É comum no Brasil quando uma ideia não dá
certo ou mesmo quando fracassa na sua intenção, o nome virar um estigma, algo
pejorativo e por isso, mudado.
No meu tempo de criança, o grande sarro era
falar que alguém havia formado pelo IUB (Instituto Universal Brasileiro),
insinuando que o diploma havia sido conseguido por correspondência, que era a
forma como este instituto trabalhava.
Não tenho conhecimento para julgar a
qualidade do IUB, pois nunca tive acesso a sua proposta curricular, mas hoje,
vendo a proliferação de cursos na modalidade de Educação à distância, relembro
do preconceito que tínhamos com o pai (avô?) dos cursos à distância.
Não sei se ainda existe, mas se quiser
sobreviver, ao IUB seria bom trocar de nome, como fizeram os exemplos abaixo.
De Mobral para EJA.
Nos meus tempos de criança (está ficando
chata essa frase), os adultos que não tiveram acesso aos estudos na idade
apropriada e o queriam fazer no presente, matriculavam-se no Movimento
Brasileiro de Alfabetização (Mobral), criado durante o regime militar
brasileiro, mais precisamente no ano de 1967.
Décadas mais tarde foi extinto. Seja pelo
anacronismo de sua proposta (voltada aos valores de um regime de exceção), seja
pelas cores negativas que o nome trazia.
Virou até ofensa. Chamar alguém de
"mobral" significava dizer que a pessoa era burra, atrasada,
ignorante.
Evidente que a proposta do EJA é diferente,
mas o intuito é o mesmo. E com a vantagem de não haver mais o tom pejorativo.
Pelo menos por enquanto.
De FEBEM para Fundação Casa.
O nome antigo, apesar de uma ótima proposta
na sua sigla (Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor), sempre foi
associado como sinônimo de bandidagem, desorganização, maus tratos.
Quando ouvimos o nome Febem, imediatamente
associamos a coisas ruins, não a uma instituição que visa orientar menores
infratores.
Por isso, ao invés de mudarem o sistema,
mudaram a nomenclatura.
Agora chama-se Fundação Casa (Centro de
Atendimento Socioeducativo do Adolescente).
E dentro da própria instituição, outras
coisas mudaram de nome:
- Cela é chamada de quarto (apesar de ainda
haver grades).
- Menor infrator, delinquente etc... agora
são chamados de adolescentes em conflito com a lei.
De João Paulo Cunha para João Paulo.
Após a sequência de denúncias que envolveram
este famoso deputado, ilustre cidadão ipuanense, sobretudo o caso do mensalão
em 2005, eis que na eleição de 2006 ele passou a ser chamado apenas de João
Paulo.
Certamente tendo em mãos pesquisas,
pesquisas qualitativas apontando grande rejeição ao nome que figurava nas
páginas dos principais jornais e revistas do país e que a simples omissão do
sobrenome ajudaria a amenizar os efeitos causados pelas denúncias.
De Malutrom para J. Malucelli para SC Corinthians Paranaense para J. Malucelli.
É um clube de futebol da cidade de Curitiba, fundado em 1994 e que nestes menos de 20 anos, já mudou de nome 3 vezes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário