sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Mussum e Gina.

Só mesmo a internet, ou melhor, o Feicebuqui, para ressuscitar figuras quando estas já encontravam-se em total ostracismo.
Na velocidade da era da informação (se é que existe, mesmo, informação), personalidades das décadas idas ganham uma segunda chance na vida, uma espécie de 15 minutos de fama virtual.
Ou vai me falar que algum usuário do feicebuqui não se deparou com alguma foto montagem do Mussum, antigo personagem dos Trapalhões (morto em 1994) envolvendo algum filme, artista ou personagem, com o nome alterado para a linguagem do Mussum, colocando um falso plural em tudo?
Homem de Ferris, Paula Fernandis, Gusttavo Limis, Anderson Silvis, Housis, e por aí vai...
Trata-se do meme "Mussum Fovevis", que contagiou e alegrou a internet nesses últimos tempos.
Curioso como quem cria ou divulga, o faz à exaustão, até praticamente esgotar a piada.
Que a bem da verdade, não se esgota, mas é substituída por outro(s) meme(s).
Assim como o bom e velho Mussum, outro ícone do passado voltou à tona para brincar na internet: a Gina do palito de dente.
Personagem presente em nossas vidas há décadas, a mulher de cabelo chanel, cujo corte lembra um cogumelo, frequenta nossa casa despercebida desde que me conheço por gente.
Quem é? Quem foi? Onde estará a Gina?
Sempre cogitei sobre a garota propaganda da marca de palitos de dentes mais famosa do país.
Seria ela alguma criação de publicitário?
Seria uma ex namorada do dono da fábrica, que num gesto de amor tresloucado estampou-lhe o rosto na caixa dos palitos e assim eternizar este amor para todo o sempre?
Ou seria a mãe do dono da fábrica? Coisa de fazer Édipo ficar com inveja!!!!
Verdade é que nunca soubemos nada dela.
Até agora...
Na internet ela tem voz.
Seu feicebuqui é um dos mais acessados, curtidos, compartilhados.
Tudo graças ao mau humor, ao deboche e à indelicadeza da Gina.
Aquele sorriso que há décadas estampa a caixa marrom dos palitos de dentes é só para disfarçar.
A Gina cansou de ficar sendo usada ("Vem cá Gina que eu vou lhe usar", diria outro meme), tendo seus palitos sumariamente arrancados de sua caixinha. Cansou-se de ficar vendo seus palitos usados para arrancar restos de comida dos cantos mais recônditos da nossa dentição, de vê-los usados em todos os bares como lanças afiadas que caçam petiscos (queijos, salames, batatas,...) para alimentar-nos enquanto bebemos nossa cervejinha.
Ao dar vida e voz à Gina, evidentemente que sua natureza deveria ser indelicada.
E como o politicamente correto enfrenta a fúria dos internautas, caiu no gosto popular.
E o fabricante?
O fabricante, ao ver sua marca ganhar a internet e explodir a popularidade sem que lhe fosse pedida à permissão, procurou o criador do meme para... propor uma parceria.
Parceria????
Diferente do que ocorrera com os Trapalhões na década de 80, quando fantasiavam de Super Heróis e a Marvel, detentora da marca ameaçou processá-los, os fabricantes do Palito Gina vão utilizar o sucesso estrondoso para promover ações de marketing.
Genialidade pura!
Aproveitar o momento de boa exposição da marca para alavancar as vendas.
Não se assustem se em breve, a tradicional caixinha marrom for substituída por alguma embalagem mais moderna, com perguntas feitas por usuários do feicebuqui e as respectivas respostas indelicadas da Gina.
PS: Apareceu agora uma Gina Filha e o pai da Gina, o véio da aveia Qaker. Sem o sucesso que a Gina conseguiu.
Na verdade, achando sem graça.
Melhor a Gina reinar sozinha.
PS2: Se as eleições não fossem eletrônicas, mas no sistema antigo de escrever o nome dos candidatos, teria muito vereador perdendo para o Mussum e a Gina.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O triste fim do neo cidadão ipuanense.

Nunca imaginei que veria justiça sendo feita.
Nunca imaginei que um dia veria político grande encrencado.
Sempre achei que nos escândalos, apenas peixes pequenos caíam nas malhas da justiça brasileira.
Se por um lado muito peixe grande ainda falta ser pego, por hora nos consola saber que alguns peixes menores já foram pegos nas redes do STF.
Estou me referindo ao Mensalão e da recente condenação (dentre outros réus) do cidadão Ipuanense Dep. João Paulo Cunha.
Por reiteradas vezes, seja com textos no Blog ou compartilhando notícias via Feicebuqui, este Blogueiro se dedicou a divulgar as desventuras do Dep. Federal João Paulo Cunha.
E tudo começou quando o nobre Deputado foi agraciado com o título de Cidadão Ipuanense, coincidentemente na mesma época em que ele encontrava-se envolto no julgamento do mensalão.
Julgado e condenado pelo STF, pelos crimes de Peculato e Corrupção Passiva, falta apenas o voto de 1 Ministro* e a aplicação da pena para o condenado para encerrar esta história.
Ou pelo menos este capítulo.
Assim como o Blogueiro, com as considerações abaixo, também encerra uma série de textos, escritos no encalço do agora condenado pelo STF:

*Atualização: O Ministro Carlos Ayres de Brito votou pela condenação do réu em todos os crimes a que estava sendo julgado. Assim, soma-se ao réu ainda a condenação por lavagem de dinheiro, podendo pegar 9 anos de reclusão em regime fechado.

01. Não critico entrega de títulos a políticos da esfera estadual ou federal.
Sei que títulos de Cidadãos são, vez por outra, concedidos a políticos que ajudaram Vereadores e/ou Prefeitos a conseguir uma ou outra verba.
Muito embora eu ache estranho conceder título para alguém que faz a obrigação de ajudar municípios do Estado pelo qual foi eleito.
Mas é da regra do jogo, e algumas eu conheço.

02. Acontece aqui e em qualquer outra cidade.
O próprio blogueiro já votou Projeto de Lei concedendo título de cidadão ao Governador Geraldo Alckmin, agraciado oportunamente em ocasião de uma visita em Ipuã.

03. Achei, entretanto, de enorme inabilidade política, a concessão de um título de cidadão ipuanense a um deputado réu naquele que é considerado o maior escândalo da República.

04. Geralmente, quando algum vereador quer conceder um título é feita uma pesquisa informal entre os demais vereadores para saber a possibilidade de aprovação do projeto, evitando assim o risco de ter o projeto rejeitado. O que, cá pra nós, seria de enorme deselegância.

05. Não sei se houve tal consulta, mas um vereador me confidenciou que se tratou da maior saia justa da vida política dele, e que só votara favorável por “sacrifício político”.

