sexta-feira, 27 de julho de 2018

Eventos culturais ou oficinas culturais? Do que Ipuã precisa?

Lamentei recentemente em texto nesse espaço a ausência de um evento cultural de grande porte promovido pelo Poder Público ipuanense.

E vendo hoje toda a divulgação no Jornal EPTV primeira edição, sobre a virada cultural na vizinha São Joaquim da Barra, aumentou ainda mais meu lamento.

Mas o lamento virou reflexão.

Não faz sentido um evento cultural sem que haja, em nossa cidade, fomento à cultura.

São Joaquim da Barra apresentará uma orquestra de viola caipira, como bem mostrou a matéria, formada por alunos da cidade. Ou seja, São Joaquim pode oferecer um show desses porque têm alunos que estudam esse instrumento. 

E isso é óbvio!

Não tem sentido promover eventos culturais para que 100% da plateia seja apenas isso mesmo, apenas plateia.

Como podemos querer que em nossa cidade haja público para uma peça de teatro de aqui não oferecemos aulas de teatro?

Como ter público para música clássica se não oferecemos aula de música clássica?

E o mesmo vale para toda e qualquer manifestação artística.

Infelizmente nossa cidade precisa ainda criar as bases para então pode coroar com um mega evento, todo o trabalho feito, e não o inverso.

É como achar que construir um teatro na cidade todo mundo vai querer assistir peça ou fazer oficina de artes cênicas.

Fosse assim era fácil resolver.

Verdade é que, seja pela falta de recursos (2º menor orçamento da União), seja pela falta de visibilidade (e consequentemente, falta de voto) ou pelo público pequeno que a consome (e que a cobra, ou cobrava quando a Administração não era MDB), a Cultura como política pública tem tradicionalmente se resumido a eventos isolados em nossa cidade.

A grande mea culpa que faço a mim mesmo sobre minha passagem pelo Departamento de Educação e Cultura foi não ter investido mais, não ter batalhado mais para que houvesse fomento à cultura em nossa cidade.

Mesmo que as poucas iniciativas que promovemos em Ipuã representem o período de maior opção para a população e a única vez que realmente foi pensado alguma coisa nesse setor na cidade, admito que poderia ter sido muito maior e muito melhor.

O que falta em nossa cidade, e não é de hoje, são opções culturais para jovens preencherem seu tempo.

São as chamadas oficinas culturais, que existem em diversas modalidades: teatro, capoeira, violão, viola, música (teoria musical e instrumentos para formação de orquestra), pintura, escultura,... enfim, atender ao máximo as demandas da nossa juventude que após o horário escolar, não andam tendo muitas opções em nossa cidade.

É sempre bom pensar na cultura de base antes de investir em mega eventos ou obras gigantescas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário