sábado, 9 de fevereiro de 2013

De outros carnavais - Parte 02

Contei ontem sobre o fiasco que foi um baile organizado no Country Club, mas nem só de fiascos viveu o clube.

Aliás, os fiascos em carnavais lá são a exceção, não a regra.

Como não recordar dos carnavais da minha infância quando ia, acompanhando meus pais, aos bailes de carnaval. Ainda era criança e preferia os bailes às matinês.

O primeiro que eu recordo, data do ano de 1988.

Morávamos ao lado do correio e os preparativos para o carnaval ocupavam o final da tarde e começo da noite toda.

Eram outros tempos, de maior segurança e mais confiança nas pessoas, como alguns dos fatos a seguir me levam, hoje, a crer:

Meu pai, junto com seus amigos, compravam garrafas de vodca para levar no baile. Penso que o objetivo do baile no Country Club não deveria ser arrecadar dinheiro, afinal permiti aos foliões a entrada com bebida.

Garrafas de vodca que ficavam nas mesas enquanto o pessoal pulava carnaval.

Não me recordo de uma única confusão, tampouco que as garrafas tenham sido usadas como armas por foliões mais alterados.

E já que levavam a vodca, levavam também açúcar e limão para se fazer uma caipirosca. Mais farofeiro que isso, impossível.

A curiosidade fica por conta do seguinte: meu pai, como sempre usava canivete na cintura, levava o canivete no baile para cortar os limões.

Você consegue imaginar esta cena hoje? Por mais que saiba que trata-se de uma pessoa de bem, etc e tal, mas já imaginou se permitir que alguém entre em um baile com um canivete na cintura?

Mas como disse, eram outros tempos. Tempos em que a confiança era retribuída com respeito por parte das pessoas.

Não me recordo de uma única confusão nestes bailes. Aliás, o que recordo mesmo é da alegria com que todo mundo curtia a festa.

A noite acabava sempre na casa de alguém (cada dia na casa de um) com a famosa canja pra curar a bebedeira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário