Você não deve saber quem é Sylvia Kristel.
Mas os adultos da minha geração e da
seguinte a conhecem bem.
Não pelo nome, mas pelo personagem que ela
imortalizou: Emanuelle.
Isso mesmos caríssimos, agora ligaram o nome
à pessoa?
É a mesma Emanuelle que estrelou uma
sequência de filmes, que inspiraria uma série de grande sucesso entre os
onanistas das madrugadas solitárias, frente à tela da Band.
Qual adolescente nunca aproveitou o final de
semana modorrento e foi correndo pra frente da TV na madruga de sábado pra
assistir à esta série?
Nem precisam me acusar, sou réu confesso.
Como confesso também que minha iniciação pornô
televisiva começou bem mais no passado, na época da "Sala Especial",
na rede Record nos anos 80. Isso antes da Record ser vendida para a IURD e suas
madrugadas serem tomadas por pastores e seus "exorcismos".
Era pornochanchada da melhor qualidade.
Nu frontal mesmo tinha quase nada, mas para
meus curiosos olhares de menino, parecia uma eternidade.
Depois veio a Band com a Emanuelle, outra revolução
no assunto "filme adulto para adolescente assistir".
Hoje em dia acabou isso tudo, a internet
roubou dos adolescentes de hoje a emoção de enganar os pais dizendo que ia
dormir e ficar acordado para ir, de ponta dos pés, ligar a TV pra ver filme de
sacanagem.
Roubou ainda o disparo no coração procurando
o controle remoto para trocar de canal, o risco de ser flagrado em pleno delito
e a atmosfera de pecado e ilegalidade que nos cercava quando assistíamos a
estes filmes.
Hoje basta sentar na frente do micro e uma
infinidade de vídeos vêm à sua tela.
Talvez por isso exerçam cada vez menos
fascínio nos adolescentes da era digital.
Foram os vídeos que mudaram ou a mentalidade
das pessoas? Eis a dúvida.
Descanse em paz Emanuelle, rainha dos
acnosos adolescentes, depois de uma agitada vida na telona - e na imaginação da molecada - você merece.
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