sábado, 2 de novembro de 2019

Micro saia e o Zina. [Há 10 anos].

Há 10 anos, dois personagens era mote do Blog: Geisy Arruda e Zina.

10 anos depois, a primeira personagem ainda desfruta de alguma aparição midiática, fruto da possibilidade de hoje, qualquer um ter a oportunidade de desfrutar de aparição midiática via canal de youtube.

Já o segundo...

Sege o texto!


Micro saia e o Zina.
Evidente que uma micro saia numa faculdade geraria reações abismadas, quem sabe até comentários pouco lisonjeiros à garota que optou pela vestimenta.

Mas nada que se compare ao ataque de barbárie que a Uniban se transformou naquela fatídica noite.

Aquela noite ficará marcada como a noite em que a elite da Educação brasileira (universitários) voltaram aos primitivos tempos da caverna, onde tacapes na cabeça eram o bastante para arrastar a fêmea à caverna e perpetuar a espécie.

O que se viu foi uma histeria coletiva, e bastou um gatilho para desencadear tudo o que se viu.

Quem foi  primeiro? Nunca saberemos.

Mas ele provou o quanto é fácil manipular opiniões e incitar as pessoas a fazerem aquilo que uma minoria deseja, mesmo que por inércia.

Ou será que todo mundo naquela faculdade realmente pensou que a execração pública era o que a guria merecia por usar aquela roupa curta?

Se a resposta for “sim”, então de fato vivemos no período da hipocrisia, pois numa sociedade que valoriza o culto ao corpo à mostra em trajes sumários, e esse culto é diariamente explorado pela mídia na busca por audiência, não é de se esperar selvageria.

Se a resposta for “não”, então prova que as pessoas são muito mais susceptíveis à manipulações dessa natureza, e consequentemente, manipulações de outras naturezas também, como política.

E proporção evidente maior (muito maior), elegemos presidente e apoiamos ditadores.

O que prova a força da inércia da maioria se deixando levar pela minoria. E não me admira se isso virar moda e outras manifestações do gênero multiplicarem-se Brasil afora.

Assim como na me admira se a guria posar para alguma revista masculina no futuro, pois trauma a parte, ela virou celebridade e toda celebridade é alvo de revistas masculinas (lembram da fogueteira na Eliminatória de 90?).

Fenômeno semelhante aconteceu com a celebridade nissin miojo (leva apenas 5 minutos pra ficar pronto e acaba rapidinho) Zina, do programa "Pânico na TV".

O tal Zina me lembra muito um desenho dos Simpsons, onde o Bart vira celebridade apenas porque fez uma arte e disse: “Eu não fiz isso”.

A multidão se acotovelava para ver a celebridade do garoto “Eu não fiz isso”.

Bart colheu os frutos e quando achou-se em situação degradante, quis dar novo rumo à sua carreira, e numa entrevista quis ser sério.

Inútil!

O público queria apenas “Eu não fiz isso”.

Zina e seu bordão “Ronaldo”, ganhou o país da mesma maneira que os “pedala Robinho” e “dança do siri”.

Até que um belo dia ele processa a emissora por uso da imagem e danos morais (alega que virou chacota), a emissora para desfazer-se do processo, contrata-o para falar algo mais que Ronaldo, e lhe dá uma casa.

Por trás disso, a extinção de um processo de mais de 200 mil Reais.

Eis que a celebridade instantânea foi pego com cocaína, provavelmente comprada com seu justo salário.

Talvez o rapaz não tivesse condições emocionais ou psicológicas para suportar tamanha exposição, talvez nem soubesse direito o que sua vida transformou, talvez a emissora nem estivesse preocupada, afinal ele cumpria bem seu papel na audiência.

De quem é a culpa?

Quem reparará o dano que o rapaz sofreu?

Ele continua interessante para a empresa?

Não sei as respostas, mas se fosse ele, diria ao delegado que o prendeu: “Eu não fiz isso”.

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