terça-feira, 29 de maio de 2018

Top 5: Coisas que muita gente começou a fazer com a Greve:

5. Eleger caminhoneiros como "heróis do Brasil".

4. Xingar a Rede Globo.

3. Pedir intervenção militar.

2. Abastecer o carro ou estocar produtos mesmo que sem necessidade.

1. Lembrar que existem caminhoneiros e que nosso transporte depende deles.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Para quem defende Governo Militar no Brasil.

Seja com o "belo" nome de "Intervenção Militar" ou mesmo "Governo Militar", certamente por vergonha de citar a palavra "Ditadura", há quem peça o retorno de uma Ditadura Civil-Militar no Brasil nos moldes da que tivemos entre 1964-1985.

Os argumentos são basicamente 3:
1. A ausência de corrupção governamental no período citado. 
2. Melhor qualidade de vida, sobretudo os avanços proporcionados pelo "Milagre Econômico".
3. Apenas terroristas e guerrilheiros foram perseguidos, o que se justifica para não deixar o país virar uma Cuba Comunista.

Sobre o 1º argumento, vale lembrar alguns casos de corrupção do período.

A fonte é o Prof Leandro Karnal, da Unicamp.

* Caso Luftalla.
* Escândalo Coroa - Brastel.
* Os Trens da GE e os irmãos Costa e Silva.
* Construção de Itaipu.

E da pesquisa do Blogueiro, um Historiador infinitamente menor que o Prof Karnal, ainda cita: 

* Escândalo Colted (envolvendo compra de livros didáticos).
* Delfin Neto e Camargo Correia.
* Indicações de Governadores Biônicos comprovadamente corruptos (como na BA e PR).
* Contrabando dentro da 1ª Cia do 2º Batalhão da Polícia do Exército no RJ.

Sobre o 2º argumento, da suposta melhor qualidade de vida, Prof Karnal também nos lembra os números de alguns indicadores sociais do período:

* Entregaram o país com uma inflação de 220%.
* Desemprego chegou a 1 milhão (só nas grandes cidades) em 1981.
* Mortalidade infantil* em SP (Estado mais rico) saltou de 7% em 1964 para 9,17%  em 1971.
* 600 mil menores abandonados nas ruas de SP em 1971.
* Mais de 33% dos municípios brasileiros não tinham abastecimento de água.
* 65,4% da população era desnutrida (Relatório do Banco Mundial em 1975).
* Presidente Figueiredo declarou que "se ganhasse um salário mínimo, se suicidaria".

E sobre o 3º argumento, de que apenas "gente ruim", ou que ameaçava a soberania nacional foi perseguida pela ditadura, segue abaixo uma lista de "perigosos", "criminosos" e "terroristas" que, seja apenas repreendido, seja preso e torturado, foram perseguidos pelo Regime Militar.

* Jô Soares (comediante).
* Caetano Veloso (cantor).
* Gilberto Gil (cantor).
* Chico Buarque (cantor).
* Geraldo Vandré (cantor).
* Antônio Abujanra (ator)
* Norma Bengel (atriz).
* Zuzu Angel (estilista).
* Vladmir Herzog (jornalista).
* Marília pera (atriz).
* Norma Bengell (atriz).
* Edson Celulari foi fichado (ator).

E a lista é longa, certamente deixarei gente importante de fora, por isso paro por aqui.

E por que a imprensa da época não divulgava nada disso?

Porque era impedida por Censores dentro de jornais, revistas, rádios e TVs.

Inclusive o Jornal O Estado de São Paulo, divulgava no lugar das matérias censuradas obrigatoriamente pelo Governo, trechos do livro "Os Lusíadas", como forma de mostra à população que algo havia sido impedido de ser publicado.

Qual a razão disso?

Não publicar apenas notícias permitidas, evitando assim que hoje, quando alguém pegar os jornais da época, dizer: Se fosse verdade, o jornal teria noticiado.

Era uma forma de resistência e perpetuação da memória.

Encerro com as palavras de outro professor, Mário Sérgio Cortella, que certa vez disse em uma entrevista algo mais ou menos como: A Democracia é tão bonita que dá às pessoas o direito de pedir a Ditadura, quero ver se numa Ditadura as pessoas têm o direito de pedir Democracia?

*Corrigido a posteriori.


 1ª Companhia do 2º Batalhão da Polícia do Exército, no Rio de Janeiro... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/04/01/conheca-dez-historias-de-corrupcao-durante-a-ditadura-militar.htm?cmpi
da 1ª Companhia do 2º Batalhão da Polícia do Exército, no Rio de Janeiro... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/04/01/conheca-dez-historias-de-corrupcao-durante-a-ditadura-militar.htm?cmpid=copiaecola
1ª Companhia do 2º Batalhão da Polícia do Exército, no Rio de Janeiro... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/04/01/conheca-dez-historias-de-corrupcao-durante-a-ditadura-militar.htm?cmpid=copiaecola

domingo, 27 de maio de 2018

Considerações sobre a greve dos caminhoneiros.

1. Na verdade, a greve é das transportadoras, grandes e médias empresas do setor, cansadas dos aumentos sucessivos no preço dos combustíveis.

2. O que não diminui a importância do movimento, apenas explica algumas coisas.

3. Mostra como o país e refém de uma única matriz energética e um único modal de transporte.

4. Mostra ainda como o "Presidente" Michel Temer não preside um país, mas é presidido pelos fatos.

5. Não será esse Governo fraco e imoral a resolver de vez o problema.

6. Colocar Força Nacional para acabar com a Greve mostra apenas como o (P)MDB Nacional decide as coisas. Foi assim no RJ, agora no país todos.

7. Mais do que questionar aos pré candidatos "o que ele fariam para resolver o problema", as emissoras de TV prestariam grande serviço questionando-os: "O que fariam para a situação não chegar no ponto em que chegou?".

8. Curioso que um país que se diz autossuficiente em petróleo tenha que reajustas o valor dos seus combustíveis de acordo com o dólar.

9. Se combustível no país é dolarizado, quando a moeda desvaloriza os preços deveriam abaixar.

10. Apesar de reconhecer a escassez de produtos por conta da greve, ainda acho que a "histeria coletiva" provocado pela fagulha do "estoquem porque vai acabar", gerou a falta de combustíveis e demais mercadorias no mercado. Se todo mundo continuasse com sua rotina normal de abastecimento e compras, os efeitos da greve demorariam para chegar.

11. Como sempre, todo medo gera lucro para alguém.

12. Sim, eu apoio a greve. Aliás, não só essa, mas de toda categoria achatada com a nefasta política econômica que o Governo Dilma trouxe e que sob Temer, piorou.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Sobre as provas do Processo Seletivo.

Acabo de conferir a prova de História aplicada aos candidatos no Processo Seletivo Simplificado 2018 (aquele que só aconteceu no 2º Bimestre do ano letivo e porque o anterior foi "esquecido" de ser prorrogado).

E o fiz depois de inúmeros colegas professores e professoras me procurar reclamando das suas respectivas provas.

Dentre as reclamações mais citadas:

* Questões de matemática em todas as provas (inclusive para disciplinas de Humanas).

* Questões de Português, Matemática e Legislação, idênticas em todas as provas.

* Prova de Educação Infantil e PEB 1 Idênticas.

* Além da reclamação de que o nível estaria muito difícil para um Processo Seletivo Simplificado.

Minhas considerações: 

1. Não posso classificar a dificuldade da prova, mas pela quantidade de acertos que me informaram quem me procurou, deduzo que talvez tenha sido mais "puxado" que o normal.

A dificuldade sentida pelos candidatos pode ser em razão do pouco tempo de estudo que lhes fora dado para se preparar. Afinal, o Processo Seletivo Simplificado teve que ser elaborado às pressas para sanar uma ilegalidade (não canso de repetir.

Soma-se ainda o fato de que os Docentes costumam se preparar melhor quando é concurso, não uma seleção para contratação temporária, que em via de regra, tende a ser menos complexa.

2. Questões e provas idênticas certamente aconteceram por economia por parte da empresa.

Empresas de concursos pagam profissionais para elaborar questões, então nada melhor que aproveitá-las em mais de uma prova.

Não por outro motivo, quase 75% das provas foram iguais para todas as disciplinas. Da questão 01 à questão 22 os gabaritos são rigorosamente os mesmos, conforme você pode conferir aqui.

3. Questões Matemática em todas as provas, sinceramente, não consigo entender a razão.

A prova de História, a única em que na verdade posso tecer comentários específicos com algum embasamento teórico, merecerá uma análise mais acurada.

Fora 30 questões divididas em:

Questões de Português: 10.
Questões de Matemática: 04.
Questões de Conhecimentos Específicos, Pedagógicos e Legislação: 15.
Questões do conteúdo da grade curricular de História: 0 (Zero).

Ainda que reconheça a importância de, numa prova de História, se cobrar a norma culta da nossa língua e questões inerentes à legislação e aspectos pedagógicos, não vejo o menor sentido em cobrar matemática, e pior, me causa estranheza que nenhuma questão específica de História tenha sido exigido dos professores de... História.

Em outras palavras, exigiu-se do Professor o conhecimento técnico sobre a docência e não o específico sobre o conteúdo da grade curricular do município.

E para não dizerem que apenas critico, deixo registrado o bom nível das 15 questões sobre
Conhecimentos Específicos, Pedagógicos e Legislação, cobrando aspectos interessantes das leis que regem nossa Educação, e questões sobre a obra da Professora e Historiadora Circe Bittencourt, referência em Historiografia e obras didáticas no Brasil.

Já pensaram se a moda pega e nos próximos concursos, por exemplo para motorista, tenhamos contratados que conheçam detalhes do motor, da parte elétrica, das regras do trânsito, porém não sabem dirigir?

terça-feira, 22 de maio de 2018

A história por trás da foto.

3 horas e meia de fila, em pé (fora mais 40min na fila da foto).

Sem comer nada além do almoço às 12:00.

Ser "sorteado" por um pássaro em um "tiro" certeiro (vide bolso esquerdo da jaqueta).

7 anos após o último encontro na PUC/SP.

Um breve diálogo com um professor querido e admirado.

Assim foi a segunda feira 21/05/2018.



Reencontrando Cortella.

Desde os tempos que PUC/SP - e lá se vão 6 anos - eu não via o Prof. Mário Sérgio Cortella ao vivo.

Quando entrei no Mestrado na PUC/SP, ele já era obviamente o professor brilhante que encantava seus alunos e àqueles que o assistia em programas da TV Cultura ou no Canal Livre, na Band.

Mas não era o Cortella com fama nacional, cultuado e admirado por um público maior do que pode se supor para um... filósofo.

A fila ontem para sua palestra na Feira do Livro 2018 em Ribeirão teve, por baixo, uns 5 quarteirões.

Cheguei às 16:30h (a palestra começaria 19:30h) na esperança vã de pegar meu ingresso e comprar o mais recente livro dele e tentar ganhar um autógrafo ao final da palestra.

Ao me ver no lugar 194 da fila (sei disso pois frequentemente passavam monitores contando as pessoas na fila para - tentar - controlar pessoas que a furavam) me fez mudar os planos. Minha esperança vã agora era pegar meu ingresso, correr na Feira e comprar o livro.

Eis que só começaram a distribuir os ingressos às 18:30h, e ainda assim, nos encaminhando para uma 2ª fila, que organizaria nossa entrada no Theatro Pedro II, cuja lotação esgotada obrigou a Organização do evento a montar uma tenda na esplanada com transmissão ao vivo por telão.

Só havia visto isso antes em Copa do Mundo.

Cumpro todo a logística na esperança vã de que haveria venda de livros lá dentro, e assim compraria para pegar autógrafo e foto.

Theatro lotado.

Eis que entra o Prof Cortella de muleta, em razão de uma fratura no joelho que lhe renderá cirurgia na semana que vem, como o próprio nos informou.

Aí a palestra é o Cortella sendo Cortella. Nada a acrescentar.

Salvo uma informação de que um evento hoje que contará com a presença dele, de Leandro  Karnal e de Luis Felipe Pondè (e ao anunciar a banca do evento a o Theatro todo fez: "óóóóóó") em São Paulo, já com lotação esgotada, contava com gente esperando na fila há mais de 1 dia, além de uma lista de espera de 27 mil pessoas.

O que me prova que esse país ainda tem jeito, pois se criticamos que jovens ficam dias em fila para ver Justin Bieber, outros tantos fazem o mesmo para ver 3 Pensadores Pop Brasileiros.

Mas voltemos à minha saga rumo ao Professor perdido.

Como não consegui comprar o livro, fui só para tirar a foto mesmo, em outra fila gigantesca para subir ao palco e fazer a foto.

A Organização informa, e o Cortella reforça, que as fotos seriam feitas por fotógrafos oficiais, para evitar selfies.

E com razão, imagina se cada um que tira foto pede uma 2ª porque a 1ª não ficou boa e uma 3ª "pra garantir"? Provavelmente ele estaria lá até agora.

Curioso como nos tempos de PUC/SP nunca tirei uma foto com ele. Talvez porque pra nós era uma presença "normal".

Tão normal que minha orientadora, que tinha por ele um carinho enorme, sempre o chamava de "Mário", quando a ele se referia. E eu, sempre próximo a ela, comecei também a chamá-lo de "Mário", quando dele me referia.

Até achar que estava ficando pedante, e juro que não era, mas afinal salvo parentes e amigos muito íntimos, todo o Brasil o chama de "Cortella", e um professor rastaquera avocando para sim uma intimidade que não tinha.

Pensei em relatar esse fato a ele, perguntar se me daria autorização para continuar chamando-o de Mário, mas nos poucos segundos de foto não daria.

Limitei a dizer que fui seu aluno, coisa que ele educadamente "se recordou"; disse-lhe do prazer de revê-lo, fiz a foto e fui embora.

Não sem antes dar um jeitinho...

A foto só vai estar disponível no Feicebuqui oficial da Feira do Livro a partir de hoje, então pedi a uma moça atrás de mim na fila que fizesse fotos enquanto eu conversava com ele. Assim teria registro próprio e não atrasaria a fila.

Resultado são as fotos abaixo. 

A foto "oficial", quando (e se) eu achar no Feicebuqui oficial da Feira do Livro, eu posto para vocês.






domingo, 20 de maio de 2018

2 anos depois, professores voltam a prestar Processo Seletivo em Ipuã.

Administração Municipal Ipuanense realiza hoje, 1 ano após simplesmente esquecer (afinal, para que se lembrar de coisa sem importância assim, não é mesmo?), o Processo Seletivo Simplificado para contratação de Professores.

O último foi realizado em 28 de fevereiro de - vejam vocês - 2016. Valeria por 1 ano, podendo ser prorrogado por mais 1, o que não aconteceu por - vejam vocês de novo - esquecimento.

Após o vencimento do Processo anterior, fato que passou despercebido por - vejam vocês outra vez - toda um organograma que inclui RH, Compras (licitações), Jurídico, Educação e Gabinete, o que se viu desde então foi uma sucessão de erros.

Da ilegalidade de se contratar professores sem uma base legal após o vencimento do certame em maio de 2017, ao jeitinho dado no começo de 2018, com suplementações para professores e mesmo contratações pagas como hora extra.

Também não vimos explicações sendo dadas à população, muito menos investigação ou punição sendo executadas pelos órgãos responsáveis para tal, que preferem tratar como esquecimento e não como improbidade.

E quem pede com tudo isso é a Educação.

Os efeitos nocivos desse esquecimento jamais poderão ser, efetivamente, comprovados.

O jeitinho dado até agora representou perda de qualidade? Houve atrasos no cumprimento do programa? A apostila foi seguida? Como os alunos reagiram à trocas sucessivas de professores?

Lembrando que já estamos no 2º Bimestre do ano letivo e que os professores que passarem nesse Processo Seletivo serão contratados apenas em junho, mês tradicionalmente pouco produtivo do ponto de vista do conteúdo disciplinar por conta das festividades juninas e este ano agravado com a realização da Copa do Mundo.

Portanto, apenas em agosto, na volta do recesso, os professores que passarem nesse concurso hoje irão, realmente, começar seus trabalhos pra valer.

Desejo, com sinceridade, boa sorte aos candidatos e candidatas na prova hoje. Que esta possa significar mais um desafio vencido e a coroar essa carreira tão bonita que nós abraçamos a despeito de tudo que existe extra classe.

Boa prova!

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Guaíra e eu: 9 verdades e 1 mentira

No aniversário de Guaíra, seguem 9 verdades e 1 mentira sobre minha relação com a cidade.

1. Na infância, eu brigava com minhas irmãs para ver quem avistava primeiro aquele silo na entrada da cidade (frente ao 50tão) todos domingos que íamos visitar os avós.

2. Meu 1º emprego em escola particular foi em Guaíra.

3. Já tive que sair corrido de um baile Havaiano para não apanhar.

4. Meu primeiro porre foi em Guaíra.

5. Minha 1ª sofrência foi em Guaíra.

6. Boa parte da minha família mora nessa cidade.

7. Chamo Guaíra de "minha 2ª cidade".

8. Já frequentei Maracá e Cabanas.

9. Eu já me perdi em Guaíra (não sabia achar a saída).

10.Odeio essa cidade, nunca moraria nela.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Chico Buarque perde a coerência ao permitir música em novela da Globo.

Chico Buarque está, indiscutivelmente, entre os maiores gênios da música brasileira de todos os tempos.

Falar sobre sua obra e citar a importância de suas canções na história do país seria chover no molhado.

Nos últimos anos, entretanto, com a polarização que cega o país, Chico tem sido mais associado por suas manifestações de apoio ao Lulla e ao PT que necessariamente por sua bela trajetória artística.

Ele não se furta em comentar sobre a política nacional; o que já lhe rendeu, além de inimigos nas redes antissociais, o inconveniente de ser abordado por 3 ignorantes abestados e abastados (um deles inclusive da vizinha Guaíra) na porta de um restaurante no RJ, para "tirar satisfação" sobre seu posicionamento político ideológico.

A imbecilidade na sua essência. Mas o gênio tirou de letra, dada a sua elegância e a ignorância dos que o admoestaram (confira o fato lamentável clicando aqui).

Apesar de discordar do posicionamento de Chico Buarque, repudio atitudes como essas. Mesmo porque como bem disse um dos melhores amigos do cantor, o também cantor e compositor Toquinho - totalmente contrário ao pensamento do Chico no que tange a ideologia político partidária - que em uma entrevista resumiu bem: "Temos que dar liberdade ao Chico e a quem quer que seja, de apoiar qualquer partido" (aqui: entre 58:45 - 1:00:05).

Concordo com Mestre Toquinho, mas sobre o Chico Buarque vou dar apenas 2 senões.

1º: Se Chico tem o direito de ter sua opinião, as demais pessoas têm o direito de discordar dela. Não acho inteligente classificar como ignorante ou fascista alguém que discorde do Chico Buarque. Como também acho que quem emite sua opinião, como ele o faz, tem que permitir a contra argumentação. Evidente que não com atitudes trogloditas como a acima citada.

E o 2º senão é um pouco mais polêmico.

Chico Buarque não tem sido coerente, ou como diria Cazuza (vivo fosse, de qual lado estaria nessa polarização?): "suas palavras não correspondem aos fatos".

Eu explico.

O programa Roda Viva (TV Cultura) usava, como tema de abertura, a música homônima de autoria de Chico Buarque, imortalizada na gravação do cantor com o grupo MPB4. Entretanto, após o Roda Viva entrevistar o então recém empossado Presidente, Michel Temer, Chico Buarque pediu que o tema fosse retirado do programa, certamente por discordância ideológica com um programa de TV que dava visibilidade ao Presidente Golpista. (aqui).

Causa estranheza no entanto que a nova novela das 9 da Rede Globo, "Segundo Sol", traga em sua trilha sonora a música "Dueto", do novo álbum de Chico Buarque, "Caravanas", lançado recentemente. (aqui).

A imagem que me passa é a do oportunismo em detrimento da ideologia. Afinal, não seria a Rede Globo a maior algoz do Governo Petista e principal fomentadora do golpe contra a Dilma e da perseguição ao Lulla?

Não me parece coerente com sua ideologia proibir uma música em um programa de uma TV Estatal e pouco depois, permitir outra música em novela na maior TV do país, ambas apoiadoras do golpe contra o PT. A Cultura ao dar visibilidade ao Presidente golpista; e a Globo pela eterna parcialidade contrária aos PT que as lideranças e militantes denunciam há décadas.

Com a TV de pouca audiência é fácil brigar, porém a que lhe dá visibilidade junto ao público nacional (e internacional) abre exceção? Me parece muito a história do "com os pequenos um leão e com os grandes, um gatinho".

Agindo de uma forma com a TV Cultura e de outra com a Vênus Platinada fica a sensação de que Millôr Fernandes tinha razão quando questionado, no mesmo Roda Vida, sobre sua desavença com Chico Buarque, ao responder que "Eu desconfio de todo idealista que lucra com o seu ideal". (aqui)

Reforço: Chico Buarque tem total direito de defender quem e os ideias que ele quiser, mas um pouco de coerência faria muito bem ao Gênio cuja obra artística jamais será apagada por questões como essas.

sábado, 12 de maio de 2018

1/3 dos Deputados é acusado de crime. E você poderá votar em um deles sem saber.

Vai começar a temporada de visitas de Deputados em Ipuã.

Em sua grande maioria, anunciando recursos para nosso município. E todos eles, aparecendo em fotos em redes sociais não só informando o valor e o destino da obra conseguida, como também mostrando a autoridade política local que o apoia.

Algumas considerações.

1. Estão fazendo sua obrigação.

Obviamente que a cidade agradece demais, pois têm uns que nem a obrigação fazem, mas em suma, estão devolvendo, aos municípios, os recursos da União, fruto do esforço de todos nós que pagamos impostos, geramos renda etc...

2. Desconfie de algumas conquistas.

Nem tudo já está ganho. Alguns destes recursos são expectativas, e podem não sobreviver a um corte de verbas Estadual ou Federal.

Acredite apenas nos recursos já devidamente depositados.

Muitas vezes promete-se o futuro como sendo presente.

3. Confira se o candidato não tem problemas com a justiça.

Você que critica corrupção, que vibrou com a prisão do Lulla, que condena Aécio, Temer, Alckmin, Cunha, etc alegando que são corruptos, seria um eleitor extremamente hipócrita se votasse em um Deputado entanto reeleição e que enfrenta problemas na justiça.

E me desculpe, mas ajudar a eleger candidato encrencado na justiça e depois criticar corrupção, não me parece uma atitude muito coerente.

A não ser que use o argumento do "voto porque é apoiado pelo fulano" ou "voto porque conseguiu recursos para Ipuã.

Argumentos assim o aproximaria muito daqueles eleitores/militantes que você certamente critica o ano todo.

E como saber se o candidato é acusado de algum crime?

Clique aqui e procure por ele, ora bolas.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Blogueiro se desculpa e promete melhorar.

Vários são os motivos: de falta de assunto à falta de tempo. Mas verdade é que esse Blog não tem tido a atualização que os 9 leitores merecem.

Razão pela qual eu peço desculpas e prometo a cada um de vocês 9, que logo essa situação muda (para melhor).

Informações em estágio de investigação e apuração, notícias prestes a serem divulgadas e a Copa do Mundo prestes a começar, tudo isso - espero - sirva para que este espaço possa ser mais dinâmico do que tem sido nos últimos dias.

Para se ter uma ideia do "paradão" do Blog, nem publicações de 10 anos atrás têm servido para abastecê-lo.

Constatei que os meses de maio e junho do ano passado foram fracos para o Blog de então. Na quantidade (poucos textos naquela ocasião) e na qualidade (textos de qualidade duvidosa, muitos apenas para "encher linguiça" como se diz popularmente).

Aliás, "encher linguiça" é o que estou fazendo agora, nesta justificativa/desculpa.

Certamente este texto não entrará no "Há 10 anos" em 2020.

domingo, 6 de maio de 2018

Representando a escola em premiação.

Foi com grande satisfação que junto com outros 3 colegas professores, representamos a Escola Irum Curumim na entrega do Prêmio Destaque Empresarial & Profissional 2017 na cidade de Guaíra/SP.

O prêmio, como o próprio nome diz, visa destacar empresas e profissionais da cidade, escolhidos pelos guairenses.

Escolhidos para representar a escola na entrega do prêmio, os professores Wilker Gléria, Marjorie Bonjorno, Elisandra Pinheiro e este que vos escreve.


Esta premiação vem a confirmar o reconhecimento da sociedade Guairense com a mais tradicional escola particular da cidade e sua a qualidade do ensino oferecido, que faz do CVE Irum Curumim, excelência em Educação.

Agradeço à Direção da escola pelo convite feito a mim para integrar a comitiva de representantes e parabenizo alunos, professores e funcionários da escola por essa conquista que, tenho certeza, é coletiva.

Noite agradável, boa música, boa comida, boas companhias e a alegria de estar na minha 2ª cidade, representando a escola que há 15 anos atrás me recebia como seu professor (eu tinha 10 anos à época, entrei como jovem aprendiz). E de quebra conheci a bela Rainha do Rodeio, Aline Charlot* além do Cover do Zé Rico, o cantor Batista Faria, que mandou um zuumm bem forte para Ipuã/SP como você confere abaixo.

*Corrigido às 16:00h (lapso do blogueiro diante tamanha beleza)

terça-feira, 1 de maio de 2018

Esquerda x Direita - 3ª Parte.

Curioso como mesmo após o fim da Guerra Fria, o fim das fronteiras Nacionais, a Globalização e a Nova ordem Mundial, ainda estejamos, na 2ª década do Séc XXI, rotulando partidos, pessoas e pensamentos como sendo de Esquerda ou de Direita.

Pior, de maneira simplória e sem fundamentação.

Para os adeptos da Esquerda, a Direita é sinônimo de: Ditadura Militar, opressão dos mais pobres, privilégio das elites, xenofobia, conservadorismo retrógrado.

Para os adeptos da Direita, a Esquerda é sinônimo de: Ditadura, baderna, vitimização, aparelhamento do Estado, doutrinação nas escolas.

E pior, vejo pessoas chamar a Folha de São Paulo de "jornal comunista", e no comentário segunte, outro internauta chamá-la de "fascista".

Por sinal, "comunista" e "fascista" viraram as ofensas da moda.

Se eu digo que defendo a política de cotas para negros e pardos, logo ouço "vai pra Cuba, comunista". Ou se digo por exemplo que defendo a prisão do Lulla, ouço logo "coxinha, fascista e golpista".

Essa polarização por vezes - repito - simplória, me lembra um pouco os tempos de faculdade, na Unesp de Franca onde cursei História entre 1997 e 2000. Curso tradicionalmente frequentado por ideários da esquerda de vários partidos, eu era visto como um Burguês reacionário, afinal eu usava tênis Nike, não fazia pregação política em sala, não me envolvia nas questões políticas estudantis e por mal dosa pecados, votei no Francisco Rossi, que mesmo do PDT (partido de esquerda) era mal visto pelos militantes.

E como, por conta do curso, passei a defender uma postura mais embasada sobre problemas da educação no país, e a criticar o Estado Neoliberal que naquele final de anos 90 aflorava nos Governos FHC e Mário Covas, inclusive com críticas escritas no jornal local da cidade, eu era classificado por alguns como Comunista ou coisa que o valha.

Mal sabia a gente que essa polarização ganharia ares nacionais 2 décadas mais tarde.

Perdoem a pretensão, mas acho modestamente que personifico não apenas a polarização, mas talvez uma zona desmilitarizada entre os dois polos.

Obviamente que por ser favorável à política de cotas e de inclusão das minorias historicamente excluídas do processo de acumulação de riqueza e participação, por defender políticas sociais de transferência de renda, por ser contrário à privatizações de setores que entendo ser obrigação do Estado (como Educação, Saúde e setores estratégicos da economia), me considero alinhado ao pensamento de Esquerda.

O que não me deixa de ser crítico, de considerar Cuba e Venezuela, não só exemplos de Ditaduras, como maus exemplos de Governos de Esquerda. Como também coloco Mao Tsé e Stalin no mesmo nível de atrocidades de Hitler e Mussolini.

Ser de esquerda não me faz ver inimigos em todos que se dizem de direita, ou que defendem a privatização ampla e geral. Apenas divirjo de seus pensamentos, respeitando suas posições.

Confesso apenas não tolerar muito quem defende a volta do Regime Militar ou que afirma que não houve excessos dos militares contra "gente de bem". Mas como bem me ensinou Mário Sérgio Cortella, "a Democracia é tão bela, que permite às pessoas manifestar-se contra a ela; coisa que na Ditadura não é permitido".

Encerro essa série questionando que talvez o mundo esteja mudando e nós estamos perdendo tempo com uma divisão que não acredito que nos levará a algum lugar.

Como seria classificado, por exemplo o Estado Islâmico dentro do maniqueísmo Esquerda x Direita?