quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ralouim.

Não é verdade que eu não gosto de Halloween, ou melhor, Ralouim. Na verdade, verdadeira, não gosto da "importação" desta festa, hoje tipicamente Estadosunidense, para o nosso país.
Até entendo as escolas de inglês incentivem sua comemoração afinal ensinam não apenas o idioma bretão mas toda a cultura que o envolve.
Não gosto é quando esta "comemoração" extrapola os limites da sala de aula dos cursos de idiomas.
E já extrapolou!!!
A comemoração da efeméride faz parte do calendário de 10 entre 10 escolas particulares do país. Leciono em duas e em ambas a data é festejada.
Penso que mais por "pressão" dos alunos que por vontade própria.
É que para os alunos, a data é algo consolidado em nossa cultura, haja visto que os já citados cursinhos de inglês promovem o dia, assim como a escola de um parente que mora na cidade grande, o filme ou a série de TV a que eles assistem, enfim, não faltam referências para que os alunos das nossas escolas passem a clamar também para que na sua escola se faça o Ralouim.
Menos mal que sempre há um professor ou professora que explica a origem e o significado da data.
E no caso das duas escolas em que leciono, sempre há um chato que explica que não existe o menor significado para nós, moradores destes tristes trópicos, comemorarmos o Ralouim; que trata-se de um roubo de cultura, que é o símbolo do imperialismo cultural dos EUA para com os povos da América Latina, que devemos valorizar o produto nacional, etc etc etc.
Não sou purista, aliás defendo o intercâmbio cultural, sou contra apenas à massificação cultural e à perda da identidade nacional.
Defendo que Vampiros, Franksteins e Bruxas existam no Brasil, porém ao lado da Mula sem Cabeça, do Saci Pererê e do Curupira. E como entendo cultura como uma via de mão dupla, questiono: Os Estadosunidenses estão prontos para conhecê-los?
Que Obama, certamente reeleito, venha para cá passar uns dias para conhecer nosso riquíssimo folclore e levar para as crianças de seu país um pouco desta nossa tradição.
Já pensaram nosso folclore incorporado na mais legítima tradição americana?
Um par de meninos disfarçados de Mula sem Cabeça batendo na porta e dizendo: Trick-or-treat (doce ou travessura)?
Bruxas andando lado a lado com Boitatás e Sereias com as sacolinhas cheias de doces?
Seria a consumação do movimento antropofágico do começo do século passado, o Tupi or not Tupi materializado em pleno século XXI. Mais Oswaldiano que isso, impossível!

Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena! Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
(Oswald de Andrade)

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ontem foi Dia Nacional do Livro.

Ontem foi o Dia Nacional do Livro.
O Blogueiro não tratou da efeméride aqui no blog em razão de uma visita ao cardiologista que lhe tomou boa parte da tarde.
Mais alguns exames e saberemos como está este velho coração corintiano.
Mas voltemos à data...
Dia Nacional do Livro é dia de celebrar o livro nacional, e por extensão, nossa maravilhosa literatura.
Dia de lembrar do crime que vem sendo cometido contra a obra de Monteiro Lobato, censurada e processada pelo politicamente correto que desconsidera o contexto em que foi escrita e as peculiaridades artísticas do seu escritor.
Dia de recordar que na vizinha Ribeirão Preto, recentemente, um grupo de pais insurgiu contra um professor que cometeu o crime de passar o livro "O Cortiço" para os alunos lerem.
Dia de lembrar que nosso Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, também é escritor. Inclusive escreveu um livro intitulado "CBF/Nike" onde ele relata seu brilhante trabalho à frente da CPI que desnudou a CBF e Ricardo Teixeira.
Este livro fora embargado no ano de 2001 e acreditava-se que, sob o Governo Lulla, Rebelo teria forçar para republicá-lo e quem sabe, fazer algo para mudar o que acontecia com nosso futebol já naquela época. Ledo engano...
E para finalizar com um final feliz, à maneira do Jornal Nacional, uma breve enquete sobre livros nacionais:

5 livros que não se cansa de ler
- "Dom Casmurro" (Machado de Assis).
- "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (Machado de Assis).
- "Olhai os Lírios do Campo" (Érico Veríssimo).
- "Antologia Poética" (Vinícius de Moraes)
- Qualquer livro do Luís Fernando Veríssimo.

Livro que gostaria de ler de novo mas anda sem tempo:
- "Olga" (Fernando Moraes).

Livro que lê no banheiro:
"Histórias de canções - Toquinho" (João Carlos Pecci).

Livro que jamais vai ler:
- Qualquer um escrito por José Sarney.

O que está lendo atualmente:
- "Avaliação na aprendizagem escolar Estudos e Proposições" (Cipriano Carlos Luckesi).

Livro que sonha em comprar:
- "Nação Corinthians" edição 0002 - 00012.
30 Kg, R$ 15.000,00.

domingo, 28 de outubro de 2012

Nos palanques da vida.

Por onde anda a Câmara Mirim?
Aquela iniciativa interessante, executada pela Câmara Municipal, criada na Legislatura em que tive o prazer de fazer parte (2001 - 2004), e que era uma verdadeira aula de cidadania, civismo e participação da garotada das escolas da cidade, fossem elas municipais ou particulares.
Só recentemente me dei conta de que há um bom tempo não temos mais as eleições que mobilizavam a garotada.
Recordo do alvoroço que foi nas escolas quando o Projeto foi aplicado.
Confecção de "títulos", mais tarde substituídos pelas próprias carteirinhas dos alunos, candidatos mobilizados e uma série de requerimentos e indicações que refletiam os interesses desta parcela da população que nem sempre se faz ouvida.
Na Câmara Mirim eles tinham voz.
Sempre achei que tal iniciativa seria a porta de entrada para os nossos futuros governantes, que alunos seriam inspirados em, após esta participação sutil na vida pública da cidade, tomassem gosto pelo negócio e sonhassem em um dia ser Vereador ou quem sabe Prefeito desta cidade.
Quem sabe não seria este projeto o estopim para o surgimento de grandes líderes?
Ou pelo menos de cidadãos mais conscientes, conhecedores dos seus direitos, cumpridores de seus deveres; sabedores dos meandros da política e eleitores mais espertos no futuro.
Enfim, no mínimo este projeto formava cidadãos.
Talvez pelas razões acima descritas é que tenha acabado.
Viva a ditadura!
E como a volta deste Projeto não foi tema da campanha de nenhum candidato a Vereador (pelo menos não vi algum levantando esta bandeira), fica a incerteza se o teremos novamente nos próximos 4 anos.
Aliás, fica aqui meu pedido à próxima Legislatura (2013 - 2016) que reative tal Projeto.

sábado, 27 de outubro de 2012

Com o lápis na mão.

