quarta-feira, 27 de março de 2013

Bom dia a todos e a todas.

Quem é meu aluno sabe que sempre abro minhas aulas com o cumprimento "Bom dia a todos e a todas".

Salvo na faculdade de Pedagogia onde o cumprimento, por razões óbvias, é "Boa noite a todas".

E o faço por uma razão simples.

Não que seja norma, mas a política afirmativa sobre a questão do gênero no Brasil, por meio dos diversos órgãos que a promove, de secretarias especiais à ONGs, recomenda utilizar-se do idioma como maneira de inclusão social.

Em outras palavras: defender os direitos à igualdade entre os (no caso) gêneros a partir de ações simples, como não usar o plural no gênero masculino.

Algo do tipo "não basta apenas solizarizar com a causa, é preciso defendê-la inclusive na linguagem do dia a dia".

Dessa forma, àqueles que aderem a esta prática, ao dizer "Boa noite a todos e a todas" ao invés de "Boa noite a todos" (com o plural abrangendo homens e mulheres) estão dando a sua contribuição na luta pela igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres.

Uma lei recente sancionada pela nossa Presidenta (como ela gosta de ser chamada para marcar sua defesa pelo uso da língua como inclusão das minorias) determina que diplomas universitários promovam a flexão do gênero feminino.

Assim sendo, mulheres formadas em Engenharia, Medicina e Direito, por exemplo, terão de constar nos diplomas: Engenheira, Médica e Advogada.

O que para muitos pode ser um modismo, um exagero ou mesmo um excesso de politicamente correto, o Blogueiro vê com bons olhos.

E olha que sou um dos maiores inimigos do politicamente correto que eu conheço.

Claro que sou contra exageros, como os da própria Presidenta que certa vez dirigindo-se a estudantes disse "estudantes do sexo masculino e estudantes do sexo feminino", certamente por entender que "estudantas" soaria estranho.

Mas este texto todo é só para dizer que recebi com grata satisfação o Exmo Sr Prefeito Municipal, em discursos proferidos nas festividades do aniversário da cidade, fazer a flexão de gênero ao referir-se às pessoas presentes no evento.

Abriu sua fala dando um boa noite “a todos e a todas”.

Não sei se por gentileza, se por adesão à política afirmativa da questão de gênero, se por orientação de assessor, ou se simplesmente por educação da parte dele.

A verdade é que sua fala foi correta e sem motivo para ser alvo de críticas.

Quem sabe seu exemplo não "pega" e outros políticos locais comecem a seguir?

Nenhum comentário:

Postar um comentário