10 anos depois, a primeira personagem ainda desfruta de alguma aparição midiática, fruto da possibilidade de hoje, qualquer um ter a oportunidade de desfrutar de aparição midiática via canal de youtube.
Já o segundo...
Sege o texto!
Micro saia e o Zina.
Evidente
que uma micro saia numa faculdade geraria reações abismadas, quem sabe
até comentários pouco lisonjeiros à garota que optou pela vestimenta.
Mas nada que se compare ao ataque de barbárie que a Uniban se transformou naquela fatídica noite.
Aquela
noite ficará marcada como a noite em que a elite da Educação brasileira
(universitários) voltaram aos primitivos tempos da caverna, onde
tacapes na cabeça eram o bastante para arrastar a fêmea à caverna e
perpetuar a espécie.
O que se viu foi uma histeria coletiva, e bastou um gatilho para desencadear tudo o que se viu.
Quem foi primeiro? Nunca saberemos.
Mas
ele provou o quanto é fácil manipular opiniões e incitar as pessoas a
fazerem aquilo que uma minoria deseja, mesmo que por inércia.
Ou
será que todo mundo naquela faculdade realmente pensou que a execração
pública era o que a guria merecia por usar aquela roupa curta?
Se
a resposta for “sim”, então de fato vivemos no período da hipocrisia,
pois numa sociedade que valoriza o culto ao corpo à mostra em trajes
sumários, e esse culto é diariamente explorado pela mídia na busca por
audiência, não é de se esperar selvageria.
Se
a resposta for “não”, então prova que as pessoas são muito mais
susceptíveis à manipulações dessa natureza, e consequentemente,
manipulações de outras naturezas também, como política.
E proporção evidente maior (muito maior), elegemos presidente e apoiamos ditadores.
O
que prova a força da inércia da maioria se deixando levar pela minoria.
E não me admira se isso virar moda e outras manifestações do gênero
multiplicarem-se Brasil afora.
Assim
como na me admira se a guria posar para alguma revista masculina no
futuro, pois trauma a parte, ela virou celebridade e toda celebridade é
alvo de revistas masculinas (lembram da fogueteira na Eliminatória de
90?).
Fenômeno
semelhante aconteceu com a celebridade nissin miojo (leva apenas 5
minutos pra ficar pronto e acaba rapidinho) Zina, do programa "Pânico na
TV".
O
tal Zina me lembra muito um desenho dos Simpsons, onde o Bart vira
celebridade apenas porque fez uma arte e disse: “Eu não fiz isso”.
A multidão se acotovelava para ver a celebridade do garoto “Eu não fiz isso”.
Bart
colheu os frutos e quando achou-se em situação degradante, quis dar
novo rumo à sua carreira, e numa entrevista quis ser sério.
Inútil!
O público queria apenas “Eu não fiz isso”.
Zina e seu bordão “Ronaldo”, ganhou o país da mesma maneira que os “pedala Robinho” e “dança do siri”.
Até
que um belo dia ele processa a emissora por uso da imagem e danos
morais (alega que virou chacota), a emissora para desfazer-se do
processo, contrata-o para falar algo mais que Ronaldo, e lhe dá uma
casa.
Por trás disso, a extinção de um processo de mais de 200 mil Reais.
Eis que a celebridade instantânea foi pego com cocaína, provavelmente comprada com seu justo salário.
Talvez
o rapaz não tivesse condições emocionais ou psicológicas para suportar
tamanha exposição, talvez nem soubesse direito o que sua vida
transformou, talvez a emissora nem estivesse preocupada, afinal ele
cumpria bem seu papel na audiência.
De quem é a culpa?
Quem reparará o dano que o rapaz sofreu?
Ele continua interessante para a empresa?
Não sei as respostas, mas se fosse ele, diria ao delegado que o prendeu: “Eu não fiz isso”.
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