sábado, 30 de agosto de 2014

Com o lápis na mão.

As aulas de "Currículo" na PUC/SP eram semanais.

Cada semana um texto diferente para ser lido e discutido.

E em cada semana, uma atividade com os alunos. Ora era debate, ora "mesa redonda", ora apresentação, etc...

E todo final de aula, uma auto avaliação nossa sobre como havia sido a aula daquele dia.

Mas uma auto avaliação que fugia do tradicional.

Ao invés de comentários longos ou mesmo um a nota de 0 a 10, como seria o "normal", a professora propunha que nós avaliássemos a aula sempre com algum tema proposto por ela, e nas avaliações subsequentes, nós mesmos começamos a propor temas.

Não esqueço o primeiro dia quando a professora propôs: Se esta aula tivesse sido um prato de comia, que prato seria?

E pediu que justificássemos por escrito a nossa resposta.

Minha resposta foi: "Arroz, feijão, bife e batata frita. Simples, fácil, prático e alimentou muito bem a minha fome".

Nas avaliações seguintes, os temas variavam: cor, animal, doce, música, filme,...

Não tive a menor dúvida em utilizar esta técnica de auto avaliação quando comecei a dar aula em faculdade.

Mas por haver aulas duas vezes por semana, optei por "avaliar a semana" sempre com um tema diferente.

Alguns alunos não gostam (por achar besteira, por vergonha ou pelo temor de expor demais seu estado de espírito), outros não veem a hora de chegar o fim de semana para poder avaliar, outros entram na "brincadeira", enfim, um instrumento para mim muito importante para saber dos alunos como foi a semana deles dentro de sala de aula.

Uma vez, avaliando a semana com "cidade" uma aluna respondeu "Santa Maria". Havia ocorrido a tragédia na cidade gaúcha há pouco tempo e entendi que naquela semana aquela aluna deveria ter passado por algum problema que a deixara profundamente triste.

Compreendi que mais que uma dinâmica, esta estratégia pode ser reveladora.

E não tenho escapa, sou instado a também avaliar minha semana, e toda vez respondo também a esta avaliação semanal.

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