sábado, 8 de junho de 2013

Com o lápis na mão.

Não tenho nenhuma foto de caipira do meu tempo de estudante secundarista.

Tenho apenas a memória, nítida, como se fosse ontem, de alguma participação minha nos festejos juninos da escola Vereador Alberto Conrado onde comecei minha vida de estudante.

Se existisse uma impressora capaz de imprimir memórias, o que sairia (para diversão de vocês) seria uma foto minha, de camisa xadrez, suspensório, chapéu de palha e botina (sim, já usei outra coisa, que não fosse tênis, nos pés).

Deve ter sido minha primeira festa junina de escola. Isso nos idos de mil novecentos e

Desculpem não ter concluído a frase anterior, deu problemas no word.

Continuando, recordo também que em outra ocasião, já deveria estar na 5ª ou 6ª série, resolvemos pintar nossas barbas com tinta guache.

O inconveniente, além de esfarelar toda depois de ficar seca no rosto, foi comer e beber as delícias fartas da mesa junina com aquela meleca na cara.

Era impossível não ver resquícios de barba na paçoca ou no leite quente.

Curioso é que nunca entendi porque caipira tem de ter barba.

Hoje vejo como uma atitude discriminatória, o estereótipo do caipira difundido nas festas juninas pelo país afora.

Por que tem de fumar? por que tem de ter barba? por que camisa xadrez? por que fala errado? por que botina????

Logo mais, na festa junina da escola em que trabalho aqui em Ipuã serei um caipira atípico: camisa xadrez moderna, calça jeans, chapéu panamá e é claro, tênis!

Não esperem ver cigarro em minhas mãos, seja de palha ou de filtro, tentativas frustradas do tempo de faculdade me dissuadiram de qualquer expectativa de ser fumante.

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