quinta-feira, 31 de maio de 2012

Fim do casório.

No futebol, a linha que separa o amor do ódio é muito tênue. Como em quase tudo na vida, diga-se de passagem.
Mas futebol suscita paixões, por isso a fragilidade da divisão entre amor e ódio.
Ronaldinho Gaúcho chegou no Flamengo com ares de super star.
Maior contratação do clube, que venceu uma negociação com o Grêmio e conseguiu cobrir a oferta do time gaúcho fazendo com que o craque da Copa de 2002 virasse jogador na Gávea.
Esqueceram que estávamos no ano de 2010 e não em 2002. Esqueceram que Ronaldinho, eleito o melhor do mundo em 2004, nunca mais voltou a jogar o bom futebol que o consagrou.
Pior, deu encrenca em vários clubes e verdade seja dita, só voltou ao Brasil porque não tinha mais mercado em nenhum grande clube europeu.
A velha história: Fracassado lá fora, mas aqui no Brasil chega "se achando".
E O Flamengo não sabia? Claro que sabia, mas a necessidade de remendar a barbeiragem passada, quando perdeu a chance de ter Ronaldo Fenômeno, que optou em aceitar o convite do Corinhtians, falo umais alto.
Esqueceram um pequeno detalhe: Entre os dois Ronaldos existe um abismo de diferenças. Nem dá pra começar a comprar, o Gaúcho é muito, mas muito inferior ao Fenômeno. Em tudo: futebol, carisma, comprometimento, inteligência,...
Sua passagem pelo Mengo foi só transtorno: Salário astronômico (maior parte atrasada), envolvimento em festas, derrubada de técnicos, boates, gandaia, etc...
Deu no que deu, o casamento chegou ao fim. E o divórcio promete ser litigioso.
Um clube da grandeza do Flamengo merecia mais que isso.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Humilde residência é exagero.

Chama-se "Minha humilde residência" o mais novo sucesso do cantor Michel Teló.
Acostumado a sucessos que rapidamente se espalham na mídia, "bombando" como dizem alguns dos assassinos da nossa língua, a nova canção segue na trilha de sucessos anteriores.
Na velocidade da internet e valendo-se de um rit dançante, Teló protagoniza o enrredo de um cara que, apaixonado por uma garota, enfrenta toda sorte de infortúnios provocados pela crise financeira.
Aliás, criose financeira que, CERTAMENTE, o artista mais caro do país não deve estar passando.
Mas a letra não deixa de ser curiosa.
Em azul a letra da canção e em vermelhor, o comentário do blogueiro.
A letra fecha com uma conclusão do blogueiro, não se assustem.

"Minha humilde residência" (Michel Teló)

Vou te esperar aqui,
Mas vê se atende o telefone mesmo se for a cobrar.
Hoje eu não vou sair,
(o cara espera que a moça atenda uma ligação dele a cobrar?!).
Porque meu carro tá quebrado eu não tô podendo gastar.
(Além de aceitar ligação a cobrar, a moça tem de ir até a casa do rapaz, pois o carro quebrou e ele não pode gastar para consertar, nem gastar com um táxi, preseume-se).
Quando chegar aqui,Me dê um grito lá na frente, eu vou correndo te buscar.
(Pelo jeito, o interfone também está quebrado, pois a moça vai ter de gritar).
 Não tem ninguém aqui.Mas vou deixar a luz acesa.
(Pelo menos a conta de energia está paga, menos mal).
Já te passei meu celular e o endereço.
(passou, ela só não esperava que teria de aceitar ligação a cobrar e ir na casa buscá-lo pra sair).
Aquele dia que te vi saí de casa.
(Ele estava espreitando a moça?)
Eu tô ligado que você sempre me deu uma moralAté dizia que me amava.Agora tá mudada se formou na faculdade.No meu cursinho eu não cheguei nem na metade.
(5 anos de diferença entre eles. Na idade ou no intelecto?)
Você tá muito diferente eu vou atrás, você na frente
Tô louco pra te pegar.
Vou te esperar.
Na minha humilde residência,
Pra gente fazer amor.Mas eu te peço.
Só um pouquinho de paciência,
 A cama ta quebrada e não tem cobertor.
(Cama quebrada e sem cobertor - nesse frio?)

Celular sem crédito, a pé, cama quebrada, falta de cobertor,...
Não pegou, com certeza, esse cara não pegou essa mulher.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Procura-se um vice desesperadamente.

O Jô Soares, nos tempos do "Viva o Gordo", tinha um quadro que tirava sarro na situação dos vices no país.
Era um político que constantemente era convidado a ser candidato a vice e repetia bordões como: "Já viu rua com nome de vice? Escola com nome de Vice? Vice não quero ser" e "Tirante o Aureliano, que fala, Vice não fala nada".
O Aureliano em questão, era Aureliano Chaves, Vice Presidente da República na época.
Claro que essa imagem do vice estático é algo presente apenas no anedotário político popular. A história recente do país tratou de dar aos vices a devida importância.
Sarney, Itamar Franco e Kassab, foram vices que viraram titulares.
Marco Maciel foi a bênção e a maldição de FHC.
José Alencar foi o melhor vice que poderiam ter escolhido para o Lulla.
E Michel Temer, bom, Michel Temer é casado com a Marcela, o que por si só já deveríamos agradecer.
Na Santana dos Olhos D'água, definidos os pré candidatos, que até prova em contrário serão candidatos, os partidos se desdobram pra escolher seus vices.
Exigências partidárias (inclusive, de Diretório Estadual do partido), poder financeiro, capacidade de agregar, capital político, ... várias são as variáveis utilizadas na escolha do vice.
Já vivi essa emoção: correr as listas de filiados dos partidos da base aliada garimpando algum bom nome para compor a chapa. Afinal, não se pode mais filiar alguém para ser candidato, o prazo expirou em outubro de 2011.
Sei que é o que todos devem estar fazendo no momento.
O mais curioso é que mesmo sabendo que teriam candidatura própria, por que os partidos não buscam nomes para compor chapa filiando eleitores durante o período permitido?

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Semana passada a limpo ou Semana passada, a limpo?

Não sei se alguns leitores perceberam mas, nos últimos tempos eu tenho tentado manter uma linha condutora nos textos do blog.
Geralmente comento algum assunto que foi pauta na semana e aproveito o tema para rememorar passagens da vida em sala de aula (seja como aluno ou professor) e da vida pública, que estejam mais ou menos em consonância com o tema em questão.
Como por exemplo, na semana passada onde o assunto sexo esteve na pauta da mídia: O comovente e histórico depoimento da Xuxa e a nova investida pela aprovação do Kit Anti Homofobia.
Aproveitei o "gancho" para falar sobre sexo nas séries "Com o giz na mão" e "Nos palanques da vida".
Tanto que fui perguntado, em tom de brincadeira, se ando com sexo na cabeça; e então aproveitei novo gancho para deixar como dica da semana, o livro "Sexo na cabeça", do maior cronista brasileiro vivo, Luís Fernando Veríssimo.
Boa leitura.



domingo, 27 de maio de 2012

Nos palanques da vida.

