segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Procure esquecer.

Que me desculpe o Rei Roberto I, de quem sou súdito fiel.

Mas sua entrevista no fantástico deveria entrar no livro que você insiste em impedir que seja publicado.

Em meio a celeuma envolvendo grandes nomes do panteão da nossa MPB, a Rede Globo tratou de fazer uma entrevista chapa branca disfarçada de independente com sua principal estrela dos finais de ano da emissora.

Entrevista chapa branca pelo seguinte: não apenas seu livro, mas qualquer outro livro que mencione seu nome, ainda que fale sobre a jovem guarda, tem sido cuidadosamente censurado pelo Rei.

Ora bolas, como falar sobre a Jovem Guarda sem citar Roberto Carlos? Para se ter ideia do tamanho desserviço que ele presta em nossa história com tal atitude.

E pior é ver Chico Buarque e Caetano Veloso seguindo pela mesma seara, associando ao grupo "Procure saber" que entre outras coisas, pede a permissão prévia do biografado para publicação da biografia.

Algo parecido com o que Chico Buarque viveu nos anos 60/70 quando suas letras tinham de ser lidas e autorizadas pela censura antes de gravadas.

Se por um lado os artistas têm razão quando dizem que uma mentira publicada numa biografia ganharia tamanha proporção que chegaria a se tornar verdade, por outro penso então que a classe artística como um todo deveria pedir ao Congresso maior celeridade nas questões judiciais, pedir uma coisa mais ampla: Justiça eficiente e implacável nos casos de calúnias.

Mas o que dizer de profissionais como Ruy Castro, Nelson Motta e Fernando Moraes? Para mim os melhores biógrafos deste país. Deverão, por precaução e zelo, serem eles também impedidos de publicar obras?

Então por causa de meia dúzia de pseudo escritores irresponsáveis, pune-se a todos? Melhor seria punir apenas a meia dúzia, com cadeia se fosse o caso.

Outro ponto que comecei a pensar nestes dias é na cortina de fumaça a que estes artistas estão se prestando, talvez sem saber mas estão servindo de "boi de piranha" para muitos políticos cuja lei seria útil.

A autorização prévia do biografado para a publicação da biografia serviria a grandes personalidades, como o Ex Presidente Lula, que jamais aprovaria uma biografia sua citando o capítulo Rose Noronha por exemplo.

Este é apenas um dos muitos exemplos que podemos citar do quanto esta lei pode beneficiar a classe política muito mais que a classe artística.

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