quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Tenho me sentido meio Lost ultimamente.

Estava eu em casa, anos atrás, quando uma irmã me disse:
- Vai começar uma série hoje e este 1° episódio vai ter duas horas de duração e será transmitido simultaneamente em 3 canais.
Tratava-se da série Lost, fenômeno de audiência que em sua 1ª temporada hipnotizou telespectadores com uma rede de enigmas que pouco a pouco além de não serem solucionados, aumentavam na medida que as temporadas se sucediam.
Depois do impacto inicial dos 2 ou 3 primeiros anos, perdi a graça.
Assistia apenas para ver o final que teria.
Queria ver apenas o final, queria saber como é que conseguiriam sair Ilha e que Ilha era aquela.
Talvez para compensar a frustração de nunca ter visto os meninos da Caverna do Dragão voltarem para casa.
Lembro de um episódio, o último de uma das temporadas, em que o Dr Jack se encontra com outros personagens, num futuro já fora da Ilha, totalmente abandonado, em estado de miséria física e moral e lamenta:
- Não deveríamos ter deixado a Ilha.
Não acreditei no que ouvi. Como poderia lamentar algo que durante anos lhe consumiu corpo e mente em busca da sobrevivência?
Muito mal comparado, o Blogueiro sente hoje o mesmo em relação à PUC/SP.
Os anos que lá passei - 2010, 2011 e parte de 2012 - pareciam, na época, intermináveis.
O curso era excelente, colegas de classe idem, professores nem se fala; mas a distância, as intermináveis horas de viagem dentro de um ônibus, a pressão pela dissertação e defesa, tudo fazia parte de um universo de esgotamento físico e mental deste blogueiro.
Recordo que certa vez, num busão pra variar, viajava quase que sozinho, era uma tarde de agosto, o céu daquela cor avermelhada anunciando que a tarde já se escondia no horizonte, me deu um nó na garganta terrível.
O mesmo nó que tive certa vez assistindo, sozinho, ao Forrest Gump pela enésima vez. Nunca entendi porque naquele dia, e só naquele, tive esse nó assistindo ao um filme que já conhecia e nunca antes me provocara tal reação.
Mas voltemos à viagem de ônibus...
Naquele dia, tudo o que eu mais queria era que esse mestrado acabasse, que eu pegasse meu merecido título de Mestre em Educação: Currículo e seguisse com a minha vida de professor.
Eu me perguntava: Pra que fui inventar isso?
Hoje, passados tantos sufocos de mais de 2 anos de idas e vindas duas vezes semanais à Sampa, sinto muita falta.
Falta de tudo: do aperto do metrô e circular, da chuva, das leituras que achava que não daria conta de serem feitas, da espera pela aula no refeitório após almoçar, dos colegas de sala, dos embates com professores, das lições e dos fumos da orientadora, dos horários apertados, de ir a pé até o metrô pra economizar $ do táxi, dos horários mais malucos para pegar busão, e é claro, das intermináveis horas dentro de um ônibus sabendo que o que eu fazia era bom para meu futuro.
Hoje, passado e vencido tanta coisa, olho pra trás e digo: Eu não deveria ter deixado a PUC.

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