06. Acredito que outros tenham votado pelo mesmo motivo.

07. Acredito também que houve quem nem se importasse com a folha corrida do nobre Deputado, talvez nem a conhecesse.

08. Dos 9 votos: 8 votaram favoráveis e houve 1 abstenção.

09. Vereador fosse, eu votaria contra e explicaria os motivos, que por sinal não faltariam para justificar meu voto contrário.

10. E mais: não estaria presente na cerimônia de entrega. Que por sinal é bom que seja feita rapidamente; ao que parece, o nobre Deputado (que pode inclusive perder o mandato) terá lugar e hora específico para passar suas noites pelos próximos 6 anos.

11. Dois questionamentos necessários:
- Fosse um projeto de autoria de um vereador de situação, concedendo um título de cidadão a um deputado na mesma situação do Dep. João Paulo Cunha, esse projeto seria aprovado?
- Se o autor do Projeto de Lei fosse candidato à reeleição ou a Prefeito ele teria apresentado o referido Projeto?

12. Agora que o Deputado foi condenado pelo crime de corrupção passiva, nós podemos chamá-lo de corrupto, sem correr risco de ser processado?
Se a resposta for “sim”, fica difícil não achar que tê-lo como cidadão ipuanense não seja um motivo para a cidade se envergonhar.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A receita do elixir!

Há muito tempo queria saber como é produzido o whisky.
Até que o Portal Terra fez uma matéria sobre.
Que segue abaixo, na íntegra e sem modificações.

Criado na Irlanda do século 12, o uíque, que é uma combinação de água, levedura e cevada, ganhou a Escócia no século 16. Acredita-se que a bebida tenha ganhado notoriedade no século 19, quando uma praga devastou os vinhedos da França. Hoje, segundo a Diageo, uma das maiores fabricantes do destilado escocês, a maioria dos uíques levam uma mistura de cereais, como milho, centeio, trigo e cevada. Além disso, são envelhecidos em barris específicos, que dão complexidade e equilíbrio aos sabores da bebida. Da germinação dos grãos de cevada à maturação em barris de carvalho, a bebida símbolo da Escócia passa por um processo de produção centenário, tão complexo quanto encantador. Conheça as principais etapas para a fabricação do uísque nas destilarias de Johnnie Walker

1. Escolha dos cereais: o tradicional uísque escocês de malte é feito a partir da cevada. Os outros uísques são feitos com trigo, centeio ou milho

2. Maltagem: os grãos de cevada são mergulhados em água para que germinem e se transformem em malte um xarope escuro, que é base para bebidas como uísque e cerveja. Quando chegam ao ponto perfeito, são aquecidos e secos com ar quente. A maltagem libera o amido da cevada

3. Maceração: depois de ser moída, a cevada triturada vai para um tanque a 64º C e transforma-se num líquido doce, chamado wort. É aqui que o amido da cevada vira açúcar, ou maltose, num processo de sacarização. Os açúcares solúveis são extraídos dos grãos maltados.

4. Fermentação: chega a hora de converter o açúcar em álcool com a ajuda de leveduras. Aquele líquido doce fermenta e transforma-se em uma bebida chamada wash, semelhante à cerveja. O processo pode durar de 2 a 5 dias.

5. Destilação: o wash é fervido e passa pelo menos duas vezes por destiladores de cobre, um processo que purifica e aumenta a concentração de álcool. Uísques produzidos com outros grãos, como milho e trigo, são chamados de blends e são destilados em alambiques de coluna, destiladores metálicos para líquidos com diferentes pontos de ebulição. Ao fim desse processo, a bebida ainda não é dourada, como o uísque que conhecemos, e sim transparente e com mais de 60% de álcool.

6. Maturação: o whisky é armazenado em barris de carvalho para ser envelhecido por no mínimo três anos nos galpões das destilarias escocesas. É nesta etapa que ganha cor e boa parte do seu sabor final.

7. Engarrafamento: a maior parte dos whiskies passa por mais uma filtragem antes de ir para a garrafa. A porcentagem de álcool é reduzida até 40%. Para os uísques blends, é chegada também a hora da mistura de diferentes bebidas envelhecidos em diferentes barris.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Como funciona: Eleição para Vereadores.

Esta é mais uma daquelas coisas que pouca gente sabe. E pouca gente explica.
E pior: Tem muito candidato que não quer que os eleitores saibam.
Afinal como funciona eleição para vereador?
Se existem 9 vagas na Câmara, por que não elege os 9 mais votados?
A legislação eleitoral Brasileira, para cargos de Vereador, Deputados Estaduais, Federais e Distritais, trabalha com o sistema proporcionalidade dos votos de partidos e/ou coligações, usando para isso um Coeficiente (ou Quociente) Eleitoral.
Que eu tento explicar no texto abaixo, usando como exemplo a eleição para Vereador em Ipuã neste ano de 2012.
PS: Caso haja alguma informação equivocada (seja política ou legal), favor informar ao Blogueiro que, imediatamente após avisado, fará a alteração e agradecerá.
Coeficiente eleitoral (CE) de uma eleição é determinado pelo número de votos válidos para vereador, dividido pelo número de vagas existentes na Câmara Municipal (no caso em questão).
Em Ipuã, na base do chutômetro, arrisco dizer que nessas eleições o CE será algo em torno de 1.100 votos.
Significa dizer que a cada 1.100 votos que a coligação somar, 1 vereador desta coligação (o mais votado, evidentemente) será eleito.
Em caso da coligação conseguir 2.200 votos, os 2 vereadores mais votados se elegem e assim sucessivamente.
Caso uma coligação tenha 2.500 votos, elegem-se 2 vereadores e a coligação fica com uma “sobra” de 300 votos.
Faz-se o mesmo com todas as coligações e, caso haja 01 vaga não preenchida na Câmara, a coligação que ficou com a maior “sobra”, elege mais um vereador. Se restarem 02 vagas não preenchidas, as duas coligações com maiores “sobras” elegem um vereador cada, e assim por diante.
Em caso de alguma coligação não atingir o CE, ela não elege nenhum vereador, a não ser que haja vaga não preenchida e essa coligação tenha mais votos que a "sobra" das demais que já usaram o CE para eleger vereadores.
É por isso que muitos vereadores elegem-se com menos votos que outros que, apesar da votação expressiva, não conseguiram estar entre os mais votados de sua coligação.
Por isso também que muitos vereadores elegem-se com a "ajuda" de outros que, embora tiveram poucos votos, ajudaram aquela coligação a atingir o Coeficiente.
Na eleição Municipal Ipuanense, em 2012, existem 4 coligações para Vereadores.
Na minha opinião, nenhuma ficará sem eleger vereador, todas elegerão pelo menos 01 vereador nestas eleições.
Assim como acredito que nenhuma elegerá mais que 03 vereadores.
Claro que tudo isso é na base do achômetro, nada impede que algum(ns) vereador(es) tenha tamanha votação que puxe para a Câmara 1 colega a mais. Ou o inverso também pode acontecer, votações pífias podem “prejudicar” candidatos bem votados.
Resta saber qual(is) coligação(ões) elegerá(ão) 01, 02 e 03 vereadores e principalmente, quem será ou quem serão os eleitos em cada coligação?
Treine sua futurologia analisando a tabela abaixo extraída do site do TSE ainda hoje.


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Segunda já é ruim, pós Barretão então...


Só quem já passou por uma maratona de gandaia sabe o quando é custosa uma segunda feira.
A segunda, pós hecatombe etílica ganha contornos de castigo divino. É a prova concreta que o usufruto dos prazeres mundanos, combinados com 3 (gula, preguiça e luxúria) dos 7 pecados capitais serão devidamente castigados por uma força maior.
Deveria ser feriado a segunda feira pós grandes eventos.
Curioso é que nossa teimosia supera nosso medo.
Mesmo sabendo do flagelo que a segunda nos impõe, lutamos bravamente nas trincheiras da alegria, sejam elas em Barretos, Guaíra ou Ipuã.
Carpe diem meninos, carpe diem!!!!!!
Na nossa humilde cidade, em algumas ocasiões recentemente, a Expuã terminou no sábado (como terminará este ano), ou na véspera do feriado. O bom é que teremos 1 dia para repor as energias e enfrentar a segunda feira com alguma dignidade.
O Blogueiro não soube o que é isso nessa edição do Barretão, não esteve presente nenhum dia.
Meu pobre bolso professor não conseguiria arcar com as despesas mínimas necessárias para curtir o evento.
Por isso defendi via feicebuqui, e reitero aqui neste intergaláctico Blog, a realização de um evento paralelo à Festa do Peão de Barretos para atender aos mais humildes.
Uma versão para a Classe C, com Camarote Lecker e Festa do Empregado.
Se o Barretão equivale ao Fórum de Davos, nosso evento equivaleria a sua antítese, o Fórum Social Mundial.
A esquerda brasileira precisa de festa.
Desde que, é claro, tenhamos uma segunda para descansar.

domingo, 26 de agosto de 2012

A trajetória de cada um - Uma breve análise do caminho pelos candidatos a Prefeito em Ipuã


Já que a mídia não aborda e os horários eleitorais muito menos, segue nas linhas abaixo, a trajetória que cada um dos dois postulantes ao cargo máximo da política ipuanense percorreu para chegar até aqui.
A base histórica/científica/jornalística é de tudo aquilo que o Blogueiro viu, ouviu e deduziu nos últimos anos.

Léo Nascimento.
Leonardo Tavares do Nascimento filiou-se ao PPS no ano de 2003, ocasião em que todos os pré candidatos a Prefeito na eleição de 2004 convidaram-no para ingressar os quadros de seus partidos.
Inicialmente cotado para Vereador, ele chegou a ser cogitado para Vice, mas teve suas pretensões tolhidas pela política interna da empresa em que trabalhava, cujo dono e patrão proibia funcionários de disputarem eleições.
Em 2008, nova tentativa de candidatar-se à vereaça e novante impedido pelo mesmo motivo da eleição anterior.
Chegou em 2012 na condição de candidato preferido do Prefeito Itamar para disputar o jogo sucessório, vitaminado pela passagem na Secretaria de Saúde.
A preferência do Prefeito pela candidatura de Léo se deu:
- Pela capacidade demonstrada na Saúde de ser um bom gestor público.
- Pela personalidade conciliadora.
- Pelo carisma e por ser uma novidade na vida política, há muito tempo recheada de "mais do mesmo".
Mas a escolha do candidato não seria imposta pelo Cacique maior do partido.
Léo teve que disputar espaço com outros 2 pré candidatos.
Uma pesquisa eleitoral definiria quem seria o candidato situacionista.
A ideia sonhada por Itamar era: 1° e 2° colocados na pesquisa, sairiam candidatos na condição de Prefeito e Vice respectivamente.
Esqueceu apenas de "combinar com os russos".
O possível pré candidato a vice vendo-se preterido na disputa sucessória bateu asas para as fileiras oposicionistas.
Foi então que abriram as negociações com o PSDB, que nessas alturas já via naufragar seu projeto de disputar a eleição ao executivo no pleito de 2012. Ficou acordado que a vaga de vice, ficaria o ex Prefeito Juscelino Maruno.
Novamente os rusos não estavam sabendo do acordo.
Mobilizações políticas chegaram até o Diretório Estadual do partido que decidiu que os Peessedebês ficariam, em Ipuã, unidos às trincheiras oposicionistas.
Ao perder o apoio do PSDB, como já havia perdido anteriormente do PTB, partido de outro ex aliado preterido na disputa sucessória, os caciques Pepeesses buscaram nos quadros dos partidos da coligação um nome para vice na chapa.
Das 3 opções aventadas, fez-se valer a vontade do candidato a Prefeito pela Ex Vereadora Rosângela, que estava preparada para sair candidata a vereadora e que agora tem a chance de ser, em caso de vitória, a primeira vice prefeita da história de Ipuã.

Nenê Barriga.
José Francisco de Souza Ávila deve ter tomado um susto quando o xará de apelido, Nenê Montanher, lhe convidou para ser seu vice na empreitada de 2008.
Tido como certo, o Ex Vice Prefeito Candião foi preterido naquela eleição, gerando um mal estar inicial que quase culminou em rompimento.
Devidamente enquadrado, o ex fututo candidato a vice aceitaria o papel coadjuvante naquela eleição para disputar e conseguir uma vaga na Câmara Municipal.
Pesou na escolha do novo postulante a vice alguns atributos:
- Ser uma novidade política, portanto livre de desgaste.
- Ser um cidadão de caráter e reputação ilibada.
- Ter um elevado poder aquisitivo e contribuir na campanha.
- Ser de uma tradicional família ipuanense que historicamente nunca demonstrou entusiasmo pela candidatura de Nenê Montanher.
E para ajudar: tinham o mesmo apelido.
Derrotados naquela eleição, acredito que Nenê sequer sonhava em voltar à vida pública, quando o trágico acidente que vitimou o candidato natural do partido o projetou na condição de melhor nome dentro dos quadros peemedebistas.
Sua escolha foi quase uma unanimidade.
Até quem sonhava em ser escolhido, acabou resmungando em silêncio sabendo que pouca, ou nenhuma chance teria numa eventual prévia contra Nenê Barriga.
Talvez isso pesou também na escolha do vice, que apesar da oferta do PSDB para postular a vice prefeitura e assim unir o partido em torno de sua candidatura, a escolha recaiu sobre o Presidente da Câmara, Vereador Candião, que aceitou a condição de vice mais uma vez, apesar do desejo sempre manifesto de ser ele próprio o candidato a Prefeito.
Repetia-se assim a dobradinha que deu certo uma vez e errado outra: Nenê Prefeito e Candião Vice, podendo, em caso de vitória, ser a 2ª pessoa com apelido de Nenê a governar Ipuã.

sábado, 25 de agosto de 2012

Com o lápis na mão.

Essa história já foi publicada no blog antigo (www.orandesrocha.zip.net).
Como é uma daquelas histórias que eu não me canso de contar, nem meus 9 fiéis leitores de ler, republico-a sem alterações.

O ano era 1994.
O mês: Dezembro.
Eu fazia cursinho em Ribeirão e estava prestando vestibular em Curitiba, Paraná.
Aliás, este vestibular renderá outras boas histórias futuramente.
Numa noite, para descontrair, fomos a um rodízio de massas muito famoso na cidade.
Lá, entre massas e vinho italiano, vi que entrou no restaurante uma conhecida repórter da Globo Paranaense.
Quando ela entrou, muitos colegas na mesa identificaram-na, de reportagens do Jornal Nacional e do Fantástico.
Eu a conhecia, além da exposição televisiva, pelo fato de saber que ela era nascida aqui em Ipuã. Embora nunca a tivesse visto ao vivo.
Sem falar para os colegas sobre as origens ipuanenses da repórter, disse que eu tinha coragem suficiente para ir lá conversar com ela.
Todos riram debochadamente.
Como um caipira de Ipuã teria coragem para isso?
Levantei, me dirigi até ela e ao chegar, fui dizendo:
- Com licença, mas acho que somos da mesma cidade.
Para espanto dela, fui explicando que eu era de Ipuã etc e tal.
Ela me deu um abraço enorme nessa hora.
Não vi, mas gosto de imaginar a cara dos colegas e das colegas na mesa em que estávamos ao ver uma conhecida repórter da Globo me abraçar e conversar comigo tão animada e tão afetuosa.
Conversamos por uns 5 minutos sobre Ipuã, pessoas que ainda moravam aqui, parentes e amigos em comum, etc...
Chegou até a oferecer sua casa para eu me hospedar até conseguir alguma república, caso eu fosse aprovado no vestibular.
Ao terminar, lhe pedi um autógrafo, coisa que ela, gentilmente concedeu.
Quando estava indo de volta à mesa, ela ainda me chamou, perguntou se eu entregaria um bilhete a uns parentes dela aqui na cidade.
Eu disse que sim e ela rapidamente escreveu e eu coloquei na carteira.
Ao sentar a mesa me servi de uma taça de vinho e notei que todos na mesa (umas 13 pessoas) estavam em silêncio olhando pra mim.
Ouvi todo tipo de pergunta e comentário:
- Seu maluco, que cara de pau!
- Sobre o que conversaram?
- Como teve coragem?
- Por que aquela alegria toda?
- Que papel era aquele que ela te deu?
Limitei a responder esta última pergunta, ainda assim, com uma leve mentirinha para instigar ainda mais a inveja/ira/estupefação dos meus colegas:
- Era o telefone dela.
E pedi ao garçom para trazer outra garrafa de um bom vinho da casa...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Se a primeira impressão ficar...

Talvez seja cedo demais, mas não gostei do que vi no primeiro programa eleitoral destinado aos candidatos a Prefeito de ambas as coligações.

Com dois candidatos pouco conhecidos do eleitorado ipuanense; numa eleição onde a grande parte do eleitorado define seu voto à maneira futebolística, escolhendo o time (representado por número) preferido; numa eleição com grande uso das mídias eletrônicas; numa eleição que terá duas emissoras de rádios transmitindo horário eleitoral; numa eleição em que os dois candidatos têm a chance de começar uma história nova nessa cidade,... por tudo isso entendo que o eleitor não quer, nesses primeiros programas eleitorais para Prefeito:
- Ouvir jingles.
- Ouvir música batida de outras campanhas.
- Ouvir candidato a vice.
- Ouvir opiniões de 3°s não envolvidos no processo eleitoral.
- Ouvir personagens.
- Ouvir falas editadas.
- Ouvir mais a voz dos locutores que dos candidatos.

Penso que os eleitores querem ouvir os candidatos a Prefeito.
E que dividindo a fala entre locutores e candidatos, cada horário eleitoral explique a trajetória do candidato, quem ele é? como chegou até aqui? e principalmente, por que é candidato? e por que merece nosso voto?
A menos que o formato desses programas mude, e quem sabe após essa crítica isso aconteça, nós continuaremos a não conhecer melhor os nossos candidatos.

Por isso sou da opinião que se realize um debate eleitoral. Um debate de ideias e propostas, um embate franco, aberto entre os dois candidatos.
Sem recursos tecnológicos, sem trucagens de programas de computador, sem leitura de textos, sem a possibilidade de, ao errar, fazer de novo.
Quem sabe assim a quantidade de eleitores indecisos não diminuiria? Talvez até os eleitores que votarão branco e nulo optem por escolher entre um e outro.
PS: O horário dos Vereadores o Blogueiro não ouviu, e nem precisa, pois é um formato mais engessado, sem grandes variações.
Ouvirei apenas por curiosidade.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Rodeio de Barretos reproduz nossas desigualdades sociais.

O Rodeio de Barretos reproduz as desigualdades sociais existentes em nosso país.
Uma noite no Barretão não fica menos que R$ 200,00 se considerarmos despesas com transporte, estacionamento, entrada e consumo.
Uma família média composta por pai, mãe e 2 filhos, gastaria em apenas uma noite R$ 500,00.
Quase 1 salário mínimo.
Trata-se de um gasto que nem todas as famílias brasileiras podem arcar.
Cria-se então uma legião de excluídos do "maior rodeio do mundo".
E mesmo entre os que podem pagar e desfrutar da festa há desde muito tempo, outra exclusão.
Existem no Barretão festas dentro da festa.
Não basta apenas ir ao rodeio, é preciso agora participar dos eventos existentes lá dentro.
É Camarote da empresa tal, Festa do Fulano, Festa não sei o que,...
Nem preciso dizer que tudo isso a preços exorbitantes. Fala-se em R$ 300,00 antecipado, R$ 1.600,00 se comprar de última hora.
Acreditem, os shows, por serem mais do mesmo (qualquer show em Barretos pode ser assistido a exaustão nas dezenas de rodeios em nossa região) tendem a ficar para 2° plano. Se antes as pessoas iam para ver a dupla A&B, hoje vão para ver A&B e ir à Festa do Fulano, ou no Camarote da Empresa Tal.
Rodeio mesmo, boi pulando e tudo mais, já ficou para 3° plano, ou 4°, se considerarmos que a presença nos ranchos existentes no interior do Parque atrai muito mais o interesse das pessoas.
A exclusão se manifesta claramente quando vejo pessoas comentar comigo que vão ao Barretão, para em seguida falar em tom de tristeza que não vai à Festa Tal.
Se Barretos já era, para mim, um elogio ao que Marx chamou de fetiche da mercadoria, a organização destes eventos internos apenas corrobora e potencializa minhas convicções.

Aviso aos maus leitores: Não estou ofendendo o Rodeio nem falando que deveria ser gratuito. Assim como não demonizo os eventos sociais que lá dentro ocorrem.
Os organizadores estão no direito de cobrar o quanto quer, o público de pagar se quiser, e o Blogueiro de filosofar.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Começa o horário eleitoral no rádio.

Amanhã começa o horário eleitoral gratuito no rádio e televisão para as eleições municipais 2012, e vai até 04 de outubro.
Serão 60 minutos diários, divididos em 2 blocos de 30 min.
Na TV, o primeiro bloco será das 13:00 às 13:30 (atrapalhando o Globo Esporte) e o segundo, das 20:30 às 21:00 (atrapalhando o Jornal Nacional).
No rádio, das 07:00 às 07:30 e das 12:00 às 12:30.
Terças, quintas e sábados serão dedicados à campanha para os candidatos a Vereadores.
Segundas, quartas e sextas, candidatos a Prefeito.
Em Ipuã não temos emissoras de TV, porém temos 2 de rádio, sendo uma teoricamente comunitária e uma emissora comercial.
Haverá ainda comerciais isolados veiculados todos os dias ao longo da programação normal das rádios.
De acordo com a legislação vigente, o tempo de TV é definido proporcional ao tamanho da coligação. Cada partido tem sua "cota" na propaganda e a somatória dos partidos, define o tempo de cada candidatura.
Em Ipuã, segundo informações, o tempo ficou assim definido: 24 min para o candidato do PMDB e 06 min para o candidato do PPS. Eleição passada a divisão foi 18 x 12.
Sonho de todo e qualquer marqueteito, o tempo destinado à coligação que orbita em torno da candidatura peemedebista é ao mesmo tempo uma bênção e uma tormenta.
Se para os candidatos vereadores será a possibilidade de todos poderem expor suas propostas e ideias 3 vezes por semana, para o candidato a Prefeito será um trabalho enorme encontrar assunto para, 3 vezes por semana, preencher o tempo destinado.
Parece pouco, mas a produção de 24 minutos de propaganda 3 dias na semana requer muita criatividade para evitar que fique enfadonho.
Caso consiga, terá uma grande ferramenta em mãos; em caso de insucesso, o tempo parecerá infinito.
A outra candidatura, esforço inverso: transmitir a mensagem nos 6 minutos destinados.
Para postulantes ao Legislativo, a necessidade talvez de dividir quem fala em qual dia; para o do Executivo, espremer suas propostas no pouco tempo disponível.
Embora seja um tempo considerável onde muita coisa pode ser feita, acho que 4 ou 5 minutinhos a mais seriam bem vindos, para uma candidatura que conta com serviços profissionais de marketing.
O horário eleitoral no rádio esse ano terá um componente diferente.
Se na eleição passada 100% da cidade conhecia os 2 candidatos; nessa eleição, onde os dois candidatos são pouco conhecidos do eleitorado ipuanense, cuja definição do voto cada vez mais tende a ser como torcida de time de futebol, "aparecer" no rádio é a melhor forma de se apresentar para a população e assim suas candidaturas mostrarem que (e se) têm conteúdo.
E para mostrar o conteúdo é necessário também a forma como se divulga.
Estou curioso.

Em tempo: Acho que essa eleição é o momento ideal, já que temos 2 rádios na cidade, para que fosse realizado um debate eleitoral entre os dois candidatos.
Numa eleição onde os postulantes são desconhecidos do grande público e com pouca experiência política, seria de grande ajuda, principalmente aos eleitores indecisos, um confronto direto de ideias e propostas.
Com perguntas da população, de autoridades da cidade e perguntas entre os candidatos.
Não sei se algum deles aceitaria, mas não custa sugerir.

domingo, 19 de agosto de 2012

Debate eleitoral na Band.

E não é que Dep. João Paulo Cunha, réu no processo do mensalão foi recentemente agraciado com um título de cidadão ipuanense, participou do debate da Band com os candidatos a Prefeito de Osasco ontem?
Apenas 2 dias depois do relator do processo, o Min Joaquim Barbosa, proferir seu voto que foi pela condenação do nobre Deputado, agora cidadão Ipuanense (para nooooosssaaa vergonha).
Advinhem o que lhe fora perguntado no debate?


Com o lápis na mão.

Compromissos futebolísticos tiraram o Blogueiro do computador ontem.
Segue abaixo, o texto que deveria ter sido publicado.
Gracias!

Estava eu numa aula de química no cursinho, dia e mês não me recordo, o ano era mil novecentos e noventa e deixa pra lá.
Sala cheia, professor linha dura, aula puxada, matéria difícil.
Vejo um aluno ao meu lado lendo a apostila e franzindo a testa, sinal clássico de quem está angustiado tentando solucionar alguma coisa.
Passados 5 minutos de dúvida, o aluno resolve indagar o professor, levantando a mão e o diálogo foi o seguinte:
- Professor, o que é Termomol?
O professor para a aula, busca na memória o que é, porém sem muita certeza responde:
- Para te dar uma resposta mais completa, vou pesquisar em casa e te trago na aula seguinte.
Mas o aluno não se deu por satisfeito e, diante da ausência da resposta, prosseguiu:
- O senhor não sabe?
- Olha, saber eu sei, mas para não correr o risco de responder algo de maneira incompleta, prefiro pesquisar melhor.
- Então nos diga.
Ao colocar o "nos", o maledeto incluiu a sala toda na celeuma que ele havia criado.
O professor amenizou:
- Eu tenho uma vaga noção, que prefiro explicar melhor na aula seguinte.
O aluno claramente insatisfeito deu o assunto por acabado, porém o professor, vendo a clara insatisfação do aluno o questionou:
- Onde você leu isso?
- Na apostila!
- Na apostila? questionou o professor.
- Exatamente, quem é o professor responsável por essa apostila?
- Eu.
- Então como o senhor coloca algo que não sabe nessa apostila?
- Não me lembro de ter colocado.
Ao dizer isso, o professor desceu do degrau onde dava aula e dirigiu-se até a carteira do aluno para ler na sua apostila o tal Termomol.
Para surpresa do professor, do aluno e de todos nós, o que estava escrito era "o termo mol refere-se..." o aluno não percebeu que havia um espaço entre "termo" e "mol", espaço este que a sala toda correu pra ler.
Nem preciso dizer que foram minutos de risos na sala e o resto do ano zoando o colega. Embora jurasse que na apostila dele as duas palavras não estavam separadas por espaço.
Mas como nunca mostrou pra ninguém...

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

5 opções para o Prefeito Itamar Romualdo fazer depois que deixar a Prefeitura.

Para encerrar a série, seguem abaixo 5 sugestões para o Prefeito Itamar Romualdo escolher o que fazer depois que terminar seu mandato.

Virar Senador (a que eu espero que ele faça).

Treinar pra Maratona no Rio 2016 (seu esporte favorito).

Candidatar a Prefeito em alguma outra cidade (e ensinar outros políticos como se administra).

Virar Presidente do Santos (seu clube de coração).

Férias (merecidas, depois de tudo o que fez pela cidade).

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

4 esportes pra incluir no RJ/2016

Bete ("Taco" em SP)

Rebote ou Rebatida ("Reba" em Rib. Preto).

Biroca ("Bola de gude" pros frescos)

Bilhar (Sinuca, pra quem não sabe a diferença).

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

5 sugestões de promessas.

Se você é candidato e não sabe mais o que prometer, seus problemas acabaram!
O Blog ajuda você, candidato amigo, não importa o cargo que dispute nessas eleições:
Se candidato a Prefeito, prometa sem a intenção de cumprir.
Se Vice Prefeito, prometa mesmo sabendo que seu papel é de coadjuvante nessa eleição.
Se Vereador, prometa a vontade, a maioria da população não sabe que Vereadores não podem apresentar Projetos que originem despesas para o Executivo.
E nada de promessas pequenas, vamos pensar grande para a nossa pequena cidade.

Aeroporto.

Metrô.

Sub sede da Copa do Mundo de 2014.

Central Park.

Ponte Estaiada.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

5 sugestões para novos títulos de cidadãos ipuaneses.

Antes que alguém pense que o Blogueiro enlouqueceu, aviso: O post é uma ironia.

José Dirceu.
 

Carlinhos Cachoeira.

José Sarney.


Paulo Maluf.
 

Ricardo Teixeira.
 


Não duvide, afinal o último agraciado com título de cidadão foi assim descrito pela revista Veja, semana passada:

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

6 razões pra ter assistido às Olimpíadas!

Yelena Isinbayeva, Salto com vara, Rússia.


Hope Solo, Futebol, EUA.


Maria Sharapova, Tênis, Rússia.

 
Logam Tom, Volei, EUA
 


Sheila, Volei, Brasil


Jaque, Volei, Brasil.



domingo, 12 de agosto de 2012

Nos palanques da vida.

Não bastasse o Blogueiro ter sido vereador, e muito bom vereador diga-se de passagem, relembro, nesse Dia dos Pais, que meu saudoso pai também foi vereador.
O Orandes Pai foi candidato a Vereador pela 1ª vez no ano de 1982, na chapa do candidato a Prefeito Itamar Romualdo (aquela eleição que ele ganhou mas não levou) e só não foi eleito para o legislativo por causa da legenda.
Anos mais tarde, em razão do afastamento de um dos vereadores eleitos, finalmente a injustiça foi corrigida e meu pai pode experimentar, por quase 2 anos, o gosto de ser vereador.
Lembro de ter assistido a uma sessão na Câmara, levado por ele, no local onde hoje funciona o Banco do Povo.
Embora os fatos da época vão ficando cada vez mais envoltos pelo nevoeiro que invade memória depois de uma certa idade, ainda recordo de algumas de suas bandeiras.
Talvez esteja aí a inspiração ética que justifique minha conduta na vida pública nesses anos todos.


Uma observação necessária: Neste período eleitoral, alguns capítulos da série "Nos palanques da vida" poderão, eventualmente, ser substituído por textos sobre análise polítco eleitoral da nossa cidade.

sábado, 11 de agosto de 2012

Com o giz na mão.

Melhor que o título da série hoje fosse "Sem o giz e com o lápis na mão".
"Sem o giz", porque vou contar a história de uma escola onde dou aula, que optou por abolir o bom e velho quadro negro, e com ele, o giz.
E "com o lápis" porque de um causo de professor, passarei a outro de aluno, como verão a seguir.
Chego do recesso de julho e me deparo com uma mudança na escola: todos os quadros negros (lousa) foram substituídos por quadros de vidro. E o giz, por pincel atômico.
Coisa chique demais!
Estou me sentindo o próprio Dr House escrevendo em seu pequeno quadro, os sintomas que lhe darão um diagnóstico final.
E o melhor de tudo: este pobre professor, acometido por rinite alérgica, está livre de sofrer com os efeitos nocivos do pó de giz nas minhas docentes vias aéreas.
Chega de irritação na garganta, chega de sujar camiseta, chega de mãos ressecadas,... embora usasse o Data Show, mas invariavelmente os quadros necessitavam ser apagados para que eu projetasse as imagens. O que geralmente eu pedia a algum aluno, nos de maior desconforto vocal.
Agora pendurei o velho Data, que já precisava de férias.
Levo apenas o Note, com as aulas preparadas, as quais vou reproduzindo no vidro.
O que tem gerado aos alunos um pequeno inconveniente: minha caligrafia.
Caligrafia o caramba, minha letra é horrorosa mesmo.
E não é de agora, é de muito tempo atrás.
Cadernos de caligrafia? Que eu me recorde, foram 4 na infância.
E aqui começa a 2ª parte desse texto.
Talvez vocês não saibam mas o Blogueiro nasceu canhoto.
De perna e braço.
Acontece que naquele tempo, cidade pequena do interior paulista, família católica, supersticiosidade arraigada na cultura popular, ser canhoto era sinal de má sorte, quase que um sinal demoníaco.
Foi então que iniciou-se uma cruzada para a minha conversão ao mundo dos destros.
Genitor, Genitora e Professora do primário do Blogueiro, gentilmente me desestimulavam a ser canhoto, forçando a usar a mão direita.
Até que quando um médico descobriu o feito era tarde demais. Eu já escrevia com a direita e a consequência disso era a letra horrorosa.
E já foi pior!
Em 1994, no cursinho, optei por escrever em letra de forma, o que fez a minha letra ficar um pouco mais legível.
Pior é que se eu escrever calmamente, diferenciando maiúsculas de minúsculas fica uma letra até bonita, porém em sala de aula, com alunos falando, apostila por ser cumprida e escrevendo e falando ao mesmo tempo, cá pra nós, é impossível caprichar.
Embora reconheça que a caligrafia não é das melhores, acredito que falte nos alunos um pouco de bom senso em deduzir certas letras dentro do contexto da matéria e da lógica da palavra.
Um dos problemas maiores são as letras V, U, L e C, cuja curvatura feita às pressas com o pincel faz com que essas 4 letras fiquem parecidas. E fica mesmo, e por isso concluí que a pior palavra para eu escrever no quadro, seja ele negro, branco ou de vidro, é a palavra VULCÃO.
As 4 primeiras letras são quase idênticas.
Mas não critico pais e professores por ter me forçado a deixar der ser canhoto e hoje ter uma  má caligrafia, os critico porque sabidamente, canhotos são mais habilidosos para jogar futebol e, se destro o Blogueiro já é dono de um futebol refinado, fosse canhoto então, estaria na seleção.
Quem sabe não teríamos ganho o Ouro Olímpico hoje?

Cidadão Ipuanense.

Câmara Municipal de Ipuã votou e aprovou a concessão de Título de Cidadão Ipuanense para o Dep. João Paulo Cunha, cujo currículo recente encontra-se nas fotos abaixo, fontes dos sites Terra e Veja.
Um dos principais réus daquele que é considererado o maior escândalo da história da República e que, se condenado, pode pegar até 42 anos de xilindró.
Ainda assim, um Projeto de Lei de iniciativa do Vereador Neto agraciou o Deputado, que disputa a prefeitura de Osasco nessas eleições, com o título de Cidadão Ipuanense.
Um honraria que muitas pessoas dignas já receberam e que certamente é motivo de orgulho para o nobre deputado. Já para a cidade...
O Blogueiro faz votos que o agraciado receba a comenda na cadeia.






Quem quiser conhecer um pouco mais sobre o mais novo cidadão ipuanense, basta acompanhar sites como UOL e Terra nos links sobre o Mensalão, jornais como Folha e Estadão, além das páginas da revista Veja, que semanalmente são recheadas com notícias.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Brasil e 1° Mundo: por que são tão diferentes?

Fui instado por uma aluna essa semana a responder ao seguinte: Por que países como Canadá e Suíça são países de ótima qualidade de vida e elevado padrões sociais enquanto o Brasil, um país rico, não é assim?
Nos poucos minutos que dispomos em uma aula, respondi brevemente: Civilidade.
E concluí dizendo-lhe que embora de fato esses países conseguiram ser o que são hoje às custas de muito dinheiro, mas não acredito que são lugares de excelente qualidade de vida apenas por isso.
Vai muito mais além...
Não conheço a fundo esses países mas pelo pouco que conheço elenquei algumas condições fundamentais:

Democracia: Enquanto nós, em 500 anos de história tivemos pouco menos de 50 anos de democracia, países como Suíça, Canadá e Suécia conhecem esse sistema de governo desde a sua fundação.
Direitos: São claros os direitos de cada cidadão, e todos conhecendo, fica mais fácil exigir e respeitar.
Deveres: As pessoas sabem que a contrapartida dos direitos são os deveres. Só após cumprir com seu dever é que se pode exigir seu direito. Como reclamar que o poder público não limpa a cidade se você joga lixo na rua? Por exemplo...
Educação: A raiz de tudo está na Educação como sinônimo de consciência, de liberdade e cidadania.
Responsabilidade: Cada um tem a sua responsabilidade e não espera que o poder público assuma algo que não lhe compete.
Legislação: Leis claras e objetivas, sem casuísmos ou más interpretações.
Justiça: A certeza da impunidade é um incentivo aos infratores, por isso a atuação da Justiça nesses países é exemplar.
Governos: Políticos conscientes que não agem de forma eleitoreira ou demagógica. Vivem pela política e não da política. E um sistema político que favorece a democracia.
População: Indivíduos conscientes que não ficam esperando que o pode público lhe dêem tudo de "mão beijada".

E deve haver muitas outras das quais não conheço.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Parabéns Caetano.

Caetano Veloso fez ontem 70 anos.
E o Blog deixou passar batido.
A data me fez lembrar a epopeia que o Blogueiro passou para assistir a um show dele em Ribeirão Preto, há coisa de uma década e meia atrás.
Na verdade, epopeia é exagero, mas foi sem dúvida um show pra ficar na memória.
Um Ipuanense que estudava na USP comprou nossos ingressos, iríamos eu e um outro colega, pegaríamos ele no alojamento do campus onde ele morava e seguiríamos para a Cava do Bosque, local do show.
Na época, o Blogueiro não desfrutava das enormes receitas advindas da atividade docente, as quais tenho hoje; era um estudante universitário desempregado, sustentado pela mãe.
E a mesada exígua, exigiu uma logística curiosa.
Após cálculos matemáticos dignos dos personagens da série The Big Bang Theory, utilizando variáveis como Km/l, valor do álcool e Kilometragem extra percorrida chegamos à conclusão de que se abastecêssemos na cidade de Morro Agudo, ainda que fugindo alguns Kilômetros da rota, economizaríamos algum dinheiro.
E assim fizemos: deixamos pra abastecer em Morro Agudo e ganhamos alguns Reais pra gastar com cerveja.
Passamos na USP para pegar o último integrante da aventura e seguimos para a Cava pelo menos 2 horas antes do show começar.
É que eu queria ficar no "gargarejo", na esperança vã de conseguir um autógrafo no livro que ele escrevera 1 anos antes do referido show.
Sim leitores, o Blogueiro passou pelo fiasco de levar caneta e livro no show! Coisa de fã.
Duas horas mais tarde, lá vem Caetano para um p... show que fez a Cava do Bosque tremer naquela noite.
Curioso é que naquela turnê, ele estava lançando uma música que se tornaria o grande sucesso daquele ano e seria responsável por, pela primeira vez na carreira, um disco seu atingir a marca de 1 milhão de cópias vendidas.
A versão da música era um pouco diferente daquela que estouraria nas rádios, e fazia acompanhar de um discurso sobre a música e a maneira como ele incluiu-a em seu repertório. Metalinguistica pura desse genial cantor!
Segue abaixo a versão original e o referido discurso, que a bem da verdade é um testemunho:

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Vida Maria.

Conheci este vídeo ("Vida Maria") no X Encontro de Pesquisadores na PUC/SP, onde participei apresentando um trabalho.
Desde então o tenho procurado.
Sem sucesso.
Em minhas buscas eu encontrava apenas partes do referido vídeo, nunca na íntegra.
Até ontem.
Encontrei-o na íntegra, baixei e agora compartilho com vocês.
A animação é um primor, seja pela qualidade das imagens, seja pelo enredo. Principalmente pelo enredo.
Mostra uma história triste que lastimavelmente insiste em ser reproduzida por esse país afora.
Melhor que eu ficar falando sobre o vídeo é vocês assisti-lo.
Reflita.


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Na cavalgada sem cavalo.

Eis que no sábado o Blogueiro, quase que obrigado por um amigo-irmão-companheiro, compareceu no evento denominado "Cavalgada dos Amigos".
E antes que algum dos 9 fiéis leitores imaginem o Blogueiro de chapéu e montaria alazão, vou avisando para tirar o cavalo da chuva, fui de carro mesmo.
Salvo um pônei, presente de um padrinho na infância, nunca andei a cavalo na vida. E, sem razão aparente o blogueiro nutre uma certa aversão aos equinos, não tanto como a tenho pelos caninos, mas o suficiente para não ter interesse algum em acompanhar a referida cavalgada.
Razão pela qual prestigiei, de todo o evento, apenas o almoço realizado no Parque de Exposições.
E lá, entre conhecidos, desconhecidos e candidatos, muitos candidatos, me dei conta de algo curioso: Foi o 1º evento do gênero, dentre os muitos que há na cidade anualmente, em que eu estive presente. Na vida!
Nunca estive em Porcadas, Bois no Rolete ou Queimas do Alho realizadas em solo Santanense. E antes que especulem as razões, não existe nenhuma razão a não ser preguiça ou falta de interesse mesmo.
Além do almoço de primeira, boa música sertaneja. Aliás, a verdadeira música sertaneja.
Várias duplas da cidade, de todas as gerações ainda em atividade apresentaram-se no palco da Barraca Central. Só mesmo um amante como eu da verdadeira música sertaneja para gostar de ver novos e antigos violeiros revezando-se no palco.
E os representantes da elite social ali presentes, avessa à música sertaneja na sua essência, acostumada com o lixo tecnopop que contaminou o mais brasileiro dos estilos musicais, torcia seus narizes sem nada poder dizer.
Fosse pública a festa...
Parabéns aos organizadores que por meio de uma faixa, que deveria estar fixada na entrada do recinto, pedia, infelizmente inutilmente, para que não houvesse adesivaço ou panfletagem política no local.
De ambos os lados, sem entrar no mérito de quem começou primeiro.
Sonho com o dia em que a consciência sobreponha-se ao fanatismo, e o bom senso, sobre a ignorância; e que festas de caráter beneficente possam, ao menos por poucas horas, deixar do lado de fora o clima beligerante que toma conta dessa cidade a cada 4 anos.
Mas não é assim que vou terminar esse texto. Termina-lo-ei parabenizando os organizadores do evento, que sequer sei quem são, mas que tão bem organizaram um evento 100% beneficente, com enorme poder de atração regional e mobilização municipal.

domingo, 5 de agosto de 2012

Feicebuqui e as eleições.

Já nas minhas primeiras lições de marketing político, a internet já era vista como um território a ser desbravado. Aventava-se inúmeras possibilidades do uso dessa ferramenta, contrastado com a sua, então, pouca utilização.
Na época, redes sociais ainda engatinhavam no Brasil, e olha que estamos falando de coisa de menos de 10 anos atrás.
Portanto, as ferramentas virtuais eram sites, blogs e e-mails.
Hoje, com a popularização da internet, cada vez mais acessível a todos os cidadãos, e o advento das redes sociais, novas perspectivas começaram a ser pensadas.
Quer nicho melhor para fazer campanha que uma rede de perfis?
Você posta para seus, suponhamos, 500 amigos e se 3 compartilharem, outros 1000 diferentes terão acesso. Comentários podem ter uma abrangência muito maior, pois é atualizado no nosso perfil.
Obama usou as redes sociais de maneira eficiente nos EUA, tanto que o idealizador desse tipo de marketing do Presidente Americano esteve ajudando na campanha da Dilma em 2010.
Vejo hoje, com muita satisfação, um movimento contrário a essa prática.
Corre por aí, na velocidade da internet, algumas fotos via Feicebuqui do tipo:
- Esta pessoa não quer receber propaganda política no facebook.
- Diga não à propaganda política no facebook.
- Por favor, não postem propaganda política para mim no facebook.
E outras mais do tipo!
Trata-se de pessoas que, assim como o Blogueiro, não quer ser incomodado em seu momento de lazer com propaganda política.
Não que eu não goste, até gosto e acho que propaganda tem de ser feita.
Apenas acho muito invasivo, abrir meu perfil e ver lá dezenas de fotos, sucedidas de centenas de curtições e/ou comentários, às vezes alguns bate bocas e et céteras.
Eu próprio andei compartilhando fotos dessa "campanha" pela não propaganda eleitoral no Feicebuqui, e a julgar pela quantida de pessoas curtindo e compartilhando, acho que a maioria se sente incomodada com isso.
Tanto que de uns tempos pra cá, a quantidade de posts relacionados diminuíram. Um ou outro ainda insiste em fazer, talvez movido pelo espírito do radicalismo, impertinência ou desrespeito. E um conselho: acho que vocês prejudicam eleitoralmente o candidato.
Por enquanto, estou apenas apagando os posts do meu perfil, se começar a me dar muito trabalho, vou excluir tais pessoas mesmo.
Nada contra, só acho que usar o mural do meu perfil para divulgar um candidato, é a mesma coisa que alguém colar um adesivo de um candidato no seu carro sem a sua autorização e você fazer propaganda gratuitamente para ele.
Assim como o adesivo precisa da autorização expressa do dono do veículo, o mural do Feicebuqui também deveria ser assim.
Então não se deve usar a internet para fazer campanha?
Claro que deve, mas deve dar o direito de escolha pra quem quer receber tais informações. Assim como os spans de tão chatos e ineficazes foram proibidos, esses virais de candidatos também deveriam ser.
Penso que a melhor maneira para um candidato evitar que sua ação se torne negativa no ponto de vista de marketing, seja criar um perfil específico para sua candidatura e nela quem quiser curtir, vai fazê-lo sabendo que haverá divulgação em seu perfil pessoal.
E a divulgação do meu blog, que faço duas vezes ao dia, não deveria seguir o mesmo princípio?
Não.
Eu divulgo um link, não o conteúdo (foto, frases, ...) e esse link você acessa se quiser, se não acessar, você e nem ninguém da sua lista de amigos, sabe o que tem lá dentro.
Não concordou?
Pode me excluir do seu Feicebuqui, é um direito seu.

sábado, 4 de agosto de 2012

Com o giz na mão.

Hoje uma história não muito divertida, que teve um final feliz.
Mas poderia ter sido diferente...
Agosto de 2008, 1ª semana de volta às aulas para o 2° Bimestre.
O Blogueiro, empolgado com a volta às aulas e após 1 mês de merecido ócio, voltou com tudo.
Peguei o data show da escola emprestado, coloquei em um pen drive as aulas que havia preparado em power point nas férias, e lá fui em começar o semestre de maneira diferente.
Tempo seco, aula extremamente, e excessivamente, expositiva e sem água pra hidratar a garganta, o blogueiro exagerou e ali nasceu um pequeno pólipo nas cordas vocais.
Fiquei praticamente mudo 1 mês, mudo e continuando a forçar a garganta, quando fui ao médico.
Exame feito, pólipo constatado, afastamento de 1 mês para tratamento fonoaudiológico, para então ver a possibilidade, ou não, de uma cirurgia.
Momentos de apreensão nunca antes vividos.
Fiz o tratamento rigorosamente à risca.
Novo exame e o pólipo havia desaparecido por completo.
Ao todo, foram 3 meses de fonoterapia intensiva, fundamental para poder seguir na carreira.
Daquele tempo, além do susto, trago comigo muitas precauções (evito falar em ambientes ruidosos, não grito, evito giz e poeira), bons hábitos (beber água durante a aula e o dia todo,...) e exercícios ( aquecimento vocal) diários nos dias em que dou aula.
Toda vez que volto do recesso de julho eu lembro desse acontecido e compartilho até mesmo como forma de socializar uma experiência e quem sabe, servir conscientizar algum colega de profissão a cuidar bem da nossa principal ferramenta de trabalho, a voz.