sábado, 11 de agosto de 2012

Com o giz na mão.

Melhor que o título da série hoje fosse "Sem o giz e com o lápis na mão".
"Sem o giz", porque vou contar a história de uma escola onde dou aula, que optou por abolir o bom e velho quadro negro, e com ele, o giz.
E "com o lápis" porque de um causo de professor, passarei a outro de aluno, como verão a seguir.
Chego do recesso de julho e me deparo com uma mudança na escola: todos os quadros negros (lousa) foram substituídos por quadros de vidro. E o giz, por pincel atômico.
Coisa chique demais!
Estou me sentindo o próprio Dr House escrevendo em seu pequeno quadro, os sintomas que lhe darão um diagnóstico final.
E o melhor de tudo: este pobre professor, acometido por rinite alérgica, está livre de sofrer com os efeitos nocivos do pó de giz nas minhas docentes vias aéreas.
Chega de irritação na garganta, chega de sujar camiseta, chega de mãos ressecadas,... embora usasse o Data Show, mas invariavelmente os quadros necessitavam ser apagados para que eu projetasse as imagens. O que geralmente eu pedia a algum aluno, nos de maior desconforto vocal.
Agora pendurei o velho Data, que já precisava de férias.
Levo apenas o Note, com as aulas preparadas, as quais vou reproduzindo no vidro.
O que tem gerado aos alunos um pequeno inconveniente: minha caligrafia.
Caligrafia o caramba, minha letra é horrorosa mesmo.
E não é de agora, é de muito tempo atrás.
Cadernos de caligrafia? Que eu me recorde, foram 4 na infância.
E aqui começa a 2ª parte desse texto.
Talvez vocês não saibam mas o Blogueiro nasceu canhoto.
De perna e braço.
Acontece que naquele tempo, cidade pequena do interior paulista, família católica, supersticiosidade arraigada na cultura popular, ser canhoto era sinal de má sorte, quase que um sinal demoníaco.
Foi então que iniciou-se uma cruzada para a minha conversão ao mundo dos destros.
Genitor, Genitora e Professora do primário do Blogueiro, gentilmente me desestimulavam a ser canhoto, forçando a usar a mão direita.
Até que quando um médico descobriu o feito era tarde demais. Eu já escrevia com a direita e a consequência disso era a letra horrorosa.
E já foi pior!
Em 1994, no cursinho, optei por escrever em letra de forma, o que fez a minha letra ficar um pouco mais legível.
Pior é que se eu escrever calmamente, diferenciando maiúsculas de minúsculas fica uma letra até bonita, porém em sala de aula, com alunos falando, apostila por ser cumprida e escrevendo e falando ao mesmo tempo, cá pra nós, é impossível caprichar.
Embora reconheça que a caligrafia não é das melhores, acredito que falte nos alunos um pouco de bom senso em deduzir certas letras dentro do contexto da matéria e da lógica da palavra.
Um dos problemas maiores são as letras V, U, L e C, cuja curvatura feita às pressas com o pincel faz com que essas 4 letras fiquem parecidas. E fica mesmo, e por isso concluí que a pior palavra para eu escrever no quadro, seja ele negro, branco ou de vidro, é a palavra VULCÃO.
As 4 primeiras letras são quase idênticas.
Mas não critico pais e professores por ter me forçado a deixar der ser canhoto e hoje ter uma  má caligrafia, os critico porque sabidamente, canhotos são mais habilidosos para jogar futebol e, se destro o Blogueiro já é dono de um futebol refinado, fosse canhoto então, estaria na seleção.
Quem sabe não teríamos ganho o Ouro Olímpico hoje?

2 comentários:

  1. Você, bom jogador??
    Nem se fosse ambidestro!!!!Vai sonhando!! Bjos!!
    Ana Paula Rocha

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