O Rodeio de Barretos reproduz as
desigualdades sociais existentes em nosso país.
Uma noite no Barretão não fica menos que R$
200,00 se considerarmos despesas com transporte, estacionamento, entrada e
consumo.
Uma família média composta por pai, mãe e 2
filhos, gastaria em apenas uma noite R$ 500,00.
Quase 1 salário mínimo.
Trata-se de um gasto que nem todas as
famílias brasileiras podem arcar.
Cria-se então uma legião de excluídos do "maior
rodeio do mundo".
E mesmo entre os que podem pagar e desfrutar
da festa há desde muito tempo, outra exclusão.
Existem no Barretão festas dentro da festa.
Não basta apenas ir ao rodeio, é preciso
agora participar dos eventos existentes lá dentro.
É Camarote da empresa tal, Festa do Fulano,
Festa não sei o que,...
Nem preciso dizer que tudo isso a preços
exorbitantes. Fala-se em R$ 300,00 antecipado, R$ 1.600,00 se comprar de última
hora.
Acreditem, os shows, por serem mais do mesmo
(qualquer show em Barretos pode ser assistido a exaustão nas dezenas de rodeios
em nossa região) tendem a ficar para 2° plano. Se antes as pessoas iam para ver
a dupla A&B, hoje vão para ver A&B e ir à Festa do Fulano, ou no
Camarote da Empresa Tal.
Rodeio mesmo, boi pulando e tudo mais, já ficou
para 3° plano, ou 4°, se considerarmos que a presença nos ranchos existentes no
interior do Parque atrai muito mais o interesse das pessoas.
A exclusão se manifesta claramente quando
vejo pessoas comentar comigo que vão ao Barretão, para em seguida falar em tom
de tristeza que não vai à Festa Tal.
Se Barretos já era, para mim, um elogio ao
que Marx chamou de fetiche da mercadoria, a organização destes eventos internos
apenas corrobora e potencializa minhas convicções.
Aviso aos maus leitores: Não estou ofendendo o Rodeio nem falando que deveria ser gratuito. Assim como não demonizo os eventos sociais que lá dentro ocorrem.
Os organizadores estão no direito de cobrar o quanto quer, o público de pagar se quiser, e o Blogueiro de filosofar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário