sábado, 22 de junho de 2013

Com o lápis na mão.

Contei, no meio desta semana, um breve relato sobre minha participação em uma manifestação nos tempos de estudante universitário.

Ao relatar, rememorei (sem relatar) outras boas histórias do tempo de Unesp/Franca.

Aquela foi apenas a única das muitas manifestações dos estudantes da Unesp da qual participei. Naquela ocasião, a luta era pelos 11% de verbas para as Universidades Estaduais, verba que o Governo Tucano Paulista insistia que deveria ser, como acabou prevalecendo, de 9%.

Recordo ainda mobilizações da Universidade para ir protestar contra a venda da TELERP, Companhia telefônica pública da cidade de Ribeirão Preto que começou a ser privatizada no governo do prefeito Palocci (petista privatista) e o governo PSDB de Roberto Jábali completaria a venda naquele ano.

Outra manifestação perdida foi uma viagem à Ouro Preto em ocasião das comemorações do dia da Independência, promovida pelo então Governador de MG, Itamar Franco, que se transformou num ato político para as eleições de 1998.

E também nos tempos de mestrado na PUC/SP, quando eu esperava pelo circular para ir para a aula, muitas vezes via o Movimento Passe Livre (que existe há anos e sempre organizou protestos contra o preço das tarifas) parar a Av Paulista.

Batia uma vontade de "jogar tudo pro alto" pelo menos naquele dia e engrossar o coro dos descontentes, afinal eu também usava o transporte público coletivo.

Nunca o fiz.

Talvez porque achasse que não fosse problema meu. Ou porque pensava que tinha coisa mais importante e urgente pra resolver.

Confesso que na introspecção que se sucedeu naquele dia, após constatar a minha inércia diante daquela e de tantas outras oportunidades perdidas de me manifestar por uma causa ou contra uma injustiça, cheguei a me questionar se, por debaixo dessa carcaça esquerdista, não se esconderia um burguês reacionário.

E ao entrar no circular que acabava de parar no ponto, veio minha epifania: Eu não era um filho da revolução, burguês sem religião, eu era (e ainda sou) um esquerdista preguiçoso!

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