domingo, 8 de julho de 2012

Novas palavras para velhas coisas.

Há algum tempo tenho me dedicado a analisar as diferenças socioculturais e linguísticas entre Ipuã e outras cidades.
Comecei a perceber que cada cidade, mesmo vizinhas, são separadas por um oceano de especificidades que muitas vezes tornam, cada uma dela, realmente únicas.
Tudo começou com observações na minha infância sobre "juju".
Se você for ipuanense, saberá muito bem o que é juju; se não for, saberá o que é após eu explicar e então irá falar que, na sua cidade, essa guloseima se chama ????.
No lugar do ????, pode ser qualquer um dos 600 nomes existentes para denominar o suco de pozinho (aqueles tipo Ki-Suko) que colocado dentro de saquinhos, são levados ao freezer para, após congelar, serem chupados através do buraquinho feito com os dentes em um dos cantos da outra ponta do saquinho, já que a outra ponta, a aberta, é fechada com um nó.
Sacou o que é Juju?
Então vai lá, confira outros nomes e algumas regiões:
Ituverava: Chup Chup.
São Paulo: Gelinho.
Praia: Raspadinha.
Ribeirão Preto: Sacolé.
Fortaleza: Flau, Chopinho, Din Din.
Moçambique: Gelo Doce.
União dos Palmares/AL: Peito de Véia.
Fora outros nomes comuns do tipo: Geladinho, Sukinho, Flauzinho, Chupa Chupa, ...
Mas aula mesmo de variações linguísticas e particularidades regionais, eu tive em São Paulo, onde após 2 anos de contatos semanais com pessoas da capital, na capital, descobri que:
Errorex é Branquinho.
 T (aquele de ligar 3 tomadas) é Benjamim.
Alpendre é Varanda.
Café é Vanila.
E finalizando...
Desde que eu jogo bola, e lá se vão muitos anos, sempre que o tempo do jogo acaba, como não existem árbitros na várzea para dar os tradicionais acréscimos, os jogadores do time de fora gritam a frase "último fora", para indicar que assim que a bola sair, o jogo encerrará.
Na vizinha Guaíra/SP, a expressão usada é "Saiu cabô" (Saiu acabou).
Para ver como não são as distâncias geográficas que determinam as diferenças socioculturais.

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