sábado, 28 de julho de 2012

Pelo pouco que entendo...

Ou eu não entendo mais de marketing político, ou a política mudou muito desde o tempo em que eu ajudava coordenação de campanhas eleitorais (e nem faz tanto tempo assim).
No tempo em que militava nessa área (fazendo cursos, participando de simpósios e lendo muito sobre o assunto), as campanhas seguiam um script bem definido, consagrado por décadas de eleições e, até agora, bem sucedido pelos que o utilizaram.
Segue abaixo algumas considerações que se servem apenas para a realidade da nossa cidade.

A fase inicial de uma campanha deve ser dedicada ao lançamento da candidatura.
Na semana subsequente à convenção, os candidatos devem divulgar o evento.
Geralmente, lançando um jornal apresentando-se a população, mostrando fotos da convenção, trechos dos discursos de lançamento da campanha, políticos e lideranças que o apóia.
Acredito que isso ajudaria em muito nessa eleição, afinal temos 2 ilustres desconhecidos do grande eleitorado como candidatos a Prefeito.
Deve, nesse jornal, apresentar o vice e as razões pelo qual ele fora escolhido, bem como seu histórico. Apresentar também a chapa de vereadores e o quanto é importante os eleitores escolherem um destes, afinal serão eles quem vão ajudar na administração dando suporte no Legislativo.
O jornal deve ainda: Mostrar o logo da campanha, divulgar o slogan, a letra do jingle e alguma mensagem que indique compromisso.
Nada de propostas de governo ainda, pois esta é na segunda fase, que começa com o horário eleitoral.
Após a divulgação da candidatura e ainda dentro da primeira fase, vem o "ataque aéreo": carro de som (marcando o jingle da campanha), adesivaços, ploters, car door, santinhos, cartazes, ...
Concomitante a tais ações, o candidato deve fazer visitas a lideranças da cidade e eleitores chave, promover pequenas reuniões em bairros ou com setores da sociedade.

Ontem e hoje pude presenciar a mobilização dos candidatos promovendo passeatas (já que carreata ficou proibida de comum acordo entre os dois candidatos e a justiça eleitoral, conforme documento divulgado pelo Jornal A Voz Ipuanense deste mês) e os chamados arrastões.
Acho meio precipitadas tais atitudes. Entendo que passeata e arrastão, assim como os comícios, devam ser estratégias usadas na reta final da campanha.
Como pode organizar uma passeata ou arrastão sendo que o jingle dos candidatos ainda nem foi apreendido pelos eleitores?
Ao que parece, no afã de conquistar território, acreditando que eleição se define no começo, e principalmente, incitados pelos operadores de campanha ávidos em por o bloco na rua, nossos candidatos esquecem-se que são 90 minutos de partida, e ainda estão naqueles minutos iniciais que sempre deixa o jogador com frio na barriga (sem nenhuma apologia) em dia de jogo importante.

PS: Gostei de ser analista de campanha eleitoral, quem sabe não o faço mais vezes ao longo da campanha.
PS2: Já pensaram se houvesse uma "mesa redonda" sobre o assunto nas rádios?

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