terça-feira, 30 de junho de 2020

Desenhando a Covid 19 em Ipuã nos últimos 45 dias.

Ipuã encerra junho com o 100º caso confirmado da Covid 19 em apenas 2 meses.

Se você não entende esse gráfico:



Talvez entenda esse:

O gráfico acima representa a quantidade de pessoas em nossa cidade em condições de transmitir o vírus.

É a diferença entre as pessoas doentes, menos as pessoas que se curaram ao longo dos últimos 50 dias.

Significa que existem hoje em Ipuã, 26 pessoas acometidas pela Covid 19 em tratamento.

Esse número já foi Zero (dia 19/05) e há 15 dias esse não sai da casa dos dois dígitos (dezena).

Pela curva, podemos ver que a doença se agrava em nossa cidade.

Se você não entende que medidas mais duras necessitam ser tomadas urgentemente, talvez você não entenda a gravidade da doença.

O que não justifica os decretos mal feitos por parte da Administração Municipal que ora restringe, ora libera conforme as pressões da sociedade ou de eminências pardas.

Parecem estar perdidos em meio ao tiroteio que vem de todos os lados. Só isso para explicar porque proibir delivery, principal motor do comércio atualmente, ou não colocar pet shop como essencial (nós podemos comer, os animais domésticos não?).

E já que a conscientização da população, que todos pedem, talvez demore um pouco mais para acontecer, seguem medidas que talvez possam ajudar:

* Divulgar os casos da doença por bairros, seja para criar uma situação de insegurança nos moradores, seja para aproximar a doença ainda mais dos moradores, ambos os casos, poderiam contribuir para elevar as medidas protetivas por parte dos cidadãos.

* Divulgar no portal transparência da Prefeitura, as multas e notificações aplicadas pelo descumprimento das regras.

* Deixar de usar o antigo prédio da Prefeitura e definir um dos Postos de Saúde como centro exclusivo de tratamento da Covid 19, e ali não tratar mais nenhum outro paciente.

domingo, 28 de junho de 2020

Doutor é quem faz Doutorado?

Sempre que me deparo com essa pergunta fico tentado a responder: "Também". 

E quem sabe uma versão estendida da minha resposta, mesmo que fique repetitiva: "Também; mas não só".

Isso porque não é de hoje que defendo que Doutor não é só quem tem Doutorado. E por que defendo que não apenas concluintes da Pós Graduação (Strictu Senso) em nível de Doutorado podem ser chamados de doutores?

Essa resposta, que difere da grande maioria dos colegas acadêmicos que conheço e convivo (muitos desses já escrevendo para me xingar), requer uma explicação baseada em um contexto histórico, na tradição e na reverência (respeito).

Vou explicar.

A maioria dos acadêmicos rechaça o uso do "Dr" para os não Doutorados alegando que "Doutor" é título e não Pronome de Tratamento.

Mas como nasceu o uso de "Dr" para os não doutorados?

Vejamos...

A 1ª instituição de ensino superior no Brasil (ainda não chamada de Faculdade) foi a Escola de Cirurgia da Bahia, em Salvador no ano de 1808. Esta é considerada a 1ª faculdade de Medicina e a 1ª faculdade do País.

Depois vieram a Faculdade de Direito em São Paulo (Largo do São Francisco, hoje USP) e a Faculdade de Direito de Olinda/PE, ambas em 1827.

Estamos falando no período de 200 anos atrás, século retrasado (XIX), e se hoje se formar em Medicina ou Direito é privilégio para poucos, ainda que haja centenas de cursos, imagine o privilégio que não era no distante século XIX.

Não tenho os dados, mas suponhamos que a 1ª turma de medicina no Brasil formou algo do tipo 50 médicos? Ser médico no país, à época, era quase um endeusamento.

Por essa razão, ser médico ou advogado há 200 anos atrás, era tratado com veneração, usando como distinção, dessas pessoas com tamanho prestígio, o termo "Doutor".

Doutor vem do latin "Docere", que significa ensinar. Dele deriva a palavra "Douto", que significa "pessoa que possui extensos conhecimentos, muito instruído, que revela erudição".

Ser Médico ou Advogado no Brasil Imperial era algo tão raro que, a esta minoria da sociedade brasileira, justificava-se serem chamados de "Doutor"; afinal pertenciam a uma elite acadêmica e profissional do Brasil, cujo elevado grau de especialização era enaltecido com o "Dr".

O tempo passou, felizmente os cursos superiores se expandiram e muitas faculdades e cursos foram abertos no país.

Manteve-se assim a tradição de chamar de "Dr" os profissionais da Medicina e do Direito, estendendo-se a outras áreas da saúde como Dentistas, Veterinários, Biomédicos, Fisioterapeutas e Psicólogos.

