sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Nos Palanques da Vida. [Há 10 anos].

Há 10 anos, um texto curioso sobre bastidores de poder na série "Nos Palanques da Vida".

Curiosidade: O final do texto nessa re-publicação foi auto censurado pelo Blogueiro de acordo com a linha editorial (aqui) que o mesmo optou por seguir quando decidiu re-publicar postagens de 10 anos atrás. 


Nos Palanques da Vida.

Briga pela presidência da Câmara é um capítulo à parte dentro da história do Legislativo.
Pude acompanhar duas disputas destas enquanto fui vereador.

No primeiro biênio da minha legislatura existia uma disputa tipo guerra fria, aquela coisa de um vereador querer, mas só entrar na disputa se ver que vai vencer; pois poderia perder e se queimar com os demais companheiros.

Desde o início eu havia me comprometido que votaria no Juninho Neder, por questão partidária e também de agradecimento por ele ter me dado legenda partidária quando outros partidos me negaram.

Ele era pré candidato e disputava, com o Isaías Romualdo, quem seria o candidato à Presidência pela situação.

Por fora, o vereador Jabá tentava costurar sua candidatura, tendo me procurado uma única oportunidade, e no dia do comício da vitória.

Ele me disse, naquela ocasião:

- Se você é do PDT, certamente votará no PDT pra Presidente da Câmara?

Uma clara indireta de que ele desejava o cargo e esperava um sinal meu para pedir voto.

Respondi que não era lugar nem hora pra falar disso, que queria era festejar a eleição.

Nos meses seguintes, a eleição afunilou, ele viu que a Câmara eleita naquele ano era bem diferente daquela dos tempos em que ele era vereador e que ele deixava de ser líder para os demais; sua presença não era mais de grande influência. E para não ser "apenas vereador", foi ser Diretor de Assuntos de Governo.

Ficou então apenas o Juninho e o Isaías no páreo.

Mantive meu voto no Juninho, mesmo com as evidentes ligações familiares que tenho com a família Romualdo.

E aqui cabe um parênteses que mostra o caráter irretocável e ético do, hoje Prefeito, Itamar Romualdo: Mesmo tendo me dado uma excelente ajuda na campanha daquele ano, em nenhum momento me procurou pedindo que eu votasse no seu irmão para Presidente da Câmara. E mais, em nenhum momento se ofendeu com minha atitude.

Tá certo que depois o Isaías me puxaria o tapete, tirando de mim a Presidência da Comissão Permanente e dando-a pro João Rocha. Talvez até mesmo como vingança.

Não me ofendi, entendi que talvez tivessem receio de que um vereador inexperiente não seguraria o rojão da comissão permanente.

A base fechou com o Isaias Romualdo. Eleição justa, uma vez que ele era vereador pela 4ª vez e nunca tinha ocupado a cadeira de Presidente.

Teimou e conseguiu. Mesmo comigo dizendo que seria mais interessante para a eleição do Itamar na campanha seguinte, onde certamente haveria o embate (como houve) com o prefeito eleito Nenê Montanher.

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