Nunca imaginei que veria
justiça sendo feita.
Nunca imaginei que um dia
veria político grande encrencado.
Sempre achei que nos escândalos,
apenas peixes pequenos caíam nas malhas da justiça brasileira.
Se por um lado muito peixe
grande ainda falta ser pego, por hora nos consola saber que alguns peixes
menores já foram pegos nas redes do STF.
Estou me referindo ao Mensalão e da
recente condenação (dentre outros réus) do cidadão Ipuanense Dep. João Paulo
Cunha.
Por reiteradas vezes, seja
com textos no Blog ou compartilhando notícias via Feicebuqui, este Blogueiro se
dedicou a divulgar as desventuras do Dep. Federal João Paulo Cunha.
E tudo começou quando o
nobre Deputado foi agraciado com o título de Cidadão Ipuanense,
coincidentemente na mesma época em que ele encontrava-se envolto no julgamento
do mensalão.
Julgado e condenado pelo
STF, pelos crimes de Peculato e Corrupção Passiva, falta apenas o voto de 1
Ministro* e a aplicação da pena para o condenado para encerrar esta história.
Ou pelo menos este capítulo.
Assim como o Blogueiro, com
as considerações abaixo, também encerra uma série de textos, escritos no
encalço do agora condenado pelo STF:
*Atualização: O Ministro Carlos Ayres de Brito votou pela condenação do réu em todos os crimes a que estava sendo julgado. Assim, soma-se ao réu ainda a condenação por lavagem de dinheiro, podendo pegar 9 anos de reclusão em regime fechado.
01. Não critico entrega de títulos
a políticos da esfera estadual ou federal.
Sei que títulos de Cidadãos
são, vez por outra, concedidos a políticos que ajudaram Vereadores e/ou
Prefeitos a conseguir uma ou outra verba.
Muito embora eu ache estranho
conceder título para alguém que faz a obrigação de ajudar municípios do Estado
pelo qual foi eleito.
Mas é da regra do jogo, e
algumas eu conheço.
02. Acontece aqui e em
qualquer outra cidade.
O próprio blogueiro já votou
Projeto de Lei concedendo título de cidadão ao Governador Geraldo Alckmin, agraciado
oportunamente em ocasião de uma visita em Ipuã.
03. Achei, entretanto, de enorme
inabilidade política, a concessão de um título de cidadão ipuanense a um
deputado réu naquele que é considerado o maior escândalo da República.
04. Geralmente, quando algum
vereador quer conceder um título é feita uma pesquisa informal entre os demais vereadores
para saber a possibilidade de aprovação do projeto, evitando assim o risco de
ter o projeto rejeitado. O que, cá pra nós, seria de enorme deselegância.
05. Não sei se houve tal
consulta, mas um vereador me confidenciou que se tratou da maior saia justa da
vida política dele, e que só votara favorável por “sacrifício político”.
06. Acredito que outros
tenham votado pelo mesmo motivo.
07. Acredito também que
houve quem nem se importasse com a folha corrida do nobre Deputado, talvez nem a
conhecesse.
08. Dos 9 votos: 8 votaram
favoráveis e houve 1 abstenção.
09. Vereador fosse, eu
votaria contra e explicaria os motivos, que por sinal não faltariam para
justificar meu voto contrário.
10. E mais: não estaria
presente na cerimônia de entrega. Que por sinal é bom que seja feita
rapidamente; ao que parece, o nobre Deputado (que pode inclusive perder o
mandato) terá lugar e hora específico para passar suas noites pelos próximos 6
anos.
11. Dois questionamentos
necessários:
- Fosse um projeto de
autoria de um vereador de situação, concedendo um título de cidadão a um
deputado na mesma situação do Dep. João Paulo Cunha, esse projeto seria
aprovado?
- Se o autor do Projeto de
Lei fosse candidato à reeleição ou a Prefeito ele teria apresentado o referido
Projeto?
12. Agora que o Deputado foi
condenado pelo crime de corrupção passiva, nós podemos chamá-lo de corrupto,
sem correr risco de ser processado?
Se a resposta for “sim”,
fica difícil não achar que tê-lo como cidadão ipuanense não seja um motivo para
a cidade se envergonhar.
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