado isso do nada) Educação em Ambiente Virtual (EAV), mais propício que o EAD, na minha opinião. Até porque é mais moderno, pois Ensino a Distancia existe desde os tempos do Instituto Universal Brasileiro (lembra dele?) que era motivo de chacota nos meus tempos de criança e mal sabíamos que a tecnologia impulsionaria esse tipo de ensino.

Mas o que estou vivendo e vendo meus colegas docentes é a completa imersão forçada, por conta da situação, evidentemente, nossa, das escolas, dos alunos e pais ou responsáveis para se adaptar à nova realidade.

Estamos instalando aplicativos, testando técnicas e tecnologias, adaptando instrumentos, moldando modelos, tudo a toque de caixa para nos preparar para aulas dessa maneira nesse final de abril e talvez todo o mês de maio, quando espera-se a situação tenha amenizado.

Ainda estou tentando me encontrar nesse mundo novo para mim, mas algumas conclusões minhas já me permito fazer:

* Não está fácil para nenhum dos atores escolares: Donos de escola, gestores, docente, alunos e pais ou responsáveis. Por essa razão, todos devem se juntar.

* Se não for com muita paciência e empatia, não conseguiremos vencer.

* Não existe modelo certo nem modelo errado, existe o seu modelo. tente apenas fazer o mais simples possível, pois os alunos conhecem muito tecnologia mas pouca tecnologia realmente prática.

* Não acredite em modelos prontos, pacotes e outros formatos enlatados.

* Esteja aberto à mudanças, se não der certo de uma forma, tente outra.

* Quanto mais jovens, mais difícil é essa modalidade de ensino.

* Para o Ensino Médio tem sido mais fácil, Anos Finais do Fundamental (6º - 9º) tem sido mais difícil, Anos Iniciais do Fundamental bem mais complexo. Imagino a Alfabetização como deve estar complicada!

* E a constatação mais triste para mim: Falar em qualidade de ensino nesse ano é um sonho inatingível, o que não signifique que não devemos dar nosso melhor em busca dela.

Antes de pedir o AI 5, procure conhecê-lo.

O Ato Institucional nº5 (AI 5) foi o 5º documento decretado durante a Ditadura de 64 como forma de ampliar os poderes dos Governantes e inibir qualquer reação contrária ao Governo.

Os Atos institucionais não precisavam de votação ou aprovação, o Presidente decretava e pronto, quem fosse contra, que sofresse com os rigores da Lei.

AI 5 foi de longe o mais abominável, de consequências mais nefastas e arbitrárias de toso os Atos do Governo Civil-Militar Brasileiro (1964-1985).

Ao ver tanta gente pedindo sua volta, me ocorre que ou essas pessoas não o conhecem, ou fazem isso de pura "birra" só para apoiar o atual Presidente e afrontar os militantes contrários.

Me recuso a imaginar que alguém possa querer que o Presidente tenha poder para, em caráter excepcional:

Fechar o Congresso.
Intervir em Estados e Municípios.
Cassar mandatos parlamentares.
Suspender por 10 anos os poderes políticos de qualquer cidadão.
Decretar o confirmo de bens considerados ilícitos.
Suspender a garantia do habeas corpus.

Curioso como as mesmas pessoas que acusavam que o Brasil poderia virar uma Venezuela não se importem que ela vire uma Uganda ou um Egito.

O bom da Democracia é que ela permite às pessoas exigirem seu fim, já a Ditadura, muitos dos que pediram seu fim, teve seu próprio fim.

O que é que a Administração Municipal está esperando?

Já foi aprovada uma lei que autoriza em caráter excepcional, durante o período de suspensão das aulas em razão de situação de emergência ou calamidade pública, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) aos pais ou responsáveis dos estudantes das escolas públicas de educação básica.

O que é que a Administração Municipal está esperando?

Conheça a lei clicando aqui e aqui.

Para quem defende ensino domiciliar, essa é uma ótima oportunidade.

Se é que a Pandemia do Covid 19 trouxe algo de bom, talvez tenha sido a chance dos defensores do ensino domiciliar provar que eles estão certos.

Esse texto é para você, que defende essa sandice de ensino domiciliar, chamado de "homeschooling", talvez por vergonha de usar o termo em português, de tão absurda que é a ideia de pais ou tutores ensinarem os conteúdos da grade curricular da Educação Básica Brasileira em casa.

Seja como for, chegou a chance de você que defende essa ideia, provar que aqueles que a repudiam, como eu, estamos errados.

Vá em frente, aproveite a Quarentena para ensinar seu filho ou filha, ou quem sabe seus filhos, pois você pode ter mais de 1, o que tornará o sucesso de sua missão mais heroico e conclusivo. Afinal terá ensinado conteúdos diferentes para alunos diferentes ao mesmo tempo, já pensou???

Dedique-se a passar 4 horas de seu dia, se bem que você pode ser mais producente que a escola e precisar apenas de duas horas, então passe essas 2 horas de seu dia ensinando matemática, língua portuguesa, inglês, e as demais disciplinas que você certamente domina todas, não importa a série que seu(s) filho(s) esteja(m).

Agora é o momento de mostrar a eles (e a todos nós) um ensino livre de doutrinação socialista, um ensino moral e cristão sem as imposições que a escola promove.

Você pode ensinar a História do Brasil que você viu ou que seus pais e avós lhe contaram, muito mais verdadeira que as mentiras comunistas dos livros didáticos que, como se sabe, têm "muita coisa escrita", como disse aquele famoso político. A Língua Portuguesa não precisará ser ensinada na forma culta afinal que diferença faz escrever Casa ou Caza se a pronúncia é a mesma?

Por  falar em Casa (ou Caza), você pode até ensiná-los a limpar a sua, assim como os estudantes japoneses aprendem a limpar suas escolas, como naquelas postagens de facebook que você sempre compartilha quando lê.

Nada de educação sexual, aula sobre discriminações raciais e sociais, feminismo, ideologia de gênero, terra redonda, vacinas que protegem contra doenças e outras baboseiras que nós professores falamos a seus filhos o ano todo.

Ensine-os a "ler, escrever e contar", como também disse o mesmo político famoso.

Agora é a hora de mostrar que o "Escola Sem Partido" não é um movimento imbecil criado por pessoas (imbecis) que nada entendem de Educação, mas a vanguarda de um movimento que vai transformar as bases da Educação Nacional.

Você pode inclusive conferir à sua experiência, ares de pesquisa acadêmica: faça seu(s) filho(s) prestar provas durante o ano de 2020 ao lado dos alunos que frequentaram essa coisa arcaica chamada escola e ao se sair melhor, você esfregará o resultado em nossas envergonhadas caras.

Se seu filho for vestibulando, melhor ainda: você poderá esfregar sua aprovação em Medicina na USP na cara dos maiores colégios deste país.

Claro, sua vitória implicará no fechamento de escolas, demissão de professores (a maioria talvez se torne tutor de filhos em "homeschooling", já que a ideia vai proliferar Brasil afora) mas afinal, o que são algumas demissões frente ao sucesso de uma nova metodologia?

Um pequeno equívoco na Lei Municipal da Quarentena Ipuanense.

Acaba de ser publicado no Diário Oficial do Município (aqui) a Lei sobre as normas de emergência em saúde pública e situação de quarentena.

Uma Lei bem explicativa sobre como a sociedade ipuanense (comércio, órgãos públicos, etc...) devem agira de acordo com cada nível de da Quarentena (de I a V, todos muito bem explicados).

Da parte jurídica constitucional nem me atrevo a comentar, seja porque pouco (quase nada) sei sobre isso, seja porque existe um Departamento Jurídico na Prefeitura que, esse sim, entende do assunto.

Vou me limitar a, muito modestamente, comentar um aspecto que me chamou a atenção e que, na condição de ex-professor universitário de legislação educacional e professor de cursos de legislação educacional para concursos, compartilho com vocês.

O art 7º da referida lei diz o seguinte:

Art 7º: Determinada a "Quarentena Nível II", deverão ser adotadas as seguintes providências:
(...)
IV - A Secretaria Municipal de Educação e Cultura e as unidades escolares, públicas e privadas, não suspenderão as aulas e demais atividades e deverão apresentar, no prazo de 36 horas, plano estratégico de continuidade das atividades escolares em caso de elevação do nível de quarente (sic), inclusive com a suspensão de aulas, para não ocorrer reposição de aulas ou o perdimento do ano letivo;
(...)

O negrito do texto é original e o termo sic, refere-se ao fato de que a palavra quarentena, por lapso da correção, saiu apenas como "quarente". Apenas para explicar o texto como ele veio, nada que prejudique a compreensão.

O que me chamou mesmo a atenção foi a inclusão das escolas particulares.

Vejam,os o que diz a LDB 9394/96:

Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem: 

I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal;

II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada;

III – os órgãos municipais de educação.

Como podem ver, pertencem ao Sistema Municipal de Ensino apenas as instituições PÚBLICAS de ensino fundamental, médio e educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal e as instituições PRIVADAS de Educação Infantil.

O que exclui o Ensino Fundamental e Médio de duas escolas particulares existentes na cidade.

Portanto, apenas as escolas públicas municipais e a educação infantil das escolas particulares estão sob a Supervisão da Secretaria Municipal de Educação.

O que inclui a escola filantrópica e a etapa da educação infantil das demais escolas particulares.

Porque as demais etapas da Educação Básica das escolas particulares pertencem ao Sistema Estadual de Ensino, como bem mostra o Art 17 da mesma LDB:

Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal compreendem: 

(...)

II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal;

(...)

O Ensino Fundamental e Médio das Escolas particulares pertencem ao Sistema Estadual, portanto são supervisionados pela Diretoria Regional de Ensino (DIREN) de São Joaquim da Barra e somente ela pode aferir dessas escolas o cumprimento do ano letivo e exigir qualquer "plano estratégico de continuidade de atividades"

Quero deixar claro que em nenhum momento critico o excesso de preocupação da Administração Municipal com a gestão pública desse período tão complicado para todos nós, aliás, elogio a forma como ela vem administrando o período de Pandemia, apenas atento para o fato de que, talvez por ser uma área específica do Direito Público, a Educação tem algumas particularidades que podem passar despercebidas para Advogados e Legisladores.

Em que pese meu respeito pelas ações adotadas, repito, com total razão pelo excesso de zelo, quero apenas apontar para esse equívoco e apresentar algumas sugestões para evitar questionamentos legais futuros: 

1. Retirada da palavra "privada" do inciso IV.
2. Inclusão de uma emenda, o inciso IVa:

IVa - Aplicar-se-ão as mesmas recomendações expressas no inciso anterior às instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada, bem como a etapa da Educação Infantil das escolas privadas que contenham todas as etapas da Educação Básica.

Para ter paz nas redes (anti)sociais.

É com alguma vergonha que reconheço: sou semianalfabeto digital.

Por essa razão, apanho de alguns recursos tecnológicos.

Mas ao descobri-los, principalmente nas redes (anti)sociais e ver que seu uso representa a paz que muitas vezes é interrompida, me sinto na obrigação de revelar e, quem sabe, sugerir.

Abaixo, duas ferramentas que lamento não tê-las descoberto antes.

OBS1: Juro que não me ofendo com quem faz o mesmo comigo.

OBS2: Se ainda assim a pessoa insistir, existe outras ferramentas definitivas. Mas essas eu já conhecia.

Diário de uma escola em meio à Pandemia.

Diário de uma escola em meio à Pandemia  
Por Tauani Almeida*

O sinal bate às 7:00 horas, estou ansiosa para a chegada DELES.
 
E de repente silêncio! Silêncio esse que já duram semanas.
 
Onde estão os futuros advogados, futuros médicos, futuros dentistas, futuros pedreiros, chefes de família e até futuros astronautas?.
 
Antes por aqui se tinha cantigas, conversas, discussões e namoricos; como era bom ver o colorido, a leveza e a sutileza no olhar das crianças. Algumas retornam pra cá, já adultas, com um brilho diferente no olhar e passam a ser chamadas de PROFESSORES.
 
A única coisa que restou agora foi o vazio dos pátios, das salas apagadas, carteiras desocupadas e paredes sem brilho.
 
O que me mantinha viva era o frescor da juventude e poder ouvir o conhecimento exalando no ar.
 
Ainda continuo aqui ansiosa esperando a chegada DELES!
 
Ass: A Escola.


*Tauani Almeida é professora de Ciências e Biologia, Amor da vida do Blogueiro e já não aguenta mais essa quarentena.