Ou eu não entendo mais de marketing político, ou a política mudou muito desde o tempo em que eu ajudava coordenação de campanhas eleitorais (e nem faz tanto tempo assim).
No tempo em que militava nessa área (fazendo cursos, participando de
simpósios e lendo muito sobre o assunto), as campanhas seguiam um script
bem definido, consagrado por décadas de eleições e, até agora, bem sucedido pelos que o utilizaram.
Segue abaixo algumas considerações que se servem apenas para a realidade da
nossa cidade.
A fase inicial de uma campanha deve ser dedicada ao lançamento da
candidatura.
Na semana subsequente à convenção, os candidatos devem divulgar o evento.
Geralmente, lançando um jornal apresentando-se a população, mostrando fotos
da convenção, trechos dos discursos de lançamento da campanha, políticos e
lideranças que o apóia.
Acredito que isso ajudaria em muito nessa eleição, afinal temos 2 ilustres
desconhecidos do grande eleitorado como candidatos a Prefeito.
Deve, nesse jornal, apresentar o vice e as razões pelo qual ele fora
escolhido, bem como seu histórico. Apresentar também a chapa de vereadores e o
quanto é importante os eleitores escolherem um destes, afinal serão eles quem
vão ajudar na administração dando suporte no Legislativo.
O jornal deve ainda: Mostrar o logo da campanha, divulgar o slogan, a letra
do jingle e alguma mensagem que indique compromisso.
Nada de propostas de governo ainda, pois esta é na segunda fase, que começa
com o horário eleitoral.
Após a divulgação da candidatura e ainda dentro da primeira fase, vem o
"ataque aéreo": carro de som (marcando o jingle da campanha), adesivaços,
ploters, car door, santinhos, cartazes, ...
Concomitante a tais ações, o candidato deve fazer visitas a lideranças da
cidade e eleitores chave, promover pequenas reuniões em bairros ou com setores
da sociedade.
Ontem e hoje pude presenciar a mobilização dos candidatos promovendo
passeatas (já que carreata ficou proibida de comum acordo entre os dois
candidatos e a justiça eleitoral, conforme documento divulgado pelo Jornal A
Voz Ipuanense deste mês) e os chamados arrastões.
Acho meio precipitadas tais atitudes. Entendo que passeata e arrastão, assim
como os comícios, devam ser estratégias usadas na reta final da campanha.
Como pode organizar uma passeata ou arrastão sendo que o jingle dos
candidatos ainda nem foi apreendido pelos eleitores?
Ao que parece, no afã de conquistar território, acreditando que eleição se
define no começo, e principalmente, incitados pelos operadores de campanha
ávidos em por o bloco na rua, nossos candidatos esquecem-se que são 90 minutos
de partida, e ainda estão naqueles minutos iniciais que sempre deixa o jogador
com frio na barriga (sem nenhuma apologia) em dia de jogo importante.
PS: Gostei de ser analista de campanha eleitoral, quem sabe não o faço mais vezes ao longo da campanha.
PS2: Já pensaram se houvesse uma "mesa redonda" sobre o assunto nas rádios?
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