domingo, 30 de junho de 2013

Nos palanques da vida.

Quando vereador, o mais próximo que enfrentei de manifestação foram algumas sessões na Câmara lotadas.

Nada de cartazes ou gritos de ordem, apenas cidadãos lá presentes em razão de alguma votação do interesse de sua classe.

Na maioria das vezes, servidores municipais:

* Professores que lá estavam para lutar pelo um plano de carreira.

* Monitores do CEARDI (uma escola para alunos portadores de necessidades especiais), pressionando pela não aprovação de um projeto de lei enviado pelo Prefeito que, vejam só vocês, reduzia salário destes funcionários.

* Servidores municipais indo protestar pelo baixo reajuste dado à categoria.

Esta última em especial foi interessante.

O presidente do sindicato da época queria que a gente votasse contra o reajuste, alegando ser de baixo valor. E queria que a gente aumentasse o valor.

Ele não entendia que vereador não pode por lei reajustar vencimentos de servidores municipais.

E não entendia que votando contra seria mais prejudicial que votar um baixo reajuste.

Ignorância ou amadorismo da sua parte, nunca entendi aquelas exigências.

Sorte minha que bem naquele dia de casa lotada eu apresentava e aprovava o projeto da meia entrada.

Pena que a administração municipal da época cuidaria de entrar na justiça contra esse importante projeto.

Pena maior que não havia internet para divulgar a má vontade com os estudantes da cidade, nem força de vontade da juventude da época para se insurgir contra o prefeito.

Eram tempos diferentes, e nem faz tanto tempo assim. Pouco mais de uma década.

Será que, tirando a internet, algo está diferente hoje em dia?



A série a série "Nos palanques da vida" entra em recesso parlamentar, retomando o expediente e a ordem do dia no mês de agosto, mês do desgosto, do cachorro louco, da ventania,...

sábado, 29 de junho de 2013

Paulinho é cortado da Seleção Brasileira. Motivo: já jogou por outra seleção.

Espanha entrou com uma representação contra o Brasil junto à FIFA, entidade máxima do futebol mundial.

A apelação refere-se ao jogador Paulinho, volante da Seleção Brasileira que a Espanha alega estar inscrito de maneira irregular no torneio.

A Espanha argumenta que Paulinho não só já jogou por outra Seleção, como já foi Campeão Mundial com ela, conforme foto abaixo comprova.


Razão pela qual ele pode ser excluído da Copa das Confederações e das futuras convocações da seleção.

A FIFA estuda punições para a Seleção Brasileira.

O volante, para não ser perseguido, vai refugiar-se na Inglaterra, deixando (provisoriamente) a seleção pela qual ele foi feliz nos 3 últimos anos!

Com o giz na mão.

Admito: já faltei com a ética em sala de aula.

Por ser crime prescrito e por me achar, como todos que transgridem a ética, com razões de tê-la feito, conto para vocês o seguinte causo...

O ano era 2002, e eu estava lecionando em uma escola municipal aqui em Ipuã.

Entre as salas que me foram atribuídas, estava um "rabo de foguete" que inicialmente seria uma sala de correção de fluxo.

Tratava-se de uma sala com alunos de diferentes escolaridades (da 5ª à 8ª série) e que nós, professores, deveríamos em apenas um ano "nivelar" todos os alunos de modo que, ao término do ano letivo, todos estivessem aptos a cursar o ensino médio.

Um absurdo que quando perceberam o tamanho, optaram por denominar esta sala de 8ª série, dando a eles a mesma apostila das demais 8ªs e a gente (professores) que fizesse deste limão, uma limonada.

Era uma turma noturna, com muitas faltas e muita dificuldade em trabalhar.

Ali, no começo da carreira, eu vivenciava o que hoje eu conheço muito bem: currículo oculto, currículo prescrito e currículo real.

Avalio meu trabalho naquela sala como satisfatório, o que só pode ser possível porque "abandonei" a apostila e ensinei história para aqueles alunos de uma maneira pra próxima, bem no bate papo mesmo, escolhendo um ou outro tópico da apostila para ilustrar.

Eis que nos vêm a notícia de que aquela seria a última turma noturna municipal.

Nas entrelinhas: todos deveriam passar de ano.

Final do ano, 3 alunos de recuperação. Apenas 2 compareceram.

O aluno ausente apareceu no último dia letivo, e eu apliquei-lhe a prova. Vendo a dificuldade dele em responder, faltei com a ética pela primeira vez na profissão.

Disse-lhe que teria de resolver um problema na secretaria e que ficaria ausente da prova por 40 min, e pedi que não colasse.

Deixei a sala, fiquei esperando na sala dos professores o tempo passar e antes mesmo dos 40 min o aluno me procurou com a prova respondida em mãos.

E todos foram felizes para sempre: o aluno, o professor, a direção, o sistema...


Por não ter ficado de recuperação paralela, a série a série "Com o giz (lápis) na mão" volta em agosto, para o 3° bimestre.

Se não nos vermos mais, boas férias.

E se nos vermos... Boas Férias também!!!!

sexta-feira, 28 de junho de 2013

O humor nos tempos das manfestações.

Não é estranho assistir a um humor irreverente criticando a política atual brasileira.

Não é estranho assistir a um vídeo produzido exclusivamente para mídias eletrônicas e redes sociais com pesadas críticas ao Governo Federal.

Não é estranho alguém criticar Dilma, Lula e Cia Ltda na internet.

Como também não é estranho saber que, se não é verdade a encenação exibida, a ideia que ela transmite, esta sim, é 100% verdadeira.

O que é estranho é ter a destacada participação (atua e assina o roteiro) do ator Fábio Porchat ator, da Rede Globo. Um artista de prestígio dentro de uma emissora nem sempre simpática à crítica política de quem tem a caneta federal nas mãos.

O texto já rodou o feicebuqui, mas faltava a ele o destaque a honra de estar neste blog.


quinta-feira, 27 de junho de 2013

O look da Presidenta.

A notícia que escandaliza os cidadãos agora é o gasto da nossa Presidenta com sua aparência.

Foi revelado que a cada aparição na TV, a distinta senhora Dilma Houssef gasta do erário nacional a quantia de R$3.000,00. Incluído aí cabelo e maquiagem.

O valor gasto saiu na mídia em tom de denúncia.

Acho um valor caro sim, mas acho injusto algumas coisas:

01. Dizer que seja desnecessário.

A aparência em pronunciamentos importa tanto quanto o conteúdo do mesmo.

Aliás o próprio conteúdo no caso recente em que ela falou sobre as manifestações é muito mais passível de críticas, que o gasto gerado para deixá-la bonita(?) no pronunciamento.

02. Querer que ela gaste o que gasta uma pessoa comum.

Obviamente, a Presidenta não é uma pessoa comum.

Marcas de produtos e profissionais por ela usado na sua estética, certamente são e devem mesmo ser os melhores possíveis.

03. Comparar com os mesmos gastos de outros presidentes.

Mulher na presidência é natural que haja gastos antes não presenciados.

E nunca, jamais deve-se comparar os gastos dela com a aparência com os mesmos gastos de seu antecessor.

Ao Lula, bastava um corte no seu cabelo ruim e uma aparada na barba, além de um pouco de maquiagem para não sair com a pele oleosa na TV.

Nossa Presidenta requer tratamentos mais complexos que vão além do simples corte.


Imaginem então se um dia nossa Presidenta for a Alinne Moraes o quanto não ficará o gasto com beleza.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Cordel justo agora???


"O gigante acordou".
Diz na rua o estudante
Que mais que de repente
Deixou de lado a internet
E na rua começou o levante.

Timidamente começou
Foi ganhando confiança
Deixou a politicaiada
do Brasil ressabiada
E nos encheu de esperança.

Esperança de um país mais justo.
É o que todos nós sonhamos
Com justiça e igualdade
Mas que quase nunca ajudamos
Mudar essa realidade.

Mas os jovens foram às ruas
Começar a revolução
Quando achei que não mais veria
A juventude em cantoria
Quis mudar nossa nação.

O estopim de tudo foi justo
Aumento do preço do transporte
Há quem pense que é pouco
Mas pra quem usa feito louco
Encarece pro menos forte.

Vinte centavos é pouco
Mas para o uso diário
Muito mais de uma condução
Pesaria no salário
Tal despesa com o busão.

Então saíram às ruas
E o povo então se uniu
Com muitas reivindicações
Deram importantes lições
A quem de vergonha sumiu.

Resolveram lembrar também
De uma importante questão
Que todo político tem medo
E isso não é segredo
Medo da Educação.

Educação liberta o povo
E isso não é interessante
Muito político safado
Vê com bom grado
Deixar o povo ignorante.

Lembraram também da saúde
Fundamental na vida da gente
Que de todos é um direito
E que não tem sido atendida direito
O mais pobre principalmente.

Lembraram também da Copa
Uma vergonha nacional
Gastaram tanto dinheiro
Jogado pelo bueiro
Para fazer uma final.

Ninguém é contra a Copa
Isso eu disse na rádio
Quero com saúde e educação
Mesmo empenho e dedicação
Que tiveram com estádio.

E muitos outros personagens
Bem lembrou a multidão
Sobretudo os políticos
Já meio raquíticos
Do caso do mensalão

Genoíno, João Paulo e Zé Dirceu,
E outros mais dessa gente
Uma raça asquerosa
E como reconhecimento
De homem honesto e decente
Pediram pra Presidente
Ministro Joaquim Barbosa.

Também o Pastor Feliciano
Deputado da desavença
Que apoia homofobia
Dia e noite noite e dia
E diz que isso é doença.

E também Renan Calheiros
Este "nobre" deputado
Que já havia sido cassado
E olhe só, veja você
Com ajuda do PT
Voltou a Presidir o Senado

Não se esqueceram da Dilma
Que de medo quase amarela
Ao invés de segurar as ponta
Optou por fazer de conta
Que isso não era com ela.

E foi procurar o Lula
E lhe pedir opinião
Demorou pra responder
E os dois não soube o que fazer
E meteu o pé pelas mão

A PEC 37
Também foi reivindicação
Um absurdo que matreiros
Querem sorrateiros
Aprovar em nossa nação.

Se aprovada for
- Pra alegria dos ladrão -
Essa triste medida
A justiça ficará impedida
De investigar corrupção
O que será na verdade
É a vitória da impunidade
Uma triste realidade
Para o nosso Brasilzão.

Sobrou até pra Rede Globo.
Símbolo da alienação
Disse que eram baderneiros
Os simples e verdadeiros
Que quiseram mudar a nação.

É certo que também houve
Quem quisesse se aproveitar
De carona na agitação
Bandido, arruaceiro e ladrão.
Quase coloca tudo a estragar.
E o povo nas ruas sofreu
Com a força da repressão
Bala de borracha e spray de pimenta
Que por instantes afugenta
Quem luta com convicção.

Mas nessa manifestação
Sem data pra terminar
A maioria é ordeira
E levanta sua bandeira
Para o mundo todo escutar

Por aqui vou encerrando
Espero ter feito bem
E para você que gostou
Agora que o gigante acordou
#vem pra rua você também.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Quinta coluna e fogo amigo.

O dicionário Aulete registra o termo "Quinta coluna" como:
s2g.
1. Indivíduo que, estabelecido em um país em guerra com outro, colabora secretamente com o inimigo ou provável invasor.
2. Conjunto de agitadores ou espiões envolvidos em atividades subversivas.
[Pl.: quintas-colunas].

O dicionário informal registra o termo "Fogo amigo" como:
Ataque feito por amigos, colegas ou aliados. Expressão utilizada em guerras quando algum ataque ou bombardeio atinge as próprias tropas ou as tropas aliadas, normalmente por erro de cálculo ou de interpretação. Diz-se, também, de atitudes de traição.

Alertado sobre o primeiro, a administração anterior nunca se convenceu. Não acreditavam que a, b e c conspirariam, do alto de seus cargos, contra aquele governo.

A realidade e principalmente o presente, mostrou-se diferente.

Já o segundo, apesar de não ser novidade na cidade, tem mostrado à atual administração a que veio. E parece não parar tão cedo.

Novos tempos da política ipuanense.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Filmes e séries a que nunca assisti.

Muitos colegas estranham quando digo que nunca assisti a um único episódio (completo) da série Chaves.

Conheço o personagem, os demais demais do elenco, seus bordões e outras nuances do programa, mas meu conhecimento não vai além disso.

Não saberia, por exemplo, contar a alguém um episódio ou participar de uma conversa do tipo "no Chaves uma vez, ele...".

E a partir dessa declaração que em nada acrescenta nas suas vidas, segue abaixo outras séries e filmes a que nunca assisti, seja por falta interesse seja por falta de oportunidade.

Harry Potter: Nunca parei pra ver nenhum filme da saga do aprendiz de feiticeiro que dos livros foi parar na telona.

Velozes e furiosos: Este eu não o assisti por pura falta de interesse. Nem o filme que se passa nas ruas do RJ.

Senhor dos anéis: Apesar de interessante e principalmente, pela participação da Liv Tyler (um minuto, preciso enxugar o teclado que ficou babado...), ainda não vi nenhum episódio da trilogia.

Resident Evil: E olha que adoro filme de zumbi.

Piratas do Caribe: dizem que é divertido, mas ainda não animei em confirmar.

Crepúsculo: Não perco meu tempo com os vampiros de hoje em dia.

domingo, 23 de junho de 2013

Nos palanques da vida.

Não sou contra a Copa do Mundo ser realizada no Brasil.

Sou contra a Copa do Mundo ser realizada no Brasil majoritariamente com dinheiro público e superfaturamento nas obras.

Esse cabeçalho foi só pra dizer que tenho opinião similar aos gastos municipais com a contratação de time para disputar a Taça EPTV de Futsal.

Quando Vereador, externei minha opinião na Câmara, chegando a questionar os gastos, sendo informado que era pago com patrocínios. Mas nunca informaram de quem, nem se o dinheiro ia direto para o time da cidade (o que do ponto de vista legal pode até ser defendido, mas do moral e ético não).

Não demorou para que políticos ligados à administração da época dizer pelos cantos que eu era contra investimento em esporte.

E eu, mesmo com essa gente deturpando minhas palavras, não sei se por burrice ou má fé (penso ser um pouco de cada) mantive meu discurso:

01. De ser contrário à contratação de mercenários da bola, atletas sem identidade com a cidade e que vêm jogar algumas vezes no ano e nunca mais voltam ou voltam apenas no ano seguinte.

02. De ser favorável que Ipuã dispute a Taça EPTV com time competitivo, inclusive com jogadores "de fora". Entretanto, que seja parte integrante de uma política de incentivo ao esporte na cidade.

Que os jogadores "de fora" passem o ano todo aqui: treinando, disputando outras competições, incentivando o esporte na cidade, etc...

03. De utilizar a Taça EPTV como fomento à prática esportiva na cidade e não um show ou um espetáculo, usado apenas para ver Ipuã ganhando jogos. Não pode ser encarada como entretenimento e diversão.

04. Defendendo a canalização de esforços e recursos financeiros na implantação de uma política pública de esporte.

Diferenciando ESPORTE (escolinhas, treinamentos, competições internas e externas, clínicas esportivas, introdução de novas modalidades esportivas,...) de LAZER (torneios society adultos, abrir quadras escolares à noite,...).


Como na Saúde e Educação, entendo ser a criação de uma política pública o ideal para desenvolver o esporte, quase inexistente, em nossa cidade.

sábado, 22 de junho de 2013

Com o lápis na mão.

Contei, no meio desta semana, um breve relato sobre minha participação em uma manifestação nos tempos de estudante universitário.

Ao relatar, rememorei (sem relatar) outras boas histórias do tempo de Unesp/Franca.

Aquela foi apenas a única das muitas manifestações dos estudantes da Unesp da qual participei. Naquela ocasião, a luta era pelos 11% de verbas para as Universidades Estaduais, verba que o Governo Tucano Paulista insistia que deveria ser, como acabou prevalecendo, de 9%.

Recordo ainda mobilizações da Universidade para ir protestar contra a venda da TELERP, Companhia telefônica pública da cidade de Ribeirão Preto que começou a ser privatizada no governo do prefeito Palocci (petista privatista) e o governo PSDB de Roberto Jábali completaria a venda naquele ano.

Outra manifestação perdida foi uma viagem à Ouro Preto em ocasião das comemorações do dia da Independência, promovida pelo então Governador de MG, Itamar Franco, que se transformou num ato político para as eleições de 1998.

E também nos tempos de mestrado na PUC/SP, quando eu esperava pelo circular para ir para a aula, muitas vezes via o Movimento Passe Livre (que existe há anos e sempre organizou protestos contra o preço das tarifas) parar a Av Paulista.

Batia uma vontade de "jogar tudo pro alto" pelo menos naquele dia e engrossar o coro dos descontentes, afinal eu também usava o transporte público coletivo.

Nunca o fiz.

Talvez porque achasse que não fosse problema meu. Ou porque pensava que tinha coisa mais importante e urgente pra resolver.

Confesso que na introspecção que se sucedeu naquele dia, após constatar a minha inércia diante daquela e de tantas outras oportunidades perdidas de me manifestar por uma causa ou contra uma injustiça, cheguei a me questionar se, por debaixo dessa carcaça esquerdista, não se esconderia um burguês reacionário.

E ao entrar no circular que acabava de parar no ponto, veio minha epifania: Eu não era um filho da revolução, burguês sem religião, eu era (e ainda sou) um esquerdista preguiçoso!

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Manifestação Tupi Guarani.

A onda de protestos chegou ao interior.

Das capitais para o resto do país, cidades do interior (grandes, médias e pequenas) estão organizando as suas, seja em solidariedade ao movimento nascido no Rio e em São Paulo, seja por causas próprias.

Ontem, Ribeirão Preto fazia a mais linda manifestação que já vi. Estimavam em 5 mil e quando topei com os manifestantes, a rádio CBN anunciava mais de 20 mil presentes.

Até um boçal atropelar manifestantes, ferindo 9 e matando 1.

Hoje estão previstas manifestações na vizinha Guaíra.

E é aqui que começar meu texto...

Perguntado pelos alunos em sala de aula na vizinha cidade hoje pela manhã sobre uma eventual participação minha no evento, disse que não estaria presente mas que torcia para que tudo ocorresse dentro dos preceitos democráticos.

A pergunta seguinte foi: Em Ipuã vai ter protesto?

Antes mesmo que eu respondesse, vários alunos se apressaram a fazer em mim o Bullying que todo ipuanense sofre nas cidades da região desde a doação das terras pelo casal Carlos Fernandes e Dona Thereza em meados do séc XIX:

- Índio não faz manifestação né?!

Os risos gerais me impedem de qualquer outra atitude a não ser aceitar a brincadeira e, como fiz em sala, encarnar o espírito da troça.

Aproveitando o fato de que, de fato está prevista para logo mais à tarde uma manifestação nos moldes da realizada lá em Guaíra, disse-lhes que faríamos sim um protesto, entretanto, por sermos índios, nossa pauta de reivindicações seria outra.

Nada de protestos contra o preço da passagem de ônibus do transporte público, nem contra os gastos da Copa do Mundo.

Como bons índios que somos, reivindicaríamos:

01. Impeachment do Cacique e do Pajé.

02. Melhorias no escambo com os homens brancos.

03. Melhoria na cesta básica distribuída pela FUNAI.

04. Criação do auxílio lenha (auxílio gás do homem branco).

05. Aulas de Tupi Guarani nas escolas em lugar do Inglês.

06. Aula de Panteísmo no lugar de aula de religião.

07. Delimitação da reserva indígena, voltando à área original antes da chegada do homem branco.

08. Dia do Índio como feriado municipal.

09. Criação do programa de moradia, o "Minha Oca, Minha Vida".

O problema seria o confronto com a cavalaria, que historicamente nunca foi simpática às nações indígenas.

Mas se a defesa fosse feita por índios reacionários, defensores do poder tribal, que pelo menos usassem flechas de borracha nos manifestantes.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

2 shows confirmados.

As imagens abaixo foram extraídas do Diário Oficial e podem ser vistas na íntegra clicando aqui e aqui.

Os shows de Marcos e Belutti (07/09) e Chrystian e Ralf (08/09), salvo mudança, estão entre as atrações confirmadas para a Expuã 2013.

Sempre defendi Expuã boa e barata.

O primeiro item do binômio (o bom) está em conformidade, muito embora fosse na gestão anterior, a opinião do público seria diferente e o apelido de quermesse já estaria pipocando nas mídias sociais; mas uma parcela do público, os patrulheiros de outrora, ficou menos exigente com o advento da nova Administração Municipal, a ponto de preferir Lucas Lucco a Jorge e Matheus em recente enquete promovida por um site.

Chrystian e Ralf, apesar do ostracismo a que suas carreiras passam, tem seu nome na história da música sertaneja brasileira e seus shows são sempre sucesso de público.

Marcos e Belutti são, para mim, dois ilustres desconhecidos, da nova safra de cantores do chamado sertanejo universitário. O que não significam que sejam ruins, apenas que eu não os conheço.

Já o segundo item do binômio (o barato) é objeto de questionamento da minha parte. Na minha opinião, R$ 115.000,00 por uma dupla ainda em ascensão na carreira, é um valor alto. Pelo pouco que entendo, conseguiriam artistas de igual prestígio por menos.

Ou artistas de maior prestígio junto ao público ipuanense pelo mesmo valor.

Resta agora torcer para que não inflacione o valor do cachê das outras atrações da festa. Atrações ainda indefinidas.

E que se divulguem logo a grade completa, pois não há razão para tanto mistério.

Ou há?

terça-feira, 18 de junho de 2013

Nas ondas da rádio.

Não deu para avisar aos meus 9 fiéis leitores que hoje, este blogueiro que vos escreve, estaria hoje na Rádio Sir FM.

O convite para surfar nas ondas da rádio em frequência modulada surgiu de repente, meio no improviso.

Fui convidado para uma entrevista, falar sobre essas manifestações que pipocam país afora em várias capitais e agora se estendem para as cidades do interior.

Confesso que me senti meio Mário Sérgio Cortella, meu professor na PUC/SP e que é convidado em vários programas, de várias emissoras, para falar dos mais diversos assuntos.

Claro que não disponho do mesmo conhecimento e eloquência do meu professor dos tempos do mestrado, mas valeu a experiência.

De quebra, entrei ao vivo para responder a 2 perguntas e virou um bate papo de quase 20 minutos.

Passada a vergonha natural, quero parabenizar a equipe da Rádio Sir FM Ipuã, Miúgo, Wellington, Réger e Ricardo, não pelo convite, até porque convidaram a mim, um Barnabé (como diria o Min Joaquim Barbosa) pra ir dar palpite sobre um tema tão importante, mas por promoverem na rádio, além da diversão e entretenimento, jornalismo e opinião sobre questões da atualidade do país e da nossa cidade.

Mesmo sendo uma rádio comercial, portanto sem a mesma função social de uma rádio comunitária ou cultural, a Sir FM demonstra empenho no sentido de ter um compromisso com seus ouvintes com a informação e a atualidade.

PS: A entrevista completa vai ao ar amanhã, por volta das 07:00 da manhã.

Espero que meus 9 fiéis leitores engrossem a audiência da rádio. Sem bem que uma leitora é de Guaíra...

Já fui manifestante.

Este texto deveria sair na série "Com o lápis na mão", aos sábados. Porém como o tema está em franca evidência na mídia, optei por escrever hoje para não perder o time (taime).

O Blogueiro, em um passado não muito distante, também viveu seus dias de manifestante protestando em passeata nas ruas de Sampa.

Foi no ano de 1998, mais precisamente em 28 de abril daquele ano, como me informa o historiador, pesquisador de patrimônios públicos e registro vivo dos nossos tempos de faculdade, Danilo Ferrari, que por sinal, também esteve na referida manifestação.

Naquele dia, vários Campi da Unesp mobilizaram suas forças para ir manifestar na Assembleia do Estado pela liberação de mais verbas para as Universidades Públicas.

Descemos na Paulista e lá mesmo iniciamos nossa manifestação, descendo toda a Brigadeiro Luís Antônio até o Palácio 9 de Julho, sede do Legislativo Estadual Paulista.

Pausa pra um almoço numa espelunquinha ali nas imediações, pois os R$ 5,00 que eu tinha nas algibeiras não daria pra muito mais que um PF simples e uma coca num restaurante de galeria apertada lá na Luís Antônio.

Sorte que eu havia levado numa mochila dois pacotes de bolacha nescau, que dividi com outros manifestantes.

Solidariedade parece ser marca dos ativistas, pois à noite, já sem as bolachas e sem os 5 conto (que haviam desaparecido no restaurante horas antes) para nossa sorte, a "janta" foi dentro do busão, já na volta pra casa, oferecida por Mestre Odilon, que comprara uma pizza de calabreza no Pizza Hut.

Devorei com as mãos mesmo uns 2 pedaços que, pela fome e desespero, pareceu um banquete.

Da manifestação recordo do nosso grupo gritando palavras de ordem:

- Você aí parado, também é explorado.
- Fernando 1, Fernando 2, qual é a m... que vem depois?

Este segundo em clara referência aos Presidentes Fernandos: Collor e Henrique Cardoso.

E claro, do confronto inevitável com a polícia que bastava uma fagulha para estourar a bomba e os manifestantes sentirem na pele as dores da repressão.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Não se fazem mais festas de casamento como antigamente.

Tenho saudade das festas de casamento da minha época de infância.

Ainda não havia, pelo menos aqui na Santana dos Olhos D'água, pelo menos nos casamentos em que eu ia com minha família, o bifê.

Bifê aliás que meu pai simplesmente odiava.

Achava o cúmulo aquele self service, as filas intermináveis, o UFC gastronômico a que os convidados se viam obrigados a lutar em busca de comida.

Como também odiava a "gravata" do noivo, cortada em tiras para levantar algum trocado. Achava um incômodo para os convidados e um constrangimento para os convidados despreparados.

Mas isso é outra história.

Voltemos aos casamentos de meu tempo...

Naquele tempo, a carne era assada na hora, em churrasqueiras improvisadas, geralmente em telas sobre buracos no chão ou levantadas por tijolos e eram "rasteladas" e retiradas da grelha aos montes para saciar a fome dos convidados.

As carnes, cujo corte não faço a menor ideia e nem ajudaria saber, pois o processo de tempero igualava filé mignon a acém, eram picadas em cubinhos e temperadas dentro de tambores de plástico, onde ficavam curtindo desde a véspera da festança.

O tempero incluía óleo, pimenta, sal, etc... e vez por outra, leite de mamão para amaciar a carne.

A carne era então assada e servida em bacias.

Aliás não apenas a carne, mas a batatinha curtida também passava pelo mesmo processo de tempero e distribuição.

A logística da festa era a seguinte:

01. Bacia da Batatinha curtida: passavam duas vezes de mesa em mesa (falarei das mesas mais adiante) para ir matando a fome da galera.

02. Bacia da farofa: uma farofa molhada, não a seca como a gente conhece, antecipava que a carne estava por chegar.

03. Bacia da carne: a mais aguardada, era antecipada por um cheiro que se eu fechar os olhos consigo sentir claramente.

Nem preciso falar do tamanho das conchas com que estes alimentos eram atirados em nossos pratos (de plástico).

As mesas eram enfileiradas.

Os assentos também.

Tábuas uniam todos como se fosse uma única mesa.

A festa toda tinha então apenas 10 mesas, com 2 assentos cada. Acontece que tanto as mesas como os assentos eram kilométricos.

E tinha, claro até porque estamos falando de Ipuã, cerveja à vontade.

Quando era chope, geralmente era servido em jarras coloridas (de plástico).

Cerveja ou guaraná eram servidos com as garrafas sujas de serragem.

A serragem era usada para conservar a temperatura, pois como nem sempre havia frízeres para gelar, o negócio era comprar gelada e usar serragem para conservar o maior tempo possível.

Nem sempre funcionava.

Não havia garçons, mas os próprios amigos e parentes dos noivos faziam as vezes de servir o pessoal.

Também churrasqueiros, etc...

O interessante é que ouvi diversas vezes meu pai dizer que gostava de se convidado para ajudar, não para divertir.

Cá entre nós... se você imaginou uma festa destas deve imaginar também a diversão que devia ser. 

domingo, 16 de junho de 2013

Nos palanques da vida.

Quando eu estava na Direção do Depto de Educação, as festas juninas nas escolas sempre foram um momento especial.

Cada escola, incluindo as creches, convergia seus esforços no sentido de promover uma festa junina marcante para seus alunos.

E a cada ano, cada escola se superava. 

Dos convites (cada um mais criativo que o outro) até a festa em si, as escolas queriam sempre inovar.

Na comilança principalmente!

Tinha escola que inventava demais, até pizza e torrone entrava na lista. Produtos que eu cortava por não fazer parte das tradições juninas.

Fora isso, era quitute à vontade pra garotada. As mesas das escolas sempre foram marcadas pela fartura.

Claro que sem desperdício, fosse nas sobras das comidas, fosse no dinheiro público, pois todos os produtos eram comprados por meio de cotação, vencendo quem oferecia o menor preço.

Algumas escolas "inventavam moda" por conta própria usando o seu próprio dinheiro de caixa. Quanto a isso, eu não podia fazer nada.
Meu único receio era com o quentão.

Por mais que dissessem que seria um quentão bem fraquinho, nunca permiti nas escolas o uso de cachaça na bebida.

Razão pela qual nosso quentão era "Líber", sem álcool.

Claro que, para professores e diretoria, sempre rolava um quentão Líber "batizado", afinal ninguém é de ferro.

Fico feliz em, ao olhar para trás, ver que nunca medi esforços para ajudar as escolas a realizarem festas juninas cada vez melhores. Meu único pedido era que elas fossem tradicionais.

Portanto: nada de música ou temática country.

Sertanejo até era permitido, mas country music não né?!

Protestar já: a coisa certa, na hora certa.

O senso comum está dizendo: "Por que fazer estas manifestações no país justo agora que os olhos do mundo todo estão voltados para o Brasil em razão da Copa das Confederações e a Copa do Mundo daqui a 1 ano?".

Diante deste argumento, que ainda ouço infelizmente, sempre respondo: Em que outro momento esta gente se fará ouvida novamente?

Está na hora certa de reivindicar, cobrar, protestar (sem baderna, depredação, violência), de hoje até a Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016 teremos em mãos nossa maior moeda de troca para tentar mudar alguma coisa neste país.

Jovens do país, reivindiquemos.

Não apenas pelo preço da passagem, mas pelo investimento de 10% do PIB em Educação, contra as privatizações que tanto governos Tucanos e Petistas promovem neste país, pela qualidade do ensino público, contra o cheiro de pizza que ronda do STF no caso do mensalão, contra o aparelhamento da máquina estatal que o governo petista promove a 10 anos, pelo descaso do governo PSDB com a educação no Estado de SP, o superfaturamento das obras da Copa e das Olimpíadas, pelo atraso ou não realização das obras de infraestrutura prometidas como legado da Copa,...

E por que não aproveitar este levante popular para protestar por causas municipais, cada um em sua cidade: por maiores e melhores investimentos na área da saúde, por uma política educacional municipal de valorização docente, por investimento na área de cultura, por uma mobilização municipal no combate às drogas que envolva todos os poderes e setores da sociedade,...

Enfim, penso este ser o momento certo para deixarmos a inércia de lado e tentar construir um país melhor.

Outra chance destas, só daqui a 50 anos.

Ou mais!

sábado, 15 de junho de 2013

Com o lápis na mão.

Quando eu era criança pequena lá na Escola Vereador Alberto Conrado, no mês de junho quando havia a festa junina e a gente dançava quadrilha, estas eram bem diferentes das atuais.

Não me refiro às quadrilhas modernas, que são diferentes de qualquer coisa que qualquer um de nós já tenha dançado em festa junina em nossas vidas.

Mesmo quando comparo a quadrilha verdadeira de hoje com a do meu tempo de criança, não sei se é a memória que já não é mais a mesma e tende a entrar no nevoeiro do esquecimento com a proximidade dos 40, ou de fato não tinha alguns dos eventos de hoje.

Eu explico.

Salvo a música que continua rigorosamente a mesma (clique aqui), quando eu dançava quadrilha na escola, o narrador falava apenas:

Caminho da roça: Um na frente do outro, em fila indiana, meio sem saber o que fazer e andando em círculos.

Caracol: Um na frente do outro, em fila indiana, meio sem saber o que fazer e andando em espiral.

Olha a chuva: O homem "protegia" a mulher da chuva com as mãos sobre sua cabeça. Nunca soube bem ao certo mas, deve ser da época que ainda chovia em junho.

Olha a cobra: Um na frente do outro, em fila indiana, andando em círculo e gritava "huuuuuu" e começava a andar na direção contrária. Para depois do "é mentira", outro grito de "huuuuuu" e voltar a caminhar, em círculo, na direção correta.

Como as quadrilhas surgiram na roça, penso eu que cobras eram o grande temor de quem ia de um arraial a outro, por isso.

A ponte quebrou: Ou seria a ponte caiu? Enfim... fazia-se a mesma coisa, inclusive o grito, do "Olha a cobra".

Também herança dos tempos de Brasil rural, quando atravessava-se pontes para ir às fazendas vizinhas para dançar quadrilha.

A grande roda: Um círculo com todos os participantes de mãos dadas rodando em sentido horário. Mas sempre tinha uma meia dúzia que não sabia o que era sentido horário e bagunçava tudo. Para desespero das professoras que ensaiaram a dança.

Damas no centro: formava-se 2 círculos concêntricos separados por gêneros. Meninas no círculo interior, meninos no exterior e cada um rodava em um sentido.

Dava a mesma confusão que a grande roda, com o agravante que havia o caso das rodas entrelaçarem-se, de uma maneira que, juro que tentei, mas não consigo explicar com palavras.

Trocar de par: A gente dançava com a menina de trás e o da frente dançava com a nossa parceira. Ia fazendo assim até chegar no seu par novamente.

Era a chance que tínhamos de dançar com aquela garota do colégio que, em situações normais, jamais dançaria com a gente.

Geralmente ela era loira, toda patty, usava vestidinho curto na cor rosa e se chamava Fernandinha.

Túnel: Fazia-se um túnel com as mãos e a gente passava dentro infinitas vezes.

Nem preciso dizer que era o momento ideal para colocar o pé para amigos tropeçarem, dar tapas nos chapéus de outro e, é claro, "conferir" a Fernandinha.

E tinha uma parada que não lembro o nome onde os meninos ficavam ajoelhados, com um dos braços estendido (tipo estátua da Liberdade) e a menina com a mão, segurando a gente pelo dedo, ficava rodando em volta.

Hoje em dia tem um tal de formigueiro, caminho da igrejinha e outras coisas que não recordo que tinha antigamente.

Talvez seja eu, ou talvez seja este mundo maluco onde os valores mudaram.

Onde está a alegria da quadrilha? O entusiasmo? A ansiedade estudantil pela expectativa da festa junina na escola?

E principalmente: Onde está a Fernandinha???

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Revolta do preço da passagem - O texto que eu gostaria de ter escrito.

Leio o Blog do Josias há anos.

Frequentemente me deparo com textos deste brilhante jornalista e penso: Como eu gostaria de ter escrito isso!

Abaixo segue mais um caso destes.

E se você começar a ler o Blog do Josias, vai se deparar com muitos outros casos assim, de textos que traduzem aquilo que a gente pensa, mas não consegue passar para o papel.


Os grifos são deste Blogueiro, que na falta de talento para fazer igual, resta-me apenas ressaltar opiniões de outrem a serem refletidas.

E aplaudir!




"O irracional é protagonista na revolta dos R$ 0,20"
Por Josias de Souza
 
Nina Cappello, estudante de direito, tida como uma das “organizadoras” do Movimento Passe Livre já havia lavado as mãos há três dias: “A gente não tem controle. Ficou claro que a manifestação se transformou numa revolta popular na cidade contra o aumento da tarifa.” Na noite passada, Lídio Costa Júnior, major da Polícia Militar, enxaguou as mãos “Não nos responsabilizamos mais pelo que vai acontecer”.

Entre a falta de controle da turba e a ausência de responsabilidade da farda, o irracional tornou-se o ator principal do espetáculo transmitido ao vivo das ruas centrais de São Paulo para os lares de todo país. Em meio à bruma do spray de pimenta, a euforia do quebra-quebra misturava-se à excitação dos tiros de borracha. Os dois lados pareciam ter ciência de que preparavam um noticiário fantástico.

Era como se ditassem para o William Bonner um par de destaques para a escalada de manchetes do Jornal Nacional. Era como se redigissem a capa dos jornais da manhã seguinte. Rodavam uma espécie de filme de ação sem autor nem diretor. Depredavam e lançavam bombas de gás porque seguiam orientações e cumpriam ordens. Orientações do Tinhoso, ordens do Todo-Poderoso. E vice-versa.

Exceto pelos sublevados que não têm cara de quem anda de ônibus, manifestantes e soldados formam uma irmandade feita da mesma matéria prima. Não têm razão para sentir raiva um do outro. Provavelmente moram nas mesmas submoradias, comem o mesmo pão que Asmodeu amassou.

Suprema ironia: quando o prefeito era de outro partido, o PT estimulava o Movimento Passe Livre. Agora, o prefeito é petista. Cúmplice nos reajustes, faz coro com o governador tucano: não há como cancelar. E a turma que dirige o próprio carro se horroriza com a revolta que um reajuste de R$ 0,20 pode causar. Que horror, que horror!

Por sorte, a rebelião teve um desses momentos que o doutor Luís Roberto Barroso, novo ministro do STF, chamaria de ponto fora da curva. Protagonizou-o o policial militar Wanderlei Paulo Vignoli. Montava guarda no prédio do Tribunal de Justiça de São Paulo quando notou que um sujeito pichava o bem público. Tentou impedir. Súbito, viu-se cercado por duas dezenas de manifestantes.

Apedrejado na testa, sangue a escorrer pelo rosto, recolheu os ruídos que soavam ao redor: “Lincha, lincha. Tira a arma dele. Mata!” Sacou o revólver que trazia na cintura. Estava carregado com balas letais, não de borracha. Por que não atirou? “Somos treinados para manter o autocontrole, só atirar no limite. Entendi que, mesmo tendo sido atingido com pedradas, não era o limite para usar arma de fogo.”

Vignoli anda de ônibus e de metrô. Quando não está fardado, desembolsa a tarifa que passou de R$ 3,00 para R$ 3,20. Informado de que os rebeldes pedem tarifa zero, o policial fez cara de riso. “Eu também gostaria, né? Mas acho que nem os países de Primeiro Mundo chegaram a esse patamar.”

Segurança do Tribunal de Justiça, Vignoli conta que o prédio acaba de passar por uma restauração milionária. “Eles têm que entender que esse dinheiro [para apagar a pichação] vai sair do bolso da população.” A realidade brasileira por vezes fica inacreditável. Mas quando se imagina que tudo está perdido, o sujeito que segura o revólver demonstra que é possível ter razão disparando apenas argumentos.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Carta de Santo Antônio.

Vasculhando os arquivos de minha mãe encontrei o seguinte e-mail:


Prezada Sra Maria Inês,

Em atenção às reiteradas súplicas aos reiterados pedidos seus para que eu interceda no sentido de fazer com que seu filho varão (desculpe o trocadilho) se case, tenho a informar o seguinte:

01. Não tem faltado empenho de minha parte para que tal graça não seja alcançada. Inclusive já interpelei o próprio Chefe para me auxiliar na missão, mas Ele se recusa a fazer algo por quem não crê nele, mesmo que vez por outra, o incrédulo em questão invoque-o nos jogos do Corinthians.

Mas como se sabe, Ele é sistemático com estas coisas.

02. Não é por falta de mulheres que teu filho insiste em manter a solteirice. Eu mesmo tenho encaminhado várias até ele no sentido de demovê-lo da ideia de não se casar num futuro próximo.

03. Se lhe serve de consolo, as mães do Leonardo Di Caprio e do George Clooney também têm feito o mesmo pedido há anos, sem também serem atendidas.

Não é culpa minha que hoje em dia, homens bonitos como os filhos de vocês não pensam em se casar.

04. Quero dizer também que não é perseguição de minha parte para com a sua família, uma vez que não obtive o mesmo sucesso com outros membros de tão fervorosa família.

05. Peço encarecidamente que devolva a imagem do menino Jesus que arrancou de meus braços, da imagem que tem em sua residência, como chantagem, só devolvendo-o após a graça alcançada. Não por mim, mas a família do menino está preocupada e eu não tenho mais desculpas para dar após 10 anos de sumiço.

06. Assim como peço que não mergulhe minha imagem no vidro de pimenta, latas de sal ou açúcar, nem a pendure de ponta cabeça como tem feito há tempos, também com a mesma finalidade de alcançar a graça. Minha gastrite, pressão alta, diabetes e labirintite piorou muito após mais de uma década deste flagelo a que a Sra me proporciona.

07. Peço que não pare com as novenas e trezenas que têm feito à minha pessoa, embora não estejam surtindo efeito, oração pra Santo nunca é demais.

Cuidado apenas com as promessas do tipo subir a escadaria da Penha de joelhos, vai que uma hora, só pra contrariar, ele resolve se casar.


Sem mais a tratar no momento, espero que o tradicional terço em meu louvor, realizado pela Sra. todos os anos nesta data, seja feito novamente este ano de 2013.

Atenciosamente,

Santo Antônio.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Canções que gostaria de ter feito.

Segue abaixo um top 6 das canções que eu gostaria de ter feito para uma mulher amada

06 - Você é linda, de Caetano Veloso.
Você é linda
Mais que demais
Vocé é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim 

05 - Todo azul do mar, de Flávio Venturini.
Foi assim, como ver o mar
A primeira vez que meus olhos se viram no seu olhar
Não tive a intenção de me apaixonar
Mera distração e já era momento de se gostar 

04 - Eu te amo, Chico Buarque.
Ah...
Se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios 

03 - Chega de saudade, de Vinícius de Moraes e Tom Jobim.
Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim


02 - Eu sei que vou te amar, de Vinícius de Moraes e Tom Jobim.
Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida 

01 - Eu não existo sem você, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você

Conselhos amorosos musicais aos machos de todas as espécies.

Escolha seu caso e ouça sua música:


Para você que pisa na bola reiteradas vezes, certo da impunidade e de tem a guria nas mãos, mestres Toquinho e Vinícius avisam: "Regra três".


E o inverso também vale. O homem cuja mulher acha que a monogamia é uma imposição da tradição ocidental judaico cristã e pior, ele aceita suas reiteradas mancadas, Fagner já cantava: "Deslizes".



Para o macho que faz o estilo "Galã de quermesse", uma boa dose de Agepê: "Deixa eu te amar".

 
Para o amante à moda antiga: "Como é grande o meu amor por você".

 
E ainda na linha do Rei Roberto, "Cama e mesa" para os amores mais sensuais.



E se ela te chamou para discutir a relação e está pedindo um tempo bem nesta semana: "Me dê motivo", do bom e velho Tim Maia.




Mas se a relação já acabou há algum tempo, Tim também ajuda: "Pede a ela".


 O namoro ainda não engrenou porque a mina não decide se vai ou se fica, Djavan ajuda: "Se".



E para você que curte uma solidão só pensando nela: "Sozinho", Caetano Veloso.