Longe
de querer chegar a uma conclusão, por se tratar, a Educação, de um tema
complexo e portanto passível de mudanças deixo nesse último capítulo da
minissérie “Caminhos da Educação” uma reflexão sobre o que eu acredito ser a
questão essencial a ser discutida nessas eleições.
Entendo
que a Educação deva ser objeto de uma política pública e não política
governamental.
E
qual seria a diferença entre elas?
Política
governamental é aquela que estamos acostumados a ver, trata-se do mero
cumprimento das promessas expressas num plano de governo apresento a nós
durante a eleição e elaborado baseado única e exclusivamente na vontade do
candidato a Prefeito, no máximo com a participação de 3 ou 4 asseclas, que
incluem no plano algo que vá beneficiar pessoas de seu nicho eleitoral. Ou
então nascidas em reuniõezinhas eleitoreiras.
Política
Pública é um “norte” apontado por uma administração já devidamente constituída
onde estabelece-se metas e objetivos a serem atingidos no mínimo nos próximos
10 anos.
São
elaboradas metas a partir de reuniões envolvendo todos os setores políticos
(oposição e situação), representantes classistas, diretores, professores, pais
de alunos, comunidade escolar,...
Faz-se
necessária uma avaliação diagnóstica para conhecer a realidade de cada escola e
então, estipular metas, objetivos, estratégias e principalmente, o valor a ser
destinado para a sua realização.
Dessa
forma, os futuros prefeitos eleitos não terão como mudar as diretrizes ao seu
bel prazer.
O
clássico exemplo que cito são as apostilas.
Como
pode algo tão importante como o material didático usado pelos alunos e professores
ser um mero objeto da vontade do governante?
E a
cada eleição, novas promessas de que irá trocar (ou manter) material “x” pelo
”y”, valendo-se da grife de determinadas marcas de apostila com claro objetivo
eleitoreiro.
Fosse
fruto de uma política pública bem elaborada, os próximos candidatos a Prefeito
por pelo menos 4 eleições saberiam exatamente qual o material que eles iriam
ter de comprar, não porque ele quer, mas porque essa foi a vontade nascida
fruto de discussão sobre o tema.
E
muitos outros temas poderiam ser contemplados nas reuniões para a elaboração
dessa política pública:
-
Utilização da avaliação como instrumento de promoção da qualidade educacional.
-
Plano de carreira prevendo uma justa e realizável evolução.
- Os
critérios a serem usados para a distribuição do Bônus, sobretudo na sua
frequência (bimestral, semestral, anual).
-
Mudanças na escolha de Diretores, Vices e Coordenadores.
-
Política clara de capacitação de professores e gestores.
- Definir uma política salarial que permita continuar a recuperar os saládios dos docentes.
E
mais uma infinidade de temas que certamente cada professor que ler esse texto
irá contribuir.
Trata-se
de uma ideia que só vingará se todos os envolvidos firmarem um compromisso para
fazer dar certo, livre de rancores promovidos pela diferença política (o que
vivenciei, e consegui competentemente contornar, quando Diretor do Depto. de
Educação), livres de conceitos pré estabelecidos, etc...
Numa
metáfora futebolística: Precisamos ter um time jogando bem, e que não dependa
do técnico, pois sabemos que nosso técnico muda a cada 4 anos.
E
quem sabe a partir dos bons resultados dessa iniciativa, nossos futuros
governantes não busquem estendê-la para as demais áreas, promovendo políticas
públicas para saúde, esporte, cultura,...
Pois
é apenas isso que eu, por enquanto, tenho a dizer sobre o assunto.
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