quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Até a próxima tragédia.

Claro que me sensibilizo com o caso recente envolvendo o trágico assassinato de uma criança indefesa, vítima da barbárie da mulher que lhe deu a luz e seu namorado, ainda mais se tratando de pessoas residentes em cidade vizinha, com relatos de atividades em nossa cidade, o que nos aproxima muito mais da tragédia.

Mas o que me revolta é saber que a comoção e as mensagens de solidariedade e apelo à justiça durarão até o próximo crime de grande divulgação na mídia.

A dor, hoje pública, em breve será particular. Daqui há pouco mais de 1 mês, apenas os familiares e amigos do pequeno Joaquim estarão chorando sua ausência. Nós já estaremos escandalizados com outro crime de proporções dantescas amplamente divulgado pela mídia.

Aliás, só voltaremos a falar do caso quando do julgamento dos envolvidos, quando ao vermos a atenção voltada para o caso novamente diremos algo do tipo "nossa! é mesmo! são as pessoas que mataram aquele menino aquela vez".

Alguns lembrarão do nome da criança, outros nem isso. O julgamento reabrirá as feridas machucadas hoje para alguns, para outros nem tanto.

Eu mesmo custo me lembrar o nome da garotinha atirada do alto de um prédio; da adolescente sequestrada pelo namorado e morta por ele; da amiga dela, que viveu momentos de terror e sofre com isso até hoje; do casal de pais assassinados a mando da filha; da garota de programa arrastada por um carro; do ciclista atropelado que teve o braço atirado em um rio;... e por aí vai.

Infelizmente, estamos acostumando a assistir a barbárie, o absurdo vai se banalizando e não dura mais que a cobertura televisiva do crime.


Bom seria que houvesse cobertura sobre como vivem as famílias após as tragédias, o andamento dos julgamentos e, se houve, como estão o cumprimento das penas.

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