sábado, 25 de agosto de 2012

Com o lápis na mão.

Essa história já foi publicada no blog antigo (www.orandesrocha.zip.net).
Como é uma daquelas histórias que eu não me canso de contar, nem meus 9 fiéis leitores de ler, republico-a sem alterações.

O ano era 1994.
O mês: Dezembro.
Eu fazia cursinho em Ribeirão e estava prestando vestibular em Curitiba, Paraná.
Aliás, este vestibular renderá outras boas histórias futuramente.
Numa noite, para descontrair, fomos a um rodízio de massas muito famoso na cidade.
Lá, entre massas e vinho italiano, vi que entrou no restaurante uma conhecida repórter da Globo Paranaense.
Quando ela entrou, muitos colegas na mesa identificaram-na, de reportagens do Jornal Nacional e do Fantástico.
Eu a conhecia, além da exposição televisiva, pelo fato de saber que ela era nascida aqui em Ipuã. Embora nunca a tivesse visto ao vivo.
Sem falar para os colegas sobre as origens ipuanenses da repórter, disse que eu tinha coragem suficiente para ir lá conversar com ela.
Todos riram debochadamente.
Como um caipira de Ipuã teria coragem para isso?
Levantei, me dirigi até ela e ao chegar, fui dizendo:
- Com licença, mas acho que somos da mesma cidade.
Para espanto dela, fui explicando que eu era de Ipuã etc e tal.
Ela me deu um abraço enorme nessa hora.
Não vi, mas gosto de imaginar a cara dos colegas e das colegas na mesa em que estávamos ao ver uma conhecida repórter da Globo me abraçar e conversar comigo tão animada e tão afetuosa.
Conversamos por uns 5 minutos sobre Ipuã, pessoas que ainda moravam aqui, parentes e amigos em comum, etc...
Chegou até a oferecer sua casa para eu me hospedar até conseguir alguma república, caso eu fosse aprovado no vestibular.
Ao terminar, lhe pedi um autógrafo, coisa que ela, gentilmente concedeu.
Quando estava indo de volta à mesa, ela ainda me chamou, perguntou se eu entregaria um bilhete a uns parentes dela aqui na cidade.
Eu disse que sim e ela rapidamente escreveu e eu coloquei na carteira.
Ao sentar a mesa me servi de uma taça de vinho e notei que todos na mesa (umas 13 pessoas) estavam em silêncio olhando pra mim.
Ouvi todo tipo de pergunta e comentário:
- Seu maluco, que cara de pau!
- Sobre o que conversaram?
- Como teve coragem?
- Por que aquela alegria toda?
- Que papel era aquele que ela te deu?
Limitei a responder esta última pergunta, ainda assim, com uma leve mentirinha para instigar ainda mais a inveja/ira/estupefação dos meus colegas:
- Era o telefone dela.
E pedi ao garçom para trazer outra garrafa de um bom vinho da casa...

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