Houvesse um STFE (Supremo Tribunal Federal da Educação), eu seria julgado e condenado por crimes praticados nos tempos de estudante.
Com os mesmos agravantes que o Min. Joaquim Barbosa impõe aos mensaleiros, este blogueiro sofreria os rigores da lei sobretudo pela reiteração dos crimes.
Não sei o que a dosiometria da pena me recomendaria, mas certamente seria condenado.
No 1º Médio, quando comecei minha carreira de assassino de aulas, aproveitávamos (éramos vários cometendo o crime, o que me valeria uma condenação por formação de quadrilha) que a parte interna do muro da Escola Pedro Badran possuía um aterro, facilitando a escalada.
No 2º Médio, já em Ipuã, no recreio a gente ajudava as merendeiras a arrumar o refeitório, trancando as portas que davam acesso ao pátio e ao muro por onde fugiríamos. Claro que não trancávamos.
Na faculdade, matava aula das disciplinas pedagógicas, indo ao conhecido bar da região do antigo prédio da Unesp (foto abaixo, By Google) ponto de encontro dos matadores de aulas e demais alunos.
Curioso é como nossos erros se voltam contra a gente.
Quando prestei concurso para Professor do Estado, havia 50 questões específicas (História) e 30 questões pedagógicas.
Das 50 específicas, acertei 48; das 30 Pedagógicas, apenas 7.
Nenhuma aula matada ficará sem castigo, diria Nelson Rodrigues.
Tivesse tido o mesmo desempenho na pedagógica que tive na específica, certamente teria ficado entre os 5 ou 10 melhores classificados, quiçá o 1°.
Tivesse acertado 50% (o mínimo que se espera), teria ficado entre os 500 melhores e teria escolhido aula em cidades como Ribeirão ou Franca.
Houvesse acertado 75% (algo totalmente plausível de ser conseguido, caso tivesse me dedicado), ficaria entre os 250 melhores classificados e teria pego aula em cidades como Ituverava, São Joaquim da Barra e Guaíra.
Pensando bem, os Ministros não me condenariam a nada, eu já fui devidamente castigado.



sexta-feira, 26 de outubro de 2012

As palavras como elas são.

Sou implicado com palavras. Desde criança.

Algumas eu achava divertidas como "Anhangabaú" e repetia até enjoar.

Outras eu estranhava a sonoridade, como por exemplo, a palavra "garoto".

E tem aquelas, minhas preferidas, que eu passei uma vida toda pensando serem grafadas de um jeito e descubro, já na idade adulta, que são grafadas de modo completamente diferente.

Todo mundo conhece a cantiga popular "Hoje é domingo", cantada e recantada por mães aos seus filhos desde sempre, passada entre as gerações por meio da tradição oral, característica primeira das cantigas.

Pois bem, logo no primeiro verso encontra-se um caso curioso de palavras que pensar ser de um jeito, quando na verdade é de outro.

Sempre pensei que fosse "Hoje é domingo pé de cachimbo". Imaginava então uma árvore cheia de cachimbinhos, uns mais novos (verdes), outros mais velhos (maduros). Estes últimos já soltando fumaça.

Nunca parei pra pensar na hipótese absurda que é existir um  pé de cachimbo, uma árvore cachimbeira. E não por ignorância, pois se mais à frente a mesma cantiga diz "o touro é valente, bate na gente; a gente é de barro...", pensei tratarem-se de surrealismos normais dentro de uma canção quase nom sense.

Na realidade a cantiga diz: "Hoje é domingo pede cachimbo". É pede, 3ª pessoa do indicativo do verbo pedir.

E por que domingo pede cachimbo? Na verdade, cachimbo é metáfora de paz, sossego, tranqulidade.

Outra palavra da minha infância que o senso comum ipuanense (e quiçá regional) ainda não parou para corrigir: "Lagartiú".

Dias atrás comentei com um amigo, numa mesa de boteco (onde por sinal saem as maiores filosofadas):

- Não existe Lagartiú.

E ele respondeu:

- Como não??? Passei minha infância tentando matar o que então?

Na verdade me expressei mal, o animal que invade quintais, rodovias e terreiros de sítios, chama-se "Lagarto Teiú" (ou sua variação em outros estados: "Lagarto Teju").

Quer mais uma?

"Muganga" ou "Manganga".

Trata-se de um animal, parecido com besouro no tamanho e na forma de voar, mas que possui um ferrão que, segundo dizem, causa uma dor terrível.

Pois bem, passei minha infância com medo de ser ferroado por uma abelha "Mamangava", ou "Mamangaba" ou ainda, "Mamangá".

E tem ainda aquelas palavras que a gente sabe que estão erradas mas não consegue falar corretamente. Pelo menos nem sempre consegue.

Por exemplo, "Besouro". Não tem como a gente não referir-se aos insetos que nesta época do ano infestam casas, ruas, e onde houver um facho de luz, por "Bizorro".

No que me vem a piada: Bizorro são dois Zorros?

E também a palavra "Corgo". Nós sabemos que o correto é "Córrego", mas é quase mecânico a pronúncia da sua corruptela (outra palavra curiosa e de fácil sonoridade).

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Sala dos Professores - Toquinho.

Caso os leitores tenham paciência, podem procurar todos os vídeos referentes ao programa "Sala dos Professores", da Rádio Eldorado FM que entrevistou mestre Toquinho há coisa de 3 anos atrás.
O nome do programa não é a toa, só entrevista mestres da música brasileira. E para mim, vivo e em atividade, Toquinho é o maior deles.
Trata-se de uma verdadeira aula sobre música, violão, canções, história da MPB e tantas outras coisas que só este gênio da música brasileira pode nos proporcionar.
Como disse, vale a pena assistir a todos os vídeos disponíveis no you tube sobre esta entrevista/bate papo/aula permeada por belas canções.
Abaixo, uma pequena palhinha do que irão encontrar deste artista que vira e mexe, o Blogueiro posta vídeos que vai encontrando..
Enjoy it.


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O que já aprendi com o julgamento do mensalão.

Aprendi que:
- Sentença transitada em julgado é aquela da qual não cabe nenhuma possibilidade de recurso ao réu. É o fim da linha pro réu.
- Data Vênia é uma expressão respeitosa em latim, algo do tipo "com o devido respeito" ou os populares: "não leve a mal", "desculpe eu falar", "não se ofenda".
- Dosiometria, que eu achava que fosse o estudo das doses, trata-se do cálculo das penas para os crimes julgados.
- Condenação acima de 8 anos dá cana. De 4 a 8 anos, regime semi aberto. Abaixo de 4 anos pode ser substituída por serviços à comunidade (já pensaram Zé Dirceu trabalhando?).
- Crime de Caixa 2 prescreve em 5 anos. Por isso confessaram que tratava-se de dinheiro de Caixa 2, não dinheiro lavado, o que cá pra nós, é muita cara de pau.
- Ministro do Supremo é um dos melhores salários da União. Pena que não tem concurso.
- Joaquim Barbosa virou herói nacional. E o Levandowski o vilão n° 1 de Gotham City.
- Que os próximos Ministros indicados pelos Presidentes futuros serão escolhidos considerando também critérios políticos e não apenas técnicos.
- Bandido grande também pode ser condenado, e quem sabe, preso. Zé Dirceu, João Paulo Cunha e José Genoíno que o diga.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Regravações nunca são melhores que os originais.

Acho que são as constantes regravações que a Globo tem feito de novelas antigas que me fez falar sobre o tema do presente texto.
Há tempos defendo que a criatividade dos autores de novelas no Brasil vem se esgotando.
Novela tem se tornado, basicamente, mais do mesmo.
E as regravações fiéis aos originais comprovam minha teoria.
Tenho pensado onde pode chegar a onda regravacionista. Afinal se já tiveram a ousadia de regravar - embora em versão cinematográfica - o clássico da nossa teledramaturgia "O Bem Amado", o que ainda estaria por vir?
Fala-se em regravar a novela Roque Santeiro, seja na TV ou no cinema. Seria outro assassinato assim como O Bem Amado.
Nosso país tem tradição em novelas, um gênero desprezado em outros países mas que aqui, faz com que a Globo (a líder no segmento) assuma status de Hollywood tupiniquim.
Deve ser isso que lhe dá autoridade para cometer tais barbarismos com os clássicos já citados.
Não imagino, por exemplo, o filme "Casablanca" sendo regravado. Ou uma nova versão para "E o vento levou", "Cidadão Kane", etc...
Aliás, refilmar Casablanca seria uma heresia aos deuses do cinema.
Até porque, quem faria o papel que no original foi de Humphrey Bogart?
Por mais que penso não consigo imaginar alguém que faça, igual a ele, o papel dele mesmo.
Deveria haver uma lei proibindo regravações de clássicos.
Mas assim como não gosto de regravações, também não gosto de versões cinematográficas (ou televisivas) de grandes livros.
Sempre acho o livro infinitamente melhor que o filme que ele originou.
E muitos são os exemplos: Olga, O nome da rosa, Amor nos tempos do cólera, ...
Claro que livros como Harry Potter, Anjos e demônios dentre outros já são escritos pensando em como ficarão na telona. Na verdade não considero livros, mas pré roteiros esperando adaptação.
E nunca assisto ao filme antes de ter lido o livro.
Exceção feita ao livro "Hilda Furacão", que apenas li depois que assistir a minissérie da Globo e não consegui ler o livro sem imaginar os rostos dos personagens do folhetim.
Até hoje quando ouço Hilda Furacão, me vem à memória o lindo rosto da atriz Ana Paula Arósio.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Horário de verão.

Sei que é meio lugar comum dizer essa frase nestes primeiros dias do horário de verão 2012/2013 mas: Eu odeio o horário de verão.
Não tanto quanto odeio cachorro, mas odeio.
Sob a justificativa de economizar alguns kWh, nosso horário é sumariamente transformado no meio do mês de outubro e só normaliza em meados de fevereiro.
São 4 meses vivendo em fuso horário de Fernando de Noronha, sem, contudo estarmos em Fernando de Noronha.
Não é pouca coisa: corresponde a 1/3, ou 33,33% do ano.
Desde que voltou a ser instituído em 1985 (por obra e graça de João Figueiredo) e anualmente decretado desde então, um indivíduo que nasceu no ano de seu retorno passou exatos 9 anos sob influência deste horário maligno.
Por mais que me expliquem sobre a mudança do horário de pico, estendendo-o para mais tarde e assim diluindo a maior quantidade do consumo em maior período de tempo, não consigo entender como isso reflete em economia de energia.
É um dos mistérios, para mim, insolúveis, por mais que tenha ouvido explicações, lido reportagens, são coisas que não consigo compreender. Assim como não entendo o que são os buracos negros, nem o que faz um Terapeuta Ocupacional.
Mas não adianta reclamar, ou como disse aos meus alunos, diluam suas reclamações ao longo dos 4 meses que se seguirão a esta arbitrariedade.
O que me irrita nestes dias que se seguem ao início do horário do satã é perguntar as horas e ouvir da pessoa não a resposta, mas uma pergunta: Quer saber no horário novo ou no horário velho?
Outra coisa que me irrita é ouvir pessoas que dizem que adoram o horário de verão. Não me conformo!
Mas me conformo, existe gosto pra tudo. Tem até quem torça pelo Palmeiras!

domingo, 21 de outubro de 2012

Nos palanques da vida.

Mais uma vez uma aluna da cidade figurou entre os 10 finalistas do Projeto EPTV na Escola.
Na edição de 2012, a aluna Adriana Brandão da Silva, da EMEF Prof. Monir Neder, aluna da Profª Giovana S. do Nascimento Ulian, ficou com o 2° lugar mantendo a tradição de boas participações no Projeto realizado pela emissora regional e que nossa cidade apresenta um excelente histórico de boas participações.
Aliás, defendo que a EPTV deveria criar um ranking, instituindo pontos para cada colocação. Acredito que nossa cidade ficaria fácil entre as 3 primeiras.
É curioso ver a mobilização das escolas em torno deste projeto.
Quando fui Diretor do Depto de Educação, todas diretoras e professoras envolvidas no projeto me procuravam cheias de ideias para poder desenvolver o projeto: palestras, filmes, horários especiais,...
Atendi a tudo o que estava em meu alcance.
Inclusive "afastei" professoras, sem perdas salariais evidentemente, para ficar exclusivamente por conta do Projeto na reta final da elaboração das redações.
Foi aí que comecei a perceber o quanto o currículo escolar das apostilas massificadas engessa atividade docente.
Escolas e Professores envolvidos com um Projeto tido como prioridade, e a necessidade de cumprir o conteúdo da grade curricular sob pena de ter matéria atrasada e prejudicar o andamento do ano letivo.
Penso que deveríamos ter um material mais flexível, moldado de maneira a atender às necessidades do município e as especificidades de cada escola e não uma apostila onde o ensino municipal tenha que se adaptar a ela.
Como já escrevi neste blog, no mês de julho numa série de 3 artigos denominada "Caminhos da Educação".

sábado, 20 de outubro de 2012

Com o giz na mão.

