domingo, 2 de março de 2014

Nos palanques da vida.

Porque éramos vereadores responsáveis e porque ao analisar o orçamento para o ano de 2002 entendemos que haviam direcionado muita verba para eventos, resolvemos fazer uma emenda transferindo parte da verba destinada ao carnaval para a compra de remédios.

Éramos vereadores, veja vocês, da situação.

Não demorou muito para a boca miúda promover a boataria. Diziam que não haveria carnaval e a culpa seria dos vereadores.

Pessoas me paravam na rua (naquela época não havia rede social para mentir ou desmentir) e eu explicava que havia dinheiro sim, e se não fizesse carnaval era por obra e graça do executivo municipal.

E teve carnaval normalmente.

Normalmente vírgula, na abertura do evento, o então vice prefeito, subiu ao palco e discursou dizendo algo tipo: "apesar de algumas pessoas terem tentado impedir o carnaval, nós realizamos".

Ou coisa que o valha.

Ora bolas, nós, vereadores entendemos que referia-se a nós, pois apesar de não citar (e acredito que tenha sido instruído a não citar, como também acredito que tenha sido incitado a fazer o infeliz discurso), o boato na cidade é que os vereadores eram contra o carnaval, portanto o sujeito oculto na frase do vice seria "vereadores".

Mais que depressa o assunto entrou na pauta da sessão subsequente, na quarta feira de cinzas.

Pena que a sessão não era transmitida.

Todos nós vereadores, não poupamos adjetivos, não elogiosos, para (des)qualificar a atitude do vice prefeito.

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