domingo, 12 de maio de 2013

Nos palanques da vida.

Mãe de político só não sofre mais que mãe de árbitro de futebol.

Seja por ser frequentemente xingada, quando os políticos são pegos em atos ilícitos ou quando não fazem nada pelos cidadãos, seja pelo trabalho que o político dá a elas.

E é neste segundo caso que a minha se enquadra.

Nunca tive muito dinheiro pra fazer campanha, então sempre contei com minha família pra me ajudar.

Minha mãe gostava de acompanhar a "folia de reis" que nós candidatos fazíamos, indo de casa em casa da cidade pedir o voto dos eleitores.

Na minha primeira campanha, éramos em 22 candidatos, imagina só a fila que se formava na porta do eleitor que nos atendia.

Eu gostava de ficar entre os últimos para que pudesse dar tempo da minha mãe dar uma espiada em quem era a pessoa na casa e me trazer alguma informação.

Mesmo que fosse apenas o nome, já era o bastante para eu me diferenciar dos demais candidatos, pois ao pedir o voto já chamando a pessoa pelo nome era um belo diferencial.

Vez ou outra minha "informãente" trazia maior riqueza de dados, sobretudo quando eram pessoas que ela conhecia.

Por várias vezes ela própria me apresentou ao eleitor, quando tratav-se de algum conhecido que há tempos não via e que, separados pelo tempo, lembrava de mim apenas quando criança.

Não sei precisar quantos, mas tenho a certeza que muitos dos votos que recebi foram, certamente, angariados pela minha mãe.

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