Eu era Diretor do Depto de Educação e Cultura de Ipuã, o ano devia ser 2006 ou 2007 não recordo bem, quando chegou em minha mesa um pedido de uma escola.
Tratava-se de um pedido para que fossem xerocadas centenas de autorizações, que os alunos deveriam entregar aos pais, para estes assinarem permitindo que os filhos assistissem a uma palestra sobre educação sexual na referida escola.
Malas diretas são comuns nas escolas, geralmente para os pais autorizarem viagens, convites para reuniões, entrega de boletins etc...
Mas para permitir que os filhos participem de palestras, confesso nunca ter visto até então.
Chamei a diretora na minha sala, expliquei-lhe que achava desnecessário, pois a referida palestra aconteceria na própria escola e mais, não era assunto estranho ao currículo escolar, uma vez que educação sexual estava entre os conteúdos da disciplina da grade.
Não era pelo valor, pois seria irrisório, mas não achava necessário.
A diretora argumentou que ela preferia dessa maneira, para evitar que os filhos chegassem em casa falando que ouvira falar sobre sexo nas escolas e os pais serem pegos de surpresa. Além do mais, pode ser que algum pai não aceitasse que seu filho ouvisse esse assunto na escola.
Mesmo discordando da diretora, acabei autorizando seu pedido e foram xerocadas umas 500 autorizações.
Qual não foi a minha surpresa quando, no dia da palestra, a diretora me informa que 3 alunos tiveram sua autorização negada pelos pais.
Uma mãe fez questão de ir à escola e dizer que acha correto a escola abordar o tema, porém ela preferia ela mesma, ao lado do marido, falar com a filha sobre o assunto.
Os demais não justificaram.
A escola liberou os 3 alunos no horário da palestra para irem mais cedo para a casa e eu aprendi uma importante lição naquele dia.

sábado, 26 de maio de 2012

Com o lápis na mão.

No meu tempo de estudante (para não usar a frase "na minha época"), os professores não falavam sobre sexo nas aulas.
Pelo menos ao longo do meu ensino fundamental, onde pra não dizer que nunca, apenas em duas ocasiões houve alguma abordagem em sala de aula sobre educação sexual.
Numa dessas, uma professora de uma disciplina de humanas, sabe-se lá porque ela foi a escolhida, passou duas aulas conversando com a gente, aliás, apenas ela falava, sobre detalhes da vida sexual. Lembro que ao chegar em casa e comentar com meu pai o teor da conversa e o que fora dito, ele apenas comentou que deveriam escolher melhor os professores para tocar no assunto.
Acredito que meu pai gostaria que alguém com mais conhecimento teórico sobre o assunto fosse designado para tão importante tarefa.
E outra vez, um professor, esse sim da área das ciências biológicas, pediu que os garotos se retirassem da sala pois o papo seria apenas com as meninas.
Ficamos lá fora especulando qual seria o tema tão importante a ponto de pedir que nos retirássemos. Muitos teriam apostado o dinheiro do lanche na hipótese de que havia alguma aluna grávida na escola, o que fizera com que a direção tivesse um papo sério com todas as garotas do colégio.
Fui o único a tomar coragem e, no recreio, perguntar ao professor qual era o assunto. Ele me respondeu de maneira didática e bem educada:
- Não é da sua conta. O assunto não era só com as meninas da sala???
Fiquei sabendo mais tarde, por meio das colegas de classe, que o assunto tão secreto e recatado, que somente as meninas podiam ouvir era sobre... menstruação.
Menstruação, é mole?!?!
Nós, garotos não poderíamos ouvir falar sobre isso.
Ora bolas, eu cresci numa casa com 4 mulheres, certamente conhecia mais de menstruação do que o professor.
Mas algumas perguntas não me saem da cabeça:
* Por que os garotos não puderam ouvir?
* Foi decisão do professor ou da direção a "palestra" apenas para as garotas ou do professor?
Enfim...
No ensino médio a coisa melhorou, seja porque ficamos mais velhos e os papos sobre sexo ficaram mais abertos, seja pelo fato de que houve uma abertura na mentalidade dos educadores para começar a falar sobre educação sexual.
Recordo de uma excelente palestra sobre AIDS, quando estudava em São Joaquim da Barra e uma palestra dada pela Dra Solange (lembra dela?), aqui em Ipuã. Onde ela falou sobre AIDS e demais DSTs, prevenção, camisinha, distribuiu folhetos explicativos etc...
Uma palestra onde a gente teve a oportunidade de participar, aliás, como deveriam ser todas as palestras.
Sei que hoje praticamente todas as escolas abordam essa questão, pena que muitas vezes só acontece com alunos mais velhos. Penso que deveríamos encontrar maneiras de falar sobre o assunto com os mais jovens e em cada faixa etária, abordar o assunto de uma maneira diferente.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Dica de leitura.

O livro não é recente. Foi lançado em 2010.
O blogueiro não conhecia. Quando tomou conhecimento, tratou logo de comprar.
Chama-se "Histórias de canções - Toquinho" e trata-se de uma série de livros com, como o próprio nome diz, histórias sobre as canções de artistas, causos, curiosidades das letras, biografia, etc...
Toquinho, há muito tempo, povoa a vida do blogueiro. É o cantor vivo de que mais gosto atualmente.
Aliás, é para mim, ao lado de Chico, Caetano e Rei Roberto I, o maior compositor brasileiro vivo em atividade.
Este livro reúne uma série de curiosidads sobre mais de 100 composições do artista, além de fotos e histórias sobre parcerias.
Um capítulo especial é dedicado ao eterno parceiro de Toquinho, o poetinha Vinícius de Moraes (de quem sou devoto). Fala também de parcerias com Tom Jobim (outro de quem sou devoto) e uma parceira, até então desconhecida por mim, com Belchior (meu filósofo comtemporâneo favorito).
Uma pena que livro ainda é muito caro nesse país, um verdadeiro artigo de luxo, quando deveria ser popular e de primeira necessidade.
Ainda mais se tratando de livro como esse.
Vale a pena conferir.


quinta-feira, 24 de maio de 2012

Imprevisível F.C.

"Estava mais angustiado. Que um goleiro na hora do gol".
Belchior resumiu bem o sentimento de um goleiro no momento fatídico: angústia.

Comparando seus sentimentos ao do arqueiro após ver vazada a sua meta, o cantor compôs esta letra genial intitulada "Divina comédia humana".
Mas não é sobre o velho Belch que vou falar, mas sobre a ingratidão do futebol.

Futebol é, sem dúvida, o mais ingrato dos esportes coletivos.
Seja pelas regras, seja pela imprevisibilidade.

Só este ano
* Barça x Real era a final que todos apostavam. Deu Chelsea x Bayern.

* Flu estava levando a decisão da vaga nos penais, quando levou gol aos 45 do 2° tempo.

* Vasco segurava o empate que levara a decisão pros pênalties na outra chave da Liberta, mas tinha uma Paulinho no meio do caminho, no meio do caminho tinha um Paulinho.

