Não tenho nenhuma foto de caipira do meu
tempo de estudante secundarista.
Tenho apenas a memória, nítida, como se
fosse ontem, de alguma participação minha nos festejos juninos da escola
Vereador Alberto Conrado onde comecei minha vida de estudante.
Se existisse uma impressora capaz de
imprimir memórias, o que sairia (para diversão de vocês) seria uma foto minha,
de camisa xadrez, suspensório, chapéu de palha e botina (sim, já usei outra
coisa, que não fosse tênis, nos pés).
Deve ter sido minha primeira festa junina de
escola. Isso nos idos de mil novecentos e
Desculpem não ter concluído a frase
anterior, deu problemas no word.
Continuando, recordo também que em outra
ocasião, já deveria estar na 5ª ou 6ª série, resolvemos pintar nossas barbas
com tinta guache.
O inconveniente, além de esfarelar toda
depois de ficar seca no rosto, foi comer e beber as delícias fartas da mesa
junina com aquela meleca na cara.
Era impossível não ver resquícios de barba
na paçoca ou no leite quente.
Curioso é que nunca entendi porque caipira
tem de ter barba.
Hoje vejo como uma atitude discriminatória,
o estereótipo do caipira difundido nas festas juninas pelo país afora.
Por que tem de fumar? por que tem de ter
barba? por que camisa xadrez? por que fala errado? por que botina????
Logo mais, na festa junina da escola em que
trabalho aqui em Ipuã serei um caipira atípico: camisa xadrez moderna, calça
jeans, chapéu panamá e é claro, tênis!
Não esperem ver cigarro em minhas mãos, seja
de palha ou de filtro, tentativas frustradas do tempo de faculdade me
dissuadiram de qualquer expectativa de ser fumante.
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