Começa hoje o julgamento do maior escândalo
da história da República Brasileira: O Mensalão.
Um episódio que é, para mim, um divisor de
águas.
Quando jovem, era avesso ao Lula e ao PT. Só
adulto comecei a abrir minha mente para a possibilidade da esquerda, então
atuante, ser a opção viável para o país.
Era o partido da ética, de políticos
diferentes dos demais, políticos que criticavam o fisiologismo, a política de
juros, as alianças esdrúxulas e tudo mais o que viriam, no governo, fazer ainda
pior que os antecessores.
O argumento deixou de ser "no PT é
diferente", para "os outros também faziam".
Acreditei em Lula e no PT até o episódio do
Mensalão.
Depois disso, de todos os políticos em quem
votei e admirava, sobrou apenas Eduardo Suplicy. E nunca mais, além dele, votei nessas figuras outra vez.
Não acreditei quando Lulla disse que nada
sabia sobre o mensalão, mas achei digno ele dizer que o PT deveria pedir
desculpas à nação.
Pena que não teve, nem tem, a mesma
dignidade tempos depois, no final do mandato, dizendo que o mensalão é uma
farsa, uma espetacularização da mídia.
Agora começa o julgamento que pode provar
pra gente que aqui não é o país da impunidade, que aqui o crime não compensa,
que a justiça tarda mas não falha.
Temos a chance de ter a provar que bandido,
não importa se rico ou pobre, se famoso ou desconhecido, importante ou pé
rapado, vai pra cadeia.
Eu, que esse ano vi João Havelange expulso
do COI, Ricardo Teixeira fugir do Brasil e da CBF, posso ver Zé Dirceu preso.
Será um dos dias mais felizes da minha vida!
Penso que de todo o país.
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