sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Mais fácil que melhorar, é trocar de nome.

É comum no Brasil quando uma ideia não dá certo ou mesmo quando fracassa na sua intenção, o nome virar um estigma, algo pejorativo e por isso, mudado.

No meu tempo de criança, o grande sarro era falar que alguém havia formado pelo IUB (Instituto Universal Brasileiro), insinuando que o diploma havia sido conseguido por correspondência, que era a forma como este instituto trabalhava.

Não tenho conhecimento para julgar a qualidade do IUB, pois nunca tive acesso a sua proposta curricular, mas hoje, vendo a proliferação de cursos na modalidade de Educação à distância, relembro do preconceito que tínhamos com o pai (avô?) dos cursos à distância.

Não sei se ainda existe, mas se quiser sobreviver, ao IUB seria bom trocar de nome, como fizeram os exemplos abaixo.

De Mobral para EJA.

Nos meus tempos de criança (está ficando chata essa frase), os adultos que não tiveram acesso aos estudos na idade apropriada e o queriam fazer no presente, matriculavam-se no Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), criado durante o regime militar brasileiro, mais precisamente no ano de 1967.

Décadas mais tarde foi extinto. Seja pelo anacronismo de sua proposta (voltada aos valores de um regime de exceção), seja pelas cores negativas que o nome trazia.

Virou até ofensa. Chamar alguém de "mobral" significava dizer que a pessoa era burra, atrasada, ignorante.

Evidente que a proposta do EJA é diferente, mas o intuito é o mesmo. E com a vantagem de não haver mais o tom pejorativo.

Pelo menos por enquanto.

De FEBEM para Fundação Casa.

O nome antigo, apesar de uma ótima proposta na sua sigla (Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor), sempre foi associado como sinônimo de bandidagem, desorganização, maus tratos.

Quando ouvimos o nome Febem, imediatamente associamos a coisas ruins, não a uma instituição que visa orientar menores infratores.

Por isso, ao invés de mudarem o sistema, mudaram a nomenclatura.

Agora chama-se Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo do Adolescente).

E dentro da própria instituição, outras coisas mudaram de nome:

- Cela é chamada de quarto (apesar de ainda haver grades).
- Menor infrator, delinquente etc... agora são chamados de adolescentes em conflito com a lei.

De João Paulo Cunha para João Paulo.

Após a sequência de denúncias que envolveram este famoso deputado, ilustre cidadão ipuanense, sobretudo o caso do mensalão em 2005, eis que na eleição de 2006 ele passou a ser chamado apenas de João Paulo.

Certamente tendo em mãos pesquisas, pesquisas qualitativas apontando grande rejeição ao nome que figurava nas páginas dos principais jornais e revistas do país e que a simples omissão do sobrenome ajudaria a amenizar os efeitos causados pelas denúncias.

De Malutrom para J. Malucelli para SC Corinthians Paranaense para J. Malucelli.

É um clube de futebol da cidade de Curitiba, fundado em 1994 e que nestes menos de 20 anos, já mudou de nome 3 vezes.

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