* Flamengo levou virada do Emelec em casa e deu adeus ao torneio continental.

Se recobrarmos a memória e reviver tempos idos, mais ingratidão:

* Sócrates e Zico não foram campeões do mundo pela seleção.
* Raí e Zinho foram campeões do mundo pela seleção.
* Casagrande nunca fez gols em uma copa do mundo.
* Corinthians desclassificado na Liberta 2000, mesmo com um time muito superior, pelo São Caetano da Barra Funda.
* Hungria em 54 e Holanda em 74 vices campeãs mundiais.

Paro por aqui, sob o risco de esquecer vários exemplos.

Só mais um...

Diego Souza, principal jogador do Vasco, viveu seus dias de vilão ontem, ao ter seu chute defendido pelo goleiro Cássio.

Imagino a angústia do time do Corinthians ao ver Diego Souza correndo livre para a área alvi negra.

Deve ter sido os segundos mais demorados da vida daqueles jogadores.

Felizmente o Cássio não teve motivos para angustiar.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A volta do Kit anti homofobia.

Volta com força máxima a discussão sobre o chamado “Kit Anti Homofobia”, aquele conjunto de dvds e cartilhas a serem usadas nas escolas como projeto pedagógico, visando diminuir a homofobia.
Ideia polêmica criada pelo MEC durante a gestão do Ministro Fernando Hadad, que enfrenta rejeição dos setores religiosos, a bancada religiosa da Câmara e do Senado e setores mais conservadores da sociedade.
Alguns programas de Tv já veicularam trechos do vídeo e muitos políticos contrários à ideia, argumentam que a linguagem, mensagem e conteúdos dos vídeos não estariam apropriados.
Essa discussão vai longe e será potencializada com a lei ainda em tramitação sobre o crime de homofobia.
Como educador, entendo que a questão da tolerância e respeito às diferenças deve ser amplamente trabalhada com os estudantes, sobretudo nas séries cujas idades dos alunos coincidam com o período de formação de seus valores morais, éticos e estéticos.
Defendo que não apenas a tolerância às questões de opção sexual sejam trabalhadas pelas escolas, mas também às questões raciais, de classes sociais, religiosas, deficiências físicas, questões como o culto aos padrões de beleza (imposto pela TV, excludente a todos os que não se enquadram nela) e tudo mais que segrega pessoas na nossa sociedade.
O contexto, ao abordar esse tema, tem de ser mais amplo e não desconectado dos outros preconceitos que, infelizmente, ainda existem na nossa sociedade.
Sou contra a imposição de um Kit, um material massificado que desconsidera a realidade sócio cultural de cada estado, cidade, bairro ou escola.
Sou a favor de que os professores sejam capacitados pelo Estado para lidar com tais questões. Sobretudo as questões sexuais, haja visto que em pleno século XXI ainda temos como tabu tal discussão.
Pelo pouco a que assisti dos vídeos, não acho que aquela seja a maneira mais correta de tratar do tema. Não acredito que fazer apologia ao homossexualismo seja a melhor maneira de combater a homofobia.
No meu tempo de estudante, anos 80, não se falava sobre assuntos polêmicos como esses na escola. Felizmente, graças aos valores adquiridos em casa, cheguei a idade adulta com o conceito de que opção sexual, cor da pele, religião (ou ausência dela), deficiência física e diferenças diversas, não é o que define o caráter das pessoas, mas as atitudes.
As escolas têm o dever de trabalhar esses assuntos em sala de aula, mas é preciso cuidado com a maneira como será feito e principalmente, com os docentes responsáveis.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Xuxa, para a minha surpresa, pode se tornar um bom exemplo.

Nunca gostei da Xuxa.
Por motivos que não cabem nesse texto.
Mas sua entrevista ao Fantástico, nesse domingo último, já entrou para a história da TV Brasileira.
E pode entrar para a história social desse país, basta saber aproveitar a repercussão.
A entrevista que poderia apenas ter saciado a curiosidade dos brasileiros sobre sua vida amorosa, curiosidade natural, diga-se de passagem, por se tratar de romances com o maior jogador de futebol da história, Pelé, e o maior piloto brasileiro de todos os tempos, Senna.
Lembrando que o Brasil é o país do futebol e que o piloto ganhou, após sua morte, status de herói nacional. Imaginem o quanto isso não atiça a curiosidade alheia.
Mas a apresentadora veredou por uma seara até então desconhecida. Ela tornou público, algo que certamente só deve ter dito em consultórios de analistas, o fato de que sofrera abuso sexual na sua infância.
Tornando isso público em cadeia nacional, Xuxa pode se transformar num exemplo para as milhares de pessoas que sofrem com esse problema e que, por medo (físico e moral) ou vergonha, silenciam diante desse crime absurdo.
Nunca saberemos mas, quantas mães não devem ter criado coragem de denunciar seus maridos? Quantas crianças não buscaram nas palavras da Xuxa, a força que faltava para romper o silêncio? Quantas pessoas não venceram o preconceito e procuraram ajuda terapêutica?
Acredito piamente no impacto de uma declaração dessas, dada por uma personalidade com a visibilidade, carisma e confiança da Xuxa.
Defendo que personalidades como ela abracem causas que pessoais. Isso cria uma empatia com os fãs e principalmente, com as pessoas que passam pelo mesmo problema.
Lula e Gianechinne poderiam estrelar campanhas por doações para hospitais de câncer ou campanhas por exames preventivos.
E já pensaram no impacto que teria na sociedade brasileira, uma declaração do cantor Roberto Carlos assumindo que é deficiente físico e pedindo às autoridades maior atenção a essa questão?
Uma campanha liderada por ele contra preconceitos, em favor da igualdade, inclusão e acessibilidade dos portadores de deficiência em geral.
Que o exemplo dado pela Xuxa domingo influencie não só a sociedade, mas outros artistas a enxergarem-se como exemplos capazes de transformar, um pouco, a vida das pessoas que tanto os admira.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Uma difícil interpretação.