E do Direito, estendeu-se também o uso do "Doutor" a Juízes e Promotores, também como forma de reverência a tão valiosa carreira que requer elevado grau de especialização e distinção na sociedade. E assim, "Doutor" virou uma forma respeitosa de se chamar esses profissionais, substituindo o Excelência (mais usado para autoridades políticas) e o Meritíssimo (que fora do contexto do tribunal pode soar irônico, ou você se imagina na fila do açougue cumprimentando o juiz de sua cidade com um "boa tarde Meritíssimo"?).

Já o "Doutor" de quem fez Doutorado veio muito tempo depois das primeiras faculdades.

A Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado) no Brasil surgiu em 1965, pelo menos como parte integrante de Universidades. À época, já se chamavam médicos, dentistas, advogados e outros de "Doutor", termo já consagrado desde o século anterior ao surgimento dos primeiros cursos de Doutorado.

Antes de existirem os Doutores (Pós Graduados) já existiam ou Doutores (Graduados em Medicina, Direito, Odontologia,...).

E desde então o embate, nada produtivo, permanece: Doutor é quem tem Doutorado? Doutor é pronome de tratamento? Médico é Doutor? Advogado é Doutor?

Penso que trata-se de uma tradição legitimada pelo uso, a de chamar de "Doutor" esses profissionais de enorme distinção dentro de nossa sociedade.

Essa tradição é tão forte que, se você chamar alguém que tenha feito Doutorado (seja em qual área for) de "Dr fulano de tal", quem ouvir pensará tratar-se de um médico ou advogado, jamais de um pesquisador que defendeu uma Tese e concluiu seu Doutorado.

Além do mais, trata-se de uma reverência, pois não me imagino chamando meu médico de "médico fulano de tal", sendo que não tenho a intimidade de chamá-lo apenas pelo nome.

Tenho inúmeros amigos e parentes advogados e os chamo pelo nome dada a intimidade que temos, porém em um ambiente formal ou em documentos oficiais que eu possa lhes dirigir, certamente usarei o "Dr" na frente de seus nomes.

Concluindo: seja pela tradição e pela reverência que determinadas carreiras possuem, dada a alta complexidade de suas funções e importância dentro da sociedade e suas raízes históricas, entendo ser legítimo o uso do "Dr" para referir-se à inúmeros profissionais, ainda que em sua grande maioria, não possuam o título acadêmico de Doutor.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Novo (e ainda provisório) Calendário Eleitoral 2020.

O Senado Federal aprovou novo Calendário Eleitoral para 2020.

O texto agora segue para a Câmara, para ser votado. Caso haja alterações, volta para o Senado.

Tudo isso por causa da "gripezinha" que cancelou futebol, Fórmula 1 e Olimpíadas do Japão. Não iria alterar nossas eleições?

Graças ao Bom Deus não prorrogou mandatos, como foi aventada a possibilidade. Já pensou 2 anos a mais???

Mas como muita coisa no país é feita pelas metades, ainda resta saber por exemplo como fica a questão dos afastamentos de servidores e funcionários públicos que serão candidatos.

O lado bom da nova data: Acaba com o "pacote de maldades" que todos Prefeito lança após as eleições.

Com a intenção de "fechar as contas", grande parte dos Prefeitos deixavam para adotar medidas de controle de gastos apenas após as eleições, seja para se reeleger, seja para eleger sucessor. Com a eleição em Novembro, ou ele adota essas medidas antes ou corre o risco de fechar no vermelho e sofrer as sanções da lei.

O lado ruim: Pouco intervalo de tempo para os novos Prefeitos fazer o "Governo de transição".

Candidatos eleitos terão pouco mais de 1 mês para pensar em seu Governo: definir prioridades, estabelecer estratégias, urgências, montar a equipe, etc... O prazo apertado agrava quando há necessidades urgentes a serem tomadas logo no início do mandato.

O lado ruim 2: Menos tempo para a justiça julgar os casos de crimes eleitorais.

Ficará com o tempo mais apertado para a Justiça Eleitoral analisar e julgar casos de abusos que sempre ocorrem em eleições e que após diplomados os eleitos, não que seja impossível, mas é sempre um pouco mais difícil de serem punidos os eleitos.

Seja como for, o novo calendário (que ainda pode ser alterado) ficou assim:


quinta-feira, 18 de junho de 2020

Hashtags que podem ser úteis.

A hashtag #FechadoComBolsonaro já perdeu força.

Assim, esse Blog ajuda você a encontrar outra que melhor se adeque às suas aspirações.

