quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Redescobrindo duplas sertanejas.

Em razão da baixa qualidade da música brasileira atual, ou pelos daquela música que graças ao marketing intensivo e à prática do jabá que ainda alimenta rádios e TVs nos Brasil, tenho acentuado um hábito antigo: revisitar obras de artistas.

Já fiz com vários, muitos em total ostracismo e outros cujos rumos na carreira me fizeram buscar suas origens na tentativa de descobrir onde foi que erraram.

Muitos destes artistas já desfrutaram de sucesso no passado, sucesso que acabou sucumbido pelas novas modas que invadem nossos lares todos os dias, principalmente pelos programas dominicais da TV.

A bola da vez são duplas sertanejas.

Tenho procurado e baixado comprado músicas de duplas que hoje não mais se encontram em grande atividade no cenário musical brasileiro, salvo uma ou outra aparição em algum programa ou a regravação de um antigo sucesso deles por algum jovem "talento" da atualidade.

E assim, redescobri:

Irmãs Galvão.

Agora conhecidas como "As Galvão", minha pesquisa pelos antigos artistas me fez relembrar desta dupla de irmãs cantoras cujo sucesso remoto limita-se hoje a aparições em programas de TV de emissoras menos, como a TV Aparecida ou no Programa do Ratinho, que aliás merece os parabéns por sempre levar em seu programa, artistas fora do circuito midiático.

Clássicos do cancioneiro sertanejo já foram - e muito bem, pois a afinação da dupla é incontestável - regravadas pelas gentis senhoras.

Músicas como "Chalana", "Beijinho doce" (clássico de Cascatinha e Inhana), "Riozinho", "Galopeira",... enfim, a maioria dos grandes clássicos contam com uma bela versão na voz desta dupla.

E claro, a minha preferida, esta originalmente gravada pela dupla, a música "No calor dos teus abraços".

Felipe e Falcão.

A 2ª voz, um grave muito alto do cantor Falcão, confere à dupla uma singularidade marcante.

Desfeita em 2009, em razão justamente da morte do Falcão, a dupla tem no seu repertório clássicos como "Que pena", "Hoje não é nosso dia" (cuja última versão gravada pela dupla aparece com o refrão alterado para: "Hoje é o meu dia, hoje é nosso dia") e “Deixa eu te amar por favor”.

Outras menos conhecidas como "Grito de amor" também é uma boa pedida.

E para quem gosta de música sertaneja com duplo sentido ou uma pitada libertina, a dupla conta com vasto repertório, porém não foi objeto de minha busca.

Cézar e Paulinho.

Talvez seja uma das duplas sertanejas que mais mereçam um lugar ao sol melhor que o que desfrutam atualmente.

O timbre característico da dupla e o sotaque caipira da região de Piracicaba (eles são de Pederneiras) só não são mais famosos que suas entrevistas em programas da TV marcadas pelo bom humor e causos inesquecíveis, como a história -verídica - do fax, acontecida com o saudoso João Paulo, da dupla com Daniel. Clique aqui.

Entre seus clássicos: "Você é tudo que eu pedi pra Deus", "Viajante solitário".

E as minhas preferidas: "Duas vezes você", "Você marcou pra mim", "Morto de saudade sua" e a regravação de "I love you baby".

Também contam com vasto repertório de canções divertidas e de duplo sentido, usando e abusando de chavões e ditos populares dos tempos atuais.

Chico Rey e Paraná.

Dispensa apresentações.

Clássicos: "Um degrau na escada", "Noite de tortura", "Amor rebelde", "De lá pra cá", "Você não sabe amar", "Quem será seu outro amor",... e a minha preferida "Meu amor tá com raiva de mim".

Nota do Blogueiro.

Para mim, o melhor show da história de Ipuã.

Apresentaram-se, ou melhor, apresentou (apenas o Paraná, pois o Chico Rey estava convalescendo de uma cirurgia), em ocasião do aniversário da cidade em 2011, com muita gente da cidade ridicularizando a simplicidade do show (como sempre fazia a elite social nas redes sociais), e com a "concorrência" de shows nas cidades de Guaíra e Orlândia (festa anual da cidade) simplesmente lotou o recinto.

Todas as barracas de comida e bebida venderam tudo o que tinham pra vender naquele dia.

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