Este texto deveria sair na série "Com o
lápis na mão", aos sábados. Porém como o tema está em franca evidência na
mídia, optei por escrever hoje para não perder o time (taime).
O Blogueiro, em um passado não muito
distante, também viveu seus dias de manifestante protestando em passeata nas
ruas de Sampa.
Foi no ano de 1998, mais precisamente em 28
de abril daquele ano, como me informa o historiador, pesquisador de patrimônios
públicos e registro vivo dos nossos tempos de faculdade, Danilo Ferrari, que
por sinal, também esteve na referida manifestação.
Naquele dia, vários Campi da Unesp
mobilizaram suas forças para ir manifestar na Assembleia do Estado pela
liberação de mais verbas para as Universidades Públicas.
Descemos na Paulista e lá mesmo iniciamos
nossa manifestação, descendo toda a Brigadeiro Luís Antônio até o Palácio 9 de
Julho, sede do Legislativo Estadual Paulista.
Pausa pra um almoço numa espelunquinha ali
nas imediações, pois os R$ 5,00 que eu tinha nas algibeiras não daria pra muito
mais que um PF simples e uma coca num restaurante de galeria apertada lá na
Luís Antônio.
Sorte que eu havia levado numa mochila dois
pacotes de bolacha nescau, que dividi com outros manifestantes.
Solidariedade parece ser marca dos
ativistas, pois à noite, já sem as bolachas e sem os 5 conto (que haviam
desaparecido no restaurante horas antes) para nossa sorte, a "janta"
foi dentro do busão, já na volta pra casa, oferecida por Mestre Odilon, que
comprara uma pizza de calabreza no Pizza Hut.
Devorei com as mãos mesmo uns 2 pedaços que,
pela fome e desespero, pareceu um banquete.
Da manifestação recordo do nosso grupo
gritando palavras de ordem:
- Você aí parado, também é explorado.
- Fernando 1, Fernando 2, qual é a m... que
vem depois?
Este segundo em clara referência aos
Presidentes Fernandos: Collor e Henrique Cardoso.
E claro, do confronto inevitável com a
polícia que bastava uma fagulha para estourar a bomba e os manifestantes
sentirem na pele as dores da repressão.
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