Um belo dia ele sai de casa, "acompanhado" por oficiais da Ditadura para uma "reunião" no DOI CODI.
E nunca mais você o vê novamente.
Você, e sua família, sequer podem velar sua eventual morte, porque sem corpo não há morto e o corpo não foi encontrado nos dias, meses, anos, décadas que se seguiram.
Na versão oficial, ele fugiu.
Na oficiosa, foi torturado e morto nos porões da Ditadura Militar.
Só agora, em 2013, alguns documentos vieram a comprovar que, de fato, foi torturado e morto. Mas nada do corpo.
À família, um sopro de justiça ainda que tardia; porém nada que apaga o desejo de saber que fim levou o patriarca.
À história deste país, um desfecho de um dos capítulos mais vergonhosos dentro da vergonha que foi a Ditadura Militar.
Quantos arquivos não foram queimados? Quantas pessoas não morreram guardando segredos? Quantos arquivos vivos não foram queimados?
Lamento ouvir, em pleno séc XXI, pessoas pedindo a volta do Regime.
Tenho medo que o senso comum, manipulável e apático, comece a, de fato, clamar por isso.
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