Já estamos quase na metade do último bimestre do ano.
Um bimestre mágico, pois transforma em matemáticos todos os alunos com problema de notas.
Mesmo aquele que conhece pouco a matemática, já está craque nas operações de somar e dividir, sabendo direitinho quanto precisa tirar em cada matéria para escapar da recuperação, ou escapar do exame, ou da reprovação.
O curioso é que a gente avisa o ano todo: tirou nota vermelha? tenta recuperar no bimestre seguinte, não deixe para o último.
Mas a maioria acredita que o 4º bimestre é redentor, que nele a nota que não veio nos 3 anteriores, virá como que por encanto.
Costumo relacionar a nota com dívida. A média nas escolas em que leciono é 6,0; portanto se o aluno tirou 5,0 no 1° Bimestre, ele me "deve" 1 ponto. Terá 3 bimestres para "pagar" a dívida.
E se por acaso tire, no 2° bimestre, outro 5,0, agora ele terá apenas 2 bimestres para "quitar" um déficit de 2 pontos. Terá que tirar 7,0 e 7,0, por exemplo.
Eis que alguns fazem a proeza de chegar no 4° Bimestre "devendo" 12 pontos, no que eu lhes pergunto: como este aluno vai tirar nota 12,0?
Não tem como, este irá para exame, onde terá de estudar a matéria do ano todo e tirar uma nota azul se quiser passar de ano.
Caso contrário, reprova!
E não foi por falta de aviso.
Recordo que quando aluno, meus pais - e eu, é claro - sabiam direitinho as matérias em que eu estava mal e me fazia estudá-las.
Já fiquei para recuperação, já sofri para tirar nota pra passar de ano, já passei apertado em algumas matérias, porém nunca tive o dissabor de reprovar, ou bombar de ano, como diziam no meu tempo.
Mas eram outros tempos, outras escolas, outros professores, outro sistema, outros pais, outros alunos...
Curioso como hoje até o verbo bombar deixou de ser algo ruim, pejorativo e se tornou algo bom, de grande alegria, divertido.
Parem este mundo maluco que eu quero descer!!!

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Descanse em paz Emanuelle.

Você não deve saber quem é Sylvia Kristel.

Mas os adultos da minha geração e da seguinte a conhecem bem.

Não pelo nome, mas pelo personagem que ela imortalizou: Emanuelle.

Isso mesmos caríssimos, agora ligaram o nome à pessoa?

É a mesma Emanuelle que estrelou uma sequência de filmes, que inspiraria uma série de grande sucesso entre os onanistas das madrugadas solitárias, frente à tela da Band.

Qual adolescente nunca aproveitou o final de semana modorrento e foi correndo pra frente da TV na madruga de sábado pra assistir à esta série?

Nem precisam me acusar, sou réu confesso.

Como confesso também que minha iniciação pornô televisiva começou bem mais no passado, na época da "Sala Especial", na rede Record nos anos 80. Isso antes da Record ser vendida para a IURD e suas madrugadas serem tomadas por pastores e seus "exorcismos".

Era pornochanchada da melhor qualidade.

Nu frontal mesmo tinha quase nada, mas para meus curiosos olhares de menino, parecia uma eternidade.

Depois veio a Band com a Emanuelle, outra revolução no assunto "filme adulto para adolescente assistir".

Hoje em dia acabou isso tudo, a internet roubou dos adolescentes de hoje a emoção de enganar os pais dizendo que ia dormir e ficar acordado para ir, de ponta dos pés, ligar a TV pra ver filme de sacanagem.

Roubou ainda o disparo no coração procurando o controle remoto para trocar de canal, o risco de ser flagrado em pleno delito e a atmosfera de pecado e ilegalidade que nos cercava quando assistíamos a estes filmes.

Hoje basta sentar na frente do micro e uma infinidade de vídeos vêm à sua tela.

Talvez por isso exerçam cada vez menos fascínio nos adolescentes da era digital.

Foram os vídeos que mudaram ou a mentalidade das pessoas? Eis a dúvida.

Descanse em paz Emanuelle, rainha dos acnosos adolescentes, depois de uma agitada vida na telona - e na imaginação da molecada - você merece.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Presidenta noveleira.

Já fui noveleiro. Há muito tempo não sou mais.
Já fui do tipo que alterava rotina e adiava compromissos para priorizar os folhetins diários da Vênus Platinada.
Hoje, só sei quem é Carminha e Nina porque é impossível viver neste país, nestas últimas semanas, sem saber quem são as principais personagens da novela que se encerra sexta feira.
Pra não falar que faz muito tempo que deixei de ser noveleiro, exatamente em 2009 eu tive uma recaída.
A regravação da novela "Paraíso" me fez novamente alterar horários para acompanhar a saga do amor entre o filho do diabo com a santinha.
Depois disso, nada mais me chamou a atenção.
Na verdade, só a Suelem, mas por outros motivos.
Se bem que com fotos e filmagens da Ísis, felizmente, fartamente disponíveis ao alcance de nossos monitores, nem este motivo (e que motivo?!) me fez acompanhar a novela.
Aliás as gostosas das novelas deixaram de ser um atrativo para nós. Com o advento da internet, o público masculino afastou da frente da TV. Graças a enorme quantidade de sites com fotos, filmagens, flagras indecorosos.
Para que perder tempo vendo na tv sendo que um notebook com wireless substitui bem melhor?
Das novelas em que eu "esqueci da vida" para acompanhar, destaques para: Roque Santeiro, Que Rei sou Eu?, Vamp, Quatro por Quatro, Renascer (que só assisti no vale a pena ver de novo, pois quando passou no horário nobre eu estudava à noite) e a já citada Paraíso.
Acabo de ler nos jornais que o cerimonial da Presidenta Dilma Roussef (que quem diria que é noveleira?) está fazendo um exercício de logística para que ela esteja no comício do Haddad na sexta feira em São Paulo e consiga assistir ao desfecho da trama das 21 horas.
O próprio comício vai ser antecipado sob o risco de ser esvaziado pelo último capítulo da trama.
Várias são as alternativas previstas para Dona Dilma:
01. Falar primeiro e vazar pro jatinho e pegar o final da novela em casa.
02. Falar no meio do comício e pegar o final da novela na casa de algum companheiro petista.
03. Falar no final do comício e contar com sua assessoria, que estará gravando o final para que ela saiba, ainda na madrugada de sexta para sábado, quem matou o Max. (corre-se o risco de alguém contar antes dela assistir e assim estragar a surpresa).
04. Falar no final do comício e assistir à reprise no sábado (quando geralmente acontece alguma coisa que impede de assistir).
Seja como for é um baita desafio logístico; requer alterações no cerimonial, deslocamentos, horários apertados, mudança na programação de quase uma centena de pessoas, etc etc etc
Tudo isso por causa de uma novela.
Eu sabia que mais hora menos hora daria problema termos eleito uma mulher para a Presidência do País.

*Correção: O comício será realizado na Bahia e não em SP como escrito acima.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Previsão do tempo.

Faz 10 dias que venho acompanhando um site sobre previsões meteorológicas para saber quando finalmente teremos a tão desejada chuva.
Pois o site tem mostrado chuvas sistematicamente: quinta, sexta e sábado passados por exemplo, mostrava chuva em nossa cidade, nem preciso falar que não caiu uma única gota sequer.
E não previam chuvinhas fracas não, havia chuva razoável prevista.
Minha conclusão: estes sites meteorológicos têm a mesma credibilidade que aqueles galinhos que existia antigamente, que ficava sobre a geladeira ou alguma estante e mudava de cor anunciando chuva.
Recordo de um galinho destes na minha infância. Caso estivesse rosa, seria dia de sol; azul, diz de chuva.
Certa vez estava mó toró lá fora e o desgramado mais cor de rosa que as roupas da Dárcy Vera. Somente após 2 horas de chuva lascada ele começou a ficar azul, o que convenhamos, era totalmente inútil.
Curioso como o senso comum sempre tratou a meteorologia como chacota. Poucos de fato acreditam nas previsões do tempo.
Sei que se algum meteorologista ler este texto certamente terá argumentos para dizer que é uma ciência exata porém, muitas são as variáveis que interferem na atmosfera a ponto de alterar aquilo que foi previsto.
A própria palavra "previsão" já nos indica algo incerto.
Prever: v. Tr. dir. 1. Conhecer com antecipação; antever. 2. Conjeturar, supor. 3. Profetizar, prognosticar.
Previsão do tempo então pode ser vista como uma suposição, uma conjectura e não um fato imutável da cada vez mais instável, natureza.
Mais curioso ainda é ver que as pessoas acreditam menos na previsão do tempo que na previsão futurística. Que meteorologia tem menos credibilidade que astrologia, apesar da primeira ser ciência e a segunda picaretagem.
Melhor parar o texto por aqui, ainda vou ter confusão com meteorologistas e astrólogos.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Ao mestre com carinho.

No dia de hoje, algumas simples lições do maior mestre da pedagogia brasileira.
Lições que nos influencia; e à medida que o tempo passa, ficam cada vez mais atuais.

Feliz dia do Professor





domingo, 14 de outubro de 2012

Nos palanques da vida.

Das história de campanha, esta é a que eu mais gosto de contar.
Já foi publicada no blog antigo, há coisa de 2 anos e meio atrás. Segue abaixo uma republicação, sem alterações.
Caso não se recorde ou não a conheça, vale a pena ler. Caso já conheça e está achando este blog repetitivo, procure um blog melhor.


Dos fatos curiosos ocorridos comigo em campanhas eleitorais, acredito ser este, que agora relato, o mais curioso deles.
Corria a campanha eleitoral do ano 2000 e eu estava, sozinho, pedindo voto no Bairro Santa Cruz, de casa em casa. Quando sou interpelado por uma garotinha.
- Moço, minha tia quer falar com o senhor!
Em campanha, quando isso acontece, a gente logo imagina que o eleitor vai te pedir alguma coisa, te questionar sobre algum fato, pedir explicações, xingar, reclamar, dizer que te apoia, etc...
Tudo menos o que a tia da menina pediu.
Ela me pediu para levar a vizinha dela, grávida, até o hospital, pois a bolsa havia estourado e não havia ambulância disponível naquele momento.
Levei a moça grávida, bem como a acompanhante dela (não sei se era parente) e ao deixá-la na Santa Casa pediu que eu retornasse a sua residência com a acompanhante para pegar algumas coisas que esquecera e, se possível, esperar pelo marido, que já avisado do parto iminente, deixara seu serviço para se dirigir à sua casa sem saber que a esposa encontrava já na Santa Casa.
Assim o fiz...
Chegando na casa encontrei o marido afobado, e disse que o levaria à Santa Casa.
No caminho ele me disse:
- Me passa alguns santinhos seus.
Respondi que em outro momento eu deixaria o meu pedido de voto para ele e a família, mas que no momento a única preocupação era o bem estar do filho(a) e da esposa.
Deixei-o na Santa Casa e fui seguir com minha campanha.
Acredito que este pai, tão acostumado com políticos fazendo favores e cobrando-os depois, imaginou que eu não perderia a chance de fazê-lo naquele momento.
Talvez eu até deveria ter feito aquilo mesmo, aproveitado do momento de desamparo de uma pessoa para fazer o simples favor, ficar maior do que ele realmente era, ao ponto dessas pessoas se sentirem na obrigação de votar em mim.
Mas não o fiz...
Aliás, passei na casa destas pessoas dias depois, como passei na casa de muitas pessoas; sequer mencionei o favor.
Por essas e outras alguns colegas me criticam, por não saber ou não querer aproveitar as oportunidades.
Claro que já cobrei alguns favores que fiz, claro que em eleição isso é natural, um acordo tácito entre eleitor e candidato, mas confesso que certas coisas me incomodam, não sei tirar proveito de situação em que a pessoa encontra-se fragilizada.
Uns chamam de ética, outros de burrice.
Já chamei de bom senso.
Hoje, não tenho a menor intenção de achar uma denominação para isso.
Em tempo: Fui avisado pela vizinha dias depois, que nasceu uma criança linda e saudável. Não me recordo o sexo do bebê, lembro de no caminho ter perguntado à futura mamãe o sexo e o nome, mas infelizmente minha memória apronta dessas coisas comigo.

sábado, 13 de outubro de 2012

13/10/2012

“A vida seria infinitamente mais feliz se pudéssemos nascer aos 80 anos e gradualmente chegar aos 18”.
(Frase do filme O curioso caso de Benjamin Button).

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Também já fui criança.

Hoje é 12 de outubro, Dia das Crianças.
Dia de celebrar a meninice, manifestada nas inúmeras crianças ao nosso redor (primos, filhos, sobrinhos,...), no meu caso, apenas uma única e linda sobrinha, e na criança que existe dentro de todos nós.
Dia de recordar que um dia, nós fomos crianças. Em outro tempo, outra época, com outra mentalidade.
E quer saber? Era muito melhor.
Aliás, "no meu tempo era muito melhor" é uma das 17 frases catalogadas pelos dicionaristas, linguistas e estudiosos em geral do cunho vernáculo do nosso vocábulo que identificam a idade avançada de uma pessoa.
Ao lado de outras como: "você é filho de quem?", "estudei com seu pai", dentre outras...
Mas voltemos ao texto...
No meu tempo de criança, algo em torno do ano de mil novecentos e não é da tua conta, fora a TV, nada mais nos prendia em casa.
Fora a TV e os estudos eu sei, mas este segundo se dava mais por imposição dos genitores ou por desespero de causa que por vontade manifesta propriamente dita.
Na minha casa era pior, só pegava Globo e vez ou outra SBT, quando ainda se chamava TVS.
Se você não sabia que o SBT chamava-se TVS, melhor parar de ler este texto.
Hoje em dia a competição é muito grande: Internet, TV (vários canais abertos e uma centena por assinatura), jogos on line etc...
Minha época (eita frase chata), os jogos de vídeo games ainda eram pouco acessíveis.  Eu fui o 1° garoto da minha rua a ter um vídeo game, era o Odissey, da Philips (se você não sabe o que é Odissey, muito menos conhece a marca Philips é sério, pare de ler este texto!!!).
O que fazíamos então?
Jogava bola no clube ou na rua mesmo, corria descalço na chuva (e sempre cortava o dedo com caco de vidro), andava de bicicleta, nadava no clube ou no córrego (corgo) do Chico da Credina,...
Aliás, passei boa parte da minha infância nas águas turvas deste córrego, onde íamos aos bandos (8 moleques em 4 bicicletas) e onde devo ter me imunizado contra umas 10 doenças diferentes. Além de ter pisado em cobras das mais variadas espécies sem nunca ter sido mordido, afinal como diz a crendice popular "cobra dentro da água não morde".
Descíamos o rio todo, certos pontos só com a cabeça fora da água. E quando chovia enquanto estávamos no meio do percurso, o córrego virava nosso Vietnã.
Hoje não existe nada no mundo que me faz entrar naquelas águas. Principalmente debaixo de chuva forte.
Também não devo mais conseguir andar de bicicleta levando outra pessoa junto.
Paciência!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Os condenados em seus futuros trajes

Não é o fim da corrupção no país.
Muito menos a certeza de que a impunidade não mais existirá.
Muito ainda tem por fazer.
Pouco já foi feito diante do que acontece neste país todos os anos.
Mas é um alento saber que político grande também é condenado e que a Justiça Brasileira é bem diferente daquilo que o senso comum lhe imputa.
Falta ainda vê-los presos, mas só de terem sido condenados é o bastante para dizer: Parabéns Ministros do STF e muito obrigado!
PS: As fotomontagens não são minhas, os créditos estão nas fotos e elas têm circulado em blogs, sites e feicebuqui.





terça-feira, 9 de outubro de 2012

Educação e gestão educacional.

Fui instado por uma grande amiga, estudante de pedagogia, a responder um questionamento sobre gestão educacional e suas possibilidades dentro do contexto da educação atual.
A questão era parte de um trabalho de pesquisa exigido pela faculdade, cujo curso ela concluirá este ano.
Atendo sempre que posso a estes pedidos. Por acreditar que posso contribuir com os universitários e as universitárias e com a Educação principalmente.
Além de já ter sofrido na pele a dificuldade de conseguir pesquisar professores.
Pedi-lhe apenas que me deixasse, um dia, publicar minha resposta, afinal depois que lhe enviei o texto, ele não me pertence mais. No que ela consentiu de imediato.
O dia chegou, a resposta segue abaixo com algumas poucas mudanças no texto original. Mas a base é a mesma.


Entendo a gestão pedagógica de uma escola, ou de uma rede municipal ou estadual, como sendo o coração do nosso sistema escolar.
E talvez por isso vejo com profundo lamento que tal questão tenha sido relegada dentro das políticas públicas de educação.
Com o advento da municipalização do ensino a partir de final dos anos de 1990 e começo dos anos 2000, muitas cidades optaram por preencher os cargos existentes nas escolas (Diretor, Vice Diretor e Coordenador Pedagógico) por indicação, o que não deve ser visto como perda de qualidade desde que haja critérios específicos para o preenchimento dos cargos.
Lamentavelmente nem sempre é esta a realidade presenciada.
De Diretor e Vice Diretor, exige-se apenas o diploma de Pedagogia, e do Coordenador Pedagógico, muitas vezes, apenas diploma de Ensino Superior, sem ao menos exigir que seja Licenciatura.
Se por um lado permite ao governante escolher pessoas com notório conhecimento e competência na área educacional, por outro, abre uma fenda para utilizar-se destes cargos como loteamento político ou agraciar militantes e correligionários.
Por isso defendo que a principal bandeira a ser levantada pelos defensores da educação no âmbito municipal deve ser a da política pública.
Ressalto que existe uma enorme diferença entre política pública e política de governo. Enquanto esta última nasce da vontade de um governante eleito pelo voto direto do povo, a primeira é fruto de uma discussão ampla envolvendo toda a cadeia hierárquica da Educação Municipal, além de sociedades classistas, ONG’s e comunidade do entorno da escola.
A gestão pedagógica deve convergir seus esforços na consecução das metas, objetivos e estratégias egressas da política pública, e não o contrário.
Não raro ouvimos que Educação se faz com continuidade, que trocas sucessivas prejudicam o seu perfeito andamento. Há que se perceber que erroneamente esse continuísmo é associado às pessoas e não às ideias e projetos devidamente planejados.
Seria ingenuidade da nossa parte imaginar que uma gestão escolar, mesmo que comprovadamente competente e aprovada por todos os envolvidos no processo educacional (de pais de alunos a professores), sobreviva a uma mudança de Administração Municipal.
É necessário criar mecanismos legais para que, mesmo havendo a troca de governo municipal e a consequente troca de todos os gestores da educação, preserve-se o projeto de gestão pedagógica adotado pela política pública.
Em resumo: políticos e gestores passam, a “filosofia” implantada em comunhão de ideias, fica.
E qual seria o papel dos gestores pedagógicos nesse processo?
Além do evidente papel de executores, há toda uma atividade intelectual da qual eles podem contribuir na elaboração das diretrizes de uma política pública. Sobretudo na realização de uma completa reestruturação curricular da rede de ensino.
Não se pode falar em qualidade de ensino seguindo as mesmas diretrizes curriculares que há anos se mostram ineficiente no que diz respeito à formação sociocultural, intelectual e cognitiva dos alunos. Assim fosse, não haveria necessidade da criação das cotas, do aumento dos dias letivos e da carga hora (que em nada resolvem, pois aumentar um currículo ultrapassado apenas reproduz, em escala maior, a baixa qualidade do sistema), dentre outras medidas que funcionam mais como um paliativo que uma solução.
Há que se discutir a questão do material didático, que não pode ser trocado a cada 4 anos ao gosto de Prefeitos e interesses das empresas que mercantilizam nossa educação.
E ainda: as disciplinas a serem oferecidas, o uso da arte como elemento de promoção da cultura humana, reformular o ensino de educação física, a questão da EJA, dos reforços escolares como forma de diminuir a repetência, a própria questão da repetência que muitos ainda veem como recurso didático, a realização de cursos de aprimoramento profissional docente e de gestores, incluir na educação a cultura da avaliação educacional como instrumento de promoção da qualidade e diagnóstico de erros, possibilitando a sua correção, dentre outros.
A função da gestão pedagógica, como podemos ver, ultrapassa os limites que acreditamos ser a linha do horizonte educacional. Ela vai além do que podemos imaginar, em grande parte porque nos acostumamos a vê-la sem exercer sequer uma pequena porcentagem de suas possibilidades, presa à burocracia, à política (ou a falta dela) e, nos piores casos, à falta de competência.
Cabe aos novos gestores pedagógicos, formados dentro dos modernos conceitos de qualidade em educação, lutar pela mudança dessa triste realidade que infelizmente acomete escolas e cidades.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Vicissitudes no meu feicebuqui.

