quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Uma visão pessoal do sertanejo universitário - 2ª parte.

Quero dizer que a despeito de minhas considerações acerca do sub gênero Sertanejo Universitário, sou consumidor das músicas de vários artistas que, por uma razão ou outra, me chamaram a atenção.

Apreciador do estilo desde que comecei a acompanhá-lo, muita coisa que ouvi acabou ficando entre as minhas preferências, a ponto de ser uma pasta no pen drive que ouço no carro.

Frequentador de rodeios, sempre vejo nestes artistas um atrativo, e lamento, por exemplo, nunca ter assistido a um show de Jorge e Matheus.

Gosto de:

- Victor e Léo pela poesia das letras.

- Jorge e Matheus pelo estilo próprio. Letras retratando o amor de maneira diferente da usual e um ritmo também singular.

- Gusttavo Lima que surgiu na esteira dos "boys solo" e se destacou com um primeiro álbum realmente empolgante. E porque não foi "fabricado" como seu concorrente Luan Santana, criado em laboratório para chegar ao sucesso, que conseguiu às custas mais de marketing e empresário que de talento.

- Fernando e Sorocaba pela qualidade da música, que incluiu instrumentos clássicos como piano e violino na levada sertaneja pop.

- João Carreiro e Capataz pela originalidade.

E só.

Outros tantos mereceram minha atenção em músicas esporádicas que fui ouvindo e gostando.

O problema é que o gênero parece esgotar-se.

Mesmo Luan Santana, fenômeno anos atrás, padece do mal de não saber mais o que fazer. A ponto de aproveitar melodia, ritmo e temática de uma música e "compor" outra, deixando-as quase idênticas. Ou vai me dizer que "O amor coloriu" não nasceu da costela de "Te esperando", aproveitando o sucesso desta?

Jorge e Matheus para tentar sair da estagnação fizeram um álbum "elétrico", dando roupagem de axé em algumas canções para aproveitar a crescente onda de micaretas sertanejas pelo país afora.

Victor e Léo, talvez por compor músicas de menor apelo comercial, valorizando mais a estética da melodia e as letras, tenta voltar às paradas, meio sumidos desde 2009.

Gusttavo Lima abandonou qualquer vestígio de letras para se embrenhar no tchê tchê rerê tchê tchê.

Michel Teló aproveitou o sucesso "Ai se eu te pego" à exaustão, mundo afora inclusive, e agora tenta provar que merecia o título de cantor sertanejo mais caro do país.

E o que dizer de Munhoz e Mariano, que explodiram com o sucesso "Camaro Amarelo" e agora colocam tudo a perder com lixos como "Pantera cor de rosa" e mais recentemente saída do forno, "Varinha mágica" uma "música" em que eles fazem participação especial para a dupla Pedro Henrique e Fernando.

Aliás, o que tem de artista grande fazendo ponta em DVDs de artistas menores é brincadeira. Chego a desconfiar que os primeiros estejam empresariando os segundos ou pelo menos recebendo bons jabás para fazer uma ponta.

Aliás2: como é fácil hoje qualquer artistazinho que já surge com um DVD na praça.

Costumo dizer que Dorival Caymmi morreu sem saber o que era gravar um DVD e hoje qualquer Marcos e Belutti da vida consegue com facilidade gravar um.

Ao que parece o gênero esgotou e tantos os artistas consagrados, como os que nasceram na esteira de seu sucesso, não conseguem ir além. Ficam fazendo "mais do mesmo" sem no entanto conseguir a mesma qualidade que outrora este gênero presenciou.

É como se a mina de ouro estivesse no fim e antigos e novos garimpeiros escavassem desesperadamente à procura de alguma pedra, sem perceber que o que estão fazendo é espalhar lama pelo garimpo.

Não sei se a metáfora foi boa, mas que o sertanejo universitário necessita urgentemente de se repensar enquanto gênero, isso precisa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário