sexta-feira, 20 de julho de 2012

Caminhos da Educação: Política Pública.

Longe de querer chegar a uma conclusão, por se tratar, a Educação, de um tema complexo e portanto passível de mudanças deixo nesse último capítulo da minissérie “Caminhos da Educação” uma reflexão sobre o que eu acredito ser a questão essencial a ser discutida nessas eleições.
Entendo que a Educação deva ser objeto de uma política pública e não política governamental.
E qual seria a diferença entre elas?
Política governamental é aquela que estamos acostumados a ver, trata-se do mero cumprimento das promessas expressas num plano de governo apresento a nós durante a eleição e elaborado baseado única e exclusivamente na vontade do candidato a Prefeito, no máximo com a participação de 3 ou 4 asseclas, que incluem no plano algo que vá beneficiar pessoas de seu nicho eleitoral. Ou então nascidas em reuniõezinhas eleitoreiras.
Política Pública é um “norte” apontado por uma administração já devidamente constituída onde estabelece-se metas e objetivos a serem atingidos no mínimo nos próximos 10 anos.
São elaboradas metas a partir de reuniões envolvendo todos os setores políticos (oposição e situação), representantes classistas, diretores, professores, pais de alunos, comunidade escolar,...
Faz-se necessária uma avaliação diagnóstica para conhecer a realidade de cada escola e então, estipular metas, objetivos, estratégias e principalmente, o valor a ser destinado para a sua realização.
Dessa forma, os futuros prefeitos eleitos não terão como mudar as diretrizes ao seu bel prazer.
O clássico exemplo que cito são as apostilas.
Como pode algo tão importante como o material didático usado pelos alunos e professores ser um mero objeto da vontade do governante?
E a cada eleição, novas promessas de que irá trocar (ou manter) material “x” pelo ”y”, valendo-se da grife de determinadas marcas de apostila com claro objetivo eleitoreiro.
Fosse fruto de uma política pública bem elaborada, os próximos candidatos a Prefeito por pelo menos 4 eleições saberiam exatamente qual o material que eles iriam ter de comprar, não porque ele quer, mas porque essa foi a vontade nascida fruto de discussão sobre o tema.
E muitos outros temas poderiam ser contemplados nas reuniões para a elaboração dessa política pública:
- Utilização da avaliação como instrumento de promoção da qualidade educacional.
- Plano de carreira prevendo uma justa e realizável evolução.
- Os critérios a serem usados para a distribuição do Bônus, sobretudo na sua frequência (bimestral, semestral, anual).
- Mudanças na escolha de Diretores, Vices e Coordenadores.
- Política clara de capacitação de professores e gestores.
- Definir uma política salarial que permita continuar a recuperar os saládios dos docentes.
E mais uma infinidade de temas que certamente cada professor que ler esse texto irá contribuir.
Trata-se de uma ideia que só vingará se todos os envolvidos firmarem um compromisso para fazer dar certo, livre de rancores promovidos pela diferença política (o que vivenciei, e consegui competentemente contornar, quando Diretor do Depto. de Educação), livres de conceitos pré estabelecidos, etc...
Numa metáfora futebolística: Precisamos ter um time jogando bem, e que não dependa do técnico, pois sabemos que nosso técnico muda a cada 4 anos.
E quem sabe a partir dos bons resultados dessa iniciativa, nossos futuros governantes não busquem estendê-la para as demais áreas, promovendo políticas públicas para saúde, esporte, cultura,...
Pois é apenas isso que eu, por enquanto, tenho a dizer sobre o assunto.

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