sábado, 20 de outubro de 2012

Com o giz na mão.

Já estamos quase na metade do último bimestre do ano.
Um bimestre mágico, pois transforma em matemáticos todos os alunos com problema de notas.
Mesmo aquele que conhece pouco a matemática, já está craque nas operações de somar e dividir, sabendo direitinho quanto precisa tirar em cada matéria para escapar da recuperação, ou escapar do exame, ou da reprovação.
O curioso é que a gente avisa o ano todo: tirou nota vermelha? tenta recuperar no bimestre seguinte, não deixe para o último.
Mas a maioria acredita que o 4º bimestre é redentor, que nele a nota que não veio nos 3 anteriores, virá como que por encanto.
Costumo relacionar a nota com dívida. A média nas escolas em que leciono é 6,0; portanto se o aluno tirou 5,0 no 1° Bimestre, ele me "deve" 1 ponto. Terá 3 bimestres para "pagar" a dívida.
E se por acaso tire, no 2° bimestre, outro 5,0, agora ele terá apenas 2 bimestres para "quitar" um déficit de 2 pontos. Terá que tirar 7,0 e 7,0, por exemplo.
Eis que alguns fazem a proeza de chegar no 4° Bimestre "devendo" 12 pontos, no que eu lhes pergunto: como este aluno vai tirar nota 12,0?
Não tem como, este irá para exame, onde terá de estudar a matéria do ano todo e tirar uma nota azul se quiser passar de ano.
Caso contrário, reprova!
E não foi por falta de aviso.
Recordo que quando aluno, meus pais - e eu, é claro - sabiam direitinho as matérias em que eu estava mal e me fazia estudá-las.
Já fiquei para recuperação, já sofri para tirar nota pra passar de ano, já passei apertado em algumas matérias, porém nunca tive o dissabor de reprovar, ou bombar de ano, como diziam no meu tempo.
Mas eram outros tempos, outras escolas, outros professores, outro sistema, outros pais, outros alunos...
Curioso como hoje até o verbo bombar deixou de ser algo ruim, pejorativo e se tornou algo bom, de grande alegria, divertido.
Parem este mundo maluco que eu quero descer!!!

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