sábado, 6 de outubro de 2012

Há 16 anos, direto do túnel do tempo.

Eleições municipais de 1996.
A cidade vinha de duas administrações do PMDB. A 1ª (1989 - 1992), uma boa administração do Nenê, e a 2ª (1993 - 1996), uma excelente administração do Itamar Romualdo; e aquela eleição portanto era barbada, ainda mais que o adversário era o ilustre desconhecido Juscelino Maruno.
Desde o primeiro dia de campanha, militantes do PMDB já faziam contagem regressiva para o dia da vitória.
Os mais pessimistas falavam que seria 2 x 1 a contagem dos votos. Eleição garantida!
Recordo de estar num carrinho de lanche quando um conhecido empresário da cidade esbravejou que a diferença seria de 1.500 votos.
Um homem que estava comendo um lanche próximo a ele discordou, disse que seria uma eleição apertada. Pois o empresário o desafiou para uma aposta, lhe daria 1.500 votos de "lambuja". Ao propor os termos da aposta ouviu do homem, um forte agricultor local:
- Só aposto se for R$10.000,00 pra cima.
Imaginem o quando não valia R$ 10.000,00 naquela época, há 16 anos atrás?
O empresário saiu para buscar o talão de cheques e até hoje não voltou.
Eu deveria ter percebido que este era a 1º aviso de que aquela eleição não estava como os líderes do partido garantiam.
Na véspera da eleição, um jornalzinho de uma cidade vizinha soltou uma pesquisa. Dava 65 x 35 para a vitória do PMDB.
Uma diferença de 20% jamais seria tirada de uma noite pra outra, eram os tais 1.500 votos a mais que o empresário gabava-se de que venceríamos esta eleição.
No dia da eleição, um candidato a vereador me disse a seguinte pérola:
- Conheço esse pessoal da oposição, quando der 16:30h, eles vão embora da porta da escola que você não vê mais nenhum deles.
Fiquei confiante mais ainda.
Chegou 16:30h e o pessoal continuava na porta. 16:45h, 16:50, 17:00h portões fechados e todos os militantes da oposição continuavam na porta da escola.
Foi o 2° aviso que eu deveria ter visto.
As urnas saíram das escolas debaixo de aplausos (o voto não era eletrônico e a contagem de votos era manual feita em S. Joaquim da Barra).
Fui acompanhar a votação na vizinha cidade já era noite. No rádio, ouvíamos que PMDB vencia por uma apertada diferença.
Quando iriam chegar os tais 20% de diferença que o jornalzinho havia falado? Nos questionávamos na estrada. Anos mais tarde, descobriria que nunca houve os tais 20% de diferença, era pesquisa fajuta.
Ao chegar no local, a diferença continuava apertada.
Eis que na última urna, a da Capelinha, momentos de apreensão.
Virada do PSDB que na última urna reverteu a apertada diferença, conquistando uma das mais inesperadas vitória que eu já vi.
Graças ao trabalho deles que foi muito, mais muito melhor que o nosso, graças a rejeição gigantesca que nosso candidato tinha, e graças também à pesquisa fajuta, que nos iludiu com a promessa de vitória certa.

Um comentário:

  1. Intão só que a pesquisa dessa vez era real, mas a pesquisa errou um pouquinho né, ela apontava com 50,3 e o resultado nas urnas foi 59,20 para o candidato Nenê Barriga, coisa feia o que a oposição em Ipuã tentou fazer desmerecer os resultados do jornal. Fica a prova de que nem sempre a pesquisa é fajuta em alguns casos ela é verdadeira e o fato de estar atrás nao da o direito de insinuar que a pesquisa é falsa.

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