domingo, 4 de agosto de 2013

Nos palanques da vida.

Eu era um vereador em começo de mandato, ainda aprendendo sobre política.

O ano era 2001. O mês, julho.

Num fim de tarde de muito frio, recebi um telefonema do então vice Prefeito para uma conversa em sua casa.

Dada a grande proximidade que sempre tive com ele, fui.

Chegando lá, encontrei-o chateado pôs-se a reclamar comigo sobre coisas que para ele estavam erradas na administração de nossa cidade.

Entre as lamúrias, muitas críticas ao Prefeito. Críticas pesadas.

Disse que romperia, pois não fora para isso que ele "deu a cara a tapa na campanha".

Perguntou-me qual era a minha posição dentro da Câmara, no que lhe respondi que era a mesma do primeiro dia de mandato: independente.

Da base aliada sim, mas com a minha independência para votar como quisesse, sem orientação governista ou fisiologismo.

Confesso que saí de lá preocupado, um racha naquele limiar de governo seria catastrófico, mas algumas das pesadas críticas faziam sentido.

Procurei um cacique governista, que entre sorrisos me disse: "Não compre essa briga, você vai acabar com cara te tacho".

Questionei seu vaticínio e ouvi: "O que ele fala não se escreve, logo logo tá elogiando de novo".

Conselho ouvido, conselho seguido, fiquei na minha esperando pra ver o que aconteceria.

Veio o mês de agosto e com ele um convite para o vice prefeito ocupar a Presidência da Expuã daquele ano.

Nunca mais ouvi críticas dele sobre a administração até porque estas nunca mais foram feitas.

Ou se foram feitas não tomei conhecimento, pois nunca mais nos falamos depois disso.

Pelo menos não sobre política municipal.

Muito em razão da minha parte, que nunca mais tive o menor interesse em fazê-lo.

Havia compreendido muita coisa da nossa política doméstica com o fato acontecido.

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