sexta-feira, 10 de maio de 2013

A difícil arte de ser metódico.

Sou metódico. Moderado. Mas sou.

Digo sem, ou ao menos com pouca, vergonha de assumir minha "metodicisse".

Sempre digo que não é errado ou feio ter manias ou ser metódico, desde que ambos não causem aborrecimentos às pessoas que nos estão à volta.

Dentre as coisas que procuro fazer sempre igual:

- Corto o cabelo no mesmo lugar há 15 anos. Com pouca mudança no corte nesse tempo todo.

- Uso a mesma marca de tênis há 10 anos.

- Uso o mesmo perfume há 12 anos.

- Ouço os mesmos autores e músicas.

- Ainda tenho o violão (único em casa) que comprei em 1990.

- Bebo a mesma marca de cerveja desde que comecei a beber cerveja.

- Mudar de Johnnie Walker pra Jack Daniel foi algo que exigiu de mim um esforço sobrehumano. Tanto que bebo um sem abandonar o outro.

- Médico, dentista, contador, mecânico, tudo o que uso ou preciso, recorro sempre aos mesmos já pelo menos uma década.

- Até amigos, conservo rigorosamente os mesmos nesta última década.

A mudança me causa pavor.

O problema de ser metódico é que pessoas mudam de cidade, de profissão, aposentam, etc...

E como ficamos nós que, após "séculos" de ida ao mesmo médico, este aposenta sem nem ao menos nos perguntar se podia?

Esta semana mesmo fiquei sabendo que a empresa que fabrica o perfume que eu uso no dia a dia, vai sair de linha.

Abre parênteses:

Uso um perfume para o dia a dia (trabalho) e outro de passeio, que só comecei a usar após uma grande relutância e os posteriores elogios femininos.

Fecha parênteses.

Como vou fazer agora sem o bom e velho Carpe Diem?

Após mais de 10 anos juntos, agradando ao olfato feminino (sim, nós usamos perfumes para elas) ele sumariamente será expulso do jogo?

Ao saber da notícia e constatando a falta do produto no mercado, pensei em recorrer ao expediente de comprar pelo menos uns 10 ainda remanescentes em lojas da região e estocar para quando não mais estiver disponível.

O que me traria alguns inconvenientes:

01 - Elevado custo para manter a "metodicisse".

02 - O risco do prazo de validade expirar antes de usar todos.

03 - Estar adiando o inevitável.

Resta ao blogueiro, que adquiriu aquele que acredita ser o último exemplar a ser adquirido por mim do referido perfume, lamentar profundamente.

Quem sabe, ao espirrar as últimas gotas, não relembre com saudosas lembranças as boas passagens, os elogios recebidos, as conquistas,... tudo isso bebendo o mesmo whisky, ouvindo as mesmas músicas, dos mesmos cantores, conversando com os mesmos amigos, de cabelo cortado e tênis no pé.

Só falta agora a Nike falir!

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