Como todos sabem, o blogueiro não é advogado.
O parco conhecimento jurídico que tem, advém de consultas com colegas da carreira jurídica, de leituras em jornais e revistas, e em sites especializados.
Porém é inegável que me faltam os recursos ensinados nos bancos escolares de direito, para promover as possíveis interpretações e aplicações da lei.
Esse introito todo foi para falar sobre um fenômeno que acontece em Ipuã e região: adesivos em carros contendo números de possíveis candidatos.
Pelo o que eu pesquisei, não se configura propaganda extemporânea, a adesivação de carros contendo números, desde que não haja menção a candidatos.
Pesquisa na internet, encontrei o seguinte:
 2. Não configura propaganda eleitoral antecipada a utilização de adesivos em automóveis particulares apenas com número coincidente com o de partido político, sem qualquer menção aos elementos caracterizadores do apelo explícito ou implícito ao eleitor (nome, cargo pleiteado, ação política a ser desenvolvida ou méritos pessoais de pré-candidato), de modo a associar a mensagem à eventual candidatura. (Precedentes do TSE: Resolução nº 21.039 - Consulta nº 704, julgamento em 21/03/2002, Rel. Min. Fernando Neves e AgRgREspe nº 26.367/PI, publicação em 06/08/2008, Rel. Min. Felix Fischer).
Disponível em http://www.blogeleitoral.org/2012/03/propaganda-partidario-em-veiculo.html
A lógica parece ser a seguinte: O número, por si só, não se configura campanha política antes do perído legal a ela destinado. Não havendo referência a algum pré candidato, trata-se apenas de um número aleatório, colado no carro.
E a discussão é boa.
Se por um lado, o carro é da pessoa e nele ela cola o que quiser (inclusive, um número), podendo alegar que se trata de seu número de sorte, ou que se uma referência ao dia do mês em que se casou ou nasceu; por outro lado, ver uma dezena de carros com o mesmo número estampando adesivos garrafais que contem um número que, todos sabem que se trata do n° de determinado partido político, é de supor que trata-se de referência política.
Em outro site, encontrei uma entrevista realizada pelo jornal Gazzeta, da imprensa do Estado de Pernambuco, concedida pelo juiz eleitoral Josilton Antônio Silva Reis, que falou sobre o assunto.

GAZZETA – Constantemente nossa equipe tem registrado nas ruas, o uso de adesivos em veículos, fazendo algum tipo de referência a pré-candidatos ou partidos. Os exemplos que enviamos em anexo podem ser considerados propagandas indiretas ou antecipadas?
JOSILTON – Todo ato em que haja promoção pessoal de pré-candidatos com o objetivo de obter o voto do eleitorado, ainda que de forma subliminar, configura propaganda eleitoral extemporânea, mesmo que realizada sem a anuência do beneficiário (do pré-candidato), podendo haver responsabilização do responsável pela propaganda (quem divulgou) e também do beneficiário, se ficar comprovado que este tinha conhecimento efetivo ou potencial da divulgação da propaganda irregular.

O blogueiro, como disse no início do texto, desconhece os caminhos jurídicos. Ao que me parece que a legalidade, está no fato de não ter como provar ilegalidade.
Todo mundo sabe que tais adesivos, são sim referências políticas, porém não se pode provar, uma vez que não há referência explícita.
Já os caminhos políticos, o blogueiro conhece um pouco melhor e não me agrada, como marqueteiro, a antecipação de campanha eleitoral.
A pré campanha deve ser usada mais como instrumento de obtenção de apoios, de partidos e/ou lideranças (não só políticas, mas líderes comunitários dentre outros) e não angariando votos por meio de divulgação.
O pré candidato deve, nessa fase, estar mais preocupado em criar a estrutura necessária para sustentar sua candidatura e, dessa forma, disputar (aí sim, com apoio de eleitores divulgando n°, nome e propostas) e vencer o pleito.
Mas como o Ipuanense é fanático por eleição, fica difícil conter a ansiedade pelo início da campanha municipal. Sobretudo a deste ano, que promete ser acirrada.
Mas essa é outra história.

domingo, 20 de maio de 2012

Nos palanques da vida.

Até hoje sou lembrado por algumas frases, que disse em palanque durante minha 2ª campanha pra Vereador.
Em um comício certa vez, cansado de ver os adversários atacarem com ofensas o nosso candidato a Prefeito, chegando à baixaria de xingá-lo mesmo, como a ordem era não revidar, não me contive e usei a seguinte frase:
"Ninguém atira pedra em árvore que não dá fruto".
A frase, evidentemente, não é minha. Trata-se de um dito popular que vez por outra entra em desuso.
Naquele momento foi a minha resposta, educada já que não queríamos nos igualar ao baixo nível das palavras de pessoas incitadas por seus mandatários a nos ofender em palanques.
E em um dos últimos comícios de uma campanha o clima estava tenso. Rumores de compra de votos com cestas básicas, churrascos e mesmo dinheiro vivo, pipocavam nos 4 cantos da cidade.
Mas como o flagra é muito difícil e acusar sem provas seria algo temerário, alguns candidatos da nossa coligação pediam para as pessoas aproveitarem mesmo o que os adversários ofereciam, porém que votassem em nós.
Houve até quem sugerisse isso em palanque.
Embora seja uma tática criativa, afinal não se impede as pessoas de receber agrados, mas não achava correto incentivar a corrupção, ainda que penalizando o corruptor.
Eu tinha de ser conscientizador de que a compra de votos é algo ruim para o eleitor. Mas não podia ser didático, pois em palanque fica chato e as pessoas param de prestar atenção.
Eu queria transmitir a seguinte mensgaem: sobre a perda dos direitos dos cidadãos que vendem seus votos, pois quem compra, não necessita prestar contas parfa ele sobre seu mandato, afinal comrpou e pagou pela mercadoria.
E foi no meio de um discurso sobre a compra de voto que eu disse:
"Voto não tem preço, tem consequência".
Outra frase que não é minha, que devo ter lido em algum lugar em algum momento da minha vida e que naquele momento, de improviso, veio fechar tudo o que eu havia dito.
Aliás, uma frase bem atual se levarmos em conta a proximidade de mais uma campanha municipal.

sábado, 19 de maio de 2012

Com o giz (e o lápis) na mão.

Já fui assistir à aula doente.
Assim como já fui dar aula doente.
Muito embora, eu tenha mais vezes faltado como aluno do que como professor, por motivo de doença.
Recordo que tive rubéola quando era garoto e como havia professoras grávidas na escola, fui obrigado a ausentar da escola por 1 semana.
Eu e um bando de aluno, pois houve um surto de rubéola naquela época. Os que não pegaram, ficaram com inveja.
Já fui à escola com febre e como morava perto, voltei pra casa na metade da manhã.
Como professor, fui dar aula certa vez numa crise alérgica, misturada com faringite e gripe, onde cada tossido minha parecia que uma faca atravessava meu peito.
Os alunos me olhavam com dó.
Também já tive o desprazer de trabalhar e estudar com dengue.
Ano passado, começo de 2011 quando uma nova epidemia de dengue assolou a região, eu fui vítima.
Trabalhei assim mesmo e fui na faculdade até quando deu. Teve um dia que arreguei: a aula era das 19:00 às 22:00, eu pegava o busão de volta pra Ribeirão Preto às 23:00, passava a madruga toda na estrada e ainda tinha de vir de carro pra casa onde chegava por volta de 04:45.
Era demais pra mim, naquelas condições.
Mas aula eu dei, apesar daquele monte de sintoma horroroso da dengue.
E quando perguntado pelos alunos porque não falto quando fico doente, minha resposta é que prefiro deixar pra faltar nos dias em que estou bem de saúde, assim eu posso curtir a falta numa boa, não doente, onde irei faltar do serviço para ficar em casa, convalescendo.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Parabéns Guaíra/SP.

Hoje é aniversário da vizinha cidade de Guaíra.
Parabéns à cidade e aos seus cidadãos por essa data tão importante.
Desde que me entendo por gente, frequento a cidade com assiduidade.
Na primeira infância, arrastado pelos pais. Era a cidade onde morava, e ainda mora, grande parte dos meus parentes.
Meu avós paternos moravam lá, e as visitas dominicais eram sagradas.
Quando criança, era meu destino nas férias. Eu passava boa parte das férias em Guaíra.
Na adolescência, quando motivado por outros interesses, que não apenas visitar parentes, também passei bons momentos por lá.
O curioso é que nessa época, tô falando de anos 80 (sim, estou ficando velho, fazer o que?!), havia uma certa animosidade entre as duas cidades. Uma rivalidade sem explicação que, vez por outra, chegava às vias de fato entre alguns "cidadãos".
Mais curioso ainda é que nunca passei por nenhuma situação perigosa por causa dessa rivalidade. Todas as vezes que tive problemas, a causa não foi xenofobia.
Na fase adulta, com CNH na mão, meu destino invariavelmente era lá. Embora dividido com outras cidades da região, mas nunca escondi minha preferência.
E mais recentemente, para encerrar esse naco de biografia, consegui emprego na cidade, o que me ajudou a consolidar relações interpessoais com um grande número de pessoas.
Seja pelas relações de parentesco, trabalhistas, sociais e vez por outra, amorosas, Guaíra é minha 2ª cidade (desculpe Sampa, mas você é minha 3ª).
Inclusive, faz parte de um bom pedaço, de uma interminável obra, que um dia espero concluir. Enquanto esse dia não chega, deixo aqui uma passagem do livro que eu gosto muito, e não deixa de ser minha maneira de homenagear a cidade:

Eu era criança nos anos 80 e estava de férias em Guaíra junto com um primo também de Ipuã.
Meio de semana à tarde, fomos na lagoa e paramos pra assistir a um treino de um time de futebol em um dos campos que havia por lá.
Sentados assistindo, descobrimos que se tratava do Ouro Verde FC, um time que, certa vez, havia enfrentado o nosso time de Ipuã (Esperança FC) e o jogo terminara em briga entre alguns jogadores. Aliás, os confrontos entre os dois times sempre eram de grande rivalidade de parte a parte.
No mesmo instante, alguns jogadores também nos identificaram. O que fez com que o técnico parasse o treino para ouvir os jogadores, que apontavam o dedo pra nós e diziam qualquer coisa para o treinador.
Meu primo e eu nos tocamos de que haviam reconhecido a gente, certamente do fatídico jogo que terminou em pancadaria e agora iriam vingar na gente.
O time todo começou a se dirigir em nossa direção.
Levantamos e fomos saindo de fininho, andando como se nada houvesse acontecido, até estar em uma distância segura o bastante para correr desesperadamente. Até que um deles gritou:
- Não corre que é pior!!!
Ficamos parados, esperando aquela "horda" chegar até nós.
Havíamos sido reconhecidos, não daria pra negar que não éramos de Ipuã, nem do time rival, então o jeito seria explicar que não entramos na briga, que aquilo foi errado, que temos parentes em Guaíra etc...
Ao chegarem em nós, fomos rodeados pelo time. Me senti Daniel San, no filme Karatê Kid (sucesso na época desse fato narrado) rodeado pelo treinador e alunos da academia de karatê, pronto pra levar uma surra.
O técnico disse:
- Vocês são de Ipuã né? Jogam nos Esperança FC?
Dissemos que sim e antes mesmo que começarmos a implorar clemência, ele concluiu:
- Venham aí amanhã treinar com a gente.
Alívio geral!!! Era uma bandeira branca estendida a nós.
No outro dia fomos, jogamos futebol uma tarde inteira, um pessoal gente boa e que nos tratou muito bem.
Mas o melhor de tudo, nunca mais houve briga entre os dois times.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Quanto custa seu artista favorito?

Se você pede shows para a Expuã e não sabe, nem se preocupa em quanto custa o artista, dá uma olhada na foto abaixo.
O crédito da imagem é do site do Terra, mas perdi o link.
Escolha seus 4 preferidos e some os valores.
Quanto você acha que teria de ser cobrado na portaria, para poder amortizar parte do valor gasto?
Lembrando que, fora patrocínios e verba pública, não existem outras fontes de receita para a Expuã.



quarta-feira, 16 de maio de 2012

Tudo na vida tem um preço. Estaríamos dispostos a pagar?

Começa hoje o rodeio que é, considerado por muitos, o melhor da região.
Seja pela qualidade da estrutura, seja pelo nível dos shows, a Festa do Peão de Guaíra é uma das mais procuradas da nossa região.

Uma festa particular e beneficente, que conta com apoio do poder público municipal , mas não a responsabilidade da realização do evento, como ocorre em Ipuã, por exemplo.
Arquibancadas cobertas e 2 shows por noite são as novidades para esse ano.

Aliás, 2 shows por noite deve estar em breve na pauta das revindicações da pretensa elite social ipuanense, e por conseguinte, nas bandeira de campanha de muitos candidatos.

A cada noite, 2 artistas (um mais famoso, outro menos) se apresentarão no palco da festa entre hoje e sábado.

No domingo, sabiamente, não há show, nem montaria, apenas um evento gastronômico, tipo "Queima do alho".

E como tudo na vida tem um preço, o ingresso para o expectador usufruir disso tudo é:

* Quarta e Quinta Feira: R$ 50,00.
* Sexta Feira e Sábado: R$ 70,00.
* Pacote para 4 dias: R$ 100,00.

Na minha opinião, os valores cobrados, embora caros para meu pobre bolso de professor, são na verdade, justos pela qualidade da festa. R$ 100,00 o pacote para assistir a 8 shows, sai R$ 25,00 por noite, R$ 12,50 por show.

Mesmo valor que o que se paga para ir a uma boate ou um baile, com a vantagem de que no Rodeio, você assiste a um show do artista de seu gosto.

Os preços da portaria eu achei meio salgado, mas certamente é proposital para vender pacote. Como fazem 100% das festas de peão na nossa região.

Tenho ouvido muitos jovens já reclamando dos shows da nossa cidade e, como sempre, comparando com os shows das cidades vizinhas.

No que eu questiono: Você aceitaria pagar os mesmos valores para ver os mesmos shows?
Duvide-o-dó, que não chiariam feito locomotiva estragada, se na nossa Expuã fossem cobrados tais valores. Ainda que entre as atrações estivesse Ivete "sonho dourado da elite" Sangalo, Jorge e Matheus e Michel Teló.

Daria impeachment do Prefeito na hora!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Tomara que o Corinthians perca a Libertadores 2012.

Prezado leitor, prezada leitora.
Você não leu errado, o Blogueiro, Corinthiano alucinado, não quer seu time vencendo a Libertadores 2012.
Aliás, nem a de 2013.
Avisos:
01 - Este blog não foi raqueado.
02 - O Blogueiro não está maluco.
03 - O Blogueiro não mudou de time (que na realidade, equivale ao mesmo que o exposto no item 02).
 Tomei essa decisão após ver as imagens que abaixo seguem

 





Vai ser muito melhor ver o Timão vencer o único título que nos falta, na nossa enorme galeria de conquistas, em nossa própria casa.
Que vai ficar mais ou menos assim:




 LIBERTADORES 2014, ESSA SIM EU QUERO.


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Naquela mesa tá faltando ele.

O vídeo eu não conhecia.
Nem sabia que Zélia Duncan já havia gravado "Naquela mesa".
Mas a música, essa sim eu conheço.
Aliás, me acompanha, infelizmente, nesses últimos 23 anos de saudosa existência.
Segue abaixo o vídeo e, abaixo dele, a letra.



"Naquela mesa"
(Sérgio Bittencourt)

Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre, o que é viver melhor.
Naquela mesa ele contava histórias,
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor.

Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã.
E nos seus olhos era tanto brilho,
Que mais que seu filho, eu fiquei seu fã.

Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa no canto, uma casa e um jardim.
Se eu soubesse o quanto dói a vida,
Essa dor tão doída não doía assim.

Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguem mais fala no seu bandolim.
Naquela mesa tá faltando ele
E a saudade dele tá doendo em mim.

domingo, 13 de maio de 2012

Nos palanques da vida.

Mãe de candidato sofre. Mas diverte também.
Pelo menos foi o que percebi nas duas vezes em que candidatei a vereador. Em ambas, minha mãe foi muito atuante, ajudando em muito nas minhas campanhas.
Além de algum apoio financeiro, pude contar com sua disposição em me acompanhar em visitas diárias a antigos amigos dela, parentes dos quais ela tinha mais contato, antigos vizinhos enfim, pessoas que ela me abriu a porta para poder levar minha mensagem.
Até cozinhar, para que meus cabos eleitorais almoçassem na minha casa essa mulher já fez, vê se pode?!
E não parou por aí: distribuía santinhos entre os eleitores em dia de comícios, trazia notícias da campanha, me acompanhava no "santo reis",...
"Santo Reis" é o nome dado aqui na cidade à prática do candidato a Prefeito visitar eleitores de casa em casa, acompanhados de um séquito que inclui candidatos a vereadores e correligionários.
Nessas visitas, quando minha mãe acompanhava a "caravana", eu ficava por último da fila, desse modo dava tempo dela saber quem era a pessoa e me trazer alguma informação útil, como o nome da pessoa ou algum detalhe que pudesse criar uma simpatia instantânea.
Lembro que em uma dessas visitas, ela me avisou que naquela casa morava uma antiga empregada da família, que cuidara de mim quando era ainda bebê.
Qual não foi a surpresa da eleitora quando, ao me ver, fui logo chamando-a pelo nome e dizendo o quanto o tempo se passara desde o distante período em que ela havia trabalhado lá em casa. Relembramos rapidamente a rua onde morei e coisas assim, para então eu pedir meu voto.
E eu que já devo muito a ela na minha vida privada, tenho também uma dívida eterna na minha vida pública.

sábado, 12 de maio de 2012

Com o giz na mão.

Sou avesso às tendências em Educação.
Houve um tempo em que a palavra de ordem na educação era "o aluno precisa aprender a aprender", ou como é citado no clássico Sociedade dos Poetas Mortos (EUA, 1989), "Educar é ensinar a aprender sozinho".
Pronto, parece que os educadores que levantaram essa bandeira (vendendo livros e dando palestras) haviam descoberto a pólvora.
Depois vieram a época dos professores "showmen".
Aqueles que em cada assunto introduzido, sempre tinha uma piadinha, uma gracinha, até musiquinhas eram usadas para decorar fórmulas etc...
Já quis ser assim, aliás, já tentei ser assim, nada contra, mas não gostei do resultado.
Pra mim não deu certo, mas evidentemente que muitos professores conseguem achar o time ideal para ensinar com bom humor, e isso sim é digno de elogio. Sou contra é a tendência, que faz com que professores tentem fazer, para serem aceitos pelos alunos, algo que não é de sua própria natureza.
Eu me limito a tentar ser agradável, sem gracejos. Piadas, quando surge oportunidade, faço questão de ser as mais sem graças possíveis, afinal é assim que me divirto.
Depois veio a bandeira dos "contadores de histórias".
Professor bom era aquele que se transformava em Sheherazade e fazia das suas aulas, uma eterna "1001 noites".
Mais recentemente, tivemos o modismo do "trabalho diferenciado" em sala de aula. Ainda que pouca gente conhecesse na teoria, todos se diziam práticos desse tipo de trabalho.
A bola da vez é o "encantamento". O professor tem de encantar o aluno.
O curioso é que não vejo essas tendências, por exemplo, na medicina.
Já pensaram um médico ter de contar historinhas para convencer o doente a tomar o remédio? Ou pior, ter de encantar o paciente para esse aceitar o tratamento?
Mantidas as devidas proporções, o aluno é o paciente, eu sou o médico e o que ensino a ele, é o remédio para a sua doença.
Não faço a menor questão de seguir tendências.
Quero ensinar, e quero que o aluno aprenda, apenas isso. Não é pedir muito vai?!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Para matar a saudade.

Não sei se foi a falta de assunto.
Ou se foi a nostalgia.
Talvez, a proximidade da edição 2012 da Feira do Livro de Ribeirão Preto.
Mas me bateu uma vontade doida de publicar esse vídeo novamente. Toquinho e MPB4 , em Ribeirão Preto, 2009.
Novamente porque já o fiz, na época, no blog antigo (que vale a pena ler como registro histórico: www.orandesrocha.zip.net).
Aos novos leitores e antigos também, aos que já assisiram ao vídeo, filmado e editado pelo blogueiro, e aos que ainda não o assistiram, enjoy it.



Um show inesquecível por orandes no Videolog.tv.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

NOTA.

O Hospital Sítio Boa Sorte, em atenção às enormes procuras por notícias sobre o estado de saúde do Sr. Orandes Rocha, perdoe, Ms Orandes Rocha, meia atacante do "Escravos da Alegria F.C", vem a público divulgar:

01. O atleta sofreu uma fratura na costela e ficará fora dos gramados por 5 semanas.
O incidente ocorreu em um treino, sábado último, no Estádio Orandes Carlos da Rocha e o estado de saúde está estável.
02. Orandes já encontra-se em repouso e, infelizmente, liberado para trabalhar como professor.
O repouso acontece em casa, onde ele está sob os cuidados de 3 enfermeiras. Não se sabe de onde são, mas ouviu-se Orandes telefonando para Uberaba pouco tempo antes das "distintas" senhoritas chegarem.
03. Orandes segue sendo o maior artilheiro da história do Estádio Orandão, com 234 gols anotados desde a sua fundação.
04. Veja a repercussão do caso na imprensa:
- Revista Veja: Governo é acusado por contusão de atleta.
- Folha de SP: CPI da Costela pode acusar Aécio Neves como responsável.
- Diário Popular: Revelação do Paulistão tem 4 costelas quebradas, fratura exposta no fêmur e traumatismo craniano. Suspeito foge em carro roubado, depois de estuprar a dona do veículo.
- Brasil Urgente (Datena): É uma barbaridade, Comandante Hamilton, corta pra mim.
- Jornal da Noite (Bóris Casoy): Isso é uma vergonha.
05. Confira a repercussão entre personalidades e atletas:
- Nunca antes na história desse país, uma costela se quebrou tão fácil. (Lulla).
- Não atrapalha o Corinthians, ele é atacante e eu não gosto de atacante por causa da atacantibilidade. (Tite).
- Agora tenho chance de ser titular em 2014. (Neymar).
- Foi meu melhor jogador na categoria de base (Pep Giardiola).
06. O Presidente do Clube, Sr. Paquinha, já procura substituto à altura.
O Problema é que um tal de Lionel ainda tem contrato com um clube da Europa.

terça-feira, 8 de maio de 2012

"Cachorrofobia"

Já tô até vendo.
Corro o risco de ser execrado pela opinião pública, de ser processado pelas associações em defesa deles, de ser amaldiçoado por aqueles que os estimam, posso até perder algum dos meus 9 fiéis leitores deste Blog.
Mas na real, a celeuma em torno do policial, flagrado em fotografia, jogando spray de pimenta num cachorro durante operação na Rocinha é, para mim, um tanto quanto exagerada.
Não estou defendendo a atitude do PM, errou em usar, aparentemente sem motivo, um de seus equipamentos em um animal, mas daí prender o rapaz por 1 ano, isso sim é exagero.
Nem se fosse no rosto de um morador, a foto não daria tanta polêmica.
Claro que sei que o cachorro tinha dono e que seu dono sofreu com a atitude etc... mas também acho que quem tem cachorro deve deixá-lo trancado dentro de casa e não na rua, onde está sujeito a atropelamento, briga com outros cães e, agora, spray de pimenta.
Por que ninguém faz campanha para os donos de animais não deixar eles nas ruas, muitos até atacando pessoas?
Tenho um amigo que para ir na casa da namorada, levava com ele um choque taser para espantar cachorros. Pois havia entre ele e a garota, uma meia dúzia de cães, com dono, soltos na rua prontos para avançar.
Aí a gente eletrocuta um cachorro para não ser mordido, e pode acabar preso, é mole?
Sei que sofro de uma certa "cachorrobia" (ou será "dogfobia"?), já fui atacado inclusive, mas não é com isso que busco embasamento para meu raciocínio.
Meu raciocínio se embasa no ódio mesmo. Eu odeio cachorro.
E fico feliz em saber que eles também me odeiam.
Se você estiver junto comigo quando um cachorro ameaçar atacar, fique tranquilo, ele me atacará e não a você.
Já me disseram que eles sentem quem tem medo, ou quem não gosta deles. Se for verdade, estou perdido.
Preciso comprar um spray.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Notas nada a ver, numa segunda feira custosa.

Bloguerio avariado.
A boa e velha garganta deu sinais que alergia é para sempre.
Dor nas costelas em razão de uma dividida com o goleiro no futebol sábado.
Como sou hipocondríaco:
 - Vou me automedicar para ver se sara essa garganta.
- Suspeito de traumatismo nas costelas e prevejo um afastamento temporário das atividades futebolísticas aos sábados, no Orandão.
Nada que prejudique a minha artilharia no Estádio, que segundo minhas somas, já são 123, os gols anotados em partidas oficiais.
A 1ª segunda feira de maio começou "bem".

Passou batido.
Tanta coisa acontecendo na vida do Blogueiro, que ele acaba deixando de falar sobre o triste passamento do cantos Tinoco.
Era o último grande baluarte da música sertaneja raiz (a verdadeira música sertaneja).
Morreu pobre, mesmo tendo conhecido a fama, numa época em que fama não era sinônimo de riqueza excessiva. Rifou seu carro usado para pagar o tratamento da esposa, tempos atrás.
Artistas como ele, quando ganhavam muito, era pra comprar sua casa própria e, quiçá, um sitiozinho para passar sua velhice em paz.
Ao lado do irmão, Tonico, gravaram centenas de músicas e foram de enorme sucesso dos anos 50 em diante.
Mum universo musical cheio de produtos das gravadoras, como Luans Santanas e Cristianos Araújos, cheio de dancinhas idiotas divulgadas pela internet e letras sem letra (bará barê), o blogueiro lamenta a morte quase no ostracismo de um dos maiores nomes da nossa música sertaneja.

Peixe com a mão na taça.
Mesmo com toda a torcida contra deste que vos escreve, o Peixe colocou a mão na taça.
O Guarani de Campinas, a exemplo de seu eterno rival, Ponte Preta, está fadado a ser sempre vice.
Exceto no Brasileirão de 78, quando sagrou-se campeão e no Brasileirão de 86, quando foi garfado pelo juiz que beneficiou os Bambinos do Jd. Leonor, o bugre sempre pipocou na hora H.
Melhor pro Santos, que voltará a ser tri depois de 50 anos, e será com uma goleada de 4 ou 5 x 0.

domingo, 6 de maio de 2012

Nos palanques da vida.

Sou ansioso por natureza.
Sobretudo com o que me é novo, com experiências novas, inéditas.
Por isso, nessa semana de ansiedade "a 1000", não dá pra não lembrar da minha posse como Vereador, no já distante 01/01/2001.
Era ano novo, eu havia comemorado até altas horas a virada do ano e a aurora da nova administração que, eu ainda acreditava, seria de novos tempos.
Não foi, mas isso não vem ao caso agora.
Depois de passar a noite festejando com amigos e amigas, dormi, ou melhor, cochilei e levantei cedo pra ir pra posse.
Vesti meu terno, recém comprado para aquela ocasião, ensaiei um discurso breve (que felizmente não fiz) e fui com família e amigos para a posse.
Um a um, todos os vereadores eleitos foram sendo chamados ao plenário montado no Ginásio de Esportes, bem como as autoridades presentes.
O curioso é que de tão nervoso, eu não conseguia parar de sorrir.
Mais curioso ainda é, que quando acaba, você não se lembra de quase nada o que aconteceu.

sábado, 5 de maio de 2012

Ainda o Mestrado.

Para a alegria e orgulho da família:



Para alegria, orgulho do sobrinho, e a oportunidade de tirar um sarro na cara do Tio, em plena entrada da cidade.


Com o lápis na mão.

Não foi uma tarefa fácil.
Um curso de mestrado por si só já é uma tarefa complicada: dedicação, comprometimento, paciência, tempo,... O problema era o tempo.
Durante dois semestres inteiros, viajei a São Paulo duas vezes por semana.
Eram horas intermináveis dentro de ônibus. Aliás, não apenas ônibus mas carro, metrô, circular e algumas vezes, táxi.
Só não usei avião.
Dois anos complicados pra mim, onde cada coisa na minha vida teve de dividir espaço com a preocupação do mestrado. A convergência dos meus esforços e pensamento era para o Mestrado.
Mas pra que serve um mestrado?
Das milhares de respostas possíveis, escolho uma que apenas a pouco tempo consegui formular: Serviu para me fazer melhor.
Não melhor que os outros, pois o título por si só não tem esse poder, mas o mestrado me ajudou a ser melhor que a mim mesmo, a conhecer minhas possibilidades, minhas habilidades e é claro, meus limites.
Graças a esses 2 anos de trabalho árduo, me tornei uma pessoa melhor, um professor melhor, um aluno melhor. Não apenas pelas aulas, mas por tudo que o curso envolveu.
Nunca me imaginei conhecendo São Paulo. Ao menos em parte. Ao longo desses anos, comecei a saber de cor itinerários de ônibus, ruas, locais,...cheguei até a ensinar moradores "perdidos".
Não achava que numa cidade tão fria e impessoal, pudesse estabelecer relações de amizade que depois dos 30 não se espera que possa construir.
Não imaginava o quanto poderia aprender sobre educação em apenas 2 anos.
Não achava que um caipira, saído de uma cidadezinha no interior do Estado, pudesse se tornar um caipira pesquisador em educação.
Foram 2 anos que, no início, pareciam 2 séculos, e agora, ao chegar ao fim, olho pra trás e não são mais que duas semanas.
Ontem, ao deixar o prédio da PUC/SP, após cumpridos os últimos trâmites burocráticos, fui descendo as rampas e lembrando os locais onde percorri, as pessoas com as quais convivi, fatos banais ocorridos, fatos relevantes, memórias...
Saí de lá com uma estranha certeza, a de que essa história não terminou ontem e que muito mais ainda está por vir.
Afinal, mestre Fernando Pessoa já dizia:

"De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre a começar,
a certeza de que é preciso continuar,
a certeza de que seremos interrompidos antes de terminar…
Portanto, devemos: fazer da interrupção um caminho novo, da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro…"

Ponto final.

04/05/2012.
Acabo de chegar de São Paulo, onde terminei a maior "encrenca" da minha vida de estudante.
Defendi minha Dissertação de Mestrado em Educação: Currículo pela PUC/SP.
Foi a última etapa de um trabalho que durava 2 anos.
E que agora acabou, me deixando com uma estranha sensação de vazio, como se esses últimos 2 anos tivessem durato o tempo de duas semanas.
Amanhã escrevo alguma coisa na série "Com o giz na mão".

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Afinal, pra que serve o frio?

Já começo respondendo: Pra nada.
Nada mesmo.
O frio começou, para desespero do Blogueiro.
Mas ainda não estamos no inverno, estamos naquele período desagradável em que calor e frio alternam-se ao longo do dia fazendo a gente vestir e tirar o agasalho dezenas de vezes.
No sol: calor. Na sombra: frio.
Pior que isso, só aquela temperatura, que consegue, com perfeição, nos fazer sentir calor usando o moletom, e frio, quanto estamos sem ele.
E ainda ouço pessoas que dizem gostar do frio.
Geralmente os argumentos usados são: é bom pra dormir, é bom pra namorar, oportunidade de comer certas comidas que no calor são inviáveis, as pessoas se vestem melhor,...
Vamos por partes, como diria, lá na Inglaterra Vitoriana, meu amigo Jack:
01. Como pode ser bom dormir soterrado por cobertores e edredons?
Ainda que fosse bom dormir assim, não se esqueçam de um detalhe: acordar não.
Experimente acordar antes das 06:00 pra ir trabalhar, em pleno inverno, e depois me diga se é bom.
Dormir é bom no calor, quando a gente fica todo esparramado na cama, livre das amarras dos pesados cobertores cobertos por ácaros.
02. Como pode ser bom namorar separado da pessoa amada por grossos tecidos?
O frio é torna os namorados impessoais.
Você não abraça a mulher amada, você abraça o moletom.
Durante o verão, deveria chamar sua namorada por Malwee e não pelo nome.
Garanto, no calor é bem melhor. Quando as divisas dos tecidos são eliminadas. E olha que nem vou entrar em detalhes mais íntimos do namoro, aí que o frio atrapalha mesmo.
Principalmente o homem, dada a sua anatomia protuberante.
03. Dizer que existem comidas que só podem ser degustadas no inverno é um absurdo.
No RJ come-se feijoada todo sábado. Mesmo no verão, quando o sol agita as coisas por lá.
E nem vou falar dos quilos a mais que ganhamos no inverno, pois achando que não comeremos tais alimentos no verão, aproveitamos ao máximo e não queimamos, pois o sedentarismo aumenta com o frio.
04. E as vestimentas?
Certamente algum especialista em moda explicaria que o inverno abre possibilidades para tendências etc etc etc...
Só vou dizer uma coisa caro leitor: Prefere ver uma guria de jaqueta e calça ou blusinha e shortinho?

Segue abaixo um breve resumo da previsão do tempo para os próximos meses.
Felizmente não faz mais frio como antigamente.
Vem essa onda de frio agora, depois ficará esse tempo chato (calor e frio alternando) boa parte de Maio e começo de Junho.
Final de Junho e começo de Julho, volta o frio mesmo pra valer
Em Agosto, com o clima mais quente, ainda teremos mais uma onda de frio.
Depois só no ano que vem.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Feliz Dia do Trabalho.

Se você é um trabalhador Brasileiro, Feliz Dia do Trabalho para você.
Trabalhador que o IBGE chama de "Ocupados" e de "Desocupados".
Desocupados???
Eu explico...
Ocupados, são aquelas pessoas que possuem um emprego. Enquanto desocupados, são as pessoas que não têm trabalho no momento, porém estão dispostas a trabalhar e buscaram trabalho no último ano (fichas em empresas, envio de currículos, busca em jornais...).
Se você não trabalha e também não está procurando emprego, você não é nem ocupado, nem desocupado. É um vagal, como dizia no meu tempo.
Na Física, Trabalho é a medida da energia transferida pela aplicação de uma força ao longo de um deslocamento.
No dicionário, Trabalho é o exercícios material ou intelectual para fazer ou conseguir alguma coisa.
Assim sendo, quando escreve, o Blogueiro está trabalhando, ainda que nem todos pensem dessa forma. Trabalho escolar também se encaixa nesse exemplo.
No capitalismo, Trabalho é o esforço que se faz para acumular capital. Por isso chamam os índios de preguiçosos, pois o índio visa a autossubsistência e não a acumulação. Produz apenas para sobreviver, e não para sobrar, vender, lucrar.
Nessa linha, trabalho voluntário não deveria ser chamado de trabalho.
Marx diferenciava Burguês, de Proletário, como sendo o primeiro, o dono dos meios de produção; enquanto o segundo, aquele que vendia a sua força de trabalho.
Segundo Marx, havia também o Lumpemproletariado, uma divisão abaixo da linha do proletariado, formada por pessoas desprovidas de consciência crítica, muitos deles, pessoas que não procuravam emprego. Uma forma educada de chamá-los de... vagal.
Trabalho também é sinônimo de "encrenca".
A mãe vira e fala sobre a filha: "Essa menina me dá um trabalho".
Chega de falar de trabalho, não quero estragar essa preguiçosa terça feira de ociosidade.