quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O triste fim do neo cidadão ipuanense.

Nunca imaginei que veria justiça sendo feita.
Nunca imaginei que um dia veria político grande encrencado.
Sempre achei que nos escândalos, apenas peixes pequenos caíam nas malhas da justiça brasileira.
Se por um lado muito peixe grande ainda falta ser pego, por hora nos consola saber que alguns peixes menores já foram pegos nas redes do STF.
Estou me referindo ao Mensalão e da recente condenação (dentre outros réus) do cidadão Ipuanense Dep. João Paulo Cunha.
Por reiteradas vezes, seja com textos no Blog ou compartilhando notícias via Feicebuqui, este Blogueiro se dedicou a divulgar as desventuras do Dep. Federal João Paulo Cunha.
E tudo começou quando o nobre Deputado foi agraciado com o título de Cidadão Ipuanense, coincidentemente na mesma época em que ele encontrava-se envolto no julgamento do mensalão.
Julgado e condenado pelo STF, pelos crimes de Peculato e Corrupção Passiva, falta apenas o voto de 1 Ministro* e a aplicação da pena para o condenado para encerrar esta história.
Ou pelo menos este capítulo.
Assim como o Blogueiro, com as considerações abaixo, também encerra uma série de textos, escritos no encalço do agora condenado pelo STF:

*Atualização: O Ministro Carlos Ayres de Brito votou pela condenação do réu em todos os crimes a que estava sendo julgado. Assim, soma-se ao réu ainda a condenação por lavagem de dinheiro, podendo pegar 9 anos de reclusão em regime fechado.

01. Não critico entrega de títulos a políticos da esfera estadual ou federal.
Sei que títulos de Cidadãos são, vez por outra, concedidos a políticos que ajudaram Vereadores e/ou Prefeitos a conseguir uma ou outra verba.
Muito embora eu ache estranho conceder título para alguém que faz a obrigação de ajudar municípios do Estado pelo qual foi eleito.
Mas é da regra do jogo, e algumas eu conheço.

02. Acontece aqui e em qualquer outra cidade.
O próprio blogueiro já votou Projeto de Lei concedendo título de cidadão ao Governador Geraldo Alckmin, agraciado oportunamente em ocasião de uma visita em Ipuã.

03. Achei, entretanto, de enorme inabilidade política, a concessão de um título de cidadão ipuanense a um deputado réu naquele que é considerado o maior escândalo da República.

04. Geralmente, quando algum vereador quer conceder um título é feita uma pesquisa informal entre os demais vereadores para saber a possibilidade de aprovação do projeto, evitando assim o risco de ter o projeto rejeitado. O que, cá pra nós, seria de enorme deselegância.

05. Não sei se houve tal consulta, mas um vereador me confidenciou que se tratou da maior saia justa da vida política dele, e que só votara favorável por “sacrifício político”.

06. Acredito que outros tenham votado pelo mesmo motivo.

07. Acredito também que houve quem nem se importasse com a folha corrida do nobre Deputado, talvez nem a conhecesse.

08. Dos 9 votos: 8 votaram favoráveis e houve 1 abstenção.

09. Vereador fosse, eu votaria contra e explicaria os motivos, que por sinal não faltariam para justificar meu voto contrário.

10. E mais: não estaria presente na cerimônia de entrega. Que por sinal é bom que seja feita rapidamente; ao que parece, o nobre Deputado (que pode inclusive perder o mandato) terá lugar e hora específico para passar suas noites pelos próximos 6 anos.

11. Dois questionamentos necessários:
- Fosse um projeto de autoria de um vereador de situação, concedendo um título de cidadão a um deputado na mesma situação do Dep. João Paulo Cunha, esse projeto seria aprovado?
- Se o autor do Projeto de Lei fosse candidato à reeleição ou a Prefeito ele teria apresentado o referido Projeto?

12. Agora que o Deputado foi condenado pelo crime de corrupção passiva, nós podemos chamá-lo de corrupto, sem correr risco de ser processado?
Se a resposta for “sim”, fica difícil não achar que tê-lo como cidadão ipuanense não seja um motivo para a cidade se envergonhar.

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