sexta-feira, 18 de maio de 2012

Parabéns Guaíra/SP.

Hoje é aniversário da vizinha cidade de Guaíra.
Parabéns à cidade e aos seus cidadãos por essa data tão importante.
Desde que me entendo por gente, frequento a cidade com assiduidade.
Na primeira infância, arrastado pelos pais. Era a cidade onde morava, e ainda mora, grande parte dos meus parentes.
Meu avós paternos moravam lá, e as visitas dominicais eram sagradas.
Quando criança, era meu destino nas férias. Eu passava boa parte das férias em Guaíra.
Na adolescência, quando motivado por outros interesses, que não apenas visitar parentes, também passei bons momentos por lá.
O curioso é que nessa época, tô falando de anos 80 (sim, estou ficando velho, fazer o que?!), havia uma certa animosidade entre as duas cidades. Uma rivalidade sem explicação que, vez por outra, chegava às vias de fato entre alguns "cidadãos".
Mais curioso ainda é que nunca passei por nenhuma situação perigosa por causa dessa rivalidade. Todas as vezes que tive problemas, a causa não foi xenofobia.
Na fase adulta, com CNH na mão, meu destino invariavelmente era lá. Embora dividido com outras cidades da região, mas nunca escondi minha preferência.
E mais recentemente, para encerrar esse naco de biografia, consegui emprego na cidade, o que me ajudou a consolidar relações interpessoais com um grande número de pessoas.
Seja pelas relações de parentesco, trabalhistas, sociais e vez por outra, amorosas, Guaíra é minha 2ª cidade (desculpe Sampa, mas você é minha 3ª).
Inclusive, faz parte de um bom pedaço, de uma interminável obra, que um dia espero concluir. Enquanto esse dia não chega, deixo aqui uma passagem do livro que eu gosto muito, e não deixa de ser minha maneira de homenagear a cidade:

Eu era criança nos anos 80 e estava de férias em Guaíra junto com um primo também de Ipuã.
Meio de semana à tarde, fomos na lagoa e paramos pra assistir a um treino de um time de futebol em um dos campos que havia por lá.
Sentados assistindo, descobrimos que se tratava do Ouro Verde FC, um time que, certa vez, havia enfrentado o nosso time de Ipuã (Esperança FC) e o jogo terminara em briga entre alguns jogadores. Aliás, os confrontos entre os dois times sempre eram de grande rivalidade de parte a parte.
No mesmo instante, alguns jogadores também nos identificaram. O que fez com que o técnico parasse o treino para ouvir os jogadores, que apontavam o dedo pra nós e diziam qualquer coisa para o treinador.
Meu primo e eu nos tocamos de que haviam reconhecido a gente, certamente do fatídico jogo que terminou em pancadaria e agora iriam vingar na gente.
O time todo começou a se dirigir em nossa direção.
Levantamos e fomos saindo de fininho, andando como se nada houvesse acontecido, até estar em uma distância segura o bastante para correr desesperadamente. Até que um deles gritou:
- Não corre que é pior!!!
Ficamos parados, esperando aquela "horda" chegar até nós.
Havíamos sido reconhecidos, não daria pra negar que não éramos de Ipuã, nem do time rival, então o jeito seria explicar que não entramos na briga, que aquilo foi errado, que temos parentes em Guaíra etc...
Ao chegarem em nós, fomos rodeados pelo time. Me senti Daniel San, no filme Karatê Kid (sucesso na época desse fato narrado) rodeado pelo treinador e alunos da academia de karatê, pronto pra levar uma surra.
O técnico disse:
- Vocês são de Ipuã né? Jogam nos Esperança FC?
Dissemos que sim e antes mesmo que começarmos a implorar clemência, ele concluiu:
- Venham aí amanhã treinar com a gente.
Alívio geral!!! Era uma bandeira branca estendida a nós.
No outro dia fomos, jogamos futebol uma tarde inteira, um pessoal gente boa e que nos tratou muito bem.
Mas o melhor de tudo, nunca mais houve briga entre os dois times.

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