#MoroTraíra

#SomosTodosQueirós

#QueirósNãoEstavaForagidoEstavaEmIsolamentoSocial

#FicaWeintraub

#SaraLivre

#Somos300ETantos

#VoteiNoPaiNãoVoteiNoFilho

#FlávioÉInocente

#MenosGloboMaisSBT

#MenosCNNMaisJovemPan

#ForçaRenanSena

#AtibaiaZicada

#CloroquinhaÉMelhorQueDexametasona

#STFComunista

#PFComunista

sexta-feira, 12 de junho de 2020

E a culpa é de Prefeitos e Governadores?

Claro que Prefeitos e Governadores pelo Brasil afora têm culpa de muitas das mazelas de saúde pública que acometem os cidadãos, mas daí ao Presidente e seus apoiadores eximir o Governo Federal de culpa, vai uma distância enorme.

Os dados foram coletados de uma entrevista do ex Ministro Ciro Gomes a uma rádio cearense.

* 23 militares foram alocados no Ministério da Saúde e nenhum dele com experiência em relação à saúde, na hora da maior crise de saúde pública da história do Brasil.

* Orçamento de 11 bilhões e 400 milhões de Reais para a saúde e ainda não conseguiram aplicar nem 3 bilhões.

Entrevista interessante e os dados acima aparecem a partir do minuto 9:00.

https://www.youtube.com/watch?v=M4oGNlNX7qs

terça-feira, 9 de junho de 2020

Para tratar sobre racismo.

O racismo está nas palavras: "ovelha negra", "dia de preto na folhinha", "trabalhei como um mouro", "mercado negro", "lista negra", "não sou tuas negas", "a coisa tá preta", "denegrir",...

O racismo está nas piadas: mesmo aquelas contadas "inocentemente" e para um círculo pequeno. Geralmente acompanhado de "não sou racista".

O racismo está na indignação: como a negação de reconhecer grandes feitos de pessoas negras no país e no mundo.

O racismo está na relativização: do carro alvejado com 80 disparos, do garoto morto no quarto de casa, a furadeira e guarda-chuva confundidos com armas (curioso como nunca são loiras de olhos azuis, as vítimas dessa confusão), da criança que cai do 9º andar do prédio por negligência (no mínimo) da patroa,... Sempre haverá quem justifique com um "ah, mas também...", ou dizendo que foi fatalidade.

O racismo é velado: quando se pede foto em currículo, quando se coloca contra a política de cotas raciais, quando não estranha nunca ter se consultado com um médico negro, quando o mocinho da novela das 9 não é negro, mas a empregada da mesma novela é.

O racismo não é apenas por componente social: muitas pessoas da elite já foram vítimas de racismo: Daniel Alves, Pelé, Glória Maria, Maju Coutinho, Oprah Winfrey, Halle Barry, Rihanna, ...

O racismo não é da maioria contra a minoria: no Brasil, maior nação negra fora da África, mais da metade da população brasileira não é branca. 

O racismo não é normal: ninguém nasce racista, mas se aprender a sê-lo.

Também não é uma sentença: é possível deixar de ser racista, basta assumir e estar disposto a mudar.

O racismo não é problema apenas Brasileiro: o mundo sofre com esse mal, uns países mais outros menos.

O racismo está nos conceitos: de descaracterizar a escravidão no Brasil, de não aceitar importantes vultos históricos negros, de pedir o "dia da consciência branca" (logo pedirão o dia da consciência ariana?).

Lamentavelmente o racismo é a pior das imbecilidades humanas.

Desejo que o momento de grande evidência mundial nas pautas antirracistas sirvam para uma mudança na sociedade, seja repensando suas práticas e conceitos, seja enquadrando os atos racistas, seja educando as futuras gerações dentro dos conceitos da pluralidade.

terça-feira, 2 de junho de 2020

Um balanço do 1º mês da Covid-19 em Ipuã

O gráfico abaixo representa parte dos números da Covid-19 em Ipuã desde o aparecimento do 1º caso, há 1 mês atrás.

Traz a progressão (não acumulados) dos casos confirmados, curados e notificados, dia a dia a cada boletim oficial emitido pela Secretaria Municipal de Saúde de Ipuã.

Não sei se ajuda, mas também acho que não atrapalha.

Como acho que não seria a hora de flexibilizar as regras do isolamento, mas endurecê-las.






*    Nº de casos curados fornecidos a cada boletim desde o aparecimento do 1º caso.
**   Nº de casos confirmados desde o aparecimento do 1º caso.
*** Nº de Casos Notificados desde o novo formado de Boletim (mais completo) em 11/05.
Naquela ocasião, eram 45 Casos notificados. Número que se manteve no boletim seguinte (12/05) e só alterou se no Boletim do dia 13/05, quando subiu para 47.
Por essa razão, os “Casos Notificados” começaram nesse gráfico no dia 13/05 como sendo 2 casos: os 47 do boletim do dia 13 menos os 45 do dia 12. E mantivemos essa sistemática para apontar os casos notificados desde então.