Quero dizer que
a despeito de minhas considerações acerca do sub gênero Sertanejo
Universitário, sou consumidor das músicas de vários artistas que, por uma razão
ou outra, me chamaram a atenção.
Apreciador do
estilo desde que comecei a acompanhá-lo, muita coisa que ouvi acabou ficando
entre as minhas preferências, a ponto de ser uma pasta no pen drive que ouço no
carro.
Frequentador de
rodeios, sempre vejo nestes artistas um atrativo, e lamento, por exemplo, nunca
ter assistido a um show de Jorge e Matheus.
Gosto de:
- Victor e Léo
pela poesia das letras.
- Jorge e
Matheus pelo estilo próprio. Letras retratando o amor de maneira diferente da
usual e um ritmo também singular.
- Gusttavo Lima
que surgiu na esteira dos "boys solo" e se destacou com um primeiro
álbum realmente empolgante. E porque não foi "fabricado" como seu
concorrente Luan Santana, criado em laboratório para chegar ao sucesso, que
conseguiu às custas mais de marketing e empresário que de talento.
- Fernando e
Sorocaba pela qualidade da música, que incluiu instrumentos clássicos como
piano e violino na levada sertaneja pop.
- João Carreiro
e Capataz pela originalidade.
E só.
Outros tantos
mereceram minha atenção em músicas esporádicas que fui ouvindo e gostando.
O problema é que
o gênero parece esgotar-se.
Mesmo Luan
Santana, fenômeno anos atrás, padece do mal de não saber mais o que fazer. A
ponto de aproveitar melodia, ritmo e temática de uma música e
"compor" outra, deixando-as quase idênticas. Ou vai me dizer que
"O amor coloriu" não nasceu da costela de "Te esperando",
aproveitando o sucesso desta?
Jorge e Matheus
para tentar sair da estagnação fizeram um álbum "elétrico", dando
roupagem de axé em algumas canções para aproveitar a crescente onda de
micaretas sertanejas pelo país afora.
Victor e Léo,
talvez por compor músicas de menor apelo comercial, valorizando mais a estética
da melodia e as letras, tenta voltar às paradas, meio sumidos desde 2009.
Gusttavo Lima
abandonou qualquer vestígio de letras para se embrenhar no tchê tchê rerê tchê
tchê.
Michel Teló
aproveitou o sucesso "Ai se eu te pego" à exaustão, mundo afora
inclusive, e agora tenta provar que merecia o título de cantor sertanejo mais
caro do país.
E o que dizer de
Munhoz e Mariano, que explodiram com o sucesso "Camaro
Amarelo" e agora colocam tudo a perder com lixos como "Pantera cor de
rosa" e mais recentemente saída do forno, "Varinha mágica" uma
"música" em que eles fazem participação especial para a dupla Pedro
Henrique e Fernando.
Aliás, o que tem
de artista grande fazendo ponta em DVDs de artistas menores é brincadeira.
Chego a desconfiar que os primeiros estejam empresariando os segundos ou pelo
menos recebendo bons jabás para fazer uma ponta.
Aliás2: como é
fácil hoje qualquer artistazinho que já surge com um DVD na praça.
Costumo dizer
que Dorival Caymmi morreu sem saber o que era gravar um DVD e hoje qualquer
Marcos e Belutti da vida consegue com facilidade gravar um.
Ao que parece o
gênero esgotou e tantos os artistas consagrados, como os que nasceram na
esteira de seu sucesso, não conseguem ir além. Ficam fazendo "mais do
mesmo" sem no entanto conseguir a mesma qualidade que outrora este gênero
presenciou.
É como se a mina
de ouro estivesse no fim e antigos e novos garimpeiros escavassem
desesperadamente à procura de alguma pedra, sem perceber que o que estão
fazendo é espalhar lama pelo garimpo.
Não sei se a
metáfora foi boa, mas que o sertanejo universitário necessita urgentemente de
se repensar enquanto gênero, isso precisa.
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