domingo, 31 de agosto de 2014

Nos palanques da vida.

Revirando o baú da memória, a reunião com a candidata Marina Silva em Ribeirão Preto esta semana foi minha primeira visita a um candidato à Presidência.

Pelo menos candidato a Presidência em campanha, porque eu assisti a uma "palestra" do Lulla em Franca quando lá estudava, porém não acredito que fosse período eleitoral.

Mas posso estar enganado, o baú da memória encontra-se cheio de cacarecos inúteis e o que realmente é importante está cada vez mais difícil de encontrar.

Mas enfim...

Na campanha de 2002, fui convidado (junto com outros vereadores) pelo então presidente da Câmara a um evento em Ribeirão Preto. Disse que precisava levar vários vereadores, que seria um evento na ACI da cidade, que nossa presença reforçaria o legislativo ipuanense etc e tal...

Como bom vereador que era, fui ao tal evento.

No meio da viagem ele revela a verdade: Tratava-se da visita do candidato a Presidente Ciro Gomes, mas que ele não contara antes porque senão eu não iria junto, uma vez que naquela época eu votava (me desculpe povo brasileiro) no Lulla.

E para compensar, nos prometeu pagar um chope naquele dia.

A "mentirinha" me arrastara para Ribeirão Preto inutilmente naquele dia, pois ao chegarmos na ACI (essa parte era verdade) ficamos sabendo do cancelamento do evento com o candidato, sabe-se lá por qual motivo.

O jeito foi cobrar o chope e fazê-lo pagar, pois se o candidato "furou", ele não teve como escapar.

E pagou mais de 1, porque eu estava com sede!

sábado, 30 de agosto de 2014

Com o lápis na mão.

As aulas de "Currículo" na PUC/SP eram semanais.

Cada semana um texto diferente para ser lido e discutido.

E em cada semana, uma atividade com os alunos. Ora era debate, ora "mesa redonda", ora apresentação, etc...

E todo final de aula, uma auto avaliação nossa sobre como havia sido a aula daquele dia.

Mas uma auto avaliação que fugia do tradicional.

Ao invés de comentários longos ou mesmo um a nota de 0 a 10, como seria o "normal", a professora propunha que nós avaliássemos a aula sempre com algum tema proposto por ela, e nas avaliações subsequentes, nós mesmos começamos a propor temas.

Não esqueço o primeiro dia quando a professora propôs: Se esta aula tivesse sido um prato de comia, que prato seria?

E pediu que justificássemos por escrito a nossa resposta.

Minha resposta foi: "Arroz, feijão, bife e batata frita. Simples, fácil, prático e alimentou muito bem a minha fome".

Nas avaliações seguintes, os temas variavam: cor, animal, doce, música, filme,...

Não tive a menor dúvida em utilizar esta técnica de auto avaliação quando comecei a dar aula em faculdade.

Mas por haver aulas duas vezes por semana, optei por "avaliar a semana" sempre com um tema diferente.

Alguns alunos não gostam (por achar besteira, por vergonha ou pelo temor de expor demais seu estado de espírito), outros não veem a hora de chegar o fim de semana para poder avaliar, outros entram na "brincadeira", enfim, um instrumento para mim muito importante para saber dos alunos como foi a semana deles dentro de sala de aula.

Uma vez, avaliando a semana com "cidade" uma aluna respondeu "Santa Maria". Havia ocorrido a tragédia na cidade gaúcha há pouco tempo e entendi que naquela semana aquela aluna deveria ter passado por algum problema que a deixara profundamente triste.

Compreendi que mais que uma dinâmica, esta estratégia pode ser reveladora.

E não tenho escapa, sou instado a também avaliar minha semana, e toda vez respondo também a esta avaliação semanal.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Marina Silva visita Ribeirão Preto.

Em uma dinâmica diferente de qualquer visita de candidato a qualquer cargo (ainda mais Presidente da República), onde o público participava ativamente perguntando diretamente ao candidato, Marina Silva e Beto Albuquerque visitaram a vizinha Ribeirão Preto.

Antes estiveram na FENASUCRO  de Sertãozinho, onde certamente dialogaram com produtores do setor sucroalcoleiro para dirimir qualquer dúvida sobre a política agrícola da candidata.

Este que vos escreve esteve presente no evento como representante do Elo de Ipuã/SP.

Fazer um sélfi com a candidata era missão dificílima.

Foto lado a lado, impossível.

O jeito foi registrar o evento e postar as fotos que ficarão no arquivo da "Rede Sustentabilidade - Elo Ipuã/SP".

Se não ficaram melhores, as fotos, foi por imperícia do fotógrafo.






terça-feira, 26 de agosto de 2014

Getúlio na Globo.


Valeu a pena lutar contra o sono ontem para assistir ao filme "Getúlio" no Tela Quente da Rede Globo.

Pena que passou tão tarde, após a novela das 9 e acreditem, a novela das 10, que eu não sabia que existia.

Para mim, disparado o melhor filme nacional com enredo histórico.

Retrata os últimos dias de Governo e de vida (não acredito que seja spoiller para ninguém) do Presidente Getúlio Vargas.

Atuação brilhante do ator Tony Ramos no papel do protagonista.

E muitas nuances nem sempre aprendidas nos bancos escolares e livros didáticos: o papel da filha de GV, Alzira Vargas, auxiliando o pai naquele momento difícil que ele passava, as suspeitas sobre a participação do irmão de Getúlio, Benjamim Vargas no atentado ao jornalista e político Carlos Lacerda que culminaria na morte do Major Rubens Vaz da aeronáutica, fato que desencadearia uma série de efeitos devastadores na vida do Presidente.

Enfim, um filme para ser passado por professores de História em sala de aula.

Parabéns Verdão!

A vida é uma eterna dualidade.

E muitas vezes a existência de um, está diretamente ligada ao seu contrário.

O que seria do Batman sem o Coringa para enfrentar? Super Homem sem Lex Luthor? Lulla sem FHC???

Até existiriam, mas cá pra nós, seria sem graça.

A graça está na rivalidade, no contraste, na contraposição.

Por isso talvez eu seja o único Corinthiano na face da Terra que não quer a queda do Palmeiras este ano.

Não no centenário pô!!! Cai outro ano, neste não!

E o Palmeiras não merece amargar uma 3ª Série B, não seria condizente com sua rica história, agora centenária.

Comentei isso com um colega professor palmeirense dias atrás e ele balançando a cabeça disse com pesar ao ouvir minhas palavras: "O que é que o meu Palmeiras virou? Nem rivalidade com Corinthiano ele consegue ter mais".

O que me fez refletir que, de fato a maior rivalidade do futebol mundial, tema de inúmeros filmes nacionais, já não é tão grande assim.

Não pelas fases ruins que um ou outro pode passar, mas pela união entre as diretorias em ações conjuntas recentemente: Jogos em Presidente Prudente, Troféu Oswaldo Brandão, boicote ao mando de jogos no Morumbi, acordo para arcar com os prejuízos que torcedores, ou melhor, os criminosos de ambas as torcidas promovem nos estádios um do outro...

Aliás foi com muita honra que recebemos o velho rival como primeiro clássico paulista na nossa nova casa. Não poderia ter sido outro clube mesmo.

E a velha rivalidade ficou apenas na história dentro de campo; e no presente, com a selvageria que ambas as torcidas promovem a cada confronto.

Minha pior lembrança? O pênalti defendido pelo goleiro Marcos na Libertadores de 2000.

A melhor? O gol do Ronaldo no empate em Presidente Prudente.

O primeiro, consagraria o goleiro ídolo palmeirense a ponto de ir parar na Seleção e ser Campeão do Mundo em 2002.

O segundo, consagrou a volta do maior jogador que minha geração viu jogar, quando todos duvidavam que ele poderia voltar a jogar.

Nenhum outro clássico tem o mesmo poder de construir ídolos, heróis, vilões, história.

E é por isso que Corinthians x Palmeiras sempre será para mim o maior clássico do futebol mundial.

Desejo nesta data tão especial dias melhores ao Verdão: Que suma com aqueles argentinos de lá (ganhar do Palmeiras é bom, ganhar do Palmeiras recheado de Argentinos então!), que pare com esse negócio de que Valdívia é craque, que pare com a idolatria a Felipão, que valorize mais o "Divino" Ademir da Guia, que termine o estádio, que volte a ser competitivo.

Que a velha rivalidade nunca se apague.

Parabéns S.E. Palmeiras!

Para este escriba tecer alguns elogios sobre o Palmeiras novamente (ainda que aqui e ali haja um tom jocoso), só no Bi Centenário em 2114.

Aguardem!

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Pacote Expuã 2014 comprado.

Como faço todos os anos, desde 2007, acabei de comprar o pacote para a Expuã.

Que nesta edição de 2014 cobra módicos R$30,00.

Quatro dias de festa saem por R$7,50 cada dia.

Pouco, se comparado à qualidade dos shows.

Mesmo que não seja do agrado de muitos, mas onde se paga R$7,50 para ver Eduardo Costa ou João Bosco e Vinícius?

Acredito que na portaria o ingresso sairá por R$20,00 por dia, por que?

Para estimular a venda do pacote, pois quem pretende assistir a 2 shows já compensa comprar o pacote ao invés de pagar na portaria.

E também para que a meia entrada saia mais caro que o pacote. Um estudante que desejar pagar na portaria gastará R$40,00, enquanto o pacote custará R$30,00.

Uma estratégia que vem sendo usada há muito tempo não apenas em nossa cidade, mas nas festas em geral para estimular a venda de pacotes, o que é muito mais vantajoso para a organização dos eventos que já tem de antemão uma previsão de público e, consequentemente, de arrecadação.

Agora é esperar pra trocar o pagamento pelo pacote.

E curtir a festa.

domingo, 24 de agosto de 2014

Nos palanques da vida.

Recebi com bom grado a notícia de que a Prefeitura Municipal está adotando uniformes para os funcionários.

Lembro que quando Diretor do Departamento de Educação e Cultura, também adotei uniforme para todos os funcionários da pasta.

Recordo também da resistência de alguns funcionários, motivados muito mais por política, ou melhor, ignorância xiita, chegando a dizer que se fossem obrigados procurariam a justiça etc e tal.

Na época, o Departamento de Educação contava com uma assessoria jurídica extremamente competente, uma empresa de Adamantina/SP especializada em Direito Público sobretudo na área educacional. Esta empresa me enviou, sob meu pedido, parecer sobre a obrigatoriedade do uso de uniforme caso a administração municipal adotasse e o fornecesse gratuitamente aos servidores.

Procurei o prefeito, mostrei-lhe o parecer.

O prefeito contemporizou e disse que seria desnecessário, se algum funcionário não quisesse uniforme, bastava não comprar e pronto.

Hoje, certamente não deve estar ocorrendo este tipo de atitude, seja porque os servidores estão mais maduros, seja porque a oposição de antes é a situação de hoje.

sábado, 23 de agosto de 2014

Este mês, na "Voz Ipuanense".

Para não haver "conflito" entre as duas mídias na qual este escriba colabora (jornal e Blog), segue abaixo apenas um trecho (1/3) do meu texto deste mês do Jornal A Voz Ipuanense.

Leia na íntegra na edição deste mês.

Grato pela compreensão.



Um pouco de cultura.
Por Orandes Rocha.

Antes de começar o texto de hoje, um rápido questionamento: Você sabe qual o Ministério com o menor orçamento?
Uma dica: o Ministério do Esporte é o 2º com menor orçamento.
O Ministério da Cultura é quem tem o menor orçamento da União.
É de esperar então que Estados e Municípios tenham, em via de regra, a mesma “lógica” de destinar à cultura a menor parte de seus orçamentos.
Nossa cidade, infelizmente, há muitos anos reproduz o modelo de desprestígio da política cultural existente em nosso país.
Muito em razão da falta de verba é verdade, mas muito também em razão do pouco interesse em promover cultura, talvez pelo pouco retorno midiático e conseqüentemente, eleitoral (ou eleitoreiro?), que a cultura promove.
É muito mais fácil construir uma obra, que após muitos anos o governante ainda pode jactar-se de tê-la construído do que, por exemplo, trazer uma peça de teatro para a cidade ou organizar um evento como uma feira do livro cujas propagandas são muito mais difíceis de serem exploradas e atinge apenas um púbico específico da cidade.
Cito Feira do Livro porque até bem pouco tempo atrás era a grande cobrança de boa parte dos jovens ipuanenses nas redes sociais.
Lamentavam o fato de ser a nossa cidade a única a não realizar tal evento, que nas cidades vizinhas não só havia como palestras importantes e shows eram realizados.
Criticavam o descaso com a cultura em nossa cidade, que não era interessante para os governantes investir em cultura e outros blá blá blás que encheriam este texto.
Confesso que o discurso incisivo de algumas pessoas me levou a fazer mea culpa, pois eu havia sido responsável pela pasta da cultura em nosso município por 3 anos e, apesar dos esforços, não consegui organizar uma Feira do Livro em terras ipuanenses.
Hoje, curiosamente, nas mesmas redes sociais, os mesmos críticos de outrora não cobram a Feira do Livro, o que me lamenta constatar que a justa reivindicação era realizada por motivo político partidário e não como bandeira de luta pela adoção de uma política cultural em nossa cidade. Meu remorso se dissipou por completo.
(...)

Com o giz na mão.

Alunos são curiosos por natureza.

Pena que nem sempre a curiosidade é com a matéria que ensinamos, mas com a vida do professor fora da sala de aula.

Por isso que nestes 15 anos em sala de aula espero sempre em época eleitoral a pergunta inevitável: "Em quem você vai votar para Presidente, professor?".

Não gosto de responder em sala de aula para evitar maiores problemas e/ou desentendimentos.

Mas não responder é uma tremenda falta de educação.

Então faço toda uma preleção sobre como devemos escolher, termos nossas próprias opiniões, não se balizar por pesquisas, nem se influenciar por terceiros e não acreditar em tudo que a propaganda diz.

E então, se é que o aluno já não desinteressou da resposta, eu digo o nome e encerro o assunto.

Para evitar isso tudo este ano, já deixo avisado: Vou votar em Marina Silva.

E assunto encerrado.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

O que o Sorocaba tá aprontando???

Bom cantor. Primeira voz da dupla com Fernando.

Bom músico. Toca violão e Violino.

Bom empresário. Agencia outras duplas (e também é dono de passes, ou fatias de, jogadores de futebol).

Bom compositor. Tem letras várias de músicas nas paradas de sucessos; cantadas pela dupla ou mesmo por outros artistas.

Mas a letra deste último sucesso, com todo respeito, beira o ridículo.

Discordem à vontade!

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

20 fotos históricas

Clique aqui e confira 20 fotos históricas.

Algumas bastante conhecidas, outras nem tanto.

Algumas que te causará espanto, outras que valem pelo registro, pela beleza, pela reflexão ou simplesmente pela poeticidade do momento.


Pessoas famosas e ilustres desconhecidos.

Fatos históricos e registros coloquiais.

Enfim... um pouco do que de melhor esta arte, cada vez mais esquecida, já pode proporcionar à humanidade.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Thaeme e Thiago.

Revelo minha ignorância(?): Não sabia que a dupla Thaeme e Thiago era uma mulher (Thaeme) e um homem (Thiago).

Mas a culpa, se é que existe, não é de toda minha.

Em primeiro lugar, não se trata de gênero musical que ouço. Pelo menos não no pen drive do carro ou na pasta do computador.

Nada contra, apenas não sou público fiel do sertanejo, dito, universitário.

Segundo lugar, culpo o português coloquial, daqueles que sempre me falaram sobre a dupla sem definir o gênero dos artistas: "Você vai no show de Thaeme e Thiago?", "Hoje tem Thaeme e Thiago em tal cidade", "Adorei o novo dvd da dupla Thaeme e Thiago",...

Impossível descobrir o gênero.

Terceiro lugar, o nome da moça. Não que Thaeme seja um nome masculino, mas como nunca havia conhecido uma homônima, não imaginei que se tratava de uma - bela - moça.

Eis que sexta feira passada (já madrugada de sábado), na solidão do meu carro na estrada, ouvindo rádio, uma música com um dueto masculino e feminino é sucedida do comentário do locutor sobre os artistas que acabaram de cantá-la.

Tive tempo ainda pra pensar: Mas era voz de mulher, como pode ser Thaeme e Thiago?

Somente em casa, pesquisando no Oráculo Google tirei a dúvida.

Segue abaixo a música que me despertou para o fato.

Em tempo: Apesar de não gostar, a letra da música, naquela madrugada de sábado (16/08), fez muito sentido pra mim.


terça-feira, 19 de agosto de 2014

O dia em que Tom Jobim visitou a Escolinha do Professor Raimundo.

Momento raro na nossa televisão: um dos maiores gênios de nossa música, participando de um programa de humor na TV.

Por mais que o programa fosse de grande sucesso na época, por mais que fosse na maior emissora do país, mas um músico do quilate de Jobim em um programa como esse, é coisa para se ressaltar.

Seria pela amizade com Chico Anysio? Ou seria Tom Jobim um dos muitos fãs que a Escolinha tinha na época de seu auge?

Seja como for, agradeço ao youtube a possibilidade de assistir em tempo.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Porque a vida segue.

Passadas as exéquias ao ex Governador Eduardo Campos, e até porque a vida segue e ele gostaria que fosse assim, hora de pensar em política.

Muito mais que explicar, o Blogueiro prefere provocar, e questiona:

Marina Silva vai tirar voto de quem?

A Rede Globo irá entrevistar Marina Silva no Jornal Nacional ou vai entender que o PSB já teve candidato entrevistado no programa?

Caso seja ameaça a Dilma, o PT não pode escantear seu poste presidencial e lançar Lulla candidato?

Só Marina consegue vencer Dilma no 2º turno?

Renata Campos deveria ser indicada a vice na chapa agora encabeçada por Marina?

Aguardemos estas respostas e outras mais perguntas!

domingo, 17 de agosto de 2014

Nos palanques da vida.

Não cheguei a participar de nenhum evento do candidato Eduardo Campos.

A visita a Ribeirão Preto, já em campanha oficial, que estava prevista, seria minha primeira oportunidade de ouvir-lhe ao vivo e, quem sabe, até mesmo trocar meia dúzia de rápidas palavras.

Colaborador da Rede Sustentabilidade que sou, inclusive ajudando a organizá-la em minha cidade, comecei a conhecer melhor Eduardo Campos após o insucesso da fundação da Rede, quando Eduardo tornou-se meu candidato.

Até então ele era para mim o neto do lendário Miguel Arraes, que exercera com brilhantismo dois mandatos de Governador em seu estado, Pernambuco, e agora ousara voos mais altos, batendo de frente com Lula e o PT, de quem já fora apoiador e distanciou-se ao ver, segundo palavras do próprio Campos, "que aquilo que foi prometido, que o Brasil ia corrigir os erros e aprofundar as mudanças, não aconteceu".

Ao ouvir suas palavras em entrevistas cada vez mais eu tinha a certeza de que não errara na escolha do meu candidato.

Pena que o destino, "cruel e traiçoeiro", como diz a letra de uma antiga canção sertaneja "marcou a hora e o lugar" e ceifou a vida daquele que talvez tenha sido o mais singular candidato a Presidente da República dos últimos tempos.

Assim como Marina Silva, eu também havia aprendido a admirar Eduardo Campos.

sábado, 16 de agosto de 2014

Com o lápis na mão.

Sou do tempo em que se ensinava a disciplina "Educação Moral e Cívica" nas escolas.

Instituída pela ditadura militar, esta disciplina tratava de assuntos inerentes, como o próprio nome diz, à moral e ao civismo.

No que tange à moralidade, falava-se sobre o respeito à família, aos valores tradicionais, às instituições religiosas.

No campo do civismo, além de detalhes sobre nossos símbolos nacionais (Bandeira, Brasão e Hino), noções sobre o Estado Brasileiro e o respeito às suas instituições representativas, como exército (obviamente), políticos, legislação, dentre outros.

Recordo pouca coisa destas aulas. Não que não houvesse civismo da minha parte, nem cinismo, mas por achar a matéria cansativa e sem nexo mesmo.

Talvez ali eu já me manifestasse contra o regime militar e não sabia.

Aliás, foi exatamente em uma aula destas que fiz uma paródia sem graça ao Hino da Independência e que me gerou um repreenda da professora e do diretor.

Das poucas coisas que recordo, lembro dos detalhes sobre nossa bandeira: frase "Ordem e Progresso" estar escrita em verde e a estrela acima da frase representar o Estado do Pará.

Curiosidades que até hoje, sempre que o assunto permite, transmito aos meus alunos.

Vai que um dia cai em vestibular ou concurso.

Em tempo: Apenas recentemente, e por curiosidade, descobri que a estrela que representa o Estado de São Paulo em nossa bandeira é a estrela mais ao sul da constelação do cruzeiro do sul presente na bandeira.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Simplesmente Bethânia...

Anos atrás, um tal de Almir Sater (que parece que toca um pouquinho de viola e compõe algumas letrinhas) recebeu uma ligação de Maria Bethânia querendo ouvir a letra de uma música que ele fizera com o parceiro, Renato Teixeira (também compositor de umas letrinhas e ex aluno de uma faculdadezinha de engenharia em São José dos Campos).

Almir então tocou e cantou para Bethânia que na hora pediu para gravar.

Atendida pelo artista e a canção ficou na voz dela assim:


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O testamento político de Eduardo Campos.

Uma tragédia sem precedentes na nossa história.

Um jovem, promissor e dinâmico político brasileiro cuja vida é ceifada abruptamente.

Comoção nacional.

Admirado pelos companheiros, respeitado pelos adversários.

Uma vice e um dilema: seguir o sonho que sonharam juntos ou desistir disso tudo?

Seja como for, Eduardo Campos já escreveu seu nome, ainda que por vias tortas, na História política brasileira.

Ele já havia "tumultuado" a eleição nacional ao romper com PT-Lulla-Dilma lançando-se candidato, mesmo com Lulla lhe recomendando cautela, que seria em 2018, não agora, a chance de eleger-se Presidente.

"Tumultuaria" depois ao abrigar sob sua legenda, a ex candidata à Presidência Marina Silva, cuja Rede Sustentabilidade fora estranhamente indeferida.

E quando o picadeiro estava montado para mais um FlaFlu PTxPSDB, Eduardo Campos "tumultua" o tabuleiro sucessório.

Sua morte trágica, a imagem agora exposta e valorizada, somada a comoção nacional que se seguirá e respingará em sua vice, sucessora natural e detentora de enorme capital eleitoral, poderá redefinir o que estava definido até agora.

Pena que para isso foi necessária esta, repito, tragédia.

Para Eduardo Campos, a morte lhe fez a justiça e lhe deu a exposição midiática que a vida lhe negara.

Abaixo um vídeo extraído da internet, últimos momentos da última entrevista de Campos.

Quem poderia imaginar que esta palavra soaria hoje quase como um vídeo testamento?


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Queimada de cana.

Que existe incêndio criminoso todos nós sabemos.

Infelizmente o ser humano, único animal (i)racional é capaz de coisas que a própria (i)racionalidade duvida.

Alega, os que acreditam nesta hipótese, tratar-se de vingança por demissão ou revolta pela mecanização. Argumentos igualmente carregados de discriminação e difíceis de comprovação.

E há quem alega que seja má fé, vandalismo, crime. O que não é de se duvidar.

Mas que também há incêndios coincidentemente na semana da colheita e que as empresas nada têm a reclamar, isso também existe.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Robin Williams: Um poeta morto.

Robin Williams é e sempre será para mim o Professor (de literatura, coincidentemente?) John Keating do filme "Sociedade dos poetas mortos".

Um dos 5 filmes que integram a lista de top five deste que vos escreve.

Mas não foi meu primeiro filme de Robin Williams, mesmo sendo 2 anos mais velho que o filme citado a seguir.

"Hook - A volta do capitão gancho" foi o cartão de visitas deste ator para mim, que ainda adolescente, fiquei fascinado com aquela refilmagem do clássico de J. M. Barry, que os estúdios Disney gravou nos anos 90 tendo Spielberg com diretor e Dustin Hoffman e Julia Roberts no elenco, além de Willians.

Depois vieram outros filmes que a presença de Robin Williams no elenco era para mim, motivo para assistir: "Pescador de ilusões" e "Tempo de despertar" (ambos do ano de 1991, assim como Hook. Num ano que parece ter sido o melhor de sua carreira), "O gênio indomável" (que lhe valeu um Orcar) e "Patch Adams - o amor é contagioso".

Além das comédias sessão da tarde que me serviram apenas como furtiva diversão sem as reflexões as quais os filmes citados trouxeram: "Uma babá quase perfeita", "Uma noite no museu1 e 2", "Jumanji" e "O homem bi centenário".

Nem a malfadada entrevista ao apresentador David Letterman, onde Williams fez deboche do Brasil, que naqueles dias vencera Chicago como sede dos Jogos de 2016, dizendo que mulheres e cocaína influenciaram na escola da cidade brasileira pelo COI, me fez perder a admiração, apesar de ter lhe criticado no antigo blog.

E então hoje vem a notícia de sua morte e a suspeita de suicídio.

Os motivos especulados? dívidas, drogas, depressão.

Cada vez mais concordo com o poeta: 

Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Aparelhos que nunca dei sorte.

Quando criança ouvia do meu pai a seguinte frase: "Nunca tive sorte com rádio".

Criado na época em que o rádio fazia o que hoje faz a TV e a internet, ou seja, informação e entretenimento, meu pai me contava que nunca conseguira ter um rádio (a pilha) que funcionasse a contento.

E para ilustrar sua falta de sorte, dizia que certa vez comprou um rádio da mesma marca que o rádio de um irmão dele, cujo aparelho já desgastado pelo tempo, amarrado com arame e fita adesiva pegava inúmeras estações AM e FM. Curioso é que o rádio novo em folha de meu pai não conseguia a mesma eficiência do deteriorado rádio de seu irmão.

Recordando esta história, começo a pensar que eu também tenho uma série de produtos com os quais nunca tive sorte em comprar.

Lanterna por exemplo, eu já comprei várias, mas invariavelmente elas deram defeitos apesar do pouco uso.

Web cam é outro caso curioso.

Já comprei duas. A primeira funcionava o vídeo mas não a imagem; a segunda, o som saía sem nenhum ruído, porém a imagem não era mostrada.

Para provar minha teoria de que não dou sorte, nem a web cam do meu notibuqui funciona. Nem som, nem imagem.

"Eu quero ibagens pô!!!", diria aquele famoso apresentador.

Rádio de carro não posso reclamar, apesar de usar pouco o rádio e mais a entrada USB, mas há um pequeno senão.

Às quartas feiras, quando volto de Ribeirão Preto, venho sempre ouvindo o jogo (quando é o Corinthians)  na rádio CBN, e consigo ouvir apenas até quase chegando em São Joaquim da Barra. Ainda assim muito precariamente, com o áudio chiando nas descidas e melhorando nas subidas.

Houve uma vez em que ouvia a um jogo difícil, Corinthians x Cruzeiro e ao pegar uma baixada o som rádio "saiu do ar". Ao subir, o som voltou e com ele um longo grito de gol.

Sem saber de quem era o gol, pois nos instantes anteriores a chiadeira não deu pra identificar, comecei a prestar atenção e antes do locutor dizer, nova baixada e outra vez o rádio chiando de maneira a não conseguir compreender absolutamente nada.

Pior é que já estava em São Joaquim da Barra, onde a rádio não era captada pela antena de meu carro.

Foram pouco mais de 15 minutos de dúvida, que só seria tirada em casa.

E o time que fez o gol foi o gkjsnjkdjw... 

Ops, saiu do ar.

domingo, 10 de agosto de 2014

Nos palanques da vida.

Republicação do blog antigo.

Revisada e atualizada.
 


Hoje, dia dos pais, quero falar de família aqui nesse texto.

Mais precisamente, da minha família.

Fui nada menos que o 6º membro da Família Rocha a ocupar uma vaga no Legislativo Ipuanense.

Ao menos dos "Rochas" meus parentes; pois houve outros, porém, de outro tronco, sem parentesco comigo.

Trata-se portanto de uma história de respeito na política ipuanense, haja visto que nenhuma outra família contou com tantos representantes na Câmara ao longo de nossa história.

O curioso, é que foi algo natural, nada planejado oligarquicamente, mas uma sucessão natural mesmo.

Que começou logo na primeira legislatura da cidade, com um primo de meu pai, Faustino Rocha (meu primo em 2º grau), eleito vereador.

Depois vieram: Sebastião Carlos da Rocha (primo em 3° grau), Sebastião Faustino Rocha (Tio Avô), Orlando Carlos da Rocha (Tio) e Orandes Carlos da Rocha (Pai).

sábado, 9 de agosto de 2014

Com o giz na mão.

Uma história que lembrei este semana.

Um colega professor, aqui de Ipuã mas lecionando em São Joaquim da Barra, fazia um curso em Ribeirão Preto, uma vez por semana.

Numa destas, sabendo que eu lecionava em Ribeirão, me pediu uma carona pois tinha de chegar mais cedo no tal curso para preparar uma apresentação.

Bom papo na viagem, nem vimos e tempo passar e chegamos em Ribeirão.

Antes mesmo de chegar ao local do tal curso, o colega insiste que gostaria de pagar pela carona, o que eu prontamente não aceitei.

Meu argumento era simples, não havia sido gasto extra algum desviar da rota e ponto final.

Diante de sua insistência, e havendo ainda alguns minutos para o destino, aproveitei da formação do colega professor e lhe propus como pagamento que me explicasse dois conceitos que eu não conseguia entender: epistemologia e ontologia.

Ele prontamente me explicou e aceitou o "pagamento".

Eis que na aula, lá pelas tantas, uma aluna me chama na carteira com dúvida sobre uns conceitos que ela encontrou no texto que estava lendo e não entendeu muito bem, ou quase nada.

Então a aluna me pergunta o que era... epistemologia e ontologia.

Tudo fresquinho na minha memória, explicado a mim horas antes por um especialista no assunto, tirei a dúvida da aluna com satisfação.

O pagamento que propus a ele havia sido útil e, se fosse justo, lhe voltaria troco.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O menino, o tigre e a inércia.

Vou antecipando: não tive coragem de assistir ao vídeo do menino que "brincava" com o tigre em um zoológico de Cascavel/PR.

Tampouco tenho acompanhado o caso, trágico, de perto.

Também não farei sensacionalismo sobre esta, repito, tragédia.

Pessoas com quem conversei sobre o assunto e que acompanham as notícias diariamente me disseram-me que o pai do menino estava distraído cuidando do filho menor.

Irresponsabilidade? Distração? 5 segundos de besteira que todos temos? fatalidade?

Não serei eu quem vai julgar.

Comentam também sobre a segurança, ou melhor, insegurança do zoológico. A ausência de guardas no local, o fácil acesso de qualquer visitante a ficar frente a frente com animais ferozes, falta de placas, e outros etc.

Irresponsabilidade? Má administração? Descaso?

Também não serei eu quem irá julgar.

Vou limitar a questionar a pessoa que filmou o menino "brincando" com o tigre, correndo risco sério de algo acontecer e ao invés de chamar-lhe a atenção ou procurar o pai da criança para alertar sobre o risco, procurar um segurança para mostrar o que acontecia, optou por continuar filmando, sem tomar atitude alguma.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Incidente em Antares.


A história eu já conhecia.

Das aulas do cursinho, do especial da Rede Globo (foto abaixo), de resenhas que li para poder ensinar literatura.

Mas a obra em si, ainda não havia lido.

E ao fazê-lo, fechei o arquivo PDF (ainda não encontrei pra comprar) e tive a certeza: acabara de ler uma das melhores obras da literatura brasileira.

Dividido em duas partes, a primeira faz um passeio pela história do Brasil, do Império ao Governo de João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros.

O relato histórico é narrado pela rivalidade de duas famílias: Campolargo e Vacariano, na fictícia Antares/RS (tema que Erico Veríssimo já abordara em "O Tempo e o Vento", com a rivalidade entre os Terra Cambará e os Amaral).

Duas famílias rivais em tudo, unidas por obra e graça de Getúlio Vargas, que queria o Rio Grande unido para por em prática seu projeto nacional.

Mais que isso não posso contar.

E uma segunda parte (justamente a que o especial da Globo, no vídeo abaixo, retratou), onde uma greve na cidade (fruto da conjuntura do país no ano que se desenrola esta 2ª parte) afeta também os coveiros, justo no dia em que 7 pessoas falecem.

Impedidos de serem sepultados, os 7 cadáveres erguem-se de seus caixões e voltam, à cidade para, valendo-se de seu estado de ausência de qualquer contrato social ou mesmo etiqueta e diplomacia, "por fim ao baile de máscaras" (metáfora de falsidade) que aquela sociedade vivia.

E no coreto da praça, com quase toda a cidade assistindo, os 7 mortos desvelaram nuances sabidas (outras não) principalmente da elite antarense, mas também de alguns menos favorecidos e igualmente hipócritas cidadãos da comunidade.

O mau cheiro (como se a verdade fosse algo tão repugnante como o mau odor dos mortos) infesta a cidade e todos ouvem os 7 mortos revelar o que sabiam sobre muitos próceres da cidade.

Uma lavação de roupa suja em praça pública.

Mais que isso eu não posso falar.

Uma obra típica do gênero "Realismo Fantástico", ou "Realismo Mágico", uma fonte que todos escritores que souberam beber dela produziram obras primas.

Como esta.


terça-feira, 5 de agosto de 2014

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Programação ECAL 2014.

Em razão da Copa do Mundo no Brasil este ano, a programação do ECAL (tradicionalmente ocorrido em Julho) foi transferida para este mês.

Um evento de cultura que a vizinha cidade de Guaíra realiza há anos e uma boa opção para quem gosta deste tipo de evento e não tem muitas oportunidades de prestigiar.

Vale a pena comparecer.

Segue a programação do evento.

E programe-se!



domingo, 3 de agosto de 2014

Nos palanques da vida.

Um colega combinara que na casa dele os votos para vereador seriam divididos naquela eleição do ano 2000.

Os pais votariam nos candidatos que sempre votavam, ele e o irmão dividiriam entre mim e outro candidato que simpatizavam.

Mais precisamente: o irmão votaria em mim e ele, no outro candidato.

Eis que na véspera da eleição o colega passa a noite na farra.

Segundo relato do próprio, ele virou a noite bebendo e foi votar logo abriram as sessões.

Ainda sob efeito da cerveja, esqueceu de levar a "colinha" com o número do candidato e, ao chegar sua vez de votar, por mais que tentasse não conseguia lembrar o número do candidato dele.

Estranhamente lembrava apenas o meu e, para não votar em branco, votou em mim.

Eu que já havia ganho votos de várias formas, ganhei um graças à cerveja.

Cerveja esta que, fique registrado, nem fui eu quem paguei!!!

sábado, 2 de agosto de 2014

Ah se fosse na Jerusalém antiga...

"E entrou Jesus no Templo de Deus e expulsou todos os que ali vendiam e compravam, derribou as mesas dos cambistas, e as cadeiras dos que vendiam as pombas; e disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a fazeis covil de salteadores". (Mateus 21:12-13).


Com o giz na mão.

Mais uma história curiosa que retrata a vida do professor.

Nomes, datas, lugares e instituições serão, como sempre, preservados sob o manto do anonimato.

Eu já havia decidido que deixaria o Departamento de Educação e comecei a estabelecer antigos contatos e criar novos.

Eis que um dos currículos em uma grande escola da região interessou aos donos e diretores e fui chamado para uma entrevista.

Feita a entrevista, ao que parece gostaram pois no mesmo dia acertamos horários, contrato e principalmente, o salário. Um bom salário, diga-se de passagem.

Fui apresentado a funcionários, fizeram um tour para que eu conhecesse a escola, me trataram como membro mais novo da equipe.

Voltando a Ipuã, fui preparando o terreno para avisar ao patrão que eu deixaria o Departamento de Educação pois uma outra escola (eu já estava em uma) havia me contratado.

Até que a escola me liga dizendo que o planejamento começaria em 15 dias, seria num sábado.

Chegando próximo ao dia de começar no novo emprego, mais precisamente na sexta feira anterior ao planejamento, comuniquei ao Prefeito Municipal que na segunda feira eu entraria com a papelada da minha demissão.

Após tentativas dele de me manter na Direção (sua vontade era me manter no cargo, por motivos que não vou dizer porque sou modesto) eu disse que realmente não dava e que o melhor seria sair.

E fomos naquela sexta beber a cerveja do adeus.

Mal desceu o 1º gole e a escola me liga.

Segundo eles, sinceramente não acredito mas vá lá... o professor que deixaria as aulas resolveu não deixá-las e a Capitania Hereditária era preferência do antigo Capitão Donatário.

Pior que nem uma Sesmaria havia sobrado para mim.

Desliguei o telefone, que atendi ao lado do então ex patrão que tudo ouvira e entendera, disfarçando a felicidade com a minha tragédia, e lhe perguntei:

- Me aceita de volta?

Rimos muito da situação e minha saída foi prorrogada em alguns meses após este episódio.

Eu já havia decidido que retomaria minha carreira, onde por sinal estou até hoje.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Que desgosto que nada!

Uma história que nunca contei aqui.

Eu estava fazendo pela 2ª vez o 1º ano de catecismo (sim, eu tentei fazer catecismo e sim, eu reprovei duas vezes antes de desistir) quando não sei porque, uma das freiras (sim eu sou do tempo em que havia freiras aqui em Ipuã) acho que para dar alguns informes não me lembro (sim, estou ficando velho e sim, estão chatas estas interrupções do autor. Chega!!!).

E entre os informes, ela comunicou algumas atividades para o mês de agosto, e foi então que ela disse a rima pertencente ao senso comum: agosto mês do desgosto.

Eu que já havia ouvido não apenas este estereótipo sobre o mês em questão, mas também outro comumente dito pro meu pai: agosto, mês do cachorro doido. Completei então a informação da irmã com esta frase.

Ela apenas sorriu e concordou comigo, penso que educadamente.

Amigos me questionaram porque agosto seria mês do cachorro doido e eu não soube responder, pois era apenas um dito que ouvia com frequência de meu pai.

Hoje paro pra pensar e, de fato, não consigo entender porque agosto seria o mês do cachorro doido.

Aliás, sequer sei porque é mês do desgosto. Acho que é para dar rima, nada a ver com sortilégios ocorridos que, qualquer pesquisa apontaria o mesmo número nos demais 11 meses do ano.

Agosto é para mim um mês diferente, diria até quase especial.

Na infância e adolescência, era o mês do tradicional rodeio em touros da cidade.

Na fase adulta, mês do Barretão.

Também nesta fase, duas viagens que guardo com saudosas lembranças na parede da memória, emolduradas pela eternidade (uau!!!).

Além de encontros e desencontros amorosos que só para testar este velho coração corinthiano.

Seja como for, com boas novas ou agouros de qualquer natureza, sempre recebo agosto de braços abertos todos os anos.