No começo da campanha avisei várias vezes que não gostaria de ter propaganda eleitoral no meu feicebuqui e que deletaria quem o fizesse, quem quer que fosse.
Avisei ainda que, passadas as eleições, todos seriam reintegrados à minha lista e, aqueles que aceitassem, seriam muito bem vindos. Assim como os que não aceitassem, eu entenderia as razões.
Divulgar candidato no meu Feicebuqui sem a minha permissão é como colar adesivo no meu casso se eu deixar.
Fui atacado pelos patrulheiros hipócritas, perguntavam como eu nunca reclamei de "Luiza do Canadá", "Mussum", "Corinthians",...
Do Corinthians nem preciso falar sobre porque nunca reclamei, agora quanto a estes outros memes é por uma simples razão: Duram 3 ou 4 dias, uma semana no máximo, não 3 meses como a eleição.
Devidamente comunicados, passei a excluir quem insistiu em fazer campanha.
Comecei agora a pedir adições, nem todos parecem interessados em aceitar, magoados com minha decisão.
Eis que surge um fato novo: os comentários pós vitória.
Tanto no futebol como na política, a comemoração, o sarro, a piada, fazem parte do jogo.
E essa seja talvez a maior graça da coisa, desde que fiquem apenas no campo da zoação, que não ultrapasse os limites que separa o bom senso. Nem que atravessem amizades consolidadas destruídas em razão de divergências ideológicas.
Leio a quase todos, rio com uns, fico bravo com outros e excluo todos.
Entretanto, todos aqueles que comentam algo calunioso à pessoas de quem gosto e admiro, sobretudo familiares, ou ainda, que promovem provocações e incitam briga entre os eleitores, estão sendo sumariamente excluídos da minha lista de "amigos".
Não pode ser amigo quem provoca ou ofende, com posts na minha linha do tempo.

Reforçando: críticas, sarros, brincadeiras, comemorações, elogios, fotos, ... estes têm - e sempre terão - espaço na minha lista de amigos.
Os demais, têm o direito de escrever o que quiser, mas longe da minha linha do tempo.

domingo, 7 de outubro de 2012

Ponto final.

Acaba de ser escrita mais uma página da história política ipuanense.

No final, prevaleceu a candidatura de José Francisco de Souza Ávila, o Nenê Barriga, que governará Ipuã no período entre 2013 - 2016.

O Blogueiro cumprimenta o Nenê Barriga pela vitória, fazendo votos de que faça um bom governo na nossa cidade.

Desejo a ele sucesso nesta nova (e difícil) empreitada, pedindo que cumpra à risca os compromissos de campanha assumidos junto ao eleitorado.

Além dos compromissos, desejo que Nenê Barriga saiba diferenciar as pessoas que querem o bem comum da cidade das que veem no seu Governo, a oportunidade de proveito (eleitoral ou financeiro) próprio.

Que livre-se das más influências a que toda Administração está sujeita.

Que seja implacável com os militantes que cometeram atos de violência nessa eleição, para não ser visto aos olhos da população como mandante ou conivente com tais atos.

Cuidado com os apoiadores que lhe apresentarem "faturas altas" para ele pagar. Estes não são seus amigos.

Acredito na sua sabedoria para fazer a coisa certa, não o conheço pessoalmente, mas informações a teu respeito, de pessoas próximas a mim que o conhece de longa data, dão as melhores referências sobre sua pessoa e a opinião delas pra mim é lei.

O Sr terá 4 anos para mostrar que além de um grande pessoa, pode ser uma grande líder político.

Fazendo um bom Governo, tocando as obras que a cidade necessita, cumprindo uma Administração honesta e transparente, afastando as más influências dos interesseiros e das iminências pardas que, como aves de rapina, espreitam essa chance há anos, afastando-se dos criminosos travestidos de militantes e não aceitando ingerência na sua Administração, o Sr tem tudo para dar orgulho aos moradores da cidade (eleitores seus ou não) e quem sabe na próxima eleição, conquistar novos votos, que não lhe fizeram falta nessa eleição é verdade, de pessoas que, assim como eu, não votaram no Sr.

Boa sorte de coração e um excelente trabalho.

De quem pouco lhe conhece, mas muito torce por essa cidade e sabe que o seu sucesso é o sucesso de todos nós,

orandes rocha.

Boa eleição a todos nós.

O texto não é meu.
É do brilhante jornalista Josias de Souza. Cujo Blog (josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/) é o que primeiro leio todos os dias, assim que entro na internet.
Nem foi escrito para esta eleição, como poderão perceber nas linhas que se seguem.
Salvo os cargos em disputa e os dados sobre os "fichas sujas", entendo ser apropriado para a ocasião da eleição municipal ipuanense.
O texto foi ao ar no site do jornalista no dia da votação do 1° turno da eleição Nacional e Estadual, assim como esta republicação (sem autorização do jornalista), vai ao ar no dia da eleição Ipuanense.
Merece ser lido e refletido, sobretudo antes de decidir o futuro dos próximos 4 anos de nossa cidade.

03/10/2010
Você está prestes a usufruir de um momento mágico
Se você ligou o computador e está lendo esse texto é sinal de que já acordou.
Mas, atenção, o dia exige um despertar inequívoco, por inteiro.
Já escovou os dentes? Lavou o rosto? Talvez você devesse retornar ao espelho.
Certifique-se de que enxergou o reflexo de um eleitor. 
Depois, ao abrir o guarda-roupa, selecione um traje especial, à altura da ocasião. Leve a mão ao fundo do armário.
Pegue aquela roupa esquecida, já meio empoeirada. Vista-se de cidadão.
À mesa, enquanto engole o café com leite, faça uma introspecção.
Lembre-se: além do presidente, você vai eleger o governador e os congressistas. Não esqueça: Há pelo menos 128 “fichas sujas” à espreita.
Escondidos no interior das urnas eletrônicas, eles armam emboscadas. A omissão do Judiciário intima você a agir.
Convém abandonar aquela retórica tola de que os políticos "são todos iguais". Não são. A igualdade absoluta é uma impossibilidade genética.
A situação exige que você identifique as diferenças. Não é hora de construir desculpas que o livrem de pensar.
Muito bem. Você está pronto para achegar-se ao meio-fio. Vá até a seção eleitoral. Fronte alta, identifique-se aos mesários.
Ao entrar na cabine de votação, leve um ar solene à cara. Não tenha pressa. Você é o dono desse momento mágico. Tem o direito de prolongá-lo.
Aproveite o seu instante. Deguste-o. Você tem o poder. Você é, finalmente, o protagonista do espetáculo. Visite o seu interior.
Ao encontrar-se consigo mesmo, certifique-se de que não esqueceu a consciência em casa. Converse com ela. Questione-a. Pronto.
Agora estique o dedo. E vote com a alma. Sim, é verdade, você pode lavar as mãos se preferir. Ninguém está olhando. Porém...
Porém, amanhã não venha reclamar. O jogo estará jogado. Você terá desperdiçado o seu momento mágico.
Escrito por Josias de Souza às 08h42.

sábado, 6 de outubro de 2012

Milícia Ipuanense

Milicianos rondando minha casa.
Ipuã em Estado de Sítio!
Garantias Constitucionais? Nenhuma!

Há 16 anos, direto do túnel do tempo.

Eleições municipais de 1996.
A cidade vinha de duas administrações do PMDB. A 1ª (1989 - 1992), uma boa administração do Nenê, e a 2ª (1993 - 1996), uma excelente administração do Itamar Romualdo; e aquela eleição portanto era barbada, ainda mais que o adversário era o ilustre desconhecido Juscelino Maruno.
Desde o primeiro dia de campanha, militantes do PMDB já faziam contagem regressiva para o dia da vitória.
Os mais pessimistas falavam que seria 2 x 1 a contagem dos votos. Eleição garantida!
Recordo de estar num carrinho de lanche quando um conhecido empresário da cidade esbravejou que a diferença seria de 1.500 votos.
Um homem que estava comendo um lanche próximo a ele discordou, disse que seria uma eleição apertada. Pois o empresário o desafiou para uma aposta, lhe daria 1.500 votos de "lambuja". Ao propor os termos da aposta ouviu do homem, um forte agricultor local:
- Só aposto se for R$10.000,00 pra cima.
Imaginem o quando não valia R$ 10.000,00 naquela época, há 16 anos atrás?
O empresário saiu para buscar o talão de cheques e até hoje não voltou.
Eu deveria ter percebido que este era a 1º aviso de que aquela eleição não estava como os líderes do partido garantiam.
Na véspera da eleição, um jornalzinho de uma cidade vizinha soltou uma pesquisa. Dava 65 x 35 para a vitória do PMDB.
Uma diferença de 20% jamais seria tirada de uma noite pra outra, eram os tais 1.500 votos a mais que o empresário gabava-se de que venceríamos esta eleição.
No dia da eleição, um candidato a vereador me disse a seguinte pérola:
- Conheço esse pessoal da oposição, quando der 16:30h, eles vão embora da porta da escola que você não vê mais nenhum deles.
Fiquei confiante mais ainda.
Chegou 16:30h e o pessoal continuava na porta. 16:45h, 16:50, 17:00h portões fechados e todos os militantes da oposição continuavam na porta da escola.
Foi o 2° aviso que eu deveria ter visto.
As urnas saíram das escolas debaixo de aplausos (o voto não era eletrônico e a contagem de votos era manual feita em S. Joaquim da Barra).
Fui acompanhar a votação na vizinha cidade já era noite. No rádio, ouvíamos que PMDB vencia por uma apertada diferença.
Quando iriam chegar os tais 20% de diferença que o jornalzinho havia falado? Nos questionávamos na estrada. Anos mais tarde, descobriria que nunca houve os tais 20% de diferença, era pesquisa fajuta.
Ao chegar no local, a diferença continuava apertada.
Eis que na última urna, a da Capelinha, momentos de apreensão.
Virada do PSDB que na última urna reverteu a apertada diferença, conquistando uma das mais inesperadas vitória que eu já vi.
Graças ao trabalho deles que foi muito, mais muito melhor que o nosso, graças a rejeição gigantesca que nosso candidato tinha, e graças também à pesquisa fajuta, que nos iludiu com a promessa de vitória certa.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Há 4 anos, direto do túnel do tempo.

Hoje faz 4 anos da vitória do Prefeito Itamar Romualdo na eleição de 2008.
Pela primeira vez em muitos anos, os eleitores puderam comparar as últimas duas administrações da cidade na hora de escolher o candidato, pois ambos os contendores haviam sido prefeito então recentemente.
Na comparação entre as duas administrações, ficou clara a diferença do trabalho de cada um.
Não fui candidato e nem ajudei naquela campanha, problemas de saúde me tomaram tempo e pensamentos. Entrei apenas na reta final, para ajudar na elaboração de uma revista que comparava as administrações dos dois candidatos.
Tivemos de omitir muitas comparações com medo de parecer arrogante, tamanha a diferença. Sobretudo na Educação, onde a comparação chegava a ser vergonhosa tamanha a discrepância entre as duas administrações.
Ajudei também escrevendo textos para um ou outro candidato no horário eleitoral. Nada mais que isso.
No final, prevaleceu a opinião do eleitor de que o trabalho tinha de continuar e conferiu a Itamar Romualdo o status de primeiro prefeito, e até então único, a se reeleger em nosso município.
De quebra, o recorde de ser o político que mais tempo ocupou o cargo de Prefeito na história de Ipuã. Recorde que só poderá ser igualado, no mínimo ao final de 2023 e superado no começo de 2029.
Isso se ele não demover da ideia de aposentar-se, conforme anunciou no último comício desta campanha de 2012, ontem no Bairro Santa Cruz.
Com todo respeito a quem possa futuramente vir a ser candidato a Prefeito desta cidade mas, se tiver Itamar Romualdo no páreo, não tem pra ninguém.
PS: Se os fatos comprovam que ele foi o Prefeito que por mais tempo governou a cidade, a opinião deste humilde blogueiro, com muita honra de ser seu cunhado, o aponta também como o melhor deles.