Sou metódico. Moderado. Mas sou.
Digo sem, ou ao menos com pouca, vergonha de
assumir minha "metodicisse".
Sempre digo que não é errado ou feio ter
manias ou ser metódico, desde que ambos não causem aborrecimentos às pessoas
que nos estão à volta.
Dentre as coisas que procuro fazer sempre
igual:
- Corto o cabelo no mesmo lugar há 15 anos.
Com pouca mudança no corte nesse tempo todo.
- Uso a mesma marca de tênis há 10 anos.
- Uso o mesmo perfume há 12 anos.
- Ouço os mesmos autores e músicas.
- Ainda tenho o violão (único em casa) que
comprei em 1990.
- Bebo a mesma marca de cerveja desde que
comecei a beber cerveja.
- Mudar de Johnnie Walker pra Jack Daniel
foi algo que exigiu de mim um esforço sobrehumano. Tanto que bebo um sem abandonar
o outro.
- Médico, dentista, contador, mecânico, tudo
o que uso ou preciso, recorro sempre aos mesmos já pelo menos uma década.
- Até amigos, conservo rigorosamente os mesmos nesta
última década.
A mudança me causa pavor.
O problema de ser metódico é que pessoas
mudam de cidade, de profissão, aposentam, etc...
E como ficamos nós que, após
"séculos" de ida ao mesmo médico, este aposenta sem nem ao menos nos
perguntar se podia?
Esta semana mesmo fiquei sabendo que a
empresa que fabrica o perfume que eu uso no dia a dia, vai sair de linha.
Abre parênteses:
Uso um perfume para o dia a dia (trabalho) e
outro de passeio, que só comecei a usar após uma grande relutância e os posteriores
elogios femininos.
Fecha parênteses.
Como vou fazer agora sem o bom e velho Carpe
Diem?
Após mais de 10 anos juntos, agradando ao
olfato feminino (sim, nós usamos perfumes para elas) ele sumariamente será
expulso do jogo?
Ao saber da notícia e constatando a falta do
produto no mercado, pensei em recorrer ao expediente de comprar pelo menos uns
10 ainda remanescentes em lojas da região e estocar para quando não mais
estiver disponível.
O que me traria alguns inconvenientes:
01 - Elevado custo para manter a
"metodicisse".
02 - O risco do prazo de validade expirar
antes de usar todos.
03 - Estar adiando o inevitável.
Resta ao blogueiro, que adquiriu aquele que
acredita ser o último exemplar a ser adquirido por mim do referido perfume,
lamentar profundamente.
Quem sabe, ao espirrar as últimas gotas, não
relembre com saudosas lembranças as boas passagens, os elogios recebidos, as
conquistas,... tudo isso bebendo o mesmo whisky, ouvindo as mesmas músicas, dos
mesmos cantores, conversando com os mesmos amigos, de cabelo cortado e tênis no
pé.
Só falta agora a Nike falir!
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