segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Mudando a história e encerrando a peça.

Começaram os ensaios para mais uma encenação da Paixão de Cristo em nossa cidade.

Vários amigos meus participam da montagem da peça, seja atuando, seja na operação técnica, etc...

Recordo que em uma das primeiras apresentações fui convidado pelos organizadores a participar da encenação.

Não me recordo o motivo que dei para não participar. Nem o motivo oficial (falta de tempo para dedicar em virtude do mestrado na época) nem o oficioso (timidez).

Mas a verdade é que fora alguns pitacos que dou quando corto cabelo no Joacir (Jesus na peça), nada mais contribuí para o espetáculo.

E foi entre uma tesourada e outra que comentei com ele sobre o fato de como uma história cujo enredo todos nós conhecemos consegue encantar expectadores todos os anos que, em suma, assistem à mesma história desde sempre. Seja no cinema, na TV ou, na história recente desta cidade, ao vivo.

Comentei esta constatação com alguns amigos uma vez em meio a uma ou outra cerveja e nos permitimos rir, sem nenhuma maldade que nos leve a ser chamados de hereges, da seguinte situação hipotética:

Imaginamos uma encenação onde o papel de Pilatos ficasse a cargo de algum ator amador que, para disfarçar a timidez, bebesse umas e outras antes de entrar em cena. E então, na hora de condenar Jesus e soltar Barrabás, diria já embriagado:

- Pensando bem, este homem [Jesus] é inocente. Prendam Barrabás e soltem este homem. Vá em paz filho, seguir teu caminho...

Um ator embriagado mudaria o rumo da história. E encerraria a peça.

Comentei tal devaneio com o próprio Joacir certa vez, ele riu e sempre que corto o cabelo, ele brinca comigo dizendo que neste ano vai mesmo acontecer e a história vai tomar outro rumo.

Claro que não vai acontecer, mas que sempre alguma boa novidade pode surgir para ajudar a contar essa história tão contada e recontada e ainda tão assistida.

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