Quem é meu aluno sabe que sempre abro minhas
aulas com o cumprimento "Bom dia a todos e a todas".
Salvo na faculdade de Pedagogia onde o
cumprimento, por razões óbvias, é "Boa noite a todas".
E o faço por uma razão simples.
Não que seja norma, mas a política
afirmativa sobre a questão do gênero no Brasil, por meio dos diversos órgãos
que a promove, de secretarias especiais à ONGs, recomenda utilizar-se do idioma como maneira de inclusão social.
Em outras palavras: defender os direitos à
igualdade entre os (no caso) gêneros a partir de ações simples, como não usar o plural no
gênero masculino.
Algo do tipo "não basta apenas solizarizar com a causa, é preciso defendê-la inclusive na linguagem do dia a dia".
Dessa forma, àqueles que aderem a esta
prática, ao dizer "Boa noite a todos e a todas" ao invés de "Boa
noite a todos" (com o plural abrangendo homens e mulheres) estão dando a
sua contribuição na luta pela igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres.
Uma lei recente sancionada pela
nossa Presidenta (como ela gosta de ser chamada para marcar sua defesa pelo uso
da língua como inclusão das minorias) determina que diplomas universitários
promovam a flexão do gênero feminino.
Assim sendo, mulheres formadas em
Engenharia, Medicina e Direito, por exemplo, terão de constar nos diplomas:
Engenheira, Médica e Advogada.
O que para muitos pode ser um modismo, um
exagero ou mesmo um excesso de politicamente correto, o Blogueiro vê com bons
olhos.
E olha que sou um dos maiores inimigos do
politicamente correto que eu conheço.
Claro que sou contra exageros, como os da
própria Presidenta que certa vez dirigindo-se a estudantes disse
"estudantes do sexo masculino e estudantes do sexo feminino",
certamente por entender que "estudantas" soaria estranho.
Mas este texto todo é só para dizer que recebi com
grata satisfação o Exmo Sr Prefeito Municipal, em discursos proferidos
nas festividades do aniversário da cidade, fazer a flexão de gênero ao
referir-se às pessoas presentes no evento.
Abriu sua fala dando um boa noite “a todos e
a todas”.
Não sei se por gentileza, se por adesão à
política afirmativa da questão de gênero, se por orientação de assessor, ou se
simplesmente por educação da parte dele.
A verdade é que sua fala foi correta e sem
motivo para ser alvo de críticas.
Quem sabe seu exemplo não "pega" e
outros políticos locais comecem a seguir?
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