Ocorreu que um aluno, em meio à algazarra,
que utilizava o transporte coletivo urbano que o levava de seu bairro à escola
estadual onde cursava o 1° ano do ensino médio, estragou um banco do ônibus.
Deu-se que ele, utilizando um canivete, fez
um rasgo em um dos assentos.
Era ônibus tipo circular, semi novo e em
ótimo estado de conservação. Adquirido naquele ano justamente para realizar o
transporte de alunos do Bairro à única escola estadual da cidade.
Identificado o aluno, veio a punição: pagar
pelo estrago.
Providenciamos o reparo e a conta seria
entregue aos pais do aluno.
Enquanto esperava pelo reparo e o
consequente pagamento, a mãe do referido aluno me procurou em minha sala levando-o
consigo.
Ela chorou bastante, disse que o filho não
era dado a estas coisas, que o canivete nem era dele, que se fosse dele
"ela o matava", e que estava muito envergonhada pelo ocorrido.
Suas palavras pareceram sinceras, e que de
fato o garoto não era mesmo do tipo que depreda as coisas, e que certamente
fora levado pela situação promovida pelos "amigos" que na 1ª semana
de aula em outra escola abusam da falsa sensação de liberdade e querem chamar a
atenção.
A mãe, muito humilde, reclamou ainda que o
pagamento, algo em torno de R$ 60,00, pesaria no orçamento doméstico.
Confesso que sensibilizei com a narrativa
daquela mãe.
Mas meu cargo incluía tomada de decisões a
todo instante e naquele momento não havia outra coisa a se fazer.
Argumentei que o sofrimento dela serviria de
lição para ele, que vendo-a sofrer física e financeiramente não faria nunca
mais outro ato semelhante de depredação de patrimônio público.
E o dinheiro gasto no reparo do que ele
estragou, que repusesse negando algo que o garoto quisesse, explicando-lhe que
não daria em razão de ter usado dinheiro para consertar o erro dele.
A mãe entendeu meus argumentos, disse que
faria dessa maneira e que o filho tinha aprendido uma lição.
Naquele ônibus nunca mais ouvi notícias de
depredação.
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