As aulas de "Currículo" na PUC/SP
eram semanais.
Cada semana um texto diferente para ser lido
e discutido.
E em cada semana, uma atividade com os
alunos. Ora era debate, ora "mesa redonda", ora apresentação, etc...
E todo final de aula, uma auto avaliação
nossa sobre como havia sido a aula daquele dia.
Mas uma auto avaliação que fugia do
tradicional.
Ao invés de comentários longos ou mesmo um a
nota de 0 a 10, como seria o "normal", a professora propunha que nós
avaliássemos a aula sempre com algum tema proposto por ela, e nas avaliações
subsequentes, nós mesmos começamos a propor temas.
Não esqueço o primeiro dia quando a
professora propôs: Se esta aula tivesse sido um prato de comia, que prato
seria?
E pediu que justificássemos por escrito a
nossa resposta.
Minha resposta foi: "Arroz, feijão,
bife e batata frita. Simples, fácil, prático e alimentou muito bem a minha
fome".
Nas avaliações seguintes, os temas variavam:
cor, animal, doce, música, filme,...
Não tive a menor dúvida em utilizar esta
técnica de auto avaliação quando comecei a dar aula em faculdade.
Mas por haver aulas duas vezes por semana,
optei por "avaliar a semana" sempre com um tema diferente.
Alguns alunos não gostam (por achar besteira,
por vergonha ou pelo temor de expor demais seu estado de espírito), outros não
veem a hora de chegar o fim de semana para poder avaliar, outros entram na
"brincadeira", enfim, um instrumento para mim muito importante para
saber dos alunos como foi a semana deles dentro de sala de aula.
Uma vez, avaliando a semana com
"cidade" uma aluna respondeu "Santa Maria". Havia ocorrido
a tragédia na cidade gaúcha há pouco tempo e entendi que naquela semana aquela
aluna deveria ter passado por algum problema que a deixara profundamente
triste.
Compreendi que mais que uma dinâmica, esta
estratégia pode ser reveladora.
E não tenho escapa, sou instado a também
avaliar minha semana, e toda vez respondo também a esta avaliação semanal.
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