sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Nos palanques da vida. [Há 10 anos]. (merenda escolar)

Há 10 anos atrás eu relatava um pouco da minha experiência no Depto de Educação.

O tema: Merenda escolar.

O texto não cita, mas naquela época professor podia comer nas escolas a merenda servida aos alunos (não precisavam levar marmitas) e nunca faltou 1 dia sequer, merenda nas escolas.

Bons tempos!

Segue o texto.


Nos palanques da vida.

Hoje vou mudar o foco e falar um pouco da minha experiência no Departamento de Educação.

Que também não deixa de ser um palanque da vida.

Uma das preocupações do Prefeito Itamar era com a qualidade da merenda e pediu que eu tomasse providências para que Ipuã tivesse merenda de qualidade.

Uma das primeiras iniciativas nossa nesse sentido, foi a contratação de uma Nutricionista para nos auxiliar na qualidade, de modo que fosse servida nas escolas, merenda com padrão de nossas próprias casa, e na quantidade, para que não houvesse falta nem desperdício.

A contratação de nutricionista enfrentava uma dura barreira: a resistência de diretores e professores. Isso porque, segundo muitos destes, experiências anteriores de auxílio nutricional não haviam sido como esperavam.

Mas felizmente a nutricionista contratada tinha diplomacia suficiente para mostrar que a proposta agora era outra e que seus serviços visavam dar qualidade e economia.

Nossa primeira mudança: acabar com o cardápio fixo.

Lembro que quando eu dava aula no município, alguns alunos usavam a merenda como calendário: a prova é no dia da macarronada? Não, é no dia da carne moída com batata!

E a coisa era bem assim mesmo, toda segunda feira tinha o mesmo cardápio, assim como toda terça tinha o seu e assim por diante.

Foi elaborado então um cardápio mensal rotativo, de modo que com os mesmos ingredientes adquiridos para a merenda escolar, outras opções de cardápio fossem servidas.

Um cardápio com 20 opções de pratos que não se repetiam ao longo do mês, salvo um ou outro contratempo.

E que cardápio!

Além disso, a nutricionista realizou curso para as merendeiras, instituiu o uso obrigatório de uniforme, inclusive tocas, e proibiu a entrada de pessoas nas cozinhas que não fossem as merendeiras.

Adotou um sistema de controle de estoque para evitar que produtos vencessem na prateleira, acompanhou a merenda de perto para que a qualidade fosse mantida e realizou uma triagem para saber a quantidade média que cada escola consumia, evitando assim o desperdício.

Continuamos a enfrentar resistência por parte de muitas pessoas que não aceitavam esses novos métodos, mas todo boicote era duramente reprimido por mim pessoalmente.

Conseguimos dessa maneira, imprimir na cidade um padrão de qualidade na merenda escolar, que garanto a vocês: era um dos melhores, senão o melhor, da região.

Posso afirmar que, enquanto estive à frente do Departamento de Educação, a qualidade da merenda era a mesma que da minha própria casa. Aliás, fui visita frequente nos refeitórios das escolas. Raras foram as semanas em que não almocei (sempre de surpresa) em alguma Unidade Escolar.

E olha que quem me conhece sabe o quanto eu sou enjoado com comida!

Com isso eu acompanhava de perto se o padrão de qualidade estava sendo mantido. Em todos os sentidos.

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