segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Lulla: o grande derrotado nas eleições 2018.

Se as eleições 2018 tivera um derrotado, ele se atende pelo nome de Luiz Inácio Lula da Silva.

A quem chamo carinhosamente por, Lulla (com ll desde que se uniu ao Collor, que ele tanto combateu e foi combatido em 89).

Lulla acreditou que seu carisma e poder ultrapassaria as grades em que ele encontra-se preso desde o começo de abril e, mais uma vez, como o líder popular construído pelo PT, elegeria um, poste.

Não que Haddad seja um imbecil, longe disso.

Foi um bom Ministro da Educação, tem uma bela carreira acadêmica e teve experiência administrativa ao ser eleito Prefeito em SP, aliás, muito em função do empenho do Lulla por sua eleição.

Diferente da Dilma, que mesmo o mais fanático petista há de envergonhar-se ao defendê-la, atribuindo a ela adjetivos como competência, dinamismo, eficiência, boa gestora,... nem mesmo honestidade, haja visto que a Lava Jato já lhe roça os calcanhares.

Lulla pensou mesmo que conseguiria mais uma vez eleger um Presidente. E estava certo, elegeu: Jair Bolsonaro.

Não fosse o ódio ao Petismo, personalizado em Lulla, talvez Bolsonaro fosse um mero coadjuvante nessas eleições.

Seria bem votado, pois parte de seus votos se atribuem ao estilo falastrão, fanfarrão, de quem se aproveita do senso comum de boa parte do eleitorado brasileiro, cada vez maior, que clama por um Governo mais forte e autoritário.

Suas frases de efeito caíram no gosto popular, assim como seu estilo "trator" de lidar con interlocutores.

Mas o Anti-petismo e Anti-Lulismo que Bolsonaro conseguiu encarnar, fez dele o fenômeno de votos que foi nessas eleições, quase vencendo-as no 1º turno.

E digo mais: fosse Lulla o candidato, tenho sérias dúvidas se Bolsonaro não o venceria nas eleições. Talvez de maneira menos folgada, mas consigo imaginar que mesmo com o deus petista no páreo, o deus militar se sairia vencedor.

Mas Lulla não se mostrou apenas um péssimo cabo eleitoral, mostrou-se também um péssimo estrategista.

Ao inventar que seria candidato e usar boa parte da propaganda para divulgar essa mentira que só mesmo um idiota para acreditar, Lulla anulou qualquer chance de que um substituto viesse a disputar as eleições com chances reais de vitória.

Tivesse lança do Haddad logo que começaram as eleições, e desaparecido do noticiário, talvez o ex Ministro seria um adversário mais portentoso.

Mas não, preferiu esperar o último minuto para lançá-lo e depois, ficar ditando as regras da campanha do marionete de dentro da cadeia, exigindo ser entrevistado, exigindo ser visitado toda segunda feira.

Não conseguiu mais nada senão atrair mais a antipatia do anti-petismo/anti-lulismo que àquelas alturas, ultrapassava a casa de metade dos eleitores brasileiros.

Poderia ter lança Ciro Gomes, único dentre os candidatos que talvez pudesse fazer frente ao Capitão.

Mas Gleisi Hoffmann falou: "Nem com reza brava".

E Lulla ainda puxou o tapete do ex aliado Ciro ao retirar-lhe apoios importantes de partidos como o PSB, que fugiu de Ciro por articulação de Lulla.

Resultado: Morreram abraçados Lulla, Ciro e PSB.

E o "Filho do Brasil" revelou-se ainda um péssimo líder.

Não se preocupando em preparar alguém para substituí-lo. Talvez na certeza de que nunca seria punido ou que, se fosse, seu poder seria grande o bastante para fabricar um sucesso às pressas, encarregado de, após eleito, vingá-lo de todo sofrimento que passou com a Lava Jato.

Restou a Lulla assistir a tudo de sua cela.

À ruína do partido que outrora orgulhoso e arrogante, viu-se obrigado a mendigar apoio de antigos desafetos.

Contava com Ciro Gomes, que voou para Europa e só voltou às vésperas para votar em Haddad (e olhe lá?!).

Reclamaram do não apoio de partidos em nome de uma Frente Democrática. Curiosamente, os mesmos partidos que Lulla sempre pisou quando podia.

Se humilharam pelo apoio de FHC, a quem sempre acusaram de ter "quebrado o país duas vezes". FHC esboçou apoio em Haddad, mas condicionou o apoio à auto crítica petista pelos erros que levaram no Mensalão e Petrolão, além de um pedido de desculpas. Era querer demais dessa gente né FH?

Procurou o PSDB, aquele mesmo que sempre criticaram, aliado do DEM, que Lulla pediu sua extirpação da política. Reclamaram que o apoio não veio por causa de João Dória, que pouco a pouco em apossa do partido como uma erva daninha.

Não teria o PT vergonha de ser apoiado pelo PSDB?

Talvez não, afinal não tiveram vergonha de ser apoiado por Renan, Jucá, Eunício,...

Recebeu o apoio gratuito de Marina Silva, que manifestou "apoio crítico", seja lá o que for isso, a mesma que 4 anos atrás a Super Gerente Dilma - com a anuência dos petistas - acusava que, se eleita, tiraria a comida da mesa do trabalhador. Mas Marina desidratada não pode ajudar muito.

Até Joaquim Barbosa recebeu elogios petistas ao manifestar voto em Haddad. O mesmo Joaquim Barbosa que petistas atacaram em ocasião do Mensalão, que condenou o Guerreiro do Povo Brasileiro e tantos outros, que quase saiu candidato contra Haddad. Esse mesmo odiado por petistas, recebeu deles um "muito obrigado", quase envergonhado por tudo o que fizeram com ele.

Se Sérgio Moro quisesse cair nas graças dos petistas, era só declarar seu voto ao Haddad que tudo seria esquecido

E dessa forma assistimos ao fim de uma Era, a Era Petista.

Personificada na figura de Lulla, que mesmo que venha a ser solto não terá mais o poder, nem a idade, para empreender o seu projeto de poder pessoal.

Quem sabe ele não tenha um rasgo de humildade e passe o bastão para alguma outra liderança ainda não manchada pela Lava Jato?

Talvez até de outro partido, porque no PT eu não vejo quem.

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