quinta-feira, 1 de maio de 2014

O último grande herói.

Às vezes me pergunto como nascem os ídolos.

Nem sempre chego à uma resposta conclusiva.

O caso de Ayrton Senna por exemplo é daqueles sem muita explicação.

Um esporte de elite, que não suscita paixões, discussões de botequim, torcidas acaloradas, que não passa a paixão de pai pra filho. Um esporte que no Brasil acontece uma vez por ano e cuja esmagadora maioria dos brasileiros vai morrer sem nunca ter assistido ao vivo.

Enfim, um quase "anti futebol".

E então, entre tantos antecessores igualmente talentosos, um se tornou imortal.

E me pergunto por que?

Por que gostamos tanto daquele rapaz?

Talvez seja seu exemplo de simplicidade e dedicação.

Talvez porque nosso país carecesse de heróis já naquela distante década de 90.

Talvez porque hoje, nossos heróis do esporte tenham sucumbido à lógica do Deus Dinheiro.

Talvez porque fosse mais ético que os demais.

Talvez pela galhardia com que ostentava a bandeira nacional.

Talvez porque nosso país não tenha produzido outro ídolo à altura desde então. Seja em qual esporte for.

Barrichelo e Felipe Massa? Além da falta de talento e carisma, ambos engolidos pelo jogo de equipe que faz do "esporte" Fórmula 1, um evento muito mais de escuderias que de homens.

Ronaldo? Alguém que poderia ter feito algo de concreto pelo esporte nacional mas preferiu aliar-se àqueles que há décadas infelicita nosso futebol.

Anderson Silva? Neymar? Melhor parar por aqui.

Passados 20 anos de sua morte ainda não conseguimos encontrar alguém à altura. Por mais que a grande mídia tente fabricar algum.

Tenho uma teoria de que certas pessoas têm mesmo que morrer jovens e no auge de suas vidas, para que a aposentadoria e o ostracismo não corroam tudo aquilo que construíram nos áureos tempos.

A morte de Senna elevou-o a um patamar que poucos ídolos conseguem alcançar: o de mártir.